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4º Semestre Imunologia Aula 11/09 IMUNIDADE ADAPTATIVA As células da imunidade inata têm um papel crucial na iniciação da resposta imune, pois os linfócitos T só respondem aos antígenos se eles tiverem processados e apresentados em uma célula apresentadora de antígeno. Então é preciso que haja células da imunidade inata para montar uma resposta adaptativa eficiente. A imunidade adaptativa complementa a proteção dada pela imunidade inata. Ela é adaptativa pois ela simplesmente se adapta a todo e qualquer antígeno que o organismo entra em contato. É adquirida pois o organismo que adquire essa capacidade. Por que o neonato é inexperiente? É errado falar que ele é imunossuprimido. -Porque ele adquiriu poucas células de memória, visto que estava protegido no útero da mãe. Características da imunidade adaptativa - Imunidade de fase tardia, não é tão imediata quanto a inata quando tem o primeiro contato com o antígeno. -Imunidade ESPECÍFICA. -Imunidade que nos confere memória e anticorpos especializados. - Anticorpos quando já estão produzidos e circulantes trabalham imediatamente, mesmo os anticorpos sem produto de uma célula adaptativa (linfócito B). -Existe tolerância aos antígenos próprios. - As células envolvidas na imunidade adaptativa são os linfócitos T e B. -As células da imunidade inata que levam a informação para os linfócitos T. Respostas TH1 e TH2 Resposta imune celular ou TH1 Quando existe preferencialmente um mecanismo X sendo ativado. Existe um sinal que é produzido pelas células do sistema imune de que não se deve produzir grande quantidade de anticorpos (porque não são muito eficiente contra os agentes), mas de que se deve ativar uma resposta celular (por ativação de macrófagos). Ele é chamado assim quando libera citocinas de ação th1. Ex.: Infecções por bactérias intracelulares, protozoários ou fungos. Resposta de imunidade humoral ou de TH2 Quando um mecanismo Y é ativado de maneira mais intensa. Ela é caracterizada principalmente pela produção de anticorpos, então existe uma sinalização que fala o que esse organismo deve direcionar para que ocorra a resposta e produção de anticorpos. Não existe a necessidade das APCs. Ex.: Infecções por bactérias extracelulares. A célula B com seu receptor BCR reconhece o agente agressor e passa a ser transformado em um linfócito B que vai trabalhar apenas em um agente agressor. Quem dita se vai ocorrer uma resposta ou outra é o próprio agente agressor. LB: Só produz anticorpos após um estímulo de um imunógeno específico. LB virgem: Nunca produziu um anticorpo. IGB: Anticorpo que faz o primeiro reconhecimento e tem capacidade de reconhecer qualquer antígeno. Após esse primeiro reconhecimento essa célula passa a liberar o IGM. IGM- Imunoglobulina de membrana: Passa a ser o receptor de alta afinidade dessa célula. De resposta primária. IGG: Anticorpo que fica circulante. Resposta sistêmica. Reação cruzada: Quando o anticorpo reconhece um imunógeno, mas não é aquele que o deu origem. Geralmente acontece em testes diagnósticos. Exposição Primária No linfócito T temos o TCR, no B temos o BCR (Imunoglobulina D ou anticorpo D). A partir do primeiro reconhecimento, aquela célula que tem o seu destino definido, vai entrar em expansão clonal e vai passar a expressar a imunoglobulina M, que não vai ser liberada somente para o meio, ela vai se comportar como receptora de alta especificidade na célula. Por isso a resposta a partir da segunda exposição vai ser bem rápida e bastante específica, pois já existe o IGM na membrana para aquele agente. Depois que já existe IGM na membrana pode haver a produção do IGG (anticorpo que faz a proteção sistêmica). Obs.: Para formação de células de memória precisamos de IGM. Linfócitos Células que tem que ser maturadas nos órgãos linfoides primários. Relembrando: Os linfócitos devem sofrer maturação, pois, se algum deles tiver receptores que se encaixem aos antígenos próprios, devem ser descartados para que não gerem uma resposta auto imune. As subpopulações celulares advindas dos linfócitos T e B tem características e funções diferentes, cada uma trabalha de uma maneira para levar, preferencialmente a uma resposta humoral, uma resposta celular e uma resposta de parada (parada da liberação de citocinas). Imunógeno: Molécula de qualquer tipo capaz de induzir uma resposta imune, como as vacinas. Existem pedacinhos de antígenos que induzem melhor uma resposta imune, por exemplo, quanto mais estranho para o organismo, mais imunogênico é o antígeno. E também existem ensaios laboratoriais que nos permite reconhecer os pedacinhos (proteínas) que são mais imunogênicas. Um imunógeno pode entrar pela circulação sanguínea e ser apresentado as células do sistema imune no baço. Embora a resposta inflamatória se inicie localmente, e geralmente no linfonodo mais próximo da região agredida, a resposta normalmente pode se espalhar por todo o organismo. Componentes da imunidade adaptativa Células dendríticas Linfócitos T e B Macrófagos É preciso que haja a apresentação de um antígeno (pela APCs- célula apresentadora de antígeno) para que o linfócito T comece a trabalhar. Por que o organismo ia desenvolver um mecanismo de reconhecimento tão complicado? - Para ter um controle maior no impedimento de reconhecimento de moléculas próprias. Já que células apresentadoras de antígeno, não irão apresentar um antígeno próprio para o linfócito. Os macrófagos e as células dendríticas (APCs profissionais), além dos linfócitos T e B também funcionam como APCs e tem como principal função capturar e tornar o antígeno acessível aos linfócitos T. Depois do reconhecimento, essa célula irá reconhecer o mesmo antígeno até o final de sua vida, já que ela adquire uma conformação única no seu receptor, se expande, forma várias células irmãs idênticas (algumas que vão atuar e algumas de memória). As células dendríticas são ditas imaturas quando elas vão especialmente equipadas para capturar antígenos estranhos, espalhados por todo o corpo. Nesse caso elas expressam muitos receptores para reconhecer esses antígenos estranhos. Após a captura a célula dendrítica deixa de expressar os seus receptores do tipo Toll e passam a expressar o MHC de classe II (receptor que mostra que algo está acontecendo). Depois que a célula dendrítica reconhece, engloba e fagocita o antígeno, deixa de ser uma célula imatura e passa a ser madura, pois passa a expressar moléculas que irão mostrar o pedacinho mais imunogênico do agente para o linfócito T. Essas células dendríticas ingerem, fragmentam e apresentam o MHC de classe II para os linfócitos T. Os macrófagos só realizam essa função após a segunda vez que o antígeno entra em contato com o organismo. O mecanismo dos linfócitos B ainda não foi desvendado, mas sabe-se que para ele não é necessário haver um processamento antigênico. Processamento antigênico: Acontece no interior das APCs ao mesmo tempo que ocorre a destruição do agente agressor. Englobamento-> Fragmentação-> Formação de antígenos de interesse. No mesmo momento sinalizadores celulares mandam mensagens para que aumente a expressão do MHC de classe II no retículo endoplasmático. A vesícula que contém os antígenos de interesse vai então se fundir com a vesícula que contém o MHC de classe II, para que exista uma associação do antígeno com o receptor e ele passe a ser expresso na parede da célula dendrítica para que um linfócito consiga reconhecer e fazer a sua função. Expansãoclonal É o processo de multiplicação da célula que acabou de ser formada para reconhecer um determinado antígeno pelo resto de sua vida. É promovida pela interleucina II, que ativa fatores de multiplicação de várias células e irmãs vão sendo formadas, a formação do exército imune. Isso ocorre n interior de um órgão linfoide secundário. O exército posteriormente vai ser dividido em: 1- Células efetoras. Cada célula efetora tem uma ação diferente (altamente específicos). 2- Células de memória. IMPORTANTE As células efetoras podem ser especificas em: -Produção de anticorpos- linfócito B (Nessa fase ele não precisa de um APC). - Produção de citocina- linfócito T auxiliar (Helper). -Efeito citotóxico- Linfócito T citotóxico. - Faz o reconhecimento de um antígeno estranho e expresso por uma célula que está transformada ou parasitada por vírus, percebendo que ela deve ser eliminada. Anticorpos • Ou imunoglobulinas B. • Sua principal função é a neutralização. • São representados por um Y. • Possuem duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas idênticas. • A junção de uma cadeia leve e uma cadeia pesada de um anticorpo forma a região variável de um anticorpo. • A região variável é a que reconhece os antígenos. • A região constante é chamada de região FC do anticorpo. • Essa região FC é utilizada pelas células fagocíticas para reconhecimento. 5 Classes de Imunoglobulina: Tem uma diferença simples na sua cadeia pesada, mas que determina a mudança na sua diferenciação biológica. 1- Imunoglobulina G: Predominante no soro e na sua grande maioria, responsável pela nossa defesa sistêmica. É a imunoglobulina dosada em testes sorológicos e a mais importante no colostro dos animais. 2- Imunoglobulina M: É produzida durante uma resposta primária e depois se comporta como BCR ou o receptor da célula que a deu origem. 3- Imunoglobulina A: É considerada a IGA de mucosas e superfícies corpóreas, portanto, é muito importante para a defesa tanto do trato gastrointestinal quanto do trato respiratório. 4- Imunoglobulina E: Encontrada em pequenas quantidades no soro, e está altamente relacionada a imunidade contra os helmintos e os processos alérgicos. 5- Imunoglobulina D: Se encontra na superfície dos linfócitos imaturos. Existem também subclasses dentro de cada espécie. O que vai determinar a produção de um ou outro será o próprio agente. Geralmente as subclasses são IGG, pois elas que são as imunoglobulinas de proteção sistêmica. Ações dos anticorpos no organismo. 1- Neutralização dos agressores (independentemente de sua natureza). 2- Opsonização (sinalização para os fagócitos) em conjunto com as proteínas do sistema complemento. 3- Citotoxicidade dependente do anticorpo. É importante na proteção de doenças virais e processos tumorais. Auxilia as células NK a destruí as células indesejadas que estão presentes. Resposta Imune Celular Diferente da resposta imune direta com os linfócitos B, a resposta imune celular precisa de uma célula apresentadora de antígeno. Então toda vez que for célula T auxiliar (helper) teremos os APCs presentes no processo. A partir da apresentação de antígenos para um LT, após sua ativação eles irão produzir CITOCINAS, que vão depender do organismo e do agente agressor. E dependendo disso haverá respostas dos tipos: -TH1 (resposta celular-ativação de macrófagos). INTERFERON-GAMA. IL12 ajuda a produzir mais TH1. -TH2 (resposta humoral- produção de anticorpos). Interleucina 4 ajuda o linfócito B a reconhecer o antígeno a produzir anticorpos. Diferencia-se th1 e th2 pelo padrão de citocina que é liberado no meio. -IL5 Importante na resposta contra helmintos. -Linfócito auxiliar ou helper: Auxilia sintetizando e liberando citocinas. -Linfócito T Citotóxico: Destrói as células que não estão normais (células tumorais, parasitadas ou transplantadas). Ele utiliza um antígeno expresso no MHC de classe I para saber quais são essas células. Caso o vírus tente driblar esse mecanismo, existem as células NK que farão a destruição de células estranhas. -Treg-(Th3) resposta de parada (regularia ou modulação da resposta). Bloqueiam a resposta inflamatória/imune. Aí começam a produzir IL10. Resumo: Fase efetora do linfócito T: Secreção de citocinas. Fase efetora do linfócito B: Liberação de anticorpos. Interleucina 10: Funciona na Treg de parada e desativa os linfócitos T que estão trabalhando no padrão TH1 e TH2, para ir limpando o meio. O tipo de resposta imune montada depende de cada organismo e de sua genética, além de outros fatores pontuais como agentes infecciosos. Quem não apresenta uma resposta Th2 eficiente acaba tendo a manifestação mais grave da doença. Curiosidade: Na gravidez existe a necessidade de uma imunossupressão fisiológica, a progesterona (hormônio da gravidez), induz uma resposta antiflamatória, induzindo uma resposta do tipo Th2, impedindo com que tenha uma resposta th1 ativa e minimizando o risco de o embrião ser reconhecido pelos anticorpos. Apoptose Mecanismos de morte celular programada. 2 Caminhos para ativação do apoptose: 1- Receptores de morte e seus respectivos ligantes. 2- Liberação de grânulos que vão ativar as caspases intercelulares. Imunidade adaptativa FASE DE RECONHECIMENTO-> FASE DE ATIVAÇÃO-> FASE DE MEMÓRIA.
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