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Histofisiologia do tecido adiposo

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Fonte: Junqueira, 12ª ed. 
 
Andressa Santos Pereira 
Medicina – UNEB | Turma XIII 
Como os depósitos de glicogênio são menores, 
os grandes depósitos de triglíceridios do tecido 
adiposo são as principais reservas de energia do 
organismo. Além disso, eles são mais eficientes 
como reserva energética (9,3 kcal/g contra 4,1 
kcal/g do glicogênio). 
Os triglicerídios do tecido adiposo não são 
depósitos estáveis e se renovam continuamente, 
sendo muito influenciado por estímulos nervosos 
e hormonais. Além do papel energético, ele atua 
como proteção contra choques, isolamento 
térmico do organismo e estruturação dos órgãos 
em suas posições normais. 
O tecido adiposo como um todo é inervado pelo 
simpático. No tecido unilocular, as terminações 
nervosas são encontradas na parede dos vasos 
sanguíneos, e apenas alguns adipócitos são 
inervados. Já no tecido multilocular as elas 
atingem diretamente tanto os vasos sanguíneos 
como as células adiposas. 
❖ Tecido adiposo unilocular 
Sua cor varia entre branco e amarelo-escuro, 
dependendo da dieta, por conta do acúmulo de 
carotenos dissolvidos nas gotículas de gordura. 
Praticamente todo o tecido adiposo encontrado 
em adultos é do tipo unilocular. Os adipócitos se 
originam a do mesênquima (lipoblastos). Essas 
células são parecidas com os fibroblastos, porém 
logo acumulam gordura no seu citoplasma. 
 
Esse tecido forma o panículo adiposo. Com a 
idade, o panículo adiposo tende a desaparecer 
de certas áreas, desenvolvendo-se em outras. 
Essa deposição seletiva de gorduras é regulada, 
principalmente, pelos hormônios sexuais e pelos 
hormônios corticais das suprarrenais. 
A gotícula lipídica é removida pelos solventes 
orgânicos, utilizados na técnica histológica. Por 
isso, cada célula mostra apenas uma delgada 
camada de citoplasma, como se fosse um anel, 
em torno do espaço deixado pela gotícula 
lipídica removida. As gotículas lipídicas são 
inicialmente separadas umas das outras, porém 
muitas se fundem, formando a gotícula única 
característica do adipócito unilocular. 
A vascularização do tecido adiposo é muito 
abundante quando se considera a pequena 
quantidade de citoplasma funcionante. A relação 
volume de capilar sanguíneo/volume de 
citoplasma é maior no tecido adiposo do que no 
músculo estriado. 
A remoção dos lipídios, nos casos de 
necessidade energética, não se faz por igualem 
todos os locais. Primeiro, são mobilizados os 
depósitos subcutâneos, como os do mesentério 
e os retroperitoneais, enquanto o tecido adiposo 
localizado nos coxins das mãos e dos pés resiste 
a longos períodos de desnutrição. 
💡Depósito e mobilização dos lipídios → Os 
triglicerídeos armazenados originam de três 
fontes: 
• Alimentação: levados até os adipócitos 
pelos quilomícrons; 
• Fígado: levados até os adipócitos sobe a 
forma de VLDL; 
• Adipócitos: síntese a partir da glicose. 
A presença da lipase lipoproteica nos capilares 
sanguíneos do tecido adiposo possibilita a 
hidrólise dos quilomícrons e das lipoproteínas 
plasmáticas, como a VLDL, com liberação de 
ácidos graxos e glicerol, que se difundem para o 
citoplasma dos adipócitos. Lá, eles se sofrem 
reesterificação para formar novas moléculas de 
triglicerídios, que são depositados no tecido. Os 
adipócitos podem sintetizar ácidos graxos e 
glicerol a partir de glicose, processo acelerado 
pela insulina, que estimula a penetração da 
glicose no adipócito. 
As catecolaminas, principalmente adrenalina e 
noradrenalina, ativam a lipase sensível a 
hormônio, promovendo liberação de ácidos 
graxos e glicerol, que se difundem para os 
capilares do tecido adiposo. Os ácidos graxos, 
Fonte: Junqueira, 12ª ed. 
 
Andressa Santos Pereira 
Medicina – UNEB | Turma XIII 
que são qua.se insolúveis na água, ligam-se 
à parte hidrofóbica das moléculas de albumina 
do plasma sanguíneo e são transportados para 
outros tecidos, nos quais serão utilizados como 
fonte de energia. O glicerol, multo solúvel no 
plasma, é captado pelo fígado e reaproveitado. 
 
 Síntese de moléculas → Os adipócitos 
produzem a leptina (transportada pelo sangue) e 
a lipase lipoproteica (situada no endotélio dos 
vasos sanguíneos). Diversas células no cérebro e 
em outros órgãos têm receptores para leptina. 
Ela participa da regulação da quantidade de 
tecido adiposo no corpo e da ingestão de 
alimentos. A leptina atua principalmente no 
hipotálamo, diminuindo a ingestão de alimentos 
(inibidora do apetite) e aumentando o gasto de 
energia. 
💡Obesidade → Em adultos, geralmente se deve 
a um aumento na quantidade de triglicerídeos 
depositados em cada adipócito unilocular, 
sem aumento no número de adipócitos. As 
calorias dos alimentos não gastas nas atividades 
físicas da pessoa são depositadas nas células 
adiposas uniloculares. Os obesos, 
principalmente os com tecido adiposo localizado 
na região abdominal, são mais propensos a 
doenças articulares, HAS, DM, aterosclerose, 
IAM e isquemia cerebral. 
❖ Tecido adiposo multilocular 
Também chamado de tecido adiposo pardo, por 
sua cor característica avermelhada, que se deve 
à vascularização abundante e às numerosas 
mitocôndrias encontradas nas células, que são 
ricas em citocromos. Ao contrário do tecido 
unilocular, que é encontrado por quase todo o 
corpo, o tecido pardo é de distribuição limitada, 
localizando-se em áreas determinadas. Como 
esse tecido não cresce, sua quantidade no adulto 
é extremamente reduzida. A quantidade desse 
tecido só é significativa no recém-nascido, tendo 
função auxiliar na termorregulação, produz calor, 
protegendo o recém-nascido contra o frio. 
Os adipócitos do tecido adiposo multilocular são 
menores do que os do unilocular e têm forma 
poligonal. O citoplasma é carregado de 
gotículas lipídicas de vários tamanhos. As células 
tomam um arranjo epitelioide, formando massas 
compactas em associação com capilares 
sanguíneos, lembrando as glândulas endócrinas. 
 
💡Estímulo simpático → acelera a lipólise e a 
oxidação dos ácidos graxos, com produção de 
calor e não de ATP, como a dos tecidos em 
geral, porque as mitocôndrias do tecido 
multilocular apresentam, nas suas membranas 
internas, uma proteína transmembrana chamada 
termogenina ou UCP l (uncoupling protein l). 
Esta proteína possibilita que os prótons 
transportados para o espaço intermembranoso 
voltem para a matriz mitocondrial, sem que 
passem pelo sistema de ATP sintetase existente 
nos corpúsculos elementares das mitocôndrias, 
levando à dissipação dessa energia como calor. 
Esse calor é distribuído pela rede capilar e 
alcança todo o corpo, aquecendo diversos 
órgãos.

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