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CIRÚRGICA II SEQUÊNCIA RAPIDA DE INTUBAÇÃO INTRODUÇÃO ANATOMIA DE ACESSO (P/TRAQUEA) Na emergencia é como ocorrem a maior parte das intubações. É uma técnica de introdução de um tubo pela traqueia através da via oral ou nasal, utilizando concomitantemente medicação hipnótica e bloqueador neuromuscular no paciente devidamente pré oxigenado. Se for realizada corretamente, a SRI tem 99% de sucesso. Possíveis complicações: - Dentes quebrados; - Intubação Pulmonar seletiva; - Vazamento de balonete; - Intubação esofágica; - Aspiração; - Pneumotórax; - Parada cardiorrespiratória A via aérea superior: Trajeto de ar das narinas e da boca até a traqueia. É dividida em: Nasofaringe (cavidade nasal, septos, cornetos nasais e adenoides); Orofaringe (cavidade oral, dentes e língua) e Faringe (tonsilas, úvula e epiglote). A epiglote separa a laringe (via à traqueia) da hipofaringe (via ao esôfago). A laringe é a “estrutura-alvo” da intubação traqueal, que pode ser dividida em região supraglótica e subglótica, que são distintas através glote, região abaixo da epiglote, onde se localizam as cordas vocais. INDICAÇÕES - Impossibilidade de manter a via aérea pérvia - Hipóxia e hipercapnia - Hipoventilação - Doença neuromuscular - Instabilidade hemodinâmica grave ou parada cardiorrespiratória - Choque - Sepse - Hiperventilação com aumento da PIC - Transporte do doente em risco de deterioração - Procedimentos e cirurgias - Escala de Coma de Glasgow (GCS) ≤ 8 (rebaixamento do nível de consciência) - Overdose de droga CONTRAINDICAÇÃO ABSOLUTA: Transecção de traqueia. 7 passos da SRI 1. Preparação 2. Pré-oxigenação 3. Otimização da pré-intubação 4. Indução da hipnose e paralisia 5. Posicionamento do paciente 6. Passagem e posicionamento do tubo com confirmação 7. Pos- intubação Isabela Andrade PREPARAÇÃO - Preparação, aspiração e identificação das medicações escolhidas para o procedimento (inclusive as que forem usar na sedação pós-procedimento). - Conectar o paciente à monitorização (Cardioscopia, oximetria, pressão arterial e capnografia em forma de onda). - Acesso venoso é essencial, sendo fixado e funcionante. - Laringoscópio à beira leito (deve ser testado antes para ver se ta funcionando e se tem o tamanho ideal). Normalmente, a número 4 acaba é a mais utilizada. O videolaringoscópio é o instrumento ideal, mas não é a realidade da maioria dos serviços públicos. - Laringoscópio direto: Cabo + Lâmina + Compartimento para bateria -Lâmina curva (Macintosh) -Lâmina reta (Miller) - Tubos endotraqueais do tamanho desejado e um menor 0,5 mm, com os balonetes devidamente testados. - Equipamentos para via aérea de resgate à disposição. *Existe a Classificação CORMACK LEHANE, usada para descrever o grau de visualização glótica sob laringoscopia direta (grau I, II, III e IV). PRE-OXIGENACAO A ventilação e a oxigenação apesar de serem associados, são diferentes. Na emergência, os pacientes devem receber ventilação se oximetria de pulso < 93% no momento da indução da hipnose. Se não, recomenda que ele não seja ventilado. A função da pré-oxigenação é saturar o máximo possível os pulmões e outros tecidos corporais, possibilitando maior tempo de apneia após a indução, até que ocorra uma dessaturação da hemoglobina (<90%). O oxigênio deve ser fornecido ao paciente com a maior concentração disponível, mantendo uma fração de inspiração (FiO2) de 100% durante 3 a 5 minutos antes da indução hipnótica. Se possível, o paciente deve estar com inclinação de 30 a 45 ̊. No geral, o paciente não deve ser ventilado. *O tubo só é passado sem a administração prévia da medicação somente em casos de parada cardiorrespiratória. Em uma PCR a prioridade vai ser iniciar o procedimento com compressões, e por isso é uma das únicas situações em que a intubação é realizada com a cabeceira rebaixada. Existem duas formas de pré-oxigenação: - Bolsa-válvula-máscara, com reservatório, ligada a fluxômetro de O2 a 15 litros por minuto: Mascara deve ficar bem acoplada no rosto, para nao ocorrer vazamentos. A bolsa não deve ser pressionada, o paciente que tem que manter o movimento respiratório. - Máscara não reinalante, com reservatório, ligada a fluxômetro de oxigênio completamente aberto (aproximadamente 40L): Mascara deve ser mantida acoplada no rosto do paciente, para não ocorrer vazamentos, ate que se inicia a laringoscopia. Se não for possível manter saturação adequada com esses métodos acima, pode-se iniciar ventilação não invasiva, com oxigênio a 100%, para tentar otimizar o paciente à tentativa de intubação. OTIMIZAÇÃO DA PRÉ INTUBAÇÃO Deve-se identificar e corrigir possíveis fontes de descompensação durante a intubação antes do procedimento. Correção da pressão arterial de hipotensos pela infusão de volume ou uso de drogas vasoativas. E pacientes com pneumotórax ou hemotórax devem ser drenados. A utilização do Fentanil junto com a pre-medicação deve ser criteriosa, porque ele tem um efeito hipotensor potente. Ele é um opióide de ação curta, analgésico e simpatolítico (atua bloqueando reflexos vagais, como hipotensão, bradicardia e vômito). Se ele for utilizado, a aplicação deve ser lenta (para evitar a síndrome do tórax rígido) e deve ser feita 3 a 5 minutos antes da indução da hipnose. Dose de 3 μg/Kg. O fentanil é indicado em pacientes com emergência hipertensiva, sangramento intracraniano ativo, hipertensão intracraniana ou com dissecção aórtica e que se apresentem em crise hipertensiva antes da intubação. OBS: Prof falou que na pratica acaba sendo utilizado em todos pacientes com necessidade de intubação. IINDUÇAO DA HIPNOSE E PARALISIA A infusão das doses de hipnótico e bloqueador neuromuscular tem que ser feita rapidamente, em bolus. Deve pela hipnótica (vai sedar o paciente). A infusão em bolus tem como objetivo a perda de consciência e o bloqueio neuromuscular da maneira mais rápida possível, possibilitando a intubação precoce. 70-80% dos pacientes podem ser intubados só com o analgésico e do sedativo, mas nos pacientes que tem maior resistência a sedação também deve ser administrado um bloqueador neuromuscular. Depois da aplicação das medicações o paciente vai parar com os movimentos respiratórios espontâneos. FARMACOS: - Analgesico: Fentanil - 2-3ml (100 a 150micrograma) - tempo de latência é 1-2 min) - Sedação: Etomidato - 0,3mg/kg - tempo de latência é 30-60 segundos (induz sedação e amnésia) - Bloqueador neuromuscular: Succinilcolina - 1mg/kg - tempo de latência é 1 min. (é usado de acordo com a resistencia do paciente à intubacao). POSICIONAMENTO Fundamental para uma intubação bem-sucedida. - A cabeceira da cama deve ser elevada em 30 ̊, de forma que a sua altura se correlacione à altura do processo xifoide do intubador. - O paciente deve ser levado o mais próximo possível da cabeceira da cama, com a cabeça sendo mantida elevada (coxim posicionado suboccipital, para o meato auditivo externo ficar na mesma altura do manúbrio do esterno). - Em pacientes obesos, o uso de uma rampa torácica auxilia no posicionamento. Deve-se elevar o tórax do paciente até que seja possível posicionar a cabeça de forma correta. Nesses casos, colocam lençóis em formato de rampa desde a cintura escapular até o occipício. PASSAGEM E POSICIONAMENTO DO TUBO COM CONFIRMAÇÃO Após o início do relaxamento da musculatura facial, o intubador deve começar com a laringoscopia: 1. Abertura da boca 2. Inserção cuidadosa do laringoscópio pelo lado direito (manuseado com a mão esquerda); 3. Rebatimento da língua à esquerda até visualização da epiglote (referência da abertura laríngea e cordas vocais); 4. Posicionamento do laringoscópio de acordo com a lâmina utilizada; 5. Tracionamento do laringoscópio no sentido anterior e para cima, jamais realizar movimento de alavanca. Se for utilizada a lâmina de Macintosh, a ponta dela deve atingir a porção terminal da epiglote, a valécula. O ligamento hioepiglótico deve ser pressionado cuidadosamente, para então realizar o levantamento da epiglote, e assim visualizara abertura laríngea. Na laringoscopia podem ser feitas manobras para melhorar a visualização: tração de rima labial, elevação da cabeça com a mão direita, manipulação externa bimanual da laringe e hiperextensão da cabeça. *Não confundir manobra de BURP e Sellick. - Manobra BURP: Backward, Upward, Rightward Pressure. A função é melhorar a visualização da via aérea durante laringoscopia. Deve realizar pressão da cartilagem tireoide para trás, para cima e para direita. Através da manobra um paciente Cormack III pode virar Cormack II - Manobra Sellick: Realiza pressão contínua na cartilagem cricóide, que vai ocasionar o deslocamento posterior da laringe. O objetivo dessa manobra é obstruir o esôfago, para evitar broncoaspiração e distensão gástrica. O tubo deve ser introduzido até que as pregas vocais fiquem na altura da marca preta proximal ao balonete (o tubo geralmente tem uma marca indicando) ou entre as marcas pretas proximais ao balonete (tubos com duas marcas). Se for difícil visualizar a marca do tubo, pode utilizar como referência a numeração 22 do tubo, mas tem que considerar a individualidade do paciente (pode ser brevilíneo ou longilíneos, nesses casos isso é alterado). - Atropina: Indicado para bloqueio temporário de efeitos muscarínicos graves ou potencialmente letais. Antagonista competitivo das ações da acetilcolina (aumenta a FC). OBRIGATÓRIO CONFIRMAR A POSIÇÃO DO TUBO. O padrão- ouro é a capnografia com forma de onda (avalia a medida de CO2 expirado). A confirmação também pode ser feita pela ausculta e o raio x de tórax (2 a 4 cm acima da carina). Se o paciente tiver sido devidamente pré-oxigenados, ele pode receber mais de uma tentativa de intubação (normalmente máximo 2 tentativas). Se a oximetria de pulso ficar <93%, deve interromper o procedimento para ventilar o paciente e evitar maior hipoxemia. PÓS-INTUBAÇÃO Depois do posicionamento do tubo e confirmação da sua posição, ele deve ser fixado para evitar extubação ou intubação seletiva acidental (um pulmão só recebe oxigênio). O paciente deve ser conectado ao ventilador mecânico, considerando sua individualidade de tamanho e qual patologia o induziu ao procedimento. Depois da confirmação do ventilador, deve manter um volume corrente entre 4 e 6 mL/kg (vai ser medido dependendo do sexo e a altura do paciente). A pressão de platô não deve ultrapassar 30 cm H2O. O intubador tem que ficar de olho no paciente durante os momentos seguintes do procedimento, porque tem um risco de instabilidade hemodinâmica e se acontecer, tem que corrigir imediatamente. O raio x de tórax além de confirmar o posicionamento do tubo, também avalia o parênquima pulmonar. Apos a intubação, inicia analgesia continua. O uso de bloqueadores neuromusculares e sedativos tem que ser avaliado individualmente. MEDICACOES UTILIZADAS ATRAVES DO TUBO Administradas em dosagens maiores e diluídas em solução fisiológica. - Narcan (Naloxona): Antagonista (antídoto) de opióide indicado para o tratamento de emergência de superdose ou intoxicação aguda por opióides. - Valium (Diazepam): Da classe dos benzodiazepínicos. É um sedativo (pode ser usado para ansiedade, crises convulsivas e relaxante muscular). - Epinefrina (adrenalina): Indicada para varias situações, como suporte hemodinâmico em situações de parada cardiorrespiratória ou estados de choque; reações de anafilaxia ou choque anafilático; crise asmática grave e pouco responsiva as medidas terapêuticas habituais; controle de pequenas hemorragias cutâneas. - Lidocaína: Tem ação antiarrítmica, analgésica, sedativa e anti-inflamatória. MNEUMONICOS DE VIA AEREA DIFICIL MALLAPMPATI:
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