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Apostila FUNDAMENTOS

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Enfermagem Módulo 1 
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8 FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM 
 
Esta disciplina tem o objetivo de apresentar os conceitos e habilidades essenciais na 
assistência de enfermagem, a relação profissional enfermeiro-paciente e as metodologias de 
exames físicos, baseados em princípios norteadores da sistematização da assistência de 
enfermagem. Visando a aplicação destes princípios e técnicas de enfermagem em campo de 
estágio. 
 
8.1 Admissão, Alta e Transferência do Paciente 
 
Considera-se paciente internado aquele que, admitido no hospital, ocupa um leito 
por um período superior a 24h e que será submetido a tratamentos clínicos, cirúrgico ou 
outros tratamentos específicos. 
 
No processo de internação, as rotinas e os procedimentos administrativos referem-
se a: admissão, alta, transferência e óbito. 
 
8.1.1 Admissão Hospitalar 
 
A internação é a chegada de um paciente ao hospital, em condições que exijam a 
sua permanência por período igual ou superior a 24 horas. A admissão do paciente tem uma 
rotina diferente em cada instituição. O ambiente hospitalar precisa ser humanizado, desde 
as cores das paredes, a decoração dos ambientes, a cortesia dos funcionários, até o 
profissionalismo da assistência prestada, começando pelo funcionário da portaria até a 
assistência médica. A humanização do atendimento em saúde é um fator importantíssimo na 
recuperação do paciente e na minimização do seu sofrimento e de seus familiares, buscando 
formas de tornar este período de internamento o menos agressivo possível. 
 
 Procedimentos para a admissão: 
 
Os documentos do paciente deverão estar completos, contendo todos os dados 
que o serviço médico precisará. Estes documentos e formulários serão preenchidos na 
recepção da instituição. 
 
▪ Dar as boas-vindas ao paciente e seus familiares. 
▪ Apresentar-se pelo nome e referir a sua função junto ao paciente. 
▪ Informar sobre os horários dos exames que serão colhidos, sobre a necessidade 
de higiene, troca das roupas, e outros de acordo com as condições e caso do 
internamento. 
▪ Em caso de preparo para cirurgia eletiva providenciar os preparos da higiene e 
dos processos de aferição de sinais vitais entre outros, dependendo do tipo e 
horário da cirurgia. 
▪ Informar as rotinas da unidade, sobre a chamada do posto de enfermagem, os 
horários da alimentação, os controles da movimentação do leito e da TV. 
▪ Informar sobre os horários das visitas médicas, visitas de familiares, serviços 
religiosos e os pertences pessoais necessários. 
▪ Relacionar e guardar roupas seguindo a rotina do local. 
▪ Entregar pertences de valores à família, anotando no prontuário. 
▪ Apresentá-lo aos companheiros de enfermaria, quando isto for o caso. 
▪ Se necessário, encaminhá-lo ao banho. 
▪ Efetuar o registro da internação e dos procedimentos realizados. 
▪ Comunicar o serviço de nutrição e os demais serviços interessados. 
▪ Verificar SSVV, peso, altura e anotar. 
▪ Fazer anotações de enfermagem referentes a: hora de entrada, condições da 
chegada (deambulando, de maca, cadeira de rodas, acompanhamento), sinais e 
sintomas observados. 
 
 Avaliação e anamnese do paciente 
 
▪ Realizar o registro das condições de chegada do paciente, realizar exame físico, 
questionar sobre alergias a drogas, objetos e produtos, como material de 
limpeza, esparadrapo. 
▪ Investigar doenças como hipertensão, diabetes, ou outras patologias, seguindo o 
protocolo para admissão. 
▪ Proceder todo o tempo com atenção e humanização dos cuidados na assistência. 
 
 
A enfermagem passará 24 horas com o paciente e será necessário gerar confiança 
nos profissionais que estarão com a responsabilidade de cuidar durante todo o tempo da 
internação. 
 
8.1.2 Alta Hospitalar 
 
O período de internação, finaliza-se com a alta hospitalar, decorrente da 
melhora estado de saúde, ou por motivo de óbito. Entretanto, a alta também pode ser dada 
a pedido do paciente ou de seu responsável; ou nos casos de necessidade de transferência 
para outra instituição de saúde, dentre outros motivos. Na ocasião da alta, o paciente e seus 
familiares podem necessitar de orientações sobre alimentação, tratamento medicamentoso, 
atividades físicas e laborais, curativos e outros cuidados específicos, momento em que a 
participação da equipe multiprofissional é importante para esclarecer quaisquer dúvidas 
apresentadas. A alta do paciente, em decorrência de implicações legais, deve ser dada por 
escrito e assinada pelo médico. 
 
 Tipos de Altas Hospitalares: 
 
▪ Alta hospitalar por melhora: aquela dada pelo médico porque houve melhora 
do estado geral do paciente, sendo que este apresenta condições de deixar o 
hospital. 
 
▪ Alta a pedido: aquela em que o médico concede a pedido do paciente ou 
responsável, mesmo sem estar devidamente CURADO. O paciente ou responsável 
por ela assina o termo de responsabilidade. 
 
▪ Alta condicional ou licença médica: aquela concedida ao paciente em ocasiões 
especiais, com a condição de retornar na data estabelecida (dia das mães, pais, 
natal, entre outros). Também deve ser assinado o termo de responsabilidade. 
 
 
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 Papel da Enfermagem: 
 
▪ Avisar o paciente após alta registrada em prontuário pelo médico. 
▪ Orientar o paciente e familiares sobre cuidados precisos pós alta (repouso, dieta, 
medicamentos, retorno). 
▪ Preencher pedido de alta (de acordo regras da instituição). 
▪ Providenciar medicamentos (conforme regulamento da instituição). 
▪ Reunir pertences do paciente e providenciar suas roupas. 
▪ Auxiliá-lo no que for necessário. 
▪ Realizar anotações de enfermagem contendo: 
 Hora de saída. 
 Tipo de alta. 
 Condições do paciente. 
 Presença ou não de acompanhante. 
 Orientações dadas. 
 Meio de transporte (ambulâncias, carro próprio). 
 Preparar prontuário e entregá-lo conforme rotina da instituição. 
 
8.1.3 Transferência 
 
Um aspecto particular da alta diz respeito à transferência para outro setor do 
mesmo estabelecimento, ou para outra instituição. É realizada da mesma forma que a alta. A 
unidade para onde o paciente está sendo transferido deverá ser comunicada com 
antecedência, a fim de que esteja preparada para recebê-lo, conforme rotina. O prontuário 
deve estar completo e ser entregue na outra unidade. O paciente será transportado de 
acordo com as normas da instituição e seu estado geral. Cadeira de rodas, ou maca. 
 
Quando do transporte a outro setor ou à ambulância, o paciente deve ser 
transportado em maca ou cadeira de rodas, junto com seus pertences, prontuário e os 
devidos registros de enfermagem. No caso de encaminhamento para outro estabelecimento, 
enviar os relatórios médico e de enfermagem. 
 
Deve-se considerar que a pessoa necessitará adaptar-se ao novo ambiente, motivo 
pelo qual a orientação da enfermagem é importante. 
 
 Cuidados de Enfermagem com o Corpo após a Morte: 
 
A morte ou óbito significa a cessação da vida, com interrupção irreversível das 
funções vitais do organismo e, legalmente, deve ser constatada pelo médico. Após a morte, 
observa-se esfriamento do corpo, manchas generalizadas de coloração arroxeada, 
relaxamento dos esfíncteres e rigidez cadavérica (o corpo do cadáver torna- se rígido). A 
equipe de enfermagem deve anotar no prontuário a hora da parada cardiorrespiratória, as 
manobras de reanimação, os medicamentos utilizados, a hora e causa da morte e o nome do 
médico que constatou o óbito. Somente após essa constatação inicia-se o preparo do corpo: 
limpeza e identificação, evitar odores desagradáveis e saída de secreções e sangue e 
adequar a posição do corpo antes que ocorra a rigidez cadavérica. Nesta fase, é importante 
garantir ao paciente a privacidade e a companhia dos seus entes queridos, mantendo-o em 
quarto ou utilizando biombos caso ele encontre-se em enfermaria. 
 
Faz-se necessário lembrar que o cadáver merece todo respeito e consideração, e 
que sua família deve ser atendida com toda a atenção, respeitando-se suador e informando-
a cuidadosamente, de modo compreensível, sobre os procedimentos a serem realizados. 
Geralmente, é o médico quem fornece a informação da causa e hora da morte; no entanto, 
atualmente, a presença do familiar junto ao paciente terminal sem possibilidade terapêutica, 
tem sido incentivada e autorizada (visitas liberadas), o que permite à família acompanhar 
mais de perto a situação. Na medida do possível, durante esta fase, é imprescindível que a 
equipe de enfermagem sensibilize-se na ajuda/amparo ao familiar do paciente, o que pode 
ser conseguido ouvindo-o com atenção, tocando-o, rezando com ele. 
 
 Materiais utilizados para o preparo do corpo 
 
▪ Dois rolos de ataduras de crepe. 
▪ Algodão. 
▪ Gaze não estéril. 
▪ Esparadrapo. 
▪ Luvas de procedimentos. 
▪ Uma pinça cheron. 
▪ Avental de manga longa. 
 
 Procedimentos a serem realizados 
 
▪ Reunir o material. 
▪ Explicar o procedimento à família. 
▪ Manter privacidade do local e corpo. 
▪ Colocar o avental e calçar luvas de procedimento. 
▪ Retirar travesseiros, deixando o corpo em decúbito dorsal. 
▪ Retirar sondas, cateteres, ocluindo (fechando) os orifícios com gaze. 
▪ Higienizar o corpo com muito respeito e humanização. Evitar conversas. 
▪ Tamponar ouvidos, nariz, orofaringe, região anal e vaginal e garrotear região 
peniana com gaze. 
▪ Vestir o corpo com a vestimenta trazida pela família. 
▪ Imobilizar mandíbula, pés, mãos, usando ataduras. 
▪ Colocar o corpo sobre a maca, sem colchão, cobri-lo com lençol. 
▪ Desprezar luvas e avental, reunir todo os material para colocação no ramper. 
▪ Higienizar as mãos cuidadosamente. 
▪ Providenciar que seja realizado o transporte do corpo ao necrotério. 
▪ Anotar no prontuário todos os procedimento realizados e material utilizado neste 
procedimento. 
 
 
 
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Se o paciente fizer uso de próteses colocá-la imediatamente após o 
óbito. Manter pálpebras fechadas, com a fita adesiva. O corpo não 
deverá ser tamponado quando houver restrição religiosa (judaica) ou 
se houver necessidade de necropsia. 
 
 
8.2 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
 
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar é um grupo de profissionais de 
saúde, de nível superior e técnico, formalmente constituído para planejar, elaborar, 
implementar, manter, e avaliar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar adequado às 
necessidades da instituição. Este grupo de profissionais desenvolve ações visando a 
prevenção e a redução da incidência de infecção hospitalar. 
 
Esta comissão é formada por médico infectologista, enfermeiro, farmacêutico, 
biomédico, e técnicos de enfermagem. Esta equipe é responsável por todo o planejamento 
das atividades de prevenção e controle das infecções de toda a instituição. 
 
8.2.1 Infecção Hospitalar 
 
Infecção é uma ação exercida no organismo decorrente da presença de agentes 
patogênicos, podendo ser por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Infecção Hospitalar 
(IH) é a infecção adquirida após a admissão do paciente na Unidade Hospitalar e que se 
manifesta durante a internação ou após a alta. A infecção hospitalar poderá surgir mesmo 
após a alta, e estar relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares realizados. 
 
 Finalidade da CCIH: 
 
▪ Detectar casos de infecção hospitalar, seguindo critérios de diagnósticos 
previamente estabelecidos. 
▪ Conhecer as principais infecções hospitalares detectadas no serviço e definir se a 
ocorrência destes episódios de infecção estão dentro dos parâmetros aceitáveis. 
▪ Elaborar normas de padronização para os procedimentos realizados na 
instituição, visando protocolo de técnicas assépticas. 
▪ Colaborar no treinamento de todos os profissionais da saúde no que se refere à 
prevenção e controle das infecções hospitalares. 
▪ Realizar controle da prescrição de antibióticos, evitando que os mesmos sejam 
utilizados de maneira descontroladas no hospital. 
▪ Recomendar medidas de isolamento no caso de doenças transmissíveis, quando 
se tratar de pacientes hospitalizados, ou em caso de bactérias multirresistentes. 
▪ Oferecer apoio técnico à administração hospitalar para a aquisição correta de 
materiais e equipamentos e para o planejamento adequado da área física das 
unidades de saúde. 
 
A Técnica Asséptica é um método utilizado para manipular produtos estéreis a fim 
de manter a sua esterilidade (total ausência de contaminação). Este método refere-se a uma 
série de procedimentos que evitam a contaminação por microrganismos. 
8.2.2 Normas Básicas de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar 
 
A equipe de saúde tem importante papel na cadeia de transmissão da infecção 
hospitalar ou domiciliar. As práticas adotadas para sua prevenção visam controlar a 
propagação de microrganismos que habitam o ambiente hospitalar e diminuir os riscos do 
paciente vir a adquirir uma infecção. Por outro lado, tanto as medidas gerais como as 
específicas de prevenção e controle de infecção implantadas na instituição, também se 
direcionam à proteger o próprio trabalhador que ali desempenha sua função, quer seja, 
prestando assistência direta ao paciente, como no caso do auxiliar de enfermagem ou do 
enfermeiro, quer seja indiretamente, como o funcionário da higiene hospitalar, da 
lavanderia ou da nutrição e dietética. 
 
Toda a equipe de saúde tem responsabilidade com à prevenção da infecção 
hospitalar, devendo fazer correto uso das técnicas assépticas, dos equipamentos de 
proteção individual (EPI) e ou coletivo (EPC), quando necessário. Por sua vez, o empregador 
tem a responsabilidade de disponibilizar os recursos necessários à efetivação desses 
cuidados. As medidas que visam reduzir e prevenir o crescimento de microrganismos em 
tecidos vivos são denominadas antissepsia. A adesão da equipe às medidas gerais de 
prevenção e controle de infecção ainda dependem da conscientização e mudança de hábitos 
dos profissionais. 
 
 Medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar: 
 
 
▪ Lavar sempre as mãos antes de realizar qualquer procedimento é um dos mais 
importantes meios para prevenir a infecção cruzada; 
▪ Manter os cabelos longos presos durante o trabalho, pois quando soltos 
acumulam sujidades, poeira e microrganismos, favorecendo a contaminação do 
paciente e do próprio profissional; 
▪ Manter as unhas curtas e aparadas, pois as longas facilitam o acúmulo de 
sujidades e microrganismos; 
▪ Evitar o uso de joias e bijuterias, como anéis, pulseiras e demais adornos, que 
podem constituir-se em possíveis fontes de infecção pela facilidade de 
albergarem microrganismos em seus sulcos e reentrâncias, bem como na pele 
subjacente; 
▪ Não encostar ou sentar-se em superfícies com potencial de contaminação, como 
macas e camas de pacientes, pois isto favorece a disseminação de 
microrganismos. 
 
Equipamentos de proteção são aqueles destinados a proteger o 
profissional durante o exercício de suas atividades, visando reduzir riscos. 
Podem ser individuais (EPI), como máscaras, luvas, botas, ou coletivos 
(EPC), como a caixa própria para desprezar materiais perfurocortantes. 
 
 
 Assepsia, Antissepsia, Desinfecção, Descontaminação e Esterilização 
 
A prevenção e o controle da infecção fundamentam-se nos princípios de assepsia, 
 
 
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mediante a utilização de medidas para impedir a penetração de microrganismos 
(contaminação) em local onde não estejam presentes. As técnicas de assepsia devem ser 
utilizadas por todos os profissionais de saúde em todos os procedimentos, e são agrupadas 
sob a denominação de assepsia médica e cirúrgica. A primeira refere-se às medidas 
adotadas para reduzir o número de microrganismos e evitar sua disseminação; a segunda, 
para impedir a contaminação de uma área ou objeto estéril. 
 
Antissepsia são as medidas que visam reduzir e prevenir o crescimento de 
microrganismos em tecidos vivos. 
 
Desinfecção é o processo de destruição de microrganismos em estado vegetativo 
(comexceção das formas esporuladas, resistentes ao processo) utilizando-se agentes físicos 
ou químicos. O termo desinfecção é aplicado tanto no caso de artigos, quanto de superfícies 
ambientais. 
 
A desinfecção pode ser de: 
 
▪ Alto nível: quando há eliminação de todos os microrganismos e de alguns esporos 
bacterianos; 
▪ Nível intermediário ou médio: quando há eliminação de microbactérias (bacilo da 
tuberculose), bactérias na forma vegetativa, muitos vírus e fungos, porém não de 
esporos; 
▪ Baixo nível: quando há eliminação de bactérias e alguns fungos e vírus, porém 
sem destruição de microbactérias, nem de esporos. 
 
Os processos físicos de desinfecção são a pasteurização - que é realizada em 
lavadoras automáticas, com exposição do artigo em água a temperaturas de 
aproximadamente 60°C a 90°C por 10 a 30 minutos, indicada para a desinfecção de circuitos 
de respiradores - e a água em ebulição ou fervura é utilizada para desinfecção de alto nível 
em artigos termorresistentes. 
 
Descontaminação é o processo que visa destruir microrganismos patogênicos, em 
artigos contaminados ou em superfície ambiental, tornando-os, consequentemente, seguros 
ao manuseio. Pode ser realizada por processo químico, no qual os artigos são imersos em 
solução desinfetante antes de se proceder a limpeza; por processo mecânico, utilizando-se 
máquina termodesinfectadora ou similar; ou por processo físico, indicando-se a imersão do 
artigo em água fervente durante 30 minutos - método não indicado, pois, há impregnação 
de matéria orgânica quando aplicado a artigos sujos. 
 
Esterilização é o processo utilizado para destruir todas as formas de vida 
microbiana, por meio do uso de agentes físicos: Vapor Saturado sobre Pressão: Autoclave; 
Vapor Seco: Estufa; Esterilização Química: óxido de etileno, plasma de peróxido de 
hidrogênio, formaldeído, glutaraldeído e ácido peracético. 
 
A esterilização pelo vapor saturado sob pressão é realizada em autoclave, que 
conjuga calor, umidade, tempo e pressão para destruir os microrganismos. Podem ser 
esterilizados artigos de superfície como instrumentais, baldes e bacias e artigos de 
espessura como campos cirúrgicos, aventais e compressas, e artigos críticos e semicríticos 
termoresistentes e líquidos. 
 
 Limpeza: 
 
É o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água e sabão ou 
soluções detergentes. De maneira geral, a limpeza é suficiente para reduzir os 
microrganismos existentes nas superfícies hospitalares, reservando-se os processos de 
desinfecção e descontaminação para as áreas onde há deposição de matéria orgânica. A 
limpeza pode ser: 
 
▪ Limpeza Concorrente: É feito diariamente e consiste na limpeza do piso, 
remoção de poeira do mobiliário, limpeza completa do sanitário, reposição de 
material de higiene e recolhimento do lixo, repetido conforme a necessidade. 
 
▪ Limpeza Terminal: É realizada periodicamente, de acordo com a área de risco do 
hospital, consiste na limpeza de paredes, pisos, tetos, janelas, portas e sanitários. 
Ela é utilizada após a alta do paciente, ou quando este demora muito no 
internamento convém realizar a remoção para outro leito para ser realizado este 
procedimento de limpeza. 
 
Para a descontaminação, indica-se a aplicação de desinfetante sobre a matéria 
orgânica; em seguida, aguardar o tempo de ação, remover o conteúdo descontaminado com 
papel absorvente ou tecidos e realizar a limpeza com água e solução detergente. 
 
Na desinfecção, remover a matéria orgânica com papel absorvente ou tecidos, 
aplicar o desinfetante sobre a área atingida, aguardar o tempo de ação, remover o 
desinfetante com papel absorvente ou pano e realizar a limpeza com água e solução 
detergente. O desinfetante habitualmente utilizado para a descontaminação e desinfecção 
de superfícies é o cloro orgânico (clorocide) ou inorgânico (hipoclorito de sódio a 1%), com 
tempo de exposição de 10 minutos. 
 
 Importância da lavagem das mãos na prevenção de infecção: 
 
No dia a dia de nosso trabalho executamos grande variedade de procedimentos, 
muitos deles repetidas vezes. Em geral, a importância que lhes é dada associa-se ao grau de 
complexidade, à tecnologia envolvida, à capacidade de provocar danos ou complicações ao 
paciente e à frequência de realização. Existe pequena adesão dos profissionais da área de 
saúde em relação esta prática, de lavagem das mãos. Este habito é muito saudável e tem 
grande repercussão na pratica social. 
 
A principal via de transmissão das infecções hospitalares são as mãos, em geral da 
equipe de saúde, sua adequada lavagem é de grande importância. Sua finalidade consiste 
em eliminar microrganismos, consequentemente evitar propagação de infecções, eliminar 
da pele substâncias tóxicas e medicamentosas e proteger-se contra agressões do meio. 
 
A lavagem das mãos é de extrema importância para a segurança do paciente e do 
 
 
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próprio profissional, haja vista que, no hospital, a disseminação de microrganismos ocorre 
principalmente de pessoa para pessoa, através das mãos. 
 
 Técnica de Lavagem das Mãos: 
 
Para que a lavagem das mãos seja eficaz, faz-se necessário utilizar uma técnica 
apropriada para a remoção mecânica da sujidade, suor, células mortas e microrganismos 
transitórios em todas as partes da mão: palma, dorso, espaços interdigitais, unhas e 
punhos. 
 
Visando evitar contaminação durante o processo, antes de iniciar a lavagem das 
mãos devem ser retirados objetos como anéis, pulseiras e relógio de pulso. 
Preferencialmente, utilizar sabão líquido, pois o sabão em barra facilmente se torna meio 
de contaminação. Outro cuidado adicional é evitar que, durante a lavagem, as mãos entrem 
em contato direto com a pia. Para uma lavagem adequada das mãos deve-se, após 
molhá-las e colocar o sabão, e seguir a sequência dos movimentos representados na figura 1 
(8): 
 
Figura 1(8) – Técnicas de lavagem de mãos 
 
Fonte: Elaborada pelo autor (2015) 
 
 Passos da lavagem das mãos 
 
1- Abrir a torneira. 
2- Umedecer as mãos. 
3- Acionar o dispensador de sabão líquido e umedecer as palmas das mãos. 
4- Espalhar a solução fazendo movimentos de fricção com as palmas das mãos. 
5- Fechar a torneira e a seguir ensaboá-la e esfregá-la. 
6- Friccionar o punho com movimentos rotatórios com o auxílio da palma da 
mão oposta. 
7- Repetir o movimento no punho oposto. 
8- Friccionar o dorso das mãos com auxílio da mão oposta. 
9- Repetir o movimento para a mão oposta. 
10- Unir as palmas das mãos, friccionando-as. 
11- Friccionar a região perineal dos dedos da mão com as pontas dos dedos da 
mão oposta. 
12- Repetir o movimento para a outra mão. 
13- Abrir a torneira. 
14- Enxaguar as mãos iniciando pelo punho sem repetir os movimentos. 
15- Enxaguar a torneira e fechá-la. 
16- Pegar o papel toalha e enxugar as mãos, seguindo a mesma sequência da 
lavagem ou posteriormente utilizar álcool glicerinado. 
17- Desprezar o papel toalha. 
 
O processo de fricção repetida deve ser realizado com as mãos e os antebraços 
voltados para baixo, evitando-se que o sabão e a água, já sujos, retornem às áreas limpas. 
Cinco fricções de cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os 
microrganismos. Após esse processo, as mãos não devem ser enxaguadas em água 
corrente, mas sim posicionadas sob a torneira com os dedos voltados para cima, de modo 
que a água escorra das mãos para os punhos. Após a lavagem, mantendo os dedos 
voltados para cima, secar as mãos com papel-toalha descartável, começando pelas mãos e, 
depois, os antebraços. O uso de sabão é suficiente para a lavagem rotineira das mãos. 
Em situações especiais, como surtos de infecção ou isolamento de microrganismo 
multirresistente, seguir as orientações do setor responsável pela prevenção e controle de 
infecção hospitalar. 
 
Atenção: o uso do álcool gel não substitui a lavagem das mãos com água e sabão! 
 
 Uso de Luvas - Luvas Esterilizadas e de Procedimentos: 
 
Outra barreirautilizada para o controle da disseminação de microrganismos no 
ambiente hospitalar são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger o paciente e 
o profissional de contaminação. As luvas esterilizadas, denominadas luvas cirúrgicas, são 
indicadas para a realização de procedimentos invasivos ou manipulação de material 
estéril, impedindo a deposição de microrganismos no local. Exemplos: cirurgias, suturas, 
curativos, cateterismo vesical, dentre outros. 
 
As luvas de procedimento são limpas, porém não esterilizadas, e seu uso é 
indicado para proteger o profissional durante a manipulação de material, quando do 
contato com superfícies contaminadas ou durante a execução de procedimentos com risco 
de exposição a sangue, fluidos corpóreos e secreções. Ex.: para realizar coleta de sangue e 
para realizar o banho no leito, dentre outros. Não há nenhum cuidado especial para calçá-
las, porém devem ser removidas da mesma maneira que a luva estéril, para evitar que o 
profissional se contamine. 
 
 Técnica de calçar e descalçar luvas estéreis: 
 
▪ Verifique se a numeração corresponda ao tamanho da sua mão. 
▪ Abra o pacote de luvas posicionando a abertura do envelope para cima e o punho 
em sua direção. 
▪ Toque somente a parte externa do pacote, mantendo estéreis a luva e a área 
interna do pacote. 
▪ Segure a luva pela dobra do punho, pois é a parte que irá se aderir à pele ao 
 
 
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calçá-la, única face que pode ser tocada com a mão não-enluvada - desta forma, 
sua parte externa se mantém estéril. 
▪ Para pegar a outra luva, introduza os dedos da mão enluvada sob a dobra do 
punho e calce-a, ajustando-a pela face externa. 
▪ Calçando a luva, mantenha distância dos mobiliários e as mãos em nível mais 
elevado, evitando a contaminação externa da mesma. 
 
Figura 2 (8) - Calçando Luvas Estéreis 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2015) 
 
Após o uso, as luvas estão contaminadas. Durante sua retirada, a face externa não 
deve tocar a pele. Para que isto não ocorra, puxe a primeira luva em direção aos dedos, 
segurando-a na altura do punho com a mão enluvada; em seguida, remova a segunda luva, 
segurando-a pela parte interna do punho e puxando-a em direção aos dedos. Esta face deve 
ser mantida voltada para dentro para evitar auto contaminação e infecção hospitalar. 
 
Figura 3 (8) - Retirando Luvas Estéreis 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2015) 
 
8.3 Necessidades Humanas Básicas - A teoria de Wanda Horta 
 
Wanda Horta, foi uma notável professora, que buscou ao longo de sua trajetória 
criar e transmitir um conceito de enfermagem que englobasse os aspectos, muitas vezes 
conflitantes, de arte humanitária, ciência e profissão. Adorava dar aulas que eram sempre 
enriquecidas por sua cultura geral e científica e seu maior prazer era acompanhar os estágios 
dos alunos. Ao retornar à Escola de Enfermagem da USP, em 1959, começa a desenvolver o 
núcleo central de seu trabalho que se constitui na elaboração de vasta fundamentação 
teórica para a enfermagem, culminando com a elaboração da Teoria das Necessidades 
Humanas Básicas. 
 
Essa teoria é considerada o ponto alto de seu trabalho, é a síntese da todas as suas 
pesquisas. A obra de Horta permite ser interpretada, na enfermagem brasileira, como um 
divisor de épocas - antes de se falar em teorias de enfermagem e depois, quando se fala 
sobre teorias de enfermagem construída por enfermeiros. Duas questões fundamentais 
foram perseguidas no trabalho de Wanda Horta. A primeira, a quem serve a enfermagem? 
 
Respondida finalmente em sua teoria como uma afirmação: "a enfermagem é um 
serviço prestado ao ser humano", e a segunda, com que se ocupa a enfermagem? 
Respondida então que "a enfermagem é parte integrante da equipe de saúde e como tal se 
ocupa em manter o equilíbrio dinâmico, prevenir desequilíbrios e reverter desequilíbrios em 
equilíbrio do ser humano". 
 
Em 1968 ela publica pela primeira vez seu próprio conceito de enfermagem: 
"Enfermagem é ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas 
necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência através da educação; de 
recuperar, manter e promover sua saúde, contando para isso com a colaboração de outros 
grupos profissionais". Suas realizações são tantas que se torna impossível enumerá-las. 
 
Que são necessidades humanas básicas? Há inúmeros conceitos, nenhum deles 
satisfaz plenamente, mas é possível estabelecer bases para futuras indagações, abordagens 
e reformulações. 
 
As necessidades não se manifestam, porém estão latentes e surgem com maior ou 
menor intensidade, dependendo do desequilíbrio instalado. São aquelas condições ou 
situações que o indivíduo, família e comunidade apresentam decorrentes do desequilíbrio 
de suas carências básicas que exijam uma resolução, podendo ser aparentes, conscientes, 
verbalizadas ou não. 
 
As necessidades são universais, portanto comuns a todos os seres humanos; o que 
varia de um indivíduo para outro é a sua manifestação e a maneira de satisfazê-la ou atendê-
la. Inúmeros fatores interferem na manifestação e atendimento; entre eles podem-se citar: 
individualidade, idade, sexo, cultura, escolaridade, fatores socioeconômicos, o ciclo saúde-
enfermidade, o ambiente físico. Veja no Quadro 1 (8) a seguir, a classificação das 
necessidades humanas básicas proposta por Wanda Horta. 
 
Quadro 1 (8) - Classificação das Necessidades Humanas Básicas 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Necessidades psicobiológicas Necessidades psicosociais 
Oxigenação, hidratação, nutrição, eliminação, sono e 
repouso, exercício, sexualidade, abrigo, mecânica corporal, 
motilidade cuidado corporal, integridade cutâneo mucosa, 
integridade física, regulação térmica, hormonal, neurológica, 
hidrossalina, eletrolítica, imunológica, crescimento celular, 
percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa 
ambiente, terapêutica. 
Segurança, amor, liberdade, comunicação, 
criatividade, aprendizagem (educação à saúde), 
gregária, recreação, lazer, espaço, orientação no 
tempo e espaço, aceitação, autorrealização, 
autoestima, participação, autoimagem, atenção, 
necessidadse psicoespirituais, religiosa ou 
teológica, ética ou de filosofia de vida. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2015) 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
13 
Todas estas necessidades estão intimamente inter-relacionadas, uma vez que 
fazem parte de um todo, o ser humano. É fundamental que se integre o conceito holístico 
do homem, ele é um todo indivisível, não é soma de suas partes. 
 
 Exemplos de manifestação de necessidades: 
 
Quando as necessidades se manifestam, são através de sinais e sintomas 
denominados problemas de enfermagem. A necessidade de oxigenação seria o processo de 
utilização de oxigênio nos fenômenos de oxirredução das atividades vitais. Estas 
manifestações podem ser evidenciadas pelos seguintes problemas de enfermagem: cianose, 
dispneia, lentidão, cansaço, fadiga, insegurança, coriza, tosse, hemorragia, sangramentos. 
 
A necessidade de amor é o processo dinâmico de troca de energia emocional 
positiva entre os seres vivos. Esta necessidade pode se manifestar por ansiedade, 
insegurança, tensão, rejeição, negativismo, indiferença, depressão, solidão, frustração, 
choro. Estes dois exemplos talvez possam ilustrar toda a complexidade do estudo da 
enfermagem. 
 
8.3.1 Nutrição 
 
O corpo humano requer energia (calorias) para funcionar de maneira apropriada. 
Esta necessidade é atendida pela combinação de diferentes alimentos e levar em 
consideração a taxa de metabolismo basal (TMB), a atividade física do indivíduo, a ação 
dinâmico-específica dos alimentos e as necessidades adicionais em condições especiais 
como lesões ou doenças. 
 
O ser humano requer mais de 40 nutrientes, numa base regular, para manter a sua 
saúde. Tais nutrientes incluem: proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, sais minerais, 
fibras e água. Através de uma alimentação saudável, bem balanceada e dos processosde 
digestão, absorção e metabolismo dos alimentos, a energia e os vários nutrientes 
necessários são obtidos adequadamente. O bom estado nutricional é um importante 
parâmetro da adequação nutricional e, sem dúvida, causa impacto na qualidade de vida do 
indivíduo. 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a maioria dos governos têm publicado 
recomendações de ingestão diária de nutrientes para indivíduos saudáveis, que, por sua vez, 
sofrem adaptações, para mais ou para menos, em situações de doença. Em situações 
normais, uma pessoa que mantém uma alimentação balanceada, intercalando e integrando 
os elementos da pirâmide alimentar, consegue suprir grande parte das necessidades 
nutricionais requeridas para o pleno funcionamento do organismo. Veja na figura 4(8) a 
seguir, a pirâmide alimentar: 
 
 
 
Figura 4 (8) - Pirâmide alimentar 
 
Fonte: Thais Arraes (2016) 
 
O profissional de enfermagem tem a responsabilidade de acompanhar seus 
clientes, tanto em seus domicílios quanto no hospital, preparando o ambiente e auxiliando-
os durante as refeições. Os pacientes impossibilitados de alimentar-se sozinhos devem ser 
assistidos pela enfermagem, a qual deve providenciar os cuidados necessários de acordo 
com o grau de dependência existente. 
 
8.3.2 Hidratação 
 
A água é o líquido fundamental para a vida. O corpo humano é constituído de mais 
de 60% de água, o que faz dela um nutriente indispensável à saúde. Todo o 
funcionamento do organismo depende da água. Além de distribuir os nutrientes pelos 
diferentes órgãos do corpo, a água ajuda a regular a temperatura do corpo, eliminar as 
toxinas através da urina e da transpiração e a estimular o trânsito intestinal. Sendo assim, 
quando há pouca água no corpo, o organismo sofre prejuízos. 
 
Nosso organismo necessita repor a água perdida diariamente. Eliminamos cerca de 
dois litros através da urina, do suor e das fezes. Se essa quantidade de líquido não for 
reposta, entramos num processo de desidratação e intoxicação. E não é só isso: quando 
ingerimos um alimento, parte dele é absorvido pelo nosso organismo (as proteínas, as 
gorduras e o açúcar). Os restos, as toxinas, são eliminados pela urina. O órgão responsável 
por esse trabalho é o rim. Se ingerirmos pouco líquido, o rim fica sobrecarregado e não têm 
as condições ideais para realizar esse processo de filtração. Nesse processo perdemos 
também sais minerais, principalmente potássio e sódio. Então, se por um lado é preciso 
tomar água para facilitar a filtração pelos rins, por outro, ela não pode ser ingerida em 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
15 
excesso para que a perda de sais minerais não seja grande. 
 
Apesar de a quantidade depender da temperatura do dia, da intensidade da 
atividade que se realiza, do tipo de trabalho, se exposto ao sol ou não, os especialistas 
aconselham a ingestão de no mínimo dois litros de água por dia. Os dois litros de água 
recomendados devem ser ingeridos em quantidades e intervalos regulares. A sede, que é 
causada pela baixa quantidade de água dentro das células, diminuindo a eliminação de água 
pelos rins e por meio da saliva, é um sinal do organismo indicando que o indivíduo deve 
beber água. 
 
8.3.3 Eliminações 
 
Nosso organismo possui um sistema de purificação e eliminação de toxinas para 
manter sua higiene interna. Este sistema funciona lançando ao meio externo o produto final 
e indesejável do organismo, ou seja, todo o material que não foi absorvido e aproveitado da 
alimentação e respiração. A eliminação deficiente faz com que o sangue que circula fique 
intoxicado, e este, ao banhar áreas mais frágeis, favorecerá a assimilação de material tóxico 
por células deficientes, facilitando a formação de doenças. Isto gera um desequilíbrio no 
organismo. 
 
Quando a eliminação está equilibrada e adequada às necessidades da pessoa, o 
material tóxico acumulado em áreas sensíveis do corpo é eliminado com maior rapidez, 
promovendo o equilíbrio orgânico e ativando a renovação celular por células mais fortes e 
saudáveis. O intestino grosso é o local onde as toxinas são eliminadas. Por este motivo, o 
consideramos como ponto de partida de todas as enfermidades. As toxinas não eliminadas 
favorecem o surgimento de bactérias, fungos vivos e vermes, que povoarão e causarão um 
desequilíbrio no intestino. 
 
O rim tem habitualmente duas funções principais: a eliminação dos produtos 
tóxicos e o controle das concentrações dos constituintes da linfa, sangue, líquido 
extracelular. O sistema urinário tem importante papel para a manutenção da acidez do 
organismo. Quando determinado organismo tem uma produção exagerada de ácido, temos 
como consequência, sobrecarga na função de eliminação dos rins, dificultando e levando à 
exaustão. Para preservar a função renal contribuindo para facilitar o processo de eliminação 
de produtos tóxicos, devemos beber bastante água. 
 
8.3.4 Higiene 
 
As mudanças dos hábitos de higiene na evolução humana são um dos fatores mais 
significativos para que o homem de hoje tenha uma maior longevidade. Com o passar do 
tempo ele aprendeu os padrões nutritivos de sua alimentação e a cuidar melhor da higiene 
de seu corpo, assim, várias doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados e a 
falta de higiene diminuíram sensivelmente, levando-o a melhorar a sua qualidade de vida. 
 
A higiene pessoal é muito importante para a saúde do indivíduo e, também, para o 
seu relacionamento com a sociedade. O asseio com o corpo, ou a falta dele, demonstra o 
grau de compromisso que o indivíduo tem consigo mesmo. Uma pessoa asseada é 
facilmente aceita pelos demais membros de seu grupo social, tem sua autoestima elevada e, 
consequentemente, vive mais feliz. Diferente de uma pessoa sem zelo com o seu próprio 
corpo, que pode ficar com sua autoestima baixa, além de sofrer perseguições e apelidos por 
parte dos seus companheiros. 
 
A higiene pessoal é também uma forma eficaz para evitarmos algumas doenças e 
vivermos com mais saúde. Se não cuidarmos devidamente da limpeza de nosso corpo, 
ficamos expostos aos microrganismos que são nocivos à saúde humana. As doenças e 
problemas mais frequentes decorrente da falta de higiene são: 
 
▪ Micoses - manchas brancas ou vermelhas que surgem na pele, podem resultar da 
falta de asseio; 
▪ Pé-de-atleta - tipo de micose que acomete os dedos e se propaga para a planta 
dos pés, provocando coceiras. A contaminação ocorre quando a pessoa caminha 
descalça em pisos úmidos e sujos; 
▪ Piolhos - parasitas que atacam o couro cabeludo, a ação dos piolhos provoca 
coceira; 
▪ Mau hálito é provocado, dentre outros fatores, pela presença de restos de 
alimentos entre os dentes; etc. 
 
Portanto, adotar hábitos de higiene é trabalhar pela saúde individual e coletiva, 
evitando assim, transtornos e gastos com consultas a especialistas da área de Saúde e 
medicamentos. 
 
8.3.5 Sono e Repouso 
 
Sono é o nome dado ao repouso que fazemos em períodos de cerca de 8 horas em 
intervalos de cerca de 24 horas. Durante esse período nosso organismo realiza funções 
importantíssimas com consequências diretas à saúde. 
 
 Funções do sono: 
 
O sono é uma necessidade humana básica, mas muitas pessoas sabem muito 
pouco sobre o sono e a sua importância e tentam se manter com poucas horas de sono. 
 
Apesar das razões exatas para a existência do sono permanecerem um mistério, 
sabemos que durante o sono muitos dos principais órgãos do corpo e sistemas regulatórios 
continuam a trabalhar ativamente. Na realidade, algumas partes do corpo aumentam a sua 
atividade de forma acentuada e o organismo produz maior quantidade de determinados 
hormônios. Durante o sono, o cérebro classifica e armazena memórias e o corpo se recupera 
dos desgastes do dia. 
 
Dormir bem é essencial não apenas para ficar acordado no dia seguinte, mas, para 
manter-se saudável e melhorar a qualidade de vida. Nosso desempenho físico e mental está 
diretamente ligado a uma boa noite de sono. O efeito deuma madrugada em claro é 
semelhante ao de uma embriaguez leve: a coordenação motora é prejudicada e a 
capacidade de raciocínio fica comprometida, ou seja, sem o merecido descanso o organismo 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
17 
deixa de cumprir uma série de tarefas importantíssimas. 
 
Na infância, cerca de 90% do hormônio do crescimento é liberado durante o sono, 
crianças que dormem mal têm mais chances de ter problemas no seu desenvolvimento 
físico. O hormônio do crescimento continua sendo liberado mesmo na fase adulta. Embora 
em doses menores, isso continua ocorrendo durante o sono. Em pessoas adultas ele evita a 
flacidez muscular e garante vigor físico. 
 
Em estudo realizado pela Universidade de Chicago – EUA, onze pessoas com idades 
entre 18 e 27 anos foram impedidas de dormir mais de quatro horas durante seis dias. O 
efeito foi assustador. No final do período, o funcionamento do organismo delas era 
comparado ao de uma pessoa de 60 anos de idade. E os níveis de insulina eram semelhantes 
aos dos portadores de diabetes. 
 
O sono também contribui para o bem-estar mental e emocional. Pessoas que 
conseguem dormir bem possuem uma maior capacidade de concentração, autocontrole e 
realização de tarefas pessoais e profissionais. Dormir pouco altera negativamente a 
capacidade de concentração, aprendizagem, raciocínio lógico e memória do indivíduo. Em 
relação à quantidade de horas de sono necessárias para um repouso adequado, não existe 
um consenso entre os especialistas, mas é comum em torno de sete horas de sono. 
 
 Fatores que influenciam a qualidade do sono: 
 
As interferências ao sono poderiam ser classificadas em externas e orgânicas. Como 
exemplos de interferências externas poderíamos citar os trabalhos noturnos ou turnos 
rotativos, os eventuais problemas com fusos horários, em casos de viagens; as pessoas 
chamadas de corujas, que possuem mais energia ao entardecer e as chamadas de cotovias, 
deitam-se muito cedo e dormem cada vez menos com o passar do tempo. Para exemplificar 
interferências orgânicas ou distúrbios do sono, podemos citar o ronco, a apneia, a insônia, a 
narcolepsia, o bruxismo, a síndrome das pernas inquietas e outras. O ronco e o bruxismo, 
geralmente, incomodam mais quem dorme nas proximidades do que quem apresenta o 
quadro clínico. 
 
A apneia é o fechamento – colabamento - da passagem de ar ao nível da garganta 
pelos próprios tecidos da mesma, por isso frequentemente está associada ao ronco, com 
consequente parada da respiração. Esse fechamento pode demorar vários segundos e até 
mesmo causar a morte súbita. Quem possui essa disfunção nem sempre a percebe e 
apresenta noites com “dorme e acorda” que podem chegar a 300 vezes. 
 
O ronco e a apneia podem ser evitados. Algumas providências podem ser tomadas 
como desde um posicionamento correto na cama à eliminação do hábito de tomar bebidas 
alcoólicas antes de dormir. A perda de peso pode eliminar depósitos de gordura na região do 
pescoço que são prejudiciais à passagem de ar, mas, alguns casos persistem e necessitam de 
tratamento. 
 
A necessidade de sono e repouso está afetada principalmente no pós-operatório 
imediato, de pacientes submetidos à procedimentos cirúrgicos na laringe, devido à 
frequência de acessos de tosse e ao aumento da produção de secreções brônquicas. 
Também outros fatores decorrentes da cirurgia podem influenciar o repouso dos 
laringectomizados no pós-operatório imediato, como a dor e a rigidez muscular cervical. 
Para ajudar o laringectomizado a satisfazer esta necessidade, a enfermagem deve gerir os 
períodos de repouso com a administração de analgésicos, antitússicos e indutores do sono, 
quando estes estiverem prescritos.O papel da enfermagem 
 
Para promover um sono repousante normal para os clientes, o enfermeiro deve 
avaliar seus padrões de sono através do histórico de enfermagem e assim, obterá 
informações a respeito dos fatores que podem estar influenciando o sono. Após identificar 
estes o enfermeiro deve realizar prescrições de enfermagem, que deverão ser realizadas por 
toda equipe, para tentar atender à necessidade do cliente. Estas prescrições consistem 
basicamente em orientações para melhorar o padrão de sono, e toda a equipe de 
enfermagem pode e deve fornecer estas orientações. Abaixo, são listadas prescrições de 
enfermagem para o diagnóstico de Padrão do Sono Perturbado. 
 
▪ Manter regularidade no horário de dormir e acordar. 
▪ Não compensar uma noite mal dormida com prolongamento do sono pela manhã 
ou com cochilos diurnos. 
▪ Utilizar o quarto apenas para dormir ou para as relações íntimas, evitar utilizá-lo 
para ler, ver televisão, comer... 
▪ Evitar dormir com fome. Uma boa dica é beber um copo de leite morno. 
▪ Evitar muitos líquidos a noite, pois ocorre a necessidade de urinar interrompendo 
a sequência do sono... 
▪ Dar intervalo de duas horas entre a refeição e a hora de deitar. 
▪ Evitar uso de estimulantes como café, chá preto, pois causa ansiedade e insônia. 
▪ Tomar banho em temperatura agradável e fazer um pequeno lanche. 
 
Os níveis de ansiedade e stress induzidos pela doença oncológica, por cirurgias de 
grande porte, agendadas, afetam o sono do paciente e seus acompanhantes. O papel da 
enfermagem passa pela escuta ativa dos medos e receios do doente, tentando desmistificar 
a cirurgia, a patologia ou simplesmente permitindo que o cliente fale sobre seus problemas. 
Também podemos usar de recursos e técnicas de relaxamento, encaminhamento para a 
psicóloga, se necessário, juntamente com a administração da terapêutica indutora do sono 
prescrita, são estratégias recomendadas para ajudar o doente a satisfazer esta necessidade 
humana básica. 
 
Quem dorme pouco costuma ter menos vigor físico, envelhece mais precoce, está 
mais sujeito a infecções, obesidade, hipertensão e ao diabetes. A leptina, hormônio que 
controla a sensação de saciedade é liberado durante o sono, ou seja, quem dorme menos 
costuma comer mais e engordar mais, pois sente mais fome que as outras pessoas. Dormir 
pouco também contribui para o desenvolvimento da diabetes, pois a falta de sono inibe a 
produção de insulina, o que faz a taxa de açúcar no sangue subir e eleva a quantidade de 
cortisol, o hormônio do estresse. É por esse e outros motivos que é muito importante ter 
uma boa noite de sono todos os dias. 
 
Atenção: Não é benéfico esforçar-se para dormir. O esforço, usualmente é 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
19 
acompanhado por ansiedade e estimulação que se traduzem em mais insônia. 
 
8.3.6 Conforto do Paciente 
 
O bem-estar é elemento comum nas descrições de conforto, que pode ser definido 
como a experiência de ter atendidas as necessidades humanas básicas para alívio, calma e 
transcendência. Na medida em que o paciente não apresentar as suas necessidades básicas 
atendidas, se faz necessário a intervenção da enfermagem para maximizar o conforto. O 
conforto esperado em uma residência, é o mesmo desejado em um ambiente hospitalar, 
que deve incluir: espaço que permita a privacidade de seus moradores; aquecimento, no 
sentido de calor natural; calma e silêncio, e personalização, ou seja, torná-lo próprio de 
alguém. Alguns pacientes têm necessidade do toque e da conversa, bem como necessitam 
ser ouvidos. O relacionamento harmônico com os profissionais de saúde também influencia 
no conforto do paciente, pois este, precisa se sentir seguro. 
 
As situações de conforto para um paciente que irá submeter-se à cirurgia 
relacionam-se a visita da família, a ser bem medicado, a receber orientações, a visita e ao 
bom atendimento dos médicos e dos enfermeiros, a tranquilidade, a paz, a calma, a ausência 
de dor. Considerando a relação existente entre o conforto do paciente e o trabalho da 
enfermagem, e a constatação de que as ações de enfermagem devem procurar responder as 
expectativas dos pacientes, podemos perceber quais medidas devem ser adotadas para 
proporcionar este conforto, tais como: 
 
▪ Ambiente limpo,arejado, em ordem, temperatura adequada e leito confortável; 
▪ Boa postura do paciente: realizar mudança de decúbito; movimentação ativa ou 
passiva; 
▪ Respeito quanto a individualidade do paciente; 
▪ Inspirar sentimento de confiança, segurança e otimismo; 
▪ Recreação através de atrativos. Exemplos: TV, grupos de conversa, trabalhos 
manuais, leituras. 
▪ Realizar massagem de conforto; 
▪ Realizar medidas para alívio da dor; 
▪ Higiene corporal, sempre que necessário. 
 
Pacientes que permanecem muito tempo acamados requerem uma atenção 
especial, os inconscientes geralmente apresentam reflexos alterados, com diminuição ou 
abolição de movimentos voluntários. A imobilização pode facilitar complicações 
traqueobrônquicas; a circulação pode tornar-se deficiente em determinados pontos da área 
corpórea, onde sofrem maior pressão, provocando ulcerações; o relaxamento muscular e a 
posição incorreta dos vários segmentos do corpo pode provocar deformidades. A mudança 
de decúbito, exercícios passivos e massagem de conforto são medidas utilizadas para 
prevenir. 
 
 Como colocar e retirar comadre do paciente acamado: 
 
Uma comadre hospitalar é um acessório que tem a função de ajudar pacientes 
acamados a fazerem as suas necessidade fisiológicas. Normalmente são feitos de plástico ou 
aço inoxidável. Para realizar este procedimento é necessário: Comadre, Papel higiênico, 
Biombos, Bacia com água morna, Toalha de banho e Sabonete. 
 
 Técnica do procedimento 
 
1- Lavar as mãos; 
2- Identificar o paciente; 
3- Cercar a cama com biombos; 
4- Explicar ao paciente o que vai ser feito; 
5- Reunir o material necessário junto a unidade; 
6- Colocar as luvas de procedimento; 
7- Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fricção em sua superfície, com a 
extremidade sobre o lençol ou colocando-a em contato com água quente; 
8- Pedir ao paciente para levantar os quadris e se ele estiver impossibilitado, levantar 
por ele, com a ajuda de outro funcionário da Enfermagem; 
9- Colocar a comadre sob os quadris; 
10- Deixar o paciente sozinho, sempre que possível; 
11- Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame; 
12- Entregar papel higiênico ao paciente, orientando-o sobre a higiene intima e se 
necessário, realize por ele. 
13- Se fezes, realizar a higiene dos genitais todas as vezes que se fizer necessário. 
14- Pedir novamente ao paciente ajuda, que levante o quadril, colocando força na 
planta dos pés na cama, e se necessário, realize o procedimento com ajuda. 
15- Retirar a comadre; após a higiene. 
16- Fornecer bacia com água para que o paciente lave as mãos; 
17- Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos; 
18- Lavar o material; 
19- Colocar o material restante no lugar; 
20- Deixar o paciente em posição confortável; 
21- Desprezar as luvas e lavar as mãos; 
22- Anotar no prontuário. 
 
Observação - Não deixar um paciente esperando pela comadre, por se tratar de 
um ato fisiológico a espera pode levar a angústia física e emocional, podendo ocorrer 
diminuição do tônus dos esfíncteres. Por se tratar de um momento íntimo, muitos 
pacientes tem que ficar sozinhos, pois se sentem inibidos, não conseguindo evacuar perto 
de outras pessoas. 
 
 
 Massagem de conforto: 
 
É a massagem corporal realizada durante o banho de leito, e aconselhável ainda, 
após o uso de comadre e durante a mudança de decúbito. Tem a finalidade de estimular a 
circulação local, prevenir úlceras por pressão, proporcionar conforto, bem estar e 
possibilitar relaxamento muscular e reduzindo risco de atrofias em pacientes acamados. 
Para realizar este procedimento é necessário creme, para facilitar o deslizamento das mãos. 
 
 
 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
21 
 Técnica do procedimento: 
 
1- Aproximar o paciente na lateral do leito, onde se encontra a pessoa que irá fazer 
a massagem; 
2- Virar o paciente em decúbito ventral ou lateral; 
3- Após lavar as costas, despejar na palma da mão pequena quantidade de creme; 
4- Aplicar nas costas do paciente massageando com movimentos suaves e firmes, 
seguindo a seguinte orientação: 
 
a) Deslizar as mãos suavemente, começando pela base da espinha e 
massageando em direção ao centro, em volta dos ombros e dos lados das 
costas por quatro vezes; 
b) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro e para cima da espinha, 
voltando para baixo com movimentos circulares por quatro vezes; 
c) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro da espinha e para cima, 
retornando para baixo massageando com a palma da mão, executando 
círculos pequenos; 
d) Repetir os movimentos longos e suaves que deram início a massagem, por 
três a cinco minutos e continuar com o banho ou mudança de decúbito. 
 
8.4 Anamnese 
 
Chama-se anamnese a entrevista realizada com o objetivo de conhecer o histórico 
relativo à saúde física e mental do paciente. A finalidade da anamnese é promover um 
intercâmbio das informações entre o paciente e a enfermagem e assim identificar os 
principais sinais e sintomas e a causa do problema. Para uma boa anamnese, é 
importante: 
 
▪ Motivar o paciente a falar com perguntas abertas; 
▪ Deixá-lo falar sem interromper a conversa antes que ele termine; 
▪ Observar detalhes como: aparência, humor, fala. 
▪ Evitar tranquilizar o paciente antes de identificar o problema; 
▪ Demonstrar interesse e compreensão pelo que o paciente diz através de sua 
expressão facial, movimentos corporais e tom de voz. 
 
8.4.1 Estrutura da Anamnese 
 
1- Identificação ou dados bibliográficos - É importante para reconhecer quem é o 
paciente e a que possíveis doenças está exposto. 
 
▪ Data e hora da entrevista; 
▪ Nome; 
▪ Endereço, Telefone, Idade, Raça, religião; 
▪ Estado civil; 
▪ Profissão. 
 
Repita as informações para verificar a exatidão. 
2- Queixa principal e duração - Motivo pelo qual foi buscado o atendimento. 
 
▪ Por que você procurou o hospital? (Motivo imediato pelo qual o paciente 
procurou o serviço de saúde). 
▪ Há quanto tempo essa preocupação existe? (Estabeleça o momento exato 
do início da queixa). 
 
3- História da doença atual - Tem a finalidade de ampliar a descrição da queixa 
principal e relacioná-la com outros sintomas. 
 
▪ Modo como começou a doença (os sintomas), se súbito ou gradativo. 
▪ Duração e frequência dos sintomas atuais. 
▪ História de uma crise típica e com sintomas associados. 
▪ Perguntar sobre tratamentos prévios e prescrições médica. 
 
4- História patológica pregressa: 
 
▪ Perguntas sobre a saúde do cliente antes da doença, muitas vezes a queixa é 
uma complicação de uma doença que já existia. 
▪ Que doenças você sabe que possui? Desde quando? 
▪ Já teve alguma doença infecciosa? (Sarampo, caxumba, pneumonia, 
tuberculose...) quais vacinas você já tomou? 
▪ Já fez alguma cirurgia? Quando? Por quê? 
▪ Já teve algum traumatismo, lesão? 
 
5- História Familiar - Devemos conhecer a história familiar do cliente, pois há 
doenças com reconhecido fator genético importante, outras em que a 
convivência com pessoas afetadas aumenta a chance de contágio. Por isso 
perguntar sempre sobre: 
▪ Estado de saúde dos pais e avós, ou causas de suas mortes. 
▪ Doenças em filhos, irmãos e irmãs. 
▪ Casos de doenças cardiovasculares, hipercolesterolemia, hipertensão arterial, 
diabetes e câncer na família. 
 
6- História social - Procure saber um pouco sobre a rotina do seu cliente, gostos, 
dúvidas, relação com familiares, situação profissional e planos; além de 
fortalecer a relação com o paciente, alguns desses problemas podem ter grande 
impacto sobre a saúde do paciente. 
 
▪ Ao fim, pergunte se há algo que o cliente queira dizer ou perguntar. Se 
necessário, confirme os dados. 
 
8.5 Exame Físico 
 
Terminada a anamnese, passa-se a realização do exame físico. Contudo, isso não 
quer dizer que o examinador esteja proibido de continuar suas indagações. Pelo contrário, 
haverá sempre oportunidade para completar um ou outro ponto que não ficou bem 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
23 
esclarecido. O exame físicodeve ser realizado na direção cefalocaudal (da cabeça aos pés), 
considerando os sistemas e vísceras nas diferentes regiões que devem ser avaliadas. 
 
Princípios gerais: o exame deve ser feito em local tranquilo e bem iluminado, 
respeitando a privacidade do cliente. Como em outros procedimentos, peça autorização do 
cliente e forneça informações do porquê e como será realizada cada etapa do exame. 
 
8.5.1 Técnicas de Exames Físicos 
 
▪ Inspeção: A inspeção consiste no processo de observação, um exame visual das 
partes do corpo. Com a inspeção pode-se dar conta do aspecto geral da área 
examinada e das características específicas em relação ao tamanho, forma, 
posição anatômica, textura, movimento e simetria. Devemos observar a postura, 
os movimentos corporais, condições de higiene e padrão de fala. A prática leva o 
profissional a perceber as variações de uma pessoa para a outra. 
▪ Palpação: as mãos são nossos instrumentos de palpação, com elas nós 
percebemos alterações específicas com relação à forma, textura, espessura, 
sensibilidade e volume. Muitas vezes não podemos ver determinadas estruturas 
corporais, mas, com o toque podemos identificar alguma alteração como, por 
exemplo: tireoide ou linfonodos aumentados. 
 
ATENÇÃO: ao examinar o abdome, a ausculta deve ser feita antes da palpação e 
da percussão, para evitar alterações nos sons intestinais. 
 
▪ Percussão: consiste em golpear a superfície do corpo com a ponta dos dedos para 
produzir som, avaliar o tamanho e consistência dos órgãos, bem como para 
descobrir líquidos nas cavidades corporais. Devemos observar o som e a 
resistência oferecida pela região golpeada. É uma prática que requer bastante 
habilidade. Os dois métodos de percussão são o direto e o indireto. O método 
direto envolve o golpeamento da região examinada diretamente com um ou dois 
dedos. O método indireto, é feito com o dedo indicador ou o dedo médio da mão 
dominante, pressionando-o firmemente sobre a zona a ser percutida. Com o 
dedo médio da outra mão, que deve estar um pouco flexionado, golpeia-se o 
dedo a ser percutido, produzindo-se os sons. 
 
 São cinco os sons básicos da percussão: 
 
▪ Timpânico: como um tambor (víscera vazia, exemplo: fundo do estômago) 
▪ Ressonância: oco (pulmão normal) 
▪ Hiper-ressonante: vibrante (pulmão enfisematoso); 
▪ Maciço: sólido (víscera cheia, ou fígado); 
▪ Som claro (submacicez): músculo. 
 
▪ Ausculta: consiste em escutar sons produzidos por diferentes órgãos do corpo. É 
útil para avaliação dos sons emitidos pelo coração, pelos pulmões, pelos 
intestinos e vasos. O estudante deve primeiramente aprender os sons normais 
criados pelo sistema cardiovascular, respiratório e gastrintestinal. Os sons 
anormais podem ser reconhecidos apenas depois de aprendidas as variações 
normais. Para auscultar corretamente é necessário uma boa audição e um bom 
estetoscópio (que deve ser colocado na pele sem roupas, pois o tecido abafa os 
sons). É importante estar familiarizado com o estetoscópio, é proveitoso praticar 
seu uso com um amigo. A ausculta requer concentração e prática. Fechar os olhos 
pode ajudar a focalizar determinado som. 
 
Os exemplos de fenômenos acústicos clinicamente importantes, incluem os 
murmúrios vesiculares (sons percebidos durante a ausculta normal dos pulmões) 
e os ruídos adventícios (sons anormais durante a ausculta pulmonar). 
 
8.5.2 Exame Físico Geral 
 
 
O exame físico geral constitui-se como importante ferramenta ao raciocínio clínico 
e a sua realização estreita a relação entre o profissional de saúde e o paciente/cliente. É 
fundamental que se realize de maneira completa, minuciosa e se peça permissão ao 
paciente para examiná-lo, fornecendo informações do porquê e como será realizada cada 
etapa do exame. 
 
O exame físico pode ser dividido em parâmetros qualitativos (subjetivos) e 
quantitativos (objetivos). Desta forma, a experiência, tanto para adquirir um padrão de 
normalidade como para obter maior precisão da técnica, será um fator que tornará o 
exame mais preciso. 
 
 Parâmetros Qualitativos 
 
Dos parâmetros qualitativos, um dos primeiros a serem notados é o estado geral 
do paciente. Este pode ser bom, regular e mau (BEG, REG, MEG) levando-se em conta o 
contexto (ambulatório ou enfermaria, por exemplo). Um paciente que conversa 
normalmente sem sinais de doença grave, encontra-se em BEG. Já um paciente com alguma 
alteração de normalidade pode ser classificado em estado geral regular. Por fim, um paciente 
com doença debilitante, por exemplo, que não consiga nem se sentar, encontra-se em MEG. 
 
Em seguida avaliamos a coloração, se o paciente está corado (normocorado) ou 
não, descorado ou pálido (hipocorado). A presença de palidez é um sinal indireto da 
presença de anemia. Todavia, a simples observação da pele está sujeita a erros, já que no 
frio pode ocorrer vasoconstrição e a pele tornar-se pálida. Assim, um paciente que aparenta 
ter um grau leve de anemia seria classificado como descorado 3+/4+ (três cruzes em quatro). 
Esta graduação parte de um parâmetro pessoal e, portanto, sujeita a erros, nem sempre se 
correlacionando à medida laboratorial de hemoglobinas. 
 
O próximo sinal a ser observado é se há presença de icterícia. A icterícia significa 
um aumento de bilirrubinas no sangue, que pode ser devido a uma doença no fígado, entre 
outras coisas. Esta pode ser observada por uma coloração amarelada da pele, freio da 
língua e esclera do olho. De preferência procura-se observar o paciente na presença de luz 
natural, já que luzes artificiais podem diminuir a visão da cor amarelada da esclerótica. Por 
ser um sinal qualitativo, o grau de icterícia também é medido em cruzes, sendo uma para o 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
25 
paciente levemente ictérico e quatro para aquele intensamente ictérico. Os pacientes que 
não apresentam icterícia são ditos anictéricos. 
 
Outro sinal importante é a presença de cianose, que se traduz por uma coloração 
azulada mais facilmente vista nos lábios, extremidades (leito ungueal-unhas), e pavilhões 
auriculares. A cianose ocorre por um aumento da concentração de hemoglobina reduzida 
(não ligada ao oxigênio) o que pode ser devido à uma má oxigenação do sangue. Se o 
paciente não apresenta cianose, é dito acianótico. Como nos outros sinais, o grau de 
cianose é aferido por cruzes, sendo uma, cianose leve e quatro, um grau mais importante. 
 
Hidratação é aferida pela observação da umidade das mucosas, principalmente oral 
e língua. Em um paciente hidratado, a pele tem turgor (consistência) elástico. Em idosos, 
pode ocorrer uma diminuição fisiológica da umidade da mucosa e a pele tem alteração do 
turgor, dificultando o achado de desidratação. Em criança, o turgor da pele pode ser notado 
fazendo-se uma prega no abdome e outro sinal de desidratação é a fontanela (moleira) 
deprimida. 
 
O nível de desidratação pode ser medido pelo sistema de cruzes indo de uma 
(quadro leve) à quatro (quadro grave). Deve-se ter em mente que dificilmente, um adulto 
consciente, com acesso a água e sem vômitos ou diarreia apresentará quadro de 
desidratação. Além da falta de hidratação, pode ocorrer o seu excesso, que é o chamado 
edema. Este pode ser notado ao realizar- se pressão na região pré-tibial e persistindo-se a 
impressão do dedo na pele. 
 
O edema ou inchaço, ocorre a partir do aumento da permeabilidade vascular aos 
componentes do sangue, o que leva ao extravasamento do líquido de dentro do vaso 
para o espaço intersticial extracelular (fora da célula). 
 
 Parâmetros Quantitativos: 
 
Os parâmetros quantitativos incluem a medida do pulso, frequência respiratória, 
pressão arterial, temperatura, peso e altura. A descrição detalhada destes parâmetros 
encontram-se logo abaixo. 
 
▪ Medidas Antropométricas - É o ato de verificar peso e altura. Tem a finalidade de 
acompanhar o crescimento pôndero-estatural, detectar variações patológicas do 
equilíbrio entre peso e altura. 
 
 Método de verificaçãodo peso: 
 
▪ Forrar a balança com papel toalha; 
▪ Regular ou tarar a balança; 
▪ Solicitar ao paciente que use roupas leves ; 
▪ Auxiliar o paciente a subir na balança, sem calçados, colocando-o no centro da 
mesma, com os pés unidos e os braços soltos ao lado do corpo; 
▪ Mover o indicador de quilos até a marca do peso aproximado do paciente; 
▪ Mover o indicador de gramas até equilibrar o fiel da balança; 
▪ Ler e anotar o peso indicado na escala; 
▪ Auxiliar o paciente a descer da balança; 
▪ Colocar os mostradores em zero e travar a balança. 
 
 Método de verificação de estatura: 
 
▪ Colocar o paciente de costas para a escala de medida; 
▪ Suspender a escala métrica, fazendo com que a haste repouse sobre a cabeça do 
paciente; 
▪ Manter o paciente em posição ereta, com a cabeça em posição anatômica com 
os pés unidos; 
▪ Travar a haste; 
▪ Auxiliar o paciente a descer da balança; 
▪ Realizar a leitura e anotar. 
▪ Destravar e descer a haste 
 
Observação: Para verificação de peso e estatura de crianças existem balança e 
régua apropriada, onde a criança permanece deitada. 
 
▪ Balanço Hídrico - Balanço hídrico é o processo de observação e registro da 
quantidade de líquidos administrados e eliminados pelo paciente no período de 
24 horas, com o objetivo de verificar perdas e/ou ganhos de líquidos e eletrólitos. 
A manutenção da quantidade adequada de líquidos no organismo e de seus 
elementos são fatores essenciais para a vida, pois os líquidos correspondem 
aproximadamente 50 a 70% do peso corporal exercendo um papel importante no 
organismo, como: 
 
▪ Transporte de oxigênio e nutrientes para a célula e remoção dos produtos de 
degradação. 
▪ Manutenção do equilíbrio físico e químico. 
 
A eliminação de líquidos é denominada perda sensível (mensurável, que 
podemos medir) e perda insensível (não mensurável). A água é eliminada do 
organismo pela pele, quando transpiramos, pelos rins, quando urinamos, pelo 
intestino, através das fezes e pelos pulmões durante as respirações. 
 
Aproximadamente 300 a 500 ml são eliminados pelos pulmões em 24 horas e 
aproximadamente 500ml/dia de água são eliminados pela pele através da 
transpiração. A quantidade de perda insensível, em um adulto, é de 
aproximadamente 500 a 1.000 ml/dia. As perdas por via gastrintestinal são 
apenas de 100 a 200 ml/dia aproximadamente, devido à reabsorção da maior 
parte do líquido que ocorre no intestino delgado. O aumento de perdas pelo 
trato gastrintestinal pode ocorrer em casos de diarreia. Perdas significantes pela 
transpiração ocorrem se a temperatura do paciente excede 38,3°C ou se a 
temperatura ambiental for superior a 35°C. 
 
O interior do organismo necessita manter a homeostase, ou seja o equilíbrio, 
para isso, o ganho e perda de líquidos deve ser relativamente iguais em 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
27 
indivíduos saudáveis. O controle diário de peso de pacientes com desequilíbrios 
hídricos é de fundamental importância. A medida verificada do peso corporal é o 
melhor indicador de ganhos e perdas realizado no balanço hídrico. Uma perda ou 
um ganho de 1Kg reflete uma perda ou ganho de 1 litro de água corporal. 
 
 
 Líquidos Administrados: 
 
▪ Soros; 
▪ Medicações EV; 
▪ Diluição de medicações (EV e VO); 
▪ Sangue e derivados; 
▪ Medicações VO líquidas (nistatina, óleo mineral); 
▪ Controle de líquidos fornecido pela copa (ver coerência em relação à aceitação); 
▪ Sonda nasoenteral: dieta. 
 
 Líquidos Eliminados: 
 
▪ Urina; 
▪ Fezes (diarreia); 
▪ Vômitos; 
▪ Drenagens 
▪ Sangramentos. 
 
 Medidas Importantes ao Controle: 
 
▪ Aspecto (acolia, melena, com sangue) e quantidade das fezes (P, M, G). Medir as 
diarreias; 
▪ Quantidade e aspecto da diurese. Pesar as fraldas; 
▪ Em caso de vômito, anotar o aspecto (alimentar, sialorreia, etc.); 
▪ Aspecto das drenagens: Se mais de dois drenos, especificar a drenagem de cada 
um; 
▪ Pesar os curativos quando houver sangramentos ou ascite volumosos; 
▪ Todas as medicações EV devem ser registradas. 
 
 Quando fechar o Balanço Hídrico? 
 
▪ O balanço hídrico parcial deve ser fechado sempre as 06, 12, 18 e 24 horas. O 
balanço hídrico total deve ser fechado às 24 horas pelo enfermeiro responsável. 
Em muitas instituições este balanço é realizado no horário das 7h da manhã e à 
noite as 19h. 
 
 Como fechar o Balanço Parcial? 
 
▪ Devemos somar todos os líquidos administrados e somar todos os líquidos 
eliminados. Após fazer a subtração dos líquidos eliminados dos líquidos 
administrados. 
▪ Colocaremos o sinal de “+” se o líquido administrado for maior que o líquido 
eliminado. Colocaremos o sinal de “-” se o líquido eliminado for maior que o 
líquido administrado. 
 
 Onde anotar? 
 
▪ Devemos anotar os valores corretamente na folha de sinais vitais. 
 
 Coleta de Materiais para Exames: 
 
Os exames de laboratórios destinam-se a complementação diagnóstica e assumem 
importância considerável, desde que observadas as normas corretas da coleta do material. 
Geralmente cabe à enfermagem, o preparo do paciente, a obtenção e encaminhamentos de 
amostras de urina, fezes e escarro. Em muitos serviços, apenas a coleta de exsudatos e 
sangue é feita pelo pessoal do laboratório. 
 
 Normas gerais: 
 
▪ Informar o paciente sobre o exame que deverá ser feito, suas finalidades, 
métodos de coleta e necessidade de sua colaboração, minimizando 
preocupações e ansiedade na realização dos mesmos. 
▪ Empregar frascos ou recipientes adequados e com tampas perfeitamente 
ajustáveis. 
▪ Lavar as mãos antes e após a coleta do material e usar luvas. 
▪ Rotular o frasco com etiqueta, onde deve constar: nome do paciente, n° do 
registro geral, número da enfermaria, leito, exame solicitado, data e hora da 
coleta, médico requisitante, pessoa responsável pela coleta do material e caso 
haja necessidade de mais amostras, numerar os frascos. 
▪ Manter a parte externa dos frascos limpos e pedir ao paciente que não os 
contamine. 
▪ Todo material coletado deve seguir imediatamente para o laboratório, 
acompanhado da respectiva requisição. 
▪ Efetuar registro no prontuário do paciente, constando, horário, tipo de material 
colhido e exame solicitado. 
 
 
 Coleta de Urina: 
 
Urina Tipo I - Amostra ideal para exame de rotina ou Tipo I de preferência deve 
ser colhida no laboratório, se não for possível deve ser levado ao laboratório 
dentro de 1 hora. Este tipo de amostra é essencial para evitar resultados falsos 
negativos no teste de gravidez e para avaliar a proteinúria ortostática (deitado). 
Trata-se de uma amostra mais concentrada o que garante a detecção de 
substâncias que podem estar presentes nas amostras aleatórias, mais diluídas. 
 
 Método de Coleta: 
 
Mulheres: De preferência no vaso sanitário, sentar com as pernas afastadas, fazer 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
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assepsia da vagina (lavar com água e sabão, enxaguar bem e secar) destampar o 
frasco estéril. Com uma das mãos afastar os grandes lábios e com a outra segurar 
o frasco já destampado. Desprezar o primeiro jato (primeira porção da urina que 
sai). Colher a porção média no frasco estéril, urinando em jato para que a urina 
não escorra na região genital. Desprezar o restante da micção. Tampar o frasco 
imediatamente. Salvo casos graves evitar coletar em período menstrual. Volume 
mínimo de 10 ml. 
 
Homens: fazer assepsia do pênis (lavar com água e sabão, enxaguar bem e secar) 
destampar o frasco estéril, retrair o prepúcio com uma das mãos e com a outra 
segurar o frasco já destampado. Desprezar o primeiro jato de urina. Colher a 
porção média no frasco estéril urinando em jato para que a urina não escorra na 
região genital. Desprezar o restante da micção. Tampar o frasco imediatamente. 
Não é necessário colher grande volume, 10 a 20 ml é ideal. 
 
Urina de 24 horas - Muitas vezes é necessário medir a quantidade exata de 
determinada substância química na urina, ao invés de registrar apenas sua 
presença ou ausência. Deve-se usar uma amostra colhidacronometrada 
cuidadosamente para conseguir resultados quantitativos exatos. Devemos manter 
o paciente hidratado durante os períodos de coletas curtas. 
 
 Procedimento de Coleta: 
 
Para conseguir uma amostra precisamente cronometrada, é necessário iniciar o 
período de colheita com a bexiga vazia. Pegar recipiente devidamente limpo e seco 
para coleta, com capacidade de 2.000 ml, já que o volume será bem maior que o 
normal. 
 
1º dia – 7 h da manhã: Urinar e descartar a amostra. O paciente então colhe toda 
urina nas próximas 24 horas. (As amostras colhidas devem ser mantidas 
refrigeradas). 
 
2º dia – 7 h da manhã: o paciente urina e junta toda esta urina com aquela 
previamente colhida. E leva até o laboratório todo volume que foi recolhido. 
 
Enviar toda a urina ou a amostra ao laboratório. Para a amostra de 24 horas deve- 
se misturar toda a urina e pegar uma amostra de uns 10-20 ml, anotando na 
etiqueta o volume total de 24h. Se tratando de Clearence de creatinina, colher a 
urina de 24h. Ao completar 24h, colher 5 ml de sangue em tubo seco. Não se 
pede jejum. Pesar e medir a altura do paciente e anotar na requisição. 
 
8.5.3 Exame Simples 
 
Instruir o paciente sobre o exame, fazê-lo urinar em recipiente limpo e seco 
previamente rotulado e enviar ao laboratório com a requisição. 
 
▪ TIG (Teste Imunológico de Gravidez) - Colher a primeira urina da manhã. Seguir 
método de coleta para o exame simples. 
 
▪ Glicosúria - É a eliminação de glicose pela urina. Quando o sangue é filtrado pelos 
rins, as substâncias que são desnecessárias são eliminadas na urina, enquanto as 
necessárias, como a glicose, são reabsorvidas e reenviadas ao sangue. Nos 
indivíduos sadios praticamente toda glicose é reabsorvida. 
 
 Método de Coleta: 
 
▪ Entregar ao paciente a comadre limpa e seca e pedir que avise assim que urinar; 
▪ Calçar as luvas; 
▪ Retirar (cortar) 1 cm de GLICOFITA. 
▪ Mergulhar por um minuto a ponta da fita na urina e comparar a cor da fita com 
a cor padrão; 
▪ Tirar as luvas, lavar as mãos e registrar o resultado no relatório; 
▪ Tomar as medidas previstas caso o paciente deva receber insulina, de acordo 
com a glicosúria apresentada. 
 
 
▪ Coleta Estéril – Jato médio para realizar urocultura - É útil para realização de 
cultura em urinas suspeitas de infecção bacteriana. Seguir a mesma técnica de 
coleta de Urina tipo I, só que empregando pote (frasco) estéril. De preferência o 
paciente deve urinar diretamente no frasco. 
 
 Coleta de Fezes: 
 
▪ Parasitológico: 
 
 O exame parasitológico de fezes é utilizado para identificação de diversas 
infestações parasitárias, ovos ou larvas de helmintos e de cistos de 
protozoários. 
 Instruir o paciente sobre o exame. 
 Preparar recipiente limpo, rotular e tampar. 
 Pedir a paciente que evacue em comadre limpa. 
 Calçar as luvas. 
 Colher pequena quantidade de fezes com uma espátula. 
 Em pessoas incapaz de evacuar na comadre, colher as fezes em fralda ou 
pano. 
 Enviar ao laboratório com a requisição. 
 
▪ Pesquisa de Sangue oculto nas Fezes 
 
 Orientar o paciente que durante 3 dias antes da coleta, evite a ingestão de: 
produtos com corantes, alimentos vermelhos (beterraba, tomate), carne 
vermelha, vegetais clorofilados (verdes), medicamentos à base de ferro e 
outros como: aspirina, AAS, anti-inflamatório não esteroides, 
anticoagulantes, colchicina, reserpina, vitamina C, iodo, sulfato ferroso e 
corante radiológico. Evitar bebidas alcoólicas por 3 dias antes da coleta. 
 
 
Enfermagem Módulo 1 
31 
Coletar a amostra no 4° dia, logo após a dieta. 
 
ATENÇÃO - O material não deve ser colhido no período menstrual. Deve-se ter todo 
cuidado ao escovar os dentes para evitar sangramentos em gengivas. 
Método - Colher as fezes em recipientes apropriados, seguindo normas do 
laboratório. Manter material à temperatura ambiente até 30 minutos da coleta. Após isso, 
manter o material refrigerado. 
 
 Coleta de Exsudato (feridas, cavidades naturais): 
 
▪ Orientar o paciente a respeito do exame; 
▪ Após lavar as mãos, calçar luvas esterilizadas; 
▪ Passar o cotonete, estilete ou “Swab” na região indicada, colhendo uma 
amostra significativa do material solicitado; 
▪ Recolocar o instrumento de coleta no frasco ou tubo e tampá-lo devidamente; 
▪ Enviar ao laboratório com a requisição; 
▪ Tirar as luvas e lavar as mãos; 
▪ Anotar o cuidado. 
 
 
Atenção: se tratando de coleta de pus de uma ferida, o procedimento antecederá à 
realização do curativo. 
 
 
 Coleta de Sangue: 
 
Do ponto de vista da sua constituição, o sangue é considerado como um sistema 
complexo e relativamente constante, constituído de elementos sólidos (células 
sanguíneas), substância líquida (soro ou plasma) e elementos gasosos (O e CO). 
Para obtê-lo, o procedimento é conhecido como punção venosa, flebotomia. 
 
Para alguns exames é necessário jejum de 12 horas, como por exemplo, dosagem 
de hormônios, de proteínas totais, colesterol e triglicerídeos, albuminas e ácido 
úrico e alguns exames de sorologia e imunologia, especialmente o da rubéola. 
Outros exigem que o sangue seja colhido com anticoagulante (EDTA- ácido tetra 
acético etileno diamino) como coagulograma, hemograma e gasometria. Já os 
exames para hepatite, sífilis, HIV e outros, não se faz necessário jejum, nem 
anticoagulante. 
 
 Material: 
 
▪ Seringa de 5 ou 10 ml ou tubo vacutainer; 
▪ Álcool a 70%; 
▪ Agulha 25 x 8; 
▪ Luvas de procedimento; 
▪ Frascos ou tubos rotulados; 
▪ Garrote; 
▪ Algodão; 
▪ Requisição; 
▪ Saco plástico para resíduos. 
 
 Método de Coleta: 
 
▪ Instruir o paciente sobre o exame; 
▪ Preparar o ambiente providenciando boa iluminação; 
▪ Lavar as mãos; 
▪ Colocar o material na mesa de cabeceira; 
▪ Posicionar o paciente, se possível sentado ou em decúbito dorsal; O braço do 
paciente deve ser posicionado em uma linha reta do ombro ao punho, de 
maneira que as veias fiquem mais acessíveis e o paciente o mais confortável 
possível. O cotovelo não deve estar dobrado e a palma da mão voltada para 
cima; 
▪ Calçar as luvas; 
▪ Palpar e selecionar a veia a ser puncionada; A regra básica para uma punção 
bem sucedida é examinar cuidadosamente o braço do paciente. As 
características individuais de cada um poderão ser reconhecidas através de 
exame visual e/ou palpação das veias. Deve-se sempre que for realizar uma 
punção, escolher as veias do braço para a mão, pois neste sentido encontram-
se as veias de maior calibre e em locais menos sensíveis a dor. 
▪ Garrotear. O garrote é utilizado durante a coleta de sangue para facilitar a 
localização das veias, tornando-as proeminentes. O garrote deve ser colocado 
no braço do paciente próximo ao local da punção (4 a 5 dedos ou 10 cm acima 
do local de punção), sendo que o fluxo arterial não poderá ser interrompido. 
Para tal, basta verificar a pulsação do paciente. Mesmo garroteado, o pulso 
deverá continuar palpável. O garrote não deve ser deixado no braço do 
paciente por mais de um minuto. Deve-se retirar ou afrouxar o garrote logo 
após a punção, pois o garroteamento prolongado pode acarretar alterações nas 
análises (por exemplo: cálcio). 
▪ Fazer a antissepsia da área com algodão embebido em álcool, no sentido do 
retorno venoso, para estimular o aparecimento das veias. 
▪ Deixar o algodão na bandeja ou segurá-lo com o dedo mínimo. 
▪ Com o polegar da mão não dominante fixar a veia, esticando a pele abaixo do 
ponto da punção. 
▪ Segurar a seringa horizontalmente, com a mão dominante, mantendo o 
indicador sobre o canhão da agulha. 
▪ Introduzir a agulha com o bisel e a graduação da seringa voltados para cima. A 
agulha deve penetrar na veia aproximadamente 1cm e ser mantida num ângulo 
de 15°. 
▪ Aspirar a seringa com a mão que fixava a veia. Isto evitará movimentos 
desnecessários e deslocamento da agulha. Se usar vacutainer, aguardar seu 
enchimento. 
▪ Após a coleta do sangue necessário, pedir para o paciente abrir a mão, 
desprender o garrote e remover

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