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UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Traqueia Divisões e relações • O final da laringe e o início da traqueia estão no nível de C6. • A traqueia está posicionada anteriormente ao esôfago e inferiormente à laringe. • É uma estrutura tubular, com cerca de 11 cm de comprimento, formada por 16 a 20 cartilagens traqueais. Essa variação de 16 a 20 está relacionada com o tamanho da pessoa. • Essas cartilagens traqueais são em formato de anel incompleto. • A parte mais lateral e anterior é composta por cartilagem e a parte posterior é composta por uma membrana fibroelástica, com um músculo liso associado (músculo traqueal). - Isso acontece pela posição anatômica da traqueia. Ela está anteriormente ao esôfago, então se ela fosse um anel completo, com o ato de deglutição, o esôfago não poderia se expandir. • Esses anéis incompletos de cartilagem traqueal são sobrepostos, intercalados por uma membrana chamada de ligamentos anulares. • Inferiormente, existe uma estrutura chamada de Carina da Traqueia. Ela é um anel adaptado, com formato de gancho, que vai fazer a divisão entre os brônquios principais direito e esquerdo. • Observando por um corte transversal, é possível observar o anel incompleto e a membrana: Divisão • A traqueia é dividida em duas porções ou partes, uma cervical e uma torácica. • A parte cervical vai estar no pescoço e a torácica estará dentro da caixa torácica. PARTE CERVICAL • A parte cervical vai ter início imediatamente depois da cartilagem cricóide, a nível de C6. • Ela é bem curta, vai até C7. • Apresenta relações com outras regiões: Anteriormente - A glândula tireoide. Ela possui formato de H. As pernas seriam os lobos da tireóide e a horizontal é o istmo, que liga os dois lobos. Esse istmo vai fazer contato com a traqueia. Traqueia e Pulmões UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez - Também há algumas artérias e veias: As artérias tireóideas superiores, que passam por trás da glândula e à frente de traqueia. As veias tireóideas também, já que ao subir passam à frente da traqueia. - Em alguns casos, pode existir uma variação anatômica, a artéria tireóidea ima, que vai fazer suprimento sanguíneo somente para o Istmo da glândula. - Dois músculos: esternohióideo e esterno tireóideo. Ambos vão ter origem na região do esterno, vão subir ao longo do pescoço e se inserir no osso hioideo e na cartilagem tireóidea. Lateralmente - Lobos da glândula tireóide. - Artéria tireóidea inferior, que vai descer lateralmente pelos dois lados da traqueia. - Artéria carótica comum, que sai do arco e descreve um trajeto ascendente, passando pelo lado da traqueia. - 2 nervos laríngeos recorrentes. Posteriormente - Esôfago. PARTE TORÁCICA • De T1 a T12. Lembrete: o tórax é uma estrutura de proteção para os órgãos vitais. Composto por ossos e cartilagem: o esterno, cartilagens costais, costelas, vértebras torácicas. Possui uma abertura superior e inferior, sendo que a superior continua aberta, permitindo continuidade com o pescoço. Já a inferior, é fechada pelo músculo diafragma. Dentro da cavidade encontra-se o mediastino, região onde estará o coração, e de cada lado dele uma cavidade pleural, onde vão estar inseridos os pulmões. Na região mais superior, essas cavidades pleurais vão sair um pouco, pela abertura superior. • Apresenta relações com outras regiões: Anteriormente - Manúbrio do esterno. - Raíz dos grandes vasos. - Músculo esternotireóideo e esterno-hióideo. - As veias tireóideas inferiores (quando sobem). - Veia braquiocefálica esquerda. - Tronco braquiocefálicoe a carótida comum esquerda. Lateralmente - Artéria subclávia e a. carótida comum esquerda. - Parte do arco da aorta, que já começa a virar aorta descendente. - Veia braquiocefálica direita, veia cava superior, veia cava inferior e veia ázigo. - Nervo laríngeo recorrente, que desce lateralmente pelos dois lados. Posteriormente - Esôfago, igual à cervical. Irrigação e drenagem • A parte cervical é irrigada por ramos provenientes da artéria tireóidea inferior. • A parte torácica é irrigada pelas artérias bronquiais. • A drenagem venosa é comum para as duas divisões, sendo feita pelas veias tireóideas inferiores. A parte torácica terá também as veias bronquiais. Condição relacionada Estenose • Diminuição do lúmen da traqueia. • Relacionada com intubação traqueal. É a complicação de uma intubação. • Ao fazer o procedimento, deixa-se um balão fazendo a expansão da traqueia. Com isso, há uma diminuição do fluxo sanguíneo, com hipóxia, que acaba gerando uma lesão tecidual. Essa lesão vai cicatrizar e substituir a mucosa por tecido fibroso e menos maleável, o que diminui o lúmen, gerando déficit respiratório. UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Árvore bronquial • Depois da traqueia, a Carina da traqueia vai permitir a divisão em brônquios principais direito e esquerdo. • A partir desses brônquios, vai se originar a árvore bronquial, que é uma série de outras ramificações que vão ter o aspecto muito parecido com o de uma árvore com os galhos secos, de cabeça para baixo. • O brônquio principal direito e o esquerdo vão dar origem aos brônquios lobares. O direito dá origem a três lobares, sendo eles: brônquio lobar superior, brônquio lobar médio e brônquio lobar inferior. O esquerdo origina dois brônquios lobares, um superior e outro inferior. • Cada brônquio lobar vai em direção a um lobo do pulmão. Logo, o pulmão direito tem três lobos e o esquerdo tem dois lobos. • Depois dos brônquios lobares vão ocorrer várias ramificações, gerando os brônquios segmentares, os quais vão em direção a cada segmento do pulmão. Diferença entre os brônquios principais • Os brônquios principais estão fora do pulmão ainda. • O brônquio principal direito é curto, com cerca de 2,5 cm. Mais largo e com um trajeto mais verticalizado. Ele dá origem a três brônquios lobares. • O brônquio principal esquerdo tem o dobro do comprimento, é mais estreito, com uma orientação mais inclinada. Ele dá origem a dois brônquios lobares. • Isso é uma das principais causas para o bloqueio do brônquio principal direito, quando há entrada de algum corpo estranho. Segmentos pulmonares • Os pulmões são divididos em vários segmentos. • Cada segmento recebe um brônquio segmentar. Bronquíolos • Depois dos brônquios segmentares, vai ocorrer uma ramificação maior, que vai gerar os bronquíolos. • Ao longo dessas ramificações, ocorre uma perda gradual das cartilagens. • Quando não há mais cartilagem, o bronquíolo passa a ser chamado de bronquíolo terminal. Alvéolos • Na ponta do bronquíolo terminal, começam a surgir os alvéolos. Neles que ocorrerá a troca gasosa, difusão entre o sangue e o ar. • Logo, os alvéolos pulmonares são a unidade funcional da respiração. • Vários alvéolos juntos formam os sacos alveolares. UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Broncoscopia • Exame feito ao longo dos brônquios. • Feito como uma endoscopia, só que introduzido nas vias aéreas, desde o nariz. • Ele se direciona aos brônquios. • Na imagem da esquerda, encontra-se tudo normal. Dá para observar a Carina da traqueia com sua bifurcação. • À direita, há um tumor na Carina da traqueia, da qual pode-se fazer uma biópsia durante o exame. Condição relacionada Doença pulmonar obstrutiva crônica • Doença pulmonar obstrutiva crônica. • Ela tende a ter outras doenças associadas a ela, as duas mais comuns são a bronquite crônica e o enfisema. • A bronquite é a inflamação dos brônquios crônica. Essa inflamação acaba levando a um excesso na produção de muco, que numa condição mais grave, pode obstruir a região e provocar diminuição na capacidaderespiratória. • O enfisema acontece nos fumantes. Ao fumar, algumas substâncias do cigarro vão degradar as paredes dos alvéolos, gerando uma reação inflamatória e a degradação das paredes alveolares. Também, uma coloração preta pelo alcatrão, presente no cigarro. O alvéolo perde suas paredes e torna-se incapaz de realizar a hematose. Pneumonia • Acontece uma inflamação dos alvéolos, com excesso de muco na região. • Ocorre uma dificuldade na respiração. • Ela é muito comum. • Vem de uma infecção mal curada. Pulmões • São diferentes um do outro. • Em média, pesam 700gr e medem cerca de 25 cm. • Numa vista anterior, é possível observar que o ápice do pulmão sai da cavidade torácica. • O pulmão direito chega no nível da sexta costela, enquanto o esquerdo chega entre a sétima e a oitava costela. UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Numa vista posterior, os pulmões são mais compridos, chegando à 11. COMUM • Existem estruturas comuns aos dois pulmões: FACE COSTAL - O ápice, parte mais superior e estreita. - A base, mais inferior e mais larga. Também chamada de fase diafragmática, já que ela fica em contato com o m. diafragma. - Depressões ao longo da face, impressões costais. As costelas entrando em contato com os pulmões deixam marcas nele. Elas estão na face costal do pulmão. FACE MEDIASTINAL - O hilo, região que não tem revestimento da pleura. Nele, encontra-se a raíz de algumas estruturas: Veias pulmonares, artérias pulmonares e os brônquios lobares. * Na beira do hilo existe uma elevação da pleura, que constitui junto à raíz dos vasos, a raíz do pulmão. Ela vai fixar o pulmão no coração. - Margem inferior, margem posterior e margem anterior. Pulmão direito • Tem três lobos: superior, médio e inferior. Esses lobos são divididos através de fissuras. • A mais superior, a fissura horizontal. • A mais inferior, a fissura oblíqua. • As duas fissuras seguem da face costal até a mediastinal, indo até o hilo. Pulmão esquerdo • Tem dois lobos: superior e inferior. Eles são divididos pela fissura oblíqua. • Na parte mais inferior do lobo superior, há uma estrutura chamada de língula do pulmão. • Acima da língula, há um corte chamado de incisura cardíaca, que é o lugar onde o coração vai ficar voltado para o pulmão esquerdo. Dizem que a língula seria resquício do lobo médio. • Pelo fato do coração estar voltado para o lado esquerdo, o pulmão esquerdo é menor, com menos lobos. UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Irrigação • O pulmão recebe sangue desoxigenado, a partir das artérias pulmonares direita e esquerda, provenientes do tronco pulmonar. • Ele também tem um sistema vascular para nutrir a ele mesmo. • A partir das artérias bronquiais direita e esquerda, haverá ramos delas que se direcionam para fazer a irrigação do parênquima pulmonar e algumas glândulas. Drenagem venosa • As veias pulmonares saem do pulmão com sangue oxigenado. • As veias bronquiais vão fazer a drenagem do parênquima dos pulmões. Circulação sanguínea intrapulmonar • Pela artéria pulmonar, o sangue desoxigenado vem até o pulmão. Ela entra no pulmão, segue ao longo de toda a árvore bronquial e quando chega na região dos alvéolos, ela vai se ramificar, direcionando um ramo para cada um dos alvéolos. Vão anastomosar, formando uma rede ao redor do alvéolo, conectando-se com ramos das veias pulmonares. • Assim, o sangue chega, faz hematose e sai pela veia pulmonar. Condição relacionada • Tuberculose. • Infecção por uma bactéria, que vai se instalar nos pulmões. • A reação imunológica do organismo para atacar essa bactéria acaba gerando destruição tecidual do pulmão. Formam granulomas. • Por isso, ela traz dificuldade respiratória, pela destruição do parênquima pulmonar. Cavidades pleurais • Os pulmões estão inseridos nas cavidades pleurais. • Essas cavidades são formadas por duas pleuras, uma parietal, mais externa e uma visceral, que vai estar associada intimamente com os pulmões. • Entre elas, existe uma cavidade chamada de cavidade pleural, que vai estar preenchido pelo líquido pleural. Esse líquido vai diminuir o atrito entre o pulmão e as outras estruturas, durante os movimentos de expansão e relaxamento do pulmão, durante a respiração. Também vai lubrificar. Pleura parietal • Dividida em várias partes, de acordo com sua posição anatômica. • Tem uma parte no pescoço, que sai do tórax: pleura cervical. • Uma parte associada às costal, que é a pleura costal. • Uma voltada para o mediastino, pleura mediastinal. • Uma parte em contato com o diafragma, pleura diafragmática. UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Condição relacionada Pneumotórax. • Pode ser espontâneo ou por um trauma. • Acúmulo de ar dentro da cavidade pleural. • Quando não é espontâneo, normalmente é causado por uma perfuração nos pulmões. • Há extravasamento de ar para a cavidade. Esse ar vai impedir com que o pulmão se expanda, gerando dificuldade para respirar. • Para diminuir essa condição, coloca-se um dreno inserido entre o espaço intercostal, que será direcionado para a região com acúmulo de ar, o qual tende a sair e o pulmão volta a expandir. Derrame pleural • Aumento na quantidade do líquido pleural. • Causa o mesmo que o pneumotórax: não deixa o pulmão expandir. • Não é só por acúmulo de pleura, há outras substâncias: sangue, linfa e pus. Diafragma • Fecha a abertura torácica inferior. • Tem uma parte voltada para a cavidade abdominal, chamada de face abdominal. • Uma região lateral direcionada para as costelas, a face costal. • E superiormente, a face torácica. • Ele é um músculo liso, que realiza contração involuntária. • Formato de cúpula. • As fibras musculares se convergem para um ponto médio da face torácica, o que origina o tendão central do diafragma. • Ele é penetrado por algumas estruturas: - Esôfago abdominal, que passa pelo hiato esofágico. - Aorta. - Veia cava inferior.
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