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Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG Aula 12 – Princípios da Antibioticoterapia Parte 1 Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG Esse material será dividido em duas partes para facilitar o estudo sobre os antibióticos. Por ser um tema muito abrangente e com muito conteúdo e para que consigamos fazer uma boa abordagem sobre o assunto, o material seguirá a seguinte organização: Parte 1 – Serão abordados os seguintes tópicos que servirão de base para nossa aula. • PRINCÍPIOS GERAIS PARA INDICAÇÃO E CRITÉRIOS PARA INÍCIO DE ANTIMICROBIANOS • INTRODUÇÃO À ANTIBIOTICOTERAPIA ▪ Estrutura e Fisiologia bacteriana ▪ Classificação Bacteriana ▪ Mecanismos de Resistência ▪ Classificação dos Antibióticos Parte 2 – Serão abordadas com maior foco as classes de antibióticos para aprofundar o estudo sobre o tema. • CLASSES DE ANTIBIÓTICOS, SEUS REPRESENTANTES E CARACTERÍSTICAS • SITUAÇÕES CLÍNICAS COMUNS E SEUS POSSÍVEIS ESQUEMAS TERAPÊUTICOS: ▪ Tuberculose ▪ Infecções do Trato Urinário ▪ Meningites Bacterianas ▪ Pneumonia Adquirida em Comunidade ▪ Sífilis • “BÔNUS:” QUESTÕES PARA REVISAR O CONTEÚDO TÓPICOS ABORDADOS NO MATERIAL Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG “SEMIOLOGIA E CONDUTA DAS PRINCIPAIS CONDIÇÕES CLÍNICAS DO SUS” PRINCÍPIOS DA ANTIBIOTICOTERAPIA Antes de adentrar diretamente no estudo da antibioticoterapia, devemos compreender os princípios básicos do uso de antimicrobianos, suas indicações e critérios de escolha. → Os antibióticos estão entre os fármacos mais utilizados em terapêutica, tanto em ambulatórios como em hospitais. → O principal objetivo do uso de um antimicrobiano é o de prevenir ou tratar uma infecção. Para que isso ocorra, é importante que haja uma escolha racional dos antimicrobianos. O QUE DEVEMOS LEVAR EM CONSIDERAÇÃO PARA ESCOLHER UM ANTIBIÓTICO? A escolha de uma droga antimicrobiana deve ser feita de acordo com critérios detalhados, específicos para aquela determinada situação A tomada de decisão pode ser auxiliada por um roteiro de questões conforme segue: 1- EXISTE INFECÇÃO? Há muitas condições clínicas, como colagenoses (inflamação do tecido conjuntivo devido à doença autoimune), neoplasias, distúrbios metabólicos e circulatórios, que são capazes de simular quadros infecciosos. Outro fator importante e motivador de possíveis confusões é que a febre não é um sinônimo de infecção, podendo estar presente em outras situações (LES, AR e vasculites, linfomas, leucoses, pancreatite, TEP, etc). Além disso, por outro lado, a ausência de febre não afasta a possibilidade de doença infecciosa (idosos, crianças e imunossuprimidos, por exemplo, podem demonstrar uma resposta individual diferente diante de infecções). Alguns sinais e sintomas podem indicar uma Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica - SIRS (RELER AULA DE SEPSE). Fazer o uso de antimicrobianos para tratar de forma precipitada situações não comprovadas pode levar: ao atraso no diagnóstico, ao risco de toxicidade por drogas, à seleção de microrganismos resistentes e ao desperdício de recursos. A anamnese e o exame físico detalhados são usualmente suficientes para o diagnóstico clínico de um processo infeccioso. 2- HAVENDO INFECÇÃO, QUAL A SUA LOCALIZAÇÃO? Esse conhecimento é fundamental para a escolha do tratamento, já que leva em conta as características farmacocinéticas das drogas disponíveis. As infecções urinárias, por exemplo, muitas vezes podem ser tratadas com drogas que agem apenas no trato urinário, sem perturbar a microbiota normal de outros sítios orgânicos. Outro exemplo são as infecções do sistema nervoso central que exigem altas PRINCÍPIOS GERAIS PARA INDICAÇÃO E CRITÉRIOS PARA INÍCIO DE ANTIMICROBIANOS Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG concentrações do antimicrobiano no liquor e no parênquima cerebral - (muitas drogas, não têm boa penetração nesses locais, mesmo com as meninges inflamadas). Além disso, saber a localização da infecção permite elaborar suspeitas de possíveis germes comuns nas situações clínicas correspondentes. Segue na tabela alguns focos clínicos e germes suspeitos correlacionados. SITUAÇÃO CLÍNICA GERMES SUSPEITOS COMO PESQUISAR Foco Urinário Gram negativos entéricos (Ex: E. coli) Pedir EQU, urinocultura com atb. Foco Cutâneo Estreptococos, Estafilococos, Gram negativos Hemocultura, cultura do material da ferida, Fonte Intra-abdominal ou Peritonite Gram negativos, Anaeróbios e Enterococos Ultrassom abdominal, TC se foco em retroperitônio, laparotomia exploratória, drenar coleções e enviar para cultura e Gram. Pneumonia em Idosos ou Aspirativa Pneumococos, H. influenzae, Germes Atípicos, Gram positivos, Anaeróbios Raio X, Gram e cultura de escarro, drenagem pleural com exame do líquido, hemocultura, aspirar tubo, extubar o quanto antes. Endocardite infecciosa Estreptococos, Enterococos, Estafilococos Hemocultura, Ecocardiograma para avaliar vegetação. Sistema Nervoso Central Pneumococos, Meningococos, H. infuenzae, Gram negativos TC, exame do liquor e cultura. Sem foco definido em paciente imunodeprimido Gram negativos entéricos, Estafilococos, Estreptococos, P. aeruginosa Realizar hemoculturas repetitivas. 3- QUAIS OS MICRORGANISMOS MAIS PROVAVELMENTE ENVOLVIDOS? Essa questão exige conhecimentos gerais das doenças infecciosas, assim como da situação clínica de cada paciente e da epidemiologia local. Para que isso ocorra é fundamental que nas instituições, haja o desenvolvimento de serviços de microbiologia bem aparelhados e de serviços de controle (Comissões de Controle de Infecções Hospitalares - CCIHs) das infecções organizados e atuantes. Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG - Conhecimentos Gerais de Doenças Infecciosas: pela apresentação e pelas características clínicas da doença, muitas vezes consegue - se chegar, com razoável precisão, a um diagnóstico seguro. - Situação do Paciente: idade, imunocompetência, comorbidades (doenças de base), qualidade da perfusão tecidual, gravidade do quadro, uso prévio de antimicrobianos, presença de fatores de risco, uso de cateteres, drenos, tubos, próteses, etc. - Epidemiologia Local: Há algum patógeno mais provável (surtos, doenças endêmicas ou epidêmicas)? Houve contato com pessoas com sintomas semelhantes? - Outras questões importantes: A infecção foi adquirida em ambiente comunitário ou hospitalar? Em pacientes hospitalizados, quais os germes mais prováveis em cada instituição e quais seus padrões de sensibilidade e de resistência? Dentro de cada instituição, quais os agentes mais prováveis por unidade? 4- FORAM OBTIDOS EXAMES DIRETOS E CULTURAS? As técnicas para microscopia, como a coloração de Gram, são muito úteis na escolha do tratamento inicial, enquanto não ficam prontas as culturas. Além disso, alguns germes são metabolicamente mais exigentes e podem não crescer em culturas; no entanto, sua visualização no exame direto é possível, orientando, assim o tratamento. Ainda hoje, o método mais empregado para o diagnóstico de tuberculose é a pesquisa direta de BAAR (exame feito a partir da visualização direta do escarro, após coloração, em microscópio para pesquisar o bacilo). Preferencialmente, não se deve iniciar o tratamento antimicrobiano sem coleta prévia de culturas, a não ser que seja desnecessário ou inapropriado (por exemplo, na maioria das sinusites e otites não-complicadas, o tratamento de antimicrobianos deve ser iniciado empiricamente). Exames de visualização direta CulturasÉ feita a coleta de material biológico possivelmente infectado, esse material é usado para produzir esfregaços e lâminas que receberão técnicas de coloração e depois serão observadas em microscópio para pesquisar o patógeno. É feita a coleta de material biológico possivelmente infectado, uma porção desse material é colocada em uma placa de Petri, com material específico que vai proporcionar a proliferação da colônia bacteriana ou inibir seu crescimento (antibiograma), dependendo da técnica empregada. Assim se chega a mais provável identidade do patógeno em questão. 5- QUAL A DROGA DE ESCOLHA PARA A SITUAÇÃO? Idealmente baseada em resultados de culturas, essa escolha deve levar em conta todos os aspectos supracitados, além de considerações sobre efeitos indesejáveis, disponibilidade da droga e via de administração. Além disso, deve - se levar em conta o espectro de ação e se o efeito da droga é bactericida ou bacteriostático. Por fim, outro fator que deve ser lembrado é a avaliação dos custos que o antimicrobiano representa para os indivíduos e para as instituições de saúde. Bactericida – destrói e mata a bactéria/ Bacteriostático – impede a proliferação bacteriana Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG 6- É NECESSÁRIA UMA COMBINAÇÃO DE DROGAS? Algumas vezes, precisamos utilizar combinações de antimicrobianos para obter o efeito desejado. Com as combinações, podemos obter ampliação do espectro e sinergismo, por exemplo. - Ampliação do espectro: Ocorre quando combinamos, por exemplo, drogas que agem predominantemente sobre gram positivos com drogas que agem predominantemente sobre gram negativos. - Sinergismo: Ocorre quando uma associação de drogas tem resultados superiores à soma de seus efeitos isolados, por exemplo sulfas e trimetoprim ou aminoglicosídeos e penicilinas associados. 7- QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS FARMACOCINÉTICAS E FARMACODINÂMICAS DO ANTIMICROBIANO? A farmacodinâmica é o estudo do mecanismo de ação dos fármacos em geral, enquanto a farmacocinética avalia o processamento do fármaco pelo corpo e seus efeitos, dentre eles, os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção. Sempre deve-se ter conhecimento dos seguintes itens relacionados aos antimicrobianos: via de administração, propriedades físico-químicas, distribuição, absorção e eliminação, meia-vida, barreiras de penetração, efeito pós-antibiótico, entre outros. 8- É NECESSÁRIO CUIDADO ESPECIAL NA SELEÇÃO OU USO DO ANTIMICROBIANO? Seguem alguns fatores que devem ser avaliados: gravidez / lactação (observar toxicidade da droga para o feto sempre antes de prescrevê-la), faixa etária, função renal e função hepática (checar essas funções e fazer os ajustes de dose, caso necessário), imunidade (em imunodeprimidos, evitar medicações bacteriostáticas), interações medicamentosas, etc. ATENÇÃO: A resposta dessas perguntas favorece o uso adequado de antimicrobianos e consequentemente promove: uma diminuição do risco de desenvolvimento de resistência, bem como favorece um resultado clínico mais satisfatório, além de menor custo de tratamento. O uso racional dos antimicrobianos é tão importante que se tornou uma das metas definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o século XXI. FARMACOCINÉTICA Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG PONTOS-CHAVE: → O início da antibioticoterapia e a escolha do antibiótico adequado dependem de alguns fatores fundamentais que levam ao diagnóstico de infecção. → Diagnóstico presuntivo - Quadro clínico do paciente que indica infecção! → Lembrar que a febre é um importante sinal, porém não é sinônimo de infecção! → Diagnóstico de certeza – Exames de visualização direta e cultura (identificar o patógeno para oferecer o tratamento mais específico)! → Os exames laboratoriais e de cultura levam um certo tempo, além de terem certo custo, por isso algumas vezes o tratamento deverá ser baseado no diagnóstico presuntivo. → O conhecimento epidemiológico do local de trabalho é importante para que se inicie o tratamento empírico (antes do diagnóstico de certeza). →Antes de se iniciar a antibioticoterapia é necessário conhecer os antecedentes do paciente (gravidez, comorbidades, imunossupressão, doença hepática, doença renal). → Sempre lembrar da farmacocinética e farmacodinâmica do fármaco para administrar o que for mais adequado para as condições do paciente (desde a classe até a dose). → Considerar o espectro do antibiótico é importante para evitar desenvolvimento de resistência (problema atual que muitas vezes não é dado a devida importância na ânsia de tratar o paciente). → Acompanhar a evolução do paciente para avaliar a eficácia da terapêutica (cuidado com resistência ao antibiótico). Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG INTRODUÇÃO À ANTIBIOTICOTERAPIA Antimicrobianos são substâncias naturais, semissintéticas ou sintéticas que eliminam ou inibem o crescimento dos microrganismos, incluindo bactérias, fungos, helmintos, protozoários e vírus. O termo antibiótico está atualmente incluído na expressão agente antibacteriano e muitas vezes é usado como sinônimo. São utilizados no tratamento ou na prevenção de doenças infecciosas. Para a melhor compreensão do estudo das classes e de fármacos antibióticos, é preciso primeiramente conhecer sobre os microrganismos tratados por eles, os mecanismos de resistência mais comuns e as classificações que esses antimicrobianos recebem. ESTRUTURA E FISIOLOGIA BACTERIANA Bactérias são organismos unicelulares que se multiplicam por divisão binária e são classificadas como procariotas. Uma célula bacteriana típica possui parede celular, membrana citoplasmática, citoplasma, núcleo sem membrana e organelas. Outros elementos estruturais bacterianos incluem cápsulas e esporos. Uma estrutura em especial que deve ser comentada com maior detalhamento no contexto da antibioticoterapia é a parede celular. • Parede Celular: é uma estrutura rígida de peptideoglicano (polímero constituído de açúcares e aminoácidos) que confere forma à bactéria e previne lise (quebra) da célula mesmo sob intensa pressão osmótica interna. Todas as bactérias têm parede celular, com exceção dos micoplasmas. Para que ocorra a síntese dessa parede celular, as bactérias têm uma enzima chamada de transpeptidase (ou Proteína de Ligação à Penicilina - PBP). CLASSIFICAÇÃO BACTERIANA O MÉTODO DA COLORAÇÃO DE GRAM: De acordo com a coloração pelo Método Gram e com a estrutura da parede celular, os microrganismos são classificados como Gram-positivos ou Gram-negativos. O método consiste em diferenciar bactérias a partir das colorações que estas adquirem após tratamento com agentes químicos específicos. Existem, ainda, algumas bactérias, como as micobactérias, cuja descoloração da parede celular é resistente ao álcool-ácido (bacilos álcool-ácido resistentes = BAAR), as quais podem ser caracterizadas por outros métodos de coloração, como o método de Ziell-Neelsen (ZN). Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG GRAM POSITIVO: GRAM NEGATIVO: - À microscopia, as bactérias apresentam uma coloração azul-violeta. - Apresentam parede de peptideoglicano mais espessa. - Apresentam Ácido lipoteicoico - À microscopia, as bactérias apresentam coloração vermelho, pois não retêm o corante. - Apresentam parede de peptideoglicano mais fina. - Apresenta membrana externa de natureza lipoproteica. - Apresentam endotoxinas: uma endotoxina conhecida é o Lipídeo A, o qual é responsável pela produção de febre e de choque séptico nos pacientes infectados com bactériasgram negativas. CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS COMUMENTE RELACIONADAS A INFECÇÕES CLÍNICAS: * Clostridium e Actinomyces são os únicos germes anaeróbicos presentes nessa tabela. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA A expressão “resistente” significa que o germe tem a capacidade de crescer in vitro em presença da concentração que a droga analisada atinge no sangue, ou seja, o conceito é dose-dependente. No entanto, a concentração sanguínea de vários antibióticos é muito inferior à concentração alcançada pelo mesmo antibiótico em outros líquidos ou tecidos corpóreos, como a urina. Assim, uma bactéria pode ser “resistente” a um determinado antibiótico quando ela está presente na corrente sanguínea, mas “sensível” quando está nas vias urinárias. GRAM + GRAM - COCOS Estreptococos Estáfilococos Enterococos Neisserias Moraxellas BACILOS Listeria Corynebacterium Clostridium* Actinomyces* Pseudomonas Haemophilus Enterobactérias: (E. coli, Klebsiella, Salmonella, Shiguella) “OUTRAS BACTÉRIAS” Micobacterium Clamydia Mycoplasma Ureaplasma Treponema Leptospira Borrelia Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG As bactérias possuem diversos mecanismos de resistência aos antibióticos. Os principais são: 1- MECANISMO ENZIMÁTICO: A inibição ou inativação enzimática do antibiótico é o principal mecanismo de resistência adquirido contra a classe dos beta-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos, monobactâmicos). Exemplo - Produção de Beta-lactamases: Nesse caso, as bactérias podem produzir enzimas chamadas de beta-lactamases. Essas beta-lactamases são moléculas que fazem clivagem do anel betalactâmico (o qual é comum a todos os fármacos betalactâmicos). Ao hidrolisar o anel betalactâmico, essas enzimas inativam o antibiótico. Na procura de antibióticos beta-lactâmicos mais resistentes à ação das beta-lactamases, foram desenvolvidas combinações do antibiótico beta-lactâmico com agentes inibidores da ação da beta-lactamase (exemplos de inibidores de beta-lactamases: Clavulanato, Sulbactam, Tazobactan). 2- ALTERAÇÃO DO SÍTIO DE AÇÃO: O sítio de ação em que o antibiótico atua pode ser alterado de maneira que essa estrutura apresente uma baixa afinidade pelo agente bacteriano. Exemplo - Baixa afinidade da transpeptidase (Alteração da PBP): Pode haver algumas situações em que a enzima transpeptidase (PBP) tem uma conformação tridimensional diferente. Essas situações, não favorecem o encaixamento correto do antibiótico. Logo, esse antibiótico passa a não alcançar seu mecanismo de ação e a parede bacteriana não é lisada, por exemplo. 3- ALTERAÇÃO DO TRANSPORTE: Alteração de Permeabilidade e Bomba de Efluxo Esse mecanismo é mais comum em bactérias gram negativas do que em bactérias gram positivas, pois a principal barreira à difusão de antibióticos na célula bacteriana é a membrana externa, estrutura inexistente em organismos gram positivos. Exemplo - Diminuição ou alteração na produção de porinas: As porinas são proteínas-canais presentes na membrana externa de bactérias gram negativas. Mutações que causam diminuição na produção ou alteração estrutural nessas proteínas levam à redução da permeabilidade celular. • Produção de enzimas que destroem os antibióticos; • Alteração no sítio atuação do antibiótico; • Alteração na permeabilidade da membrana; • Bombeamento ativo do antibiótico para fora da bactéria; Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS: Existem várias maneiras de classificar os fármacos antibacterianos, podendo ser de acordo com: 1- ATIVIDADE ANTIBACTERIANA: • Bactericidas: matam as bactérias em concentrações plasmáticas seguras para os seres humanos. • Bacteriostáticos: inibem o crescimento bacteriano, mas não destroem as bactérias nas concentrações plasmáticas que são seguras para os seres humanos. 2- ESPECTRO DE AÇÃO: • Amplo Espectro: fármacos com espectro de ação extenso. • Curto Espectro: fármacos com limitado espectro de ação contra bactérias. 3- MECANISMO DE AÇÃO: Os antibióticos podem agir de diferentes formas e em diferentes sítios bacterianos para impedir o crescimento e matar a bactéria. O antibiótico pode impedir a formação completa do peptidoglicano, inibindo a formação da parede celular deixando a célula bacteriana mais susceptível a ação do medicamento; pode inibir a síntese de proteínas bacterianas, inibir a síntese de ácidos proteicos, impedindo a produção das proteínas da bactéria e sua replicação; Alguns antibióticos podem mimetizar os metabólitos das células bacterianas, se ligando as suas enzimas e as impedem de se reproduzir ou se alimentar; outros auam modificando a membrana plasmática da bactéria. ATENÇÃO: quanto mais específico, melhor o tratamento. Portanto, as drogas de espectro limitado devem ser preferidas. O uso inadequado de antimicrobianos de espectro amplo pode desequilibrar a microbiota, levando ao surgimento de superinfecções por germes multirresistentes. Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG Os antibióticos podem ser administrados por diversas vias como: via oral, tópica, parenteral entre outros. O intervalo, o tempo de uso e a via preferencial dos antibióticos irão variar de acordo com o tipo do processo infeccioso e com sua gravidade. Na tabela abaixo temos os principais representantes de todas as classes de antibióticos conhecidas: BETALACTÂMICOS PENICILINAS Penicilinas Naturais: Penicilina G Benzatina (Benzetacil); Penicilina G Cristalina; Penicilina G Procaína; Penicilina V Oral; Aminopenicilinas: Amoxicilina; Ampicilina; Penicilinas Antiestafilocócicas: Oxacilina / Meticilina; Penicilinas de Amplo Espectro: Piperacilina; Ticarcilina; Carbenicilina; Penicilinas com Inibidores de Beta-lactamases: Amoxicilina-Clavulanato-(Clavulin); Piperacilina- Tazobactam-(Tazocin); Ampicilina-Sulbactam. CEFALOSPORINAS Cefalosporinas de 1ª Geração: Cefalexina; Cefadroxila; Cefazolina; Cefalotina; Cefalosporinas de 2ª Geração: Cefaclor; Cefoxitina; Cefuroxima; Cefalosporinas de 3ª Geração: Cefotaxima; Ceftriaxona (Rocefin); Ceftazidima; Cefalosporinas de 4ª Geração: Cefepime; Cefalosporinas de 5ª Geração: Ceftarolina; Ceftobiprole CARBAPENÊMICOS Imipeném, Meropeném, Ertapeném; MONOBACTÂMICOS Astreonam; QUINOLONAS/ FLUOQUINOLONAS Quinolonas de 1ª Geração: Ácido Nalidíxico Quinolonas de 2ª Geração: Norfloxacino; Ciprofloxacino; Ofloxacino; Quinolonas de 3ª Geração: Lexofloxacino; Moxifloxacino; Quinolonas de 4ª Geração: Trovafloxacino; Sitafloxacino; NITROFURANTOÍNA: Macrodantina; GLICOPEPTÍDEOS Vancomicina; Teicoplanina; LIPOPEPTÍDEOS Daptomicina OXAZOLIDINONAS Linezolida MACROLÍDEOS Eritromicina; Claritromicina; Azitromicina; Espiramicina; AMINOGLCOSÍDEOS Amicacina; Gentamicina; Estreptomicina; Neomicina; Tobramicina; IMIDAZÓLICOS Antifúngicos: Cetoconazol; Miconazol; Itraconazol; Fluconazol; Clotrimazol; Antiprotozoários /Anaerobicidas: Metronidazol; Antihelmínticos: Albendazol, Mebendazol; AFENICÓIS Cloranfenicol SULFONAMIDAS Mesalazina; Sulfasalazina; Sulfadiazina; Sulfametoxazol- Trimetoprim (Bactrim); LINCOSAMIDAS Clindamicina TETRACICLINAS Doxiciclina; Tigeciclina; LISTA DAS PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIBIÓTICOS E SEUS REPRESENTANTES Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG Nesta etapa serão abordadas com maiores detalhes as classes de antibióticos, os representantes de cada uma delas e qual a indicação de uso. Por ser um assunto bastante extenso, recomendamos que a leitura seja feita de maneira gradual, e que a primeira parteesteja bem compreendida para facilitar o entendimento dessa etapa. Lembrem-se sempre dos mecanismos de ação de cada classe para facilitar a compreensão da indicação de uso de cada fármaco. Serão explanados aqui também a forma de tratamento de 5 infecções graves bastante frequente nos ambulatórios: Tuberculose, Infecções do Trato Urinário, Meningite, Pneumonia Adquirida na Comunidade e Sífilis. Aula 12 – Princípios da Antibioticoterapia Parte 2 Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG PENICILINAS: PENICILINA G BENZATINA (Benzetacil) Características Gerais: - Administração: Intramuscular (IM); - Meia vida longa: aproximadamente 20 dias; - Uso em infecções prolongadas e profilaxias; - Penetração ruim no SNC; - Segura na gestação e lactação. Cobertura: Estrepto e Enterococos, Neisseria (meningococo), Anaeróbios e outros (Treponema pallidum); Não cobre Estáfilos. Aplicação Prática: - Tratamento para Sífilis; - Profilaxia para Febre reumática secundária à faringoamigdalites de repetição por S. pyogenis; - Profilaxia para Endocardite por S. viridans. PENICILINA G CRISTALINA Características Gerais: - Administração: Intravenosa (IV); - Meia vida mais curta: aproximadamente 4-6 horas. - Uso em infecções agudas e graves; - Boa penetração no SNC; - Segura na gestação e lactação. Cobertura: Estrepto e Enterococos, Neisseria (meningococo), Anaeróbios e outros (Treponema pallidum); Não cobre Estáfilos. Aplicação Prática: - Infecções por: S. pneumoniae (IVAS, PAC e meningites); S. pyogenis (piodermites e faringoamigdalites); S. agalactie (meningite e sepse do RN); S. viridans (endocardite). OXACILINA Características Gerais: - Administração: via parenteral; - Segura na gestação e lactação. Cobertura: Estafilococos (MSSA- Sthaphylococcus aureus Sensível à Meticilina/Oxacilina) Aplicação Prática: - Infecções de pele e partes moles, abcessos, pneumonias estafilocócicas. AMINOPENICILINAS: AMOXICILINA; AMPICILINA Características Gerais: - Administração: Via oral (VO) ou IV; - Cruzam a BHE inflamada; - Segura na gestação e lactação. Cobertura: Estreptococos, Enterococos, Listeria, Neisseria (meningococo), Hemófilos. Aplicação Prática: - S. pneumoniae: IVAS (rinossinusite, otite), PAC, meningite do RN; S. pyogenis: piodermites e faringoamigdalites; S. agalactie: meningite e sepse do RN; S. viridans: endocardite PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO: PIPERACILINA; CARBENICILINA; TICARCILINA Características Gerais: - Administração: IV; - Uso intra-hospitalar; Cobertura: Pseudomonas, Enterobactérias, Proteus Aplicação Prática: - Infecções graves por bactérias sensíveis gram negativas, como sepse, pneumonias, infecções intra- abdominais. AMOXICILINA - CLAVULANATO (Clavulin) Características Gerais: - Administração: VO ou IV; Cobertura: MSSA, Estreptococos, Enterococos, Hemófilos, Neisserias Aplicação Prática: - Sinusite, IVAS, Pé diabético infectado, mordedura de animais AMPICILINA - SULBACTAM Características Gerais: - Administração: VO ou IV; Cobertura: Idem ao Clavulin + Boa cobertura p/ Acinetobacter. Aplicação Prática: Idem ao Clavulin PIPERACILINA - TAZOBACTAM (Tazocin) Características Gerais: - Administração: IV; Cobertura: Enterobactérias e Pseudomonas Aplicação Prática: - Infecções intra-abdominais por cepas produtoras de beta-lactamases CLASSES DE ANTIBIÓTICOS, SEUS REPRESENTANTES E CARACTERÍSTICAS: Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG CEFALOSPORINAS: CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO: CEFALEXINA; CEFADROXILA; CEFAZOLINA; CAFALOTINA Características Gerais: - Administração: VO e IV; - Penetração ruim no SNC; - Não costumam ser usadas em infecções graves; Cobertura: Gram positivos: Estáfilos e Enterococos comunitários. Aplicação Prática: - Infecções de pele e partes moles, ósseas e de articulações; - Profilaxias cirúrgicas; - Infecções por S. pneumoniae; S. pyogenis; S. agalactiae; S. viridans; CEFALOSPORINAS DE 2ª GERAÇÃO: CEFACLOR; CEFOXITINA; CEFUROXIMA Características Gerais: - Administração: VO, IV, IM - Apenas a Cefuroxima costuma ter boa penetração em SNC. Cobertura: Anaeróbios e com espectro ampliado para gram negativos, principalmente Hemófilos e Enterobactérias. Atividade limitada contra gram positivos. Aplicação prática: - Infecções por anaeróbios, hemófilos e enterobactérias comunitárias; - Profilaxias cirúrgicas; CEFALOSPORINAS DE 3ª GERAÇÃO: CEFTAZIDIMA; CEFTRIAXONE (Rocefin); CEFOTAXIMA Características Gerais: - Administração: IV, IM Cobertura: Expandem o espectro contra gram negativos e perdem atividade contra os Estafilococos e anaeróbios. Cobrem: Enterobactérias, Neisserias (meningococo e gonococo), Estreptococos, Pseudomonas. * Com ação anti-pseudomonas: Ceftazidima; * Sem ação anti-pseudomonas: Ceftriaxone; Cefotaxima; Aplicação Prática: - Neisseria (gonococo) / Gonorreia pode ser tratada com Ceftriaxone; - PAC por S. pneumoniae pode ser tratada com Ceftriaxone; - Infecções por Estreptococos e Enterobactérias pode - se tratar com Ceftriaxone; - Infecções por Pseudomonas, tratar com a Ceftazidima. CEFALOSPORINAS DE 4ª GERAÇÃO: CEFEPIME Características Gerais: - Administração: IV - Cruzam a BHE - Trata - se de um antibiótico “pesado”. Deve - se avaliar e fazer seu uso de forma restrita nos casos de maior necessidade. Cobertura: Excelente atividade contra gram negativos; Boa atividade contra Gram positivos; Não possui atividade significativa contra germes anaeróbios Aplicação Prática: - Uso preferencial em infecções hospitalares graves; - Uso em infecções hospitalares como: pneumonias nosocomiais, infecções por MSSA, neutropenia febril. CEFALOSPORINAS DE 5ª GERAÇÃO: CEFTAROLINA; CEFTOBPROLE Características Gerais: - Administração: IV - São fármacos novos. A Ceftarolina é a única disponível no Brasil e ainda com custo elevado. Cobertura: MRSA; Enterococos; Sem ação contra anaeróbios; Ceftarolina não tem ação contra Pseudomonas. Aplicação Prática: - Indicados para tratar germes mais resistentes e graves; SNC- Sistema nervoso central IVAS – Infecção das vias aéreas superiores PAC – Pneumonia adquirida na comunidade RN- Recém nascido BHE – Barreira hematoencefálica MSSA – Staphylococcus aureus suscetível à meticilina MRSA - Staphylococcus aureus resistente à meticilina Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG MONOBACTÂMICOS ASTREONAM Características Gerais: - Administração IV e IM - Beta-lactâmico monocíclico Cobertura: Sua atividade é restrita às bactérias gram-positivas. Aplicação Prática: - Alternativa para pacientes alérgicos a outros beta- lactâmicos. CARBAPENÊMICOS: IMIPENÉM Características Gerais: - A administração: IV - É comercializado associado à Cilastatina - (pois essa associação aumenta a biodisponibilidade plasmática do Imipeném, além de agregar efeito nefroprotetor). - Uso é restrito e controlado: o Imipeném, assim como os outros da classe, deve ser usado nos casos de infecções por germes resistentes; - Não tem boa penetração no SNC; Cobertura: Possui espectro extremamente amplo, podendo ser utilizado contra microrganismos gram positivos, gram negativos e anaeróbios. Aplicação Prática: - Infecções nosocomiais por organismos multirresistentes; - Tratamento empírico de pacientes previamente tratados com múltiplos antibiótico; - Infecções polimicrobianas; - Infecções intra-abdominais e de partes moles;MEROPENÉM Características Gerais: - Administração: IV - Boa penetração no SNC -Pode ser usado contra a meningite bacteriana. Cobertura: Semelhante ao Imipeném, exceto por ser inadequado para os Enterococos Aplicação Prática: - Alternativa ao Imipeném. - É o carbapenêmico de escolha para o tratamento de infecções do SNC. ERTAPENÉM Características Gerais: - Administração: IV e IM; - Tempo de meia vida longo: aprox. 24H; - Uso em infecções prolongadas; - Possibilidade de uso ambulatorial; Cobertura: Possui espectro extremamente amplo, podendo ser utilizados contra microrganismos gram positivos (exceto Enterococos), gram negativos e anaeróbios. Aplicação Prática: - Alternativa ao Imipeném IMIDAZÓLICOS: METRONIDAZOL Características Gerais: - Administração: VO e IV; - Usado apenas contra bactérias anaeróbias estritas; - Interação com anticoagulantes; Cobertura: Germes anaeróbios (Clostridium) e Protozoários (Giardia lamblia, Entamoeba hystolitica e Tricomonas vaginalis) Aplicação Prática: - Colite pseudomembranosa - Abcessos, fasciítes, mordedura de animais; - Infecções por Giardia, Entamoeba e Tricomonas. Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG QUINOLONAS: Características Gerais: - Administração: VO e IV. - As quinolonas são contraindicadas em gestantes, lactantes e crianças (menores de 18 anos) devido ao risco de comprometimento da formação das cartilagens articulares e, consequentemente, possível desenvolvimento de tendinites e artralgias. - Efeitos adversos mais comuns: fototoxicidade, distúrbios gastrointestinais, cefaleia e tontura. - As quinolonas de 3ª geração têm pior penetração no SNC, mas excelente penetração em outros tecidos. QUINOLONAS DE 1ª GERAÇÃO: ÁCIDO NALIDÍXICO Cobertura: Bactérias gram negativas (exceto Pseudomonas). Pouco ativo contra gram positivos. Aplicação Prática: - Pouco uso na prática médica atual. - Infecções urinárias não complicadas → Cistites e uretrites causadas por enterobactérias. QUINOLONAS DE 2ª GERAÇÃO: NORFLOXACINO; CIPROFLOXACINO; OFLOXACINO Cobertura: → Norfloxacino: germes gram negativos, principalmente Enterobactérias. Ativo contra Micoplasma e Clamídia. Não tem boa ação contra Pseudomonas. → Ciprofloxacino: A maioria das enterobactérias é sensível, assim como outros gram negativos. Apresenta ação contra MSSA, Clamídia e Micoplasma. Ativo contra Pseudomonas. → Ofloxacino: semelhante ao Ciprofloxacino, porém com menor ação contra Pseudomonas. Aplicação Prática: - Cistites e uretrites não complicadas; - Pielonefrite, Prostatites e diarreias infecciosas. QUINOLONAS DE 3ª GERAÇÃO / “QUINOLONAS RESPIRATÓRIAS” LEVOFLOXACINO; MOXIFLOXACINO Cobertura: Estreptococos, MSSA, Gram negativos (incluindo Pseudomonas), Clamídia, Micoplasma. Aplicação Prática: - IVAS e PAC (leves e graves); - Infecções de pele e partes moles por MSSA (EX: Pé- diabético). - Uretrite por Clamídia e Micoplasma. - Infecções do TGU QUINOLONAS DE 4ª GERAÇÃO: TROVAFLOXACINO; SITAFLOXACINO Cobertura: Estreptococos, MSSA, Pseudomonas, Proteus, Clamídia, Micoplasma, Aplicação Prática: - Pneumonias; - Pielonefrites, Prostatites e Cistites; - Diarreias infeciosas; NITROFURANTOÍNA: MACRODANTINA Características Gerais: - Serve como alternativa às quinolonas quando direcionados às crianças e gestantes. Cobertura: Enterococos, E. coli, Pseudomonas, Proteus, Klebsielas e outras Enterobactérias. Não é positiva contra gram positivos e anaeróbios Aplicação Prática: - Fármaco usado em infecções do Trato Gênito Urinário. Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG GLICOPEPTÍDEOS: VANCOMICINA Características Gerais: - Administração: IV; - Uso restrito ao ambiente intra- hospitalar e destinado a infecções graves por germes resistentes; - “Síndrome do Homem Vermelho”: reação de hipersensibilidade que pode ocorrer após o uso de Vancomicina; Cobertura: Estreptococos, Enterococos e Estafilococos (MRSA - Sthaphylococcus aureus Resistentes à Meticilina/Oxacilina); - Antigamente, a Vancomicina também era usada p/ tratar Clostridium difficili, o que não é mais comum na prática médica. Aplicação Prática: - Infecções por MRSA; OBS: Em Estáfilos de resistência intermediária à Vancomicina, pode - se usar a Linesolida ou a Daptomicina; TEICOPLANINA Características Gerais: - Administração IV e IM; - Meia vida longa: aproximadamente 24 horas; - Possibilidade de uso ambulatorial em infecções prolongadas; Cobertura: Idem à Vancomicina; Aplicação Prática: - Alternativa à Vancomicina por ser útil em infecções prolongadas e por possibilidade de uso ambulatorial; - Infecções por MRSA; LIPOPEPTÍDEOS: DAPTOMICINA Características Gerais: - Administração: IV - Novo medicamento + alto custo; Cobertura: Idem à Vancomicina Aplicação Prática: - Alternativa à Vancomicina em casos de resistência. OXAZOLIDINONAS: LINEZOLIDA Características Gerais: - Administração: IV e VO; Cobertura: Idem à Vancomicina; Aplicação Prática: - Alternativa à Vancomicina em caso de resistência. AMINOGLICOSÍDEOS: AMICACINA; GENTAMICINA; ESTREPTOMICINA; NEOMICINA; TOBRAMICINA; Características Gerais: - Essas drogas mantêm - se como uma das principais opções para o tratamento de infecções por germes hospitalares; - Entre os efeitos adversos mais comuns estão: nefrotoxicidade e ototoxicidade; - Devem ser evitadas em gestantes por risco de toxicidade fetal. Cobertura: Atividade sobre bacilos gram negativos aeróbios e Staphylococcus sp. Em associação com beta-lactâmicos, são sinérgicos contra diversos microrganismos, incluindo germes pouco sensíveis aos aminoglicosídeos, com Estreptococos e Enterococos. Aplicação Prática: - No geral, os aminoglicosídeos têm boa ação no tratamento de infecções por gram negativos. - A Gentamicina associada à ampicilina, penicilina ou Vancomicina pode ser usada no tratamento contra Sthaphylococcus sp. Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG MACROLÍDEOS / NEOMACROLÍDEOS: ERITROMICINA (Macrolídeo); CLARITROMICINA; AZITROMICINA; ESPIRAMICINA; Características Gerais: - Os macrolídeos possuem sítio de ação semelhante ao das Lincosamidas e Anfenicóis, podendo competir pelo sítio de ação. Portanto, não pode ser feito o uso concomitante desses medicamentos. - São drogas seguras para gestantes e lactantes; - A Azitromicina é o medicamento da classe que possui maior tempo de meia vida, aproximadamente 24 horas. - Os neomacrolídeos, apresentam diversas vantagens quando comparados à Eritromicina, uma delas é a maior tolerância gastrointestinal. Por isso, a Eritromicina não é tão usada mais na prática clínica. Cobertura: Gram negativos, Gram positivos, Clamídia, Micoplasma; H.pylori; Campylobacter jejuni, Bordetella pertussis, Micobactérias, Protozoários; Aplicação Prática: - São úteis no tratamento de infecções de pele e partes moles; IST’s; PAC; Infecções do Trato Urinário; - Para o tratamento do H. pylori, existe uma associação farmacológica chamada de Pyloripac (Amoxicilina + Claritromicina + Inibidor da bomba de prótons: Lansoprazol). - A Espiramicina é eficaz no tratamento da Toxoplasmose, sendo a droga de escolha para o tratamento de gestantes nessa condição. LINCOSAMIDAS: CLINDAMICINA Características Gerais: - Administração: VO e IV; - Penetração ruim no SNC; - Ótima penetração no tecido ósseo - Tem o mesmo sítio de ação que osmacrolídeos e anfenicóis. Portanto, não deve ser usada concomitantemente com esses medicamentos. Cobertura: Gram positivos (Estreptococos, Estafilococo sensíveis); anaeróbios; Germes “estranhos” (Plasmódio; Toxoplasma; Pneumocystis); Aplicação Prática: - Geralmente é usada como alternativa à outras medicações, por exemplo, as penicilinas. - Tratamento de infecções pulmonares e pélvicas. - Tratamento de infecções de pele e partes moles e de ossos e articulações; - Tratamento de miosite e fasciíte necrotizante; ANFENICÓIS: CLORANFENICOL Características Gerais: - Não deve ser administrado concomitantemente às lincosamidas e macrolídeos. - Apresenta excelente penetração tecidual, inclusive na barreira hematoencefálica e barreira feto- placentária (BFP); - Entre seus efeitos adversos importantes se destaca a possibilidade de desenvolver aplasia de medula, a qual pode se tornar fatal ao paciente. - Quando usado durante a gravidez, pode causar a “Síndrome do Bebê Cinzento”. Cobertura: Boa atividade contra gram positivos, gram negativos e germes anaeróbios e “atípicos”; Aplicação Prática: - A restrição ao seu uso decorre do risco de toxicidade hematológica. Nesse sentido, sempre deve ser avaliado com cautela o risco/benefício de se prescrever essa medicação; - Seus principais usos são direcionados a: infecções por Salmonella typhi (febre tifoide) e Rickettsia sp, podendo ainda ser usado no tratamento de meningites; Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG SULFONAMIDAS: SULFAMETOXAZOL-TRIMETOPRIM / COTRIMOXAZOL (Bactrim); SULFADIAZINA; Características Gerais: - A associação das Sulfonamidas com o Trimetoprim permite alcançar maior potência terapêutica; - Dentre os efeitos adversos que ganham maior destaque estão: erupções cutâneas, cristalúria e distúrbios hematológicos, como anemia hemolítica; - São drogas contraindicadas nos últimos meses da gestação e durante a lactação, pois podem causar efeitos tóxicos ao feto, podendo levar ao desenvolvimento de Kernicterus. Cobertura: Gram positivos, Gram negativos, Actinobactérias, fungos (Pneumocystis), protozoários (Toxoplasma gondii); Aplicação prática: - São agentes de primeira escolha para o tratamento de algumas infecções oportunistas, como isosporidíase e pneumocistose; - São indicadas como tratamento de escolha para a Toxoplasmose; - Podem ser usados em infecções do Trato urinário, IVAS, infecções de pele e partes moles; - A Sulfadiazina de Prata tem importante uso diante de quadros de queimaduras, por ter ação antimicrobiana e cicatrizante. TETRACICLINAS: DOXICICLINA; TIGECICLINA Características Gerais: - Tem penetração ruim no SNC, mas boa penetração nos demais tecidos e líquidos corporais; - Atravessam a BFP; - Contraindicadas em gestantes pelo risco e toxicidade fetal e em crianças menores de 8 anos pelo risco de descoloração dentária e atraso no desenvolvimento ósseo; - A absorção é diminuída pela ingestão simultânea de alimentos lácteos, hidróxido de alumínio, cálcio, sais de magnésio e ferro. Cobertura: Germes gram positivos, germes gram negativos, germes “atípicos” (Clamídia, Micoplasma, Treponema, leptospira, Ureaplasma, e Rickettsias) além de demonstar boa atividade contra germes anaeróbios; Aplicação Prática: - Tratamento de IST’s por Clamídia; - Alternativa a outros medicamentos para o tratamento de PAC; - Alternativa às penicilinas para o tratamento de Sífilis; - Tratamento de febre maculosa e cólera; IST – Infecções sexualmente transmissíveis .................................................................................................................................................................................................. ......... FEEDBACK: Não esqueça do mecanismo de ação dos antibióticos, QUAL ESCOLHER, quando iniciar e quando suspender. Existem ATB específicos para patógenos específicos, muitas vezes o tratamento inicial (ataque) deve ser em amplo espectro (na Sepse), cultura e antibiograma são SEMPRE recomendados. Tenha o histórico do paciente! Agora infecções recorrentes com a sintomatologia e o tratamento de escolha. Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG As indicações medicamentosas esplanadas nesse material são apenas sugestões de possíveis tratamentos para algumas comorbidades comuns na prática médica. Porém, não pode ser esquecido que, antes de prescrever qualquer antimicrobiano, deve ser feita uma avaliação minuciosa e cuidadosa, levando em consideração diversos fatores, como os riscos oferecidos pela medicação, a faixa etária do paciente e os dados clínicos e epidemiológicos. TUBERCULOSE: - Conceito: A tuberculose é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, com comprometimento pulmonar ou extrapulmonar. É uma doença grave, de tratamento prolongado e que pode trazer consequências sérias aos pacientes, principalmente aos pacientes que possuem imunossupressão. - Sobre o Bacilo da Tuberculose: O M. tuberculosis também é conhecido como Bacilo de Koch. Trata - se de um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) e também consiste e um germe aeróbio estrito. Sua transmissão ocorre, principalmente, por via inalatória. - Sinais e Sintomas: Grande parte das pessoas expostas à tuberculose nunca desenvolvem os sintomas, já que a bactéria da tuberculose pode viver de forma inativa dentro do corpo. No entanto, se o sistema imunológico enfraquecer, a bactéria da tuberculose pode se tornar ativa. Alguns dos sintomas da tuberculose ativa são: tosse persistente, que pode apresentar - se com sangue ou escarro; febre; sudorese noturna; perda de peso; dores no peito e fadiga. - Esquema Básico para o Tratamento da Tuberculose no Brasil: O esquema de tratamento da tuberculose é padronizado, deve ser realizado de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde. O esquema básico de tratamento compreende 2 fases: a Intensiva (2 meses) e a de Manutenção (4 meses). Para o tratamento da TB em adultos e adolescentes é composto por quatro fármacos (RHZE). Em crianças, o esquema básico é composto por apenas três fármacos (RHZ). Esquema para o tratamento de TB em adultos e adolescentes (maiores de 10 anos de idade): ESQUEMA FÁRMACO DURAÇÃO 2RHZE FASE INTENSIVA R = Rifanpicina H = Isoniazida Z = Pirazinamina E = Etambutol 2 Meses 4RH FASE DE MANUTENÇÃO R = Rifanpicina H = Isoniazida 4 Meses Esquema para o tratamento de TB em crianças (menores de 10 anos de idade): ESQUEMA FÁRMACO DURAÇÃO 2RHZ FASE INTENSIVA R = Rifanpicina H = Isoniazida Z = Pirazinamina 2 Meses 4RH FASE DE MANUTENÇÃO R = Rifanpicina H = Isoniazida 4 Meses ATENÇÃO: A justificativa para não usar o Etambutol em crianças é a dificuldade de identificar precocemente a neurite óptica (reação adversa do etambutol) nessa faixa etária. SITUAÇÕES CLÍNICAS COMUNS E SEUS POSSÍVEIS ESQUEMAS TERAPÊUTICOS Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO: - Conceito: As ITU bacterianas podem acometer rins, bexiga, próstata e uretra. - Sinais e Sintomas: Em casos de ITU são comuns: aumento da frequência urinária, urgência miccional, disúria, dor em flancos, lombar ou suprapúbica. Outros sintomas gerais, como febre e calafrios também podem ocorrer. - A escolha do Antibiótico: → Na cistite e pielonefrite não complicadas, a Escherichia coli é o agente causador na maioria dos casos. Em segundo lugar, estão os outros Gram-negativos entéricos, como Klebisiella spp e Proteusspp e, no caso de mulheres jovens, o S. saprophyticus. Os gram negativos entéricos da comunidade costumam ser sensíveis a uma série de antibióticos: fluoquinolonas, amoxicilina, ampicilina e cefalosporinas de 1ª geração (a sensibilidade ao sulfametoxazol-trimetoprim diminui muito nas últimas décadas, mas algumas cepas ainda são sensíveis). → A ITU hospitalar associada à cateter vesical permanente é frequentemente causada por germes com perfil de resistência antibiótica, tais como E. coli MDR, Klebisiella sps., Proteus spp., Pseudomonas spp. E Enterococcus spp. O tratamento deve sempre ser guiado pela urinocultura com antibiograma. → Nas gestantes, as fluoquinolonas e o sulfametoxazol-trimetoprim são antibióticos contraindicados, pelo risco de dano fetal. Neste caso, da - se preferência à nitrofurantoína, às penicilinas ou às cefalosporinas. Tratamento das Infecções do Trato Urinário: CISTITE Norfloxacino ou Nitrofurantoína URETRITE / VAGINITE Doxiciclina PROSTATITE Ofloxacina ou Ciprofloxacina PIELONEFRITE Ciprofloxacina ou Cefuroxime + Gentamicina ITU HOSPITALAR (+ Cateter vesical) Ciprofloxacino, Ceftazidima. Cefepime, Ampicilina + Sulbactam, Piperacilina + Tazobactam, etc. CISTITE NA GESTANTE Amoxicilina ou Cefalexina ou Nitrofurantoína PIELONEFRITE NA GESTANTE Ceftriaxone ou Cefotaxima Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG MENINGITE BACTERIANA: - Conceito: Meningite é uma infecção em que se instala um processo inflamatório das meninges (membranas que envolvem o cérebro), causada principalmente por bactérias ou vírus. As meningites bacterianas são mais graves. Os principais agentes causadores da doença são as bactérias Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophylus influenzae. - Manifestações clínicas das Meningites bacterianas: O quadro clínico é grave e caracteriza - se por: febre, cefaleia intensa, náuseas e vômitos, prostração e confusão mental, sinais de irritação meníngea (Rigidez de nuca, Sinal de Kernig, Sinal de Brudzinski), acompanhados de alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR). - Tratamento: Em caso de meningite bacteriana, o tratamento com antibiótico deve ser instituído tão logo seja possível, preferencialmente logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. Tratamento empírico das meningites bacterianas: FAIXA ETÁRIA ou CONDIÇÃO DE BASE ANTIBIÓTICO Idade < 3 meses Ampicilina + Ceftriaxone (ou Cefotaxima) Idade de 3 meses a 18 anos Ceftriaxone (ou Cefotaxima). Acrescentar Vancomicina nas regiões onde > 2% dos pneumococos apresentam alta resistência à penicilina. Idade > 5 a 50 anos Ceftriaxone (ou Cefotaxima). Acrescentar Vancomicina nas regiões onde > 2% dos pneumococos apresentam alta resistência à penicilina. Idade > 50 anos Ampicilina + Ceftriaxone (ou Cefotaxima). Acrescentar Vancomicina nas regiões onde > 2% dos pneumococos apresentam alta resistência à penicilina. A ampicilina é usada por se cogitar como etiologia a Listeria (grande causadora de meningite em idosos). Tratamento das meningites etiologicamente definidas: AGENTE ANTIBIÓTICOS Neisseria meningitidis Penicilina G Cristalina ou Ampicilina Haemophilus influenzae Ceftriaxona Streptococcus pneumoniae Se Penicilina-sensível: Penicilina G Cristalina Se Resistência Intermediária: Ceftriaxone Se Penicilina-resistente: Vancomicina + Ceftriaxone Estafilococo Se Meticilina-sensível: Oxacilina Se Meticilina-resistente: Vancomicina Enterobactérias Ceftriaxone Pseudomonas aeruginosa Ceftazidima Listeria monocytogenes Ampicilina Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG PNEUMONIA ADQUIRIDA EM COMUNIDADE (PAC): - Conceito: A Pneumonia Adquirida em Comunidade é uma infecção do parênquima pulmonar adquirida fora dos hospitais ou instalações de cuidados prolongados. No caso de bactérias, o Streptococcus pneumoniae é o patógeno mais comum. - Sinais e Sintomas: Os sintomas compreendem: mal-estar, resfriado, calafrios, tosse, dispneia e dor torácica. Os sinais incluem: febre, taquipneia, taquicardia, crepitações, macicez à percussão. - Tratamento: O tratamento antibiótico inicial é geralmente definido de forma empírica. A seleção de um regime antibiótico empírico baseia - se na gravidade da doença, no local de atendimento e nos patógenos mais prováveis, sempre levando, também, em consideração a idade do paciente e fatores de risco individuais além da presença de doenças associadas. Tratamento de Pacientes Ambulatoriais: Paciente previamente hígido e sem fatores de risco para pneumococo resistente. Macrolídeo (Azitromicina) OU Amoxicilina - (VO) Tratamento de Pacientes Ambulatoriais ou Enfermaria: Presença de comorbidades, uso de antibióticos nos últimos 3 meses, fator de risco para pneumococo resistente. Quinolona respiratória (Levofloxacino) OU Associação: Beta-lactâmico (Amoxicilina- clavulanato) + Macrolídeo (Azitromicina) - (VO ou EV) Pacientes em Terapia Intensiva: Pacientes com Insuficiência Respiratória em ventilação mecânica. Quinolona respiratória (Levofloxacino) OU Associação beta-lactâmico (Ceftriaxone) + Macrolídeo (Azitromicina) - (EV) SÍFILIS: - Conceito: A sífilis é uma doença causada pelo Treponema pallidum, caracterizada por 3 fases clínicas sequenciais e sintomáticas separadas por períodos de infecção latente assintomática. - Sinais e Sintomas: - Sífilis Primária: cancros sifilíticos podem aparecer, comumente nos órgãos genitais ou ao redor deles. - Sífilis Secundária: a presença de erupções cutâneas é uma das principais manifestações clínicas. - Sífilis Terciária: afeta os órgãos internos, podendo incluir a Neurossífilis. - Tratamento: O esquema terapêutico para a Sífilis é pouco complicado: ESTADIAMENTO ESQUEMA TERAPÊUTICO Sífilis Primária e Sífilis Secundária Penicilina G Benzatina (Benzetacil) Neurossífilis Penicilina G Cristalina Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG Questão 1. Nas infecções do trato urinário adquiridas na comunidade, o agente etiológico mais comum é: a). Klebsiella b). Staphylococcus epidermidis c). Salmonella d). Escherichia coli e). Staphylococcus aureus Questão 2. Quais são as reações adversas que requerem monitoramento durante todo tratamento com uso de aminoglicosídeos? a). Ototoxicidade e Nefrotoxicidade b). Hepatotoxicidade e neurotoxicidade c). Taquicardia e hipotensão d). Ototoxicidade e neurotoxicidade e). Nefrotoxicidade e efeitos gastrointestinais Questão 3. São critérios ideais para um bom antimicrobiano, exceto: a). Toxicidade seletiva b). Menor custo c). Não propiciar o desenvolvimento de resistência d). Compatível com o estado clínico do paciente e). Espectro de ação mais inespecífico possível Questão 4. A Cefalexina é uma cefalosporina de que geração? a). Primeira Geração b). Segunda Geração c). Terceira Geração d). Quarta Geração e). Quinta Geração Questão 5. Considerando as cefalosporinas de segunda geração, assinale a medicação que pertence a esse grupo: a). Cefepime b). Cefazolina c). Ceftriaxona d). Ceftazidima e). Cefoxitina Questão 6. Uma paciente foi diagnosticada com Tricomoníase, infecção causada pelo Trichomonas vaginallis. Assinale o medicamento comumente utilizado no tratamento dessa infecção: a). Amicacina b). Ceftriaxone c). Fluconazol d). Metronidazol e). Claritromicina Questão 7. A Amoxicilina-Clavulanato é uma associação medicamentosa muito prescrita na prática médica. Essa combinação, amplia o espectro de ação do medicamento. Nesse sentido, qual é a função da associação do ácido clavulânico quando associado Amoxicilina? a).Ação contra bactéricas gram negativas b). Atuam na enzima transpeptidase (PBP) c). Inibem a ação das beta-lactamases d). Tornam a medicação bactericida Questão 8. Para o tratamento da febre maculosa, doença infecciosa causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, qual é o medicamento indicado? a). Amoxicilina b). Doxiciclina c). Cefalexina d). Imipeném “BÔNUS”: QUESTÕES PARA REVISAR O CONTEÚDO Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG Questão 9. A “síndrome do bebê cinzento” pode ser causada pelo uso de qual medicação: a). Vancomicina b). Linezolida c). Ceftriaxone d). Cloranfenicol e). Clindamicina Questão 10. Antigamente, a Vancomicina era utilizada para tratar a Colite pseudomembranosa, causada pelo Clostridium difficile. Atualmente, a Vancomicina é priorizada para o tratamento de infecções por outros germes. Qual é, então, a medicação de escolha para tratar Clostridium difficile? a). Amoxicilina b). Piperacilina c). Gentamicina d). Levofloxacino e). Metronidazol Questão 11. Um dos antibióticos mais utilizados no tratamento de queimaduras, tendo em vista que além de sua ação antimicrobiana possui ação cicatrizante, é: a). Sulfametoxazol-trimetoprim b). Ciprofloxacino c). Sulfadiazina de Prata d). Sulfasalazina e). Mesalazina Questão 12. Qual seria uma alternativa terapêutica antimicrobiana para um paciente portador de Staphylococcus aureus resistentes à Meticilina e à Vancomicina: a). Estreptomicina b). Ciprofloxacino c). Amoxicilina d). Linezolida e). Piperacilina Questão 13. Marque dentre as alternativas a que apresenta o antibiótico que, em associação à um inibidor da bomba de próton, atua no tratamento de infecções causadas pelo Helicobacter pylori: a). Cefalexina b). Clindamicina c). Claritromicina d). Linesolida e). Amicacina Questão 14. Uma das escolhas de tratamento para a Pneumocistose em pacientes HIV/AIDS é: a). Amicacina b). Amoxicilina c). Sulfametoxazol-trimetoprim d). Ceftriaxona e). Linezolida Questão 15. Qual das alternativas apresenta um representante do grupo das quinolonas? a). Ciprofloxacino b). Cefalexina c). Claritromicina d). Cloranfenocol e). Clindamicina GABARITO: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 D A E A E D C B D E C D C C A Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG ANEXOS: ATENÇÃO: CAUSAS DE FRACASSO NA ANTIBIOTICOTERAPIA: RESUMÃO: Fonte: google.com Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG **Apostila produzida por acadêmicos sem fins lucrativos**
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