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Marianna L. Deprá EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE É o eixo de controle hormonal que temos no nosso organismo; O hipotálamo age estimulando a hipófise —> adenohipódise: produz prolactina e GH, tireotróficos, gonadotróficos, adenocorticotróficos —> neurohipófise: não produz hormônios, apenas armazena e secreta ocitocina e ADH produzidos no hipotálamo HIPOTÁLAMO Localização encéfalo —> diencéfalo Limites anterior: quiasmo óptico posterior: corpo mamilar inferior: túber cinério e infundíbulo (ligação hipotálamo-hipófise) Constituição é uma estrutura nervosa formada por substancia cinzenta. A substancia cinzenta internamente se agrupa e forma núcleos hipotalâmicos. Esses núcleos vão ser produtores de hormônios, são formados por corpos de neurônios que vão sintetizar os hormônios. Funções 1. controle do SNA 2. controle da fome 3. regulação da temperatura 4. ciclo circadiano 5. controle da sede (osmoreceptores —> detectam a osmolaridade do sangue) 6. controle endócrino 7. sono e vigília Conexões tálamo, área frontal do encéfalo e hipófise HIPÓFISE Localização cela túrcica do osso esfenóide neurohipófise A neurohipofise é composta pela terminação dos neurônios que ficam no hipotálamo. Não produz hormônios, apenas armazena e secreta os hormônios produzidos no hipotálamo (núcleos paraventricular e supraóptico). Os hormônios são transportados a partir do trato hipotálamo-hipofisário (feixe de axônios que vão hipotálamo—>hipófise); Marianna L. Deprá Ocitocina: age no útero promovendo sua contração e na mama promovendo expulsão do leite (células mioepiteliais, que revestem os alvéolos, contraem por influência da ocitocina, expulsando o leite para fora); ADH: age no rim retendo água; adenohipófise dividida em parte funeral (“abraça" o infundíbulo), parte intermediária (praticamente não produz hormônios) e parte distal; células basófilas: (ficam roxas na técnica hematoxilina-eosina) - gonadotrofos: células que produzem hormônios gonadotróficos - tireotrofos: produzem TSH - adenocorticotrofos: produz ACTH (estimula o cortex adrenal a produzir cortisol) células acidófilas: (ficam rosas) - somatotrofos: produzem GH - lactotrofos: produz prolactina embriologia transcrição *neurohipófise é originada do tecido neural derivada do assoalho do diencéfalo. A adenohipófise é derivada da boca primitiva e tem origem do ectoderma. A hipófise é uma glândula endócrinas, sintetiza e armazena hormônios. O início do desenvolvimento dela vai depender do fechamento cranial, do desenvolvimento do sistema nervoso. A medida que vai se fechando o neuróporo cranial, vão surgir vesículas encefálicas, que são dilatações de uma cavidade, elas vão receber o nome de prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. No início da 5ª semana, as cavidades vão se desenvolvendo e, das vesículas encefálicas vão surgindo vesículas secundárias. TELENCÉFALO: vai formar hemisférios cerebrais (cortex e substancia branca) e ventrículos laterais. DIENCÉFALO: escavação e pediculo óptico, hipófise, tálamo, hipotálamo, glândula pineal, 3º ventrículo. Marianna L. Deprá A hipófise possui dois tecidos diferentes, a hipófise anterior (adenohipófise) e a hipófise posterior (neurohipófise). A anterior sintetiza, armazena e libera hormônios. E a posterior vem da origem embrionária diencefálica e é um prolongamento do hipotálamo, onde ficam armazenados neurohoemonios produzidos no hipotálamo. Desenvolvimento da hipófise Do teto da boca primitiva/estomodeu vai surgir uma evaginação (bolsa de rathke) em direção ao prolongamento do diencéfalo. A região do diencéfalo que está descendo em direção à bolsa de rathke é o inicio da origem da hipófise. O prolongamento do diencéfalo na neurohipófise é chamado de infundíbulo, ele que faz a conexão do hipotálamo com a neurohipófise. A adenohipófise vai ser oriunda da bolsa de rathke que é a evaginação do teto da cavidade oral. *Da mesma estrutura que vai ser formar a neurohipófise vai se formar o quiasma óptico. Se começar a crescer um tumor nessa região, ele começa a comprimir o quiasma e o paciente tem queixas oftalmológicas. *Em casos de tumores hipofisários, o cirurgião pode acessar a área através da cavidade nasal e do osso esfenoide. histologia junqueira Contém duas partes conectadas funcionalmente: 1. Adeno-hipófise: possui 3 componentes: lobo anterior ou pars distalis (maior parte); pars tuberalis; e pars intermedia ou lobo posterior. Sua estrutura é de tecido epitelial e suportada por tecido conjuntivo e ricamente vascularizada. 2.N e u r o - h i p ó fi s e : p o s s u i 2 componentes: pars nervosa (maior parte) e infundíbulo. Constituída de t e c i d o n e r v o s o r i c a m e n t e vascularizado. Parte mais corada: adenohipófise; Parte mais clara: neurohipófise; A pars tuberalis e o infundíbulo formam a haste da hipófise. Marianna L. Deprá LOBO ANTERIOR: é uma glândula cordonal, há vários subtipos de células acidófilas (se coram com eosina, mais rosa escuro), basófilas (se coram com hematoxilina, roxa) e cromófobas (não tem afinidade com corantes, citoplasma mais claro), que secretam diferentes hormônios. Os hormônios produzidos nessas células são armazenados em grânulos de secreção. - Acidófilas: produzem prolactina e GH; - Basófilas: produzem TSH, LH, FSH e ACTH PARS TUBERALIS: cerca o infundíbulo da neuro-hipófise. A maioria de suas células secretam gonadotrofinas e são cordonais. PARS INTERMEDIA: parcialmente uma glândula endócrina folicular. Células parcialmente basófilas que contém pequenos grânulos de secreção. Sua função não é conhecida. PARS NERVOSA: é formada por fibras nervosas provenientes do hipotálamo, pituícitos (células da neuroglia que dão suporte às fibras da neurohipófise) e por capilares sanguíneos. Não há neurônios na pars nervosa. A neurossecreção é transportada ao longo dos axônios e se acumula nas suas extremidades, esse deposito forma estruturas chamadas de corpos de herring. Secreta dois neurohormonios, a oxitocina e o ADH. Compostas de fibras neurais, os axônios. SUPRIMENTO SANGUÍNEO: artéria carótida interna —> artérias hipofisárias superiores direita e esquerda (irrigam a eminencia mediana e o infundíbulo) + artérias hipofisárias inferiores direita e esquerda (irrigam a neuro-hipófise e pedículo). Sistema porta-hipofisário: Artérias hipofisárias superiores no infundíbulo —> plexo capilar primário —> vênulas — >veias —> adeno-hipófise —> plexo capilar secundário. REGULAÇÃO DO CONTROLE HORMONAL feita pelo feedbacks negativo e hormônios do hipotálamo que estimulam a hipófise. Neurônios parvicelulares: produzem hormônios que vão estimular a hipófise. Ficam nos núcleos dorsoventral, dorsomediano e arqueado. Os hormônios produzidos são TRH (estimula a hipófise a liberar TSH), GnRH (FSH e LH), GRH (ACTH), GHRH (GH), e somatostatina (inibe a produção do GH e pelas células hipofisárias). SISTEMA PORTA Transporte de hormônios do hipotálamo até a hipófise. Marianna L. Deprá Formado por: aa. hipofisais superiores, plexo capilar primário, vv. portais hipofisárias, plexo capilar secundário, órgão alvo Os núcleos hipotalâmicos produzem hormônios liberadores e inibidores —> esses hormônios vão agir nas células da hipófise anterior —> esse hormônio que agiu na hipófise vai estimular ela a produzir determinado hormônio —> por sua vez, vai estimular uma glândula endócrina periférica. alça de retroalimentação: regula e impede a hiperprodução desses hormônios. Os hormônios produzidos pela hipófise anterior vão no hipotálamo e impedem a produção de hormônios liberadores (alça de retroalimentação curta). Os hormônios das glândulas periféricas também podem ir no hipotálamo e impedir a produção dos hormônios liberadores (retroalimentação longa). Os periféricos também podem impedir os hormônios hipofisários ou estimular a liberação de mais hormônios inibidores no hipotálamo (alça positiva —> faz feedbacknegativo). HORMÔNIO DO CRESCIMENTO • ou somatotrofina (GH); • os hormônios liberados de GHRH estão localizados nos núcleos arqueado e paraventricular; • o fígado e os rins são os maiores locais de degradação do GH; • hormônio proteico hidrossolúvel —> pode ser transportado livremente ou associado a proteínas plasmáticas GHBP (é importante ele estar ligado a outra proteína pois ocorre uma diminuição na depuração renal e a meia vida do hormônio aumenta); • produzido pela adenohipófise; • age diretamente nos tecidos periféricos; • a célula alvo tem que ter um receptor específico para se ligar ao GH, ele é ligado à sinalização do tipo JAK/STAT (receptor ligado a uma proteína que tem atividade de tirosina cinges e produz uma cascata de sinalização: - —> GH se liga à parte extracelular do receptor —> mudança de conformação da parte intracelular —> ativa JAK —> fosforila STAT que se dimeriza —> entra no núcleo —> ativa transcrição de RNA. • estimula o fígado a produzir o IGF (fator de crescimento semelhante à insulina). Efeitos biológicos • metabolismo proteico: - GH é um hormônio anabólico (promove síntese e acumulo de proteínas e a captação de aminoácidos), sendo assim, ela diminui o catabolismo; - GH “produz” músculos —> mobiliza ácidos graxos para serem usados como fonte de energia imediata, poupando a proteína. • metabolismo de lipídeos: - promove a lipólise, aumentando a deposição de AG na corrente sangüínea (poupa proteína pois impede a utilização de glicose) - pode causar cetose pois o produto da utilização de AG como fonte de energia são os corpos cetônicos; - quando temos muito AG no sangue, temos uma resistência à insulina. • metabolismo dos carboidratos: - aumenta a glicemia através da redução da captação de glicose pelas células (músculo - diminui a expressão de GLUT4) e da produção de glicose; - promove glicogenólise e gliconeogênese; - pâncreas produz mais insulina para tentar compensar a hiperglicemia, então, nesse cenário, vamos ter mais insulina sendo produzida pelo pâncreas, mais glicose circulando e muito AG na corrente sangüínea — > resistência à insulina; Marianna L. Deprá - GH é considerado um hormônio diabético. Crescimento • estimula o crescimento de ossos e cartilagens: - aumento de deposição de proteínas nas células responsáveis pela formação óssea; - aumento da replicação dessas células (principalmente osteoblastos e osteoclastos); - conversão de células condrocíticas em osteogênicas; • crescimento ósseo em comprimento: - quando ainda temos as epífises abertas (infância até final da adolescência); - quando elas estão abertas, elas permitem o crescimento; - as epífises são cartilagens que situam-se nas extremidade de ossos longos. O GH age aumentando o comprimento do osso enquanto as epífises estão abertas; • crescimento ósseo em largura: - ocorre nos ossos membranosos e ossos curtos; - se temos o aumento do GH na infância (epífises abertas), a criança apresenta quadro de gigantismo, crescendo muito; - se temos excesso de GH na vida adulta (epífises fechadas), desenvolvemos quadros de acromegalia, que é o crescimento das extremidades e partes moles; • estimula o fígado: - o fígado é estimulado a produzir IGF (somatomedinas); - IGF-1 (principal) —> promove crescimento muscular e ósseo; - outros hormônios também estimulam a liberação de IGF como, insulina, prolactina, PTH e estradionol (dois últimos estimulam a liberação pelos osteoblastos). Regulação • Secreção pulsátil —> tem pico de liberação maior nas primeiras duas horas de sono; primeiro pico na infância e segundo na puberdade (estirão do crescimento); • estímulos: - Hipoglicemia, deficiência protéica, diminuição de AG no sangue, aumento de aminoácidos livres no sangue; - grelina: hormônio produzido no estômago e um pouco na hipófise que faz aumentar o apetite. Por aumentar o apetite, ele estimula o organismo a adquirir nutrientes e favorece o crescimento; - A obesidade inibe a secreção de GH, em parte por causa da resistência à insulina (hiperglicemia relativa) e do nível elevado de ácidos graxos livres circulantes. - De modo inverso, o exercício físico e a inanição estimulam a secreção de GH. - Entre os outros hormônios que regulam a secreção de GH estão o estrógeno, os andrógenos e o hormônio tireoidiano, que intensificam a secreção de GH e IGF-I, bem como a maturação dos ossos. • Hipotálamo: - hormônio estimulador: GHRH; - hormônio inibidor: somatostatina; - retroalimentação negativa: GH (alça curta) e IGF-1 (alça longa) inibem a liberação de GHRH e estimulam a de somatostatina no hipotálamo; - IGF também inibe a produção de GH pela hipófise. Marianna L. Deprá PROLACTINA • população celular hipofisária: normal-15% Gravidez e lactação-70% • proteína de cadeia única com 199 aminoácidos, semelhante ao GH; • receptor da PRL pertence à família de receptores de citocinas que está associada às vias de sinalização JAK/STAT; • PRL nos humanos está relacionada ao desenvolvimento e ao funcionamento das mamas durante a gravidez e a lactação; • Os lactotrofos NÃO PARTICIPAM de nenhum eixo endócrino. Isso significa que a PRL age diretamente sobre as células não endócrinas (principalmente da mama) para produzir as alterações fisiológicas; Hipotálamo ---dopamina (inibe) ----adeno hipófise (prolactina) ---trh (estimula) * liberação da PRL é controlada pelo hipotálamo, que exerce sobre ela uma inibição tônica por meio de tratos dopaminérgicos que secretam dopamina na eminência média. Há também indícios da existência de um fator liberador de prolactina (PRF). A natureza exata desse composto é desconhecida, embora muitos fatores, que incluem o TRH e os hormônios da família do glucagon (secretina, glucagon, VIP e polipeptídio inibidor gástrico [GIP]), sejam capazes de estimular a liberação de PRL. * As drogas que interferem na síntese ou na ação da dopamina aumentam a secreção de PRL. Os anti-hipertensivos e os antidepressivos tricíclicos prescritos com muita frequência são inibidores da dopamina. A bromocriptina é um agonista da dopamina que pode ser utilizado para inibir a secreção de PRL. A somatostatina, o TSH e o GH também inibem a secreção de PRL. • A PRL circula não ligada a proteínas séricas e, por essa razão, tem uma meia-vida relativamente curta de cerca de 20 minutos • Homens e mulheres (não gestantes) apresentam concentrações séricas basais normais semelhantes • A PRL é um dos muitos hormônios liberados em resposta ao estresse. As cirurgias, o medo, os estímulos excitatórios e os exercícios físicos são todos estímulos eficazes. • o sono aumenta a secreção de PRL, que exibe um ritmo diário e pronunciado associado ao sono. Entretanto, diferentemente do GH, a elevação da PRL associada ao sono não está relacionada a uma fase específica do sono. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE
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