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CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO DE SÁ - CEARA DISCIPLINA: LABORATORIO CLINICO E CONTROLE DE QUALIDADE PROFESSORª: RAQUEL SOMBRA Tema: Riscos relacionados ao ambiente laboratorial. ALUNAS: AMANDA BATISTA GOMES MOREIRA - 202003208531 MARYA ISABEL LOPES BATISTA - 202002085789 BIANCA CORREIA LIMA FORTE – 201808320441 JEANNE DA SILVA COSTA - Tema: Riscos relacionados ao ambiente laboratorial. Principais riscos em laboratório de análises clínicas: Um risco representa um possível efeito adverso ou dano. Uma condição ou conjunto de circunstâncias podem ameaçar a saúde ou a integridade física, o meio ambiente ou a propriedade. Ele pode ser classificado como físico (umidade, temperatura, radiação, vibração, ruído, etc.), químico (vapor, gás, poeira, substâncias químicas, etc.) e biológico (fungos, bactérias, vírus, etc.), situacional (abrange equipamentos, instalações, ferramentas, operações, materiais, etc.), humano e comportamental (decorre de ação ou omissão humana). Os riscos em laboratório de análises clínicas segue essa teoria. Apesar da tendência em pensar somente nos riscos por contaminação, esse ambiente é muito mais complexo. Existem 5 principais grupos de riscos no laboratório de análise clínicas: acidentais, biológicos, ergonômicos, físicos e químicos. 1. Riscos acidentais Riscos acidentais são situações de perigo que podem ameaçar a integridade, o bem estar físico e moral do profissional. São riscos encontrados em máquinas e equipamentos sem proteção, que podem causar explosões e incêndios. Os riscos em laboratório de análises clínicas mais comuns nesta modalidade são queimaduras, cortes e perfurações. 2. Riscos biológicos Outro grupo de risco em laboratório de análises clínicas é o biológico. Ele se relaciona ao manuseio ou contato com materiais biológicos e animais infectados com agentes biológicos nocivos (vírus, bactérias, fungos e outros). Esses riscos são responsáveis por doenças provenientes da contaminação. 3. Riscos ergonômicos Os riscos ergonômicos são aqueles que podem ser atribuídos a postura inadequada, movimentos repetitivos, transporte manual e levantamento de peso. São lesões que podem interferir nas características psicofisiológicas do profissional, prejudicando a execução de suas atividades.O trabalho em turnos muito longos também é um exemplo de prática que causa riscos ergonômicos. 4. Riscos físicos Riscos físicos são aqueles gerados por máquinas e condições físicas inadequadas, que podem causar danos à saúde do trabalhador. São exemplos: pressões anormais, ruídos, temperaturas extremas de frio e calor, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibrações e umidade. 4.1 Estudo Realizado: Um estudo realizado “Riscos ocupacionais em laboratório de análises clínicas: retrato de uma realidade”, apresentada na Universidade de Franca (SP), trouxe dados interessantes sobre esse ambiente de trabalho. A pesquisa foi feita com 8 profissionais, sendo quatro biomédicos, um responsável técnico, uma auxiliar de clínica e três recepcionista. Acerca dos riscos físicos, eles apontaram alguns equipamentos que contribuem para os ruídos, como centrífuga , aparelhos de automação para realização de exames hematológicos e bioquímicos, capela de fluxo laminar, aparelho de ar condicionado, autoclave e exaustor. Os biomédicos apontaram a exposição às radiações não-ionizantes decorrente do uso da capela de fluxo laminar. Outros profissionais pontuaram a exposição ao calor no uso da autoclave e do bico de Bunsen, bem como nas operações de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais e áreas laborais e no preparo de soluções. 5. Riscos químicos Outro grupo de risco em laboratório de análises clínicas que pode ser evitado são os riscos químicos. Eles se ligam diretamente à exposição do trabalhador a agentes ou substâncias químicas que podem penetrar no organismo por vias respiratórias, por ingestão ou pela pele. Essas substâncias podem estar na forma líquida, gasosa ou como partículas presentes nos ambientes ou processos de trabalho. Em relação aos riscos químicos, o estudo apresenta queixas dos profissionais, que abordaram a exposição a gases devido ao uso de reagentes químicos (ácido clorídrico, etanol, ácido acético, etc.) e de determinadas substâncias (ácidos acético e o clorídrico) utilizados em reações de eletroforese e no preparo de reagentes para coloração de lâminas. Práticas para evitar riscos no laboratório de análises clínicas: Para garantir a segurança no trabalho, o gestor deve se atentar para as práticas que minimizam ou eliminam os riscos no laboratório de análises clínicas. Existem algumas fundamentais, que listamos a seguir. Análise dos fatores de risco As diversas situações presentes em um laboratório de análises clínicas devem ser mapeadas. Para isso, é importante fazer uma análise dos fatores de risco existentes nas tarefas e operações do cotidiano do ambiente de trabalho. Essa análise também poderá ser complementada com a identificação do grau de insalubridade para os trabalhadores expostos a agentes insalubres acima dos limites de tolerância. Na análise, cada um dos tipos de risco recebe uma cor diferente.Cor de identificação Risco acidental: azul; Risco ergonômico: amarelo; Risco químico: vermelho; Risco biológico: marrom; Risco físico: verde. A partir dessa análise, o gestor também consegue verificar quais as condutas podem e devem constar no manual de biossegurança, assim como quais EPIs serão necessários para neutralizar os riscos no laboratório de análises clínicas. Por exemplo: Um profissional foi expostos ao contato com produtos químicos ou rejeitos radioativos? Ele deve ser afastado imediatamente de suas atividades e ser encaminhado para orientação médica. Outro colaborador teve um corte profundo por vidro impregnado por substância química potencialmente perigosa? Deve procurar atendimento médico e levar todas as informações sobre a substância que estava sendo utilizada. Um exemplo que coloca à prova o conhecimento prático é o derramamento de substâncias químicas. Há casos em que o profissional utiliza uma substância incompatível para fazer a limpeza, piorando a situação. Usar pano e papel para ácido sulfúrico e solução sulfocrômica é um exemplo clássico de incompatibilidade, já que podem entrar em combustão. São situações em que é preciso experiência e conhecimento para evitar maiores problemas. O manual de biossegurança é um documento primordial para garantir a segurança no trabalho. Neste manual, deve constar: Instruções escritas que contemplam normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental; Procedimentos em caso de acidentes no manuseio e transporte de material e amostra biológica; Providências imediatas a serem tomadas pelos profissionais diante de um incidente; Especificação de práticas e procedimentos para eliminar os riscos; Instruções de uso para os EPIs e EPCs; Identificação dos riscos. Uso de EPIs O uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e de EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) é crucial para aumentar a segurança do trabalho e diminuir os riscos em laboratório de análises clínicas, especificamente os riscos acidentais. Existem EPIs voltados para a proteção da cabeça (capuz, touca, capacete), dos olhos e do rosto (viseiras, óculos, máscaras), do tronco (coletes e jalecos), dos membros superiores e inferiores (luvas descartáveis, braçadeiras, luvas anti-incêndio, calças, botas, etc.). Há ainda equipamentos destinados a proteção auditiva ou auricular (protetores auriculares e abafadores) e respiratória (respirador). O gestor ou responsável deve garantir que os profissionais utilizem os EPIs no ambiente de trabalho. É, inclusive, comum ver a equipe trabalhandosem luvas, máscaras de proteção ou óculos. Se necessário, notifique-a sobre a obrigatoriedade do uso. Já os EPCs são materiais fixos ou móveis instalados no local de trabalho para proteger coletivamente a equipe e a empresa. Em laboratórios clínicos, o melhor exemplo são as Cabines de Segurança Biológica (CSB) ou capelas de fluxo laminar, que protegem o ambiente. Outros equipamentos coletivos são as barreiras de proteção, o piso antiderrapante, o corrimão, as fitas e outros materiais sinalizadores. Capacitação dos colaboradores Outra medida fundamental para minimizar ou eliminar riscos em laboratório de análises clínicas é a capacitação dos funcionários. Sua equipe sabe lidar com emergências? Sabe como executar os procedimentos previstos no manual de biossegurança e nas normas sobre o assunto? Treiná-la é essencial para que os profissionais saibam neutralizar os problemas que podem existir. É muito comum nos laboratórios que os profissionais não recebam treinamento ou orientação sobre como proceder diante de um acidente de trabalho (ainda que saibam como agir). Esse fato só retrata que, apesar de a equipe “se virar” quando um imprevisto ocorre, a preocupação com a conscientização não parte do gestor. E isso pode ser um fator que influencia negativamente nas avaliações do negócio. Os perigos no ambiente de trabalho estão relacionados com qualquer tipo de fonte potencialmente danosa, em termos de lesões, ferimentos ou danos para a saúde ou uma combinação desses fatores. Os riscos são consequências dos perigos existentes no laboratório. Os laboratórios clínicos apresentam múltiplos riscos ocupacionais aos trabalhadores, categorizados como riscos biológicos, físicos, químicos, ergonômicos e para ocorrência de acidentes. É importante o laboratório identificar os riscos, avaliar os impactos que podem afetar o negócio e estabelecer critérios de priorização para a tomada de decisões, implementando estratégias e ações preventivas, a fim de evitar a instalação de falhas ou danos potenciais. Perigo no ambiente de trabalho é definido como qualquer fonte, situação ou ato com potencial para dano em termos de lesões, ferimentos ou danos para a saúde ou uma combinação. O laboratório clínico é um lugar com inúmeras fontes de perigo. Por isso, torna-se relevante o levantamento dos perigos para identificá-los adequadamente e avaliar os riscos a que estão submetidos trabalhadores, terceiros que prestam serviços em suas instalações e vizinhança. Em consequência, os riscos no laboratório são multidimensionais, tanto do ponto de vista da estabilidade como da previsibilidade dos resultados. A gestão de riscos envolve necessariamente todos os níveis Acidentes químicos correspondem a eventos agudos, como explosões, incêndios e emissões, atuando individualmente ou combinados, envolvendo uma ou mais substâncias perigosas, com potencial de causar simultaneamente múltiplos danos ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos expostos. A ampliação das consequências desses acidentes não se restringe somente à possibilidade de causar óbito, mas engloba o potencial da gravidade e a extensão de seus efeitos, que podem ultrapassar os limites espaciais (laboratório, vizinhança, cidade) e temporais (teratogênese, carcinogênese, mutagênese e danos a órgãos-alvo específicos). Normas aplicáveis A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criaram padrões e normas de condutas que podem minimizar ou eliminar os riscos em laboratório de análise clínicas, garantindo a segurança do trabalho nesses ambientes. Uma delas é a RDC 302/2005, que exige do dono do negócio um manual de biossegurança para treinar e capacitar sua equipe. Os laboratórios já utilizam Procedimentos Operacionais Padrão (POP) que padronizam as condutas do dia a dia, minimizando a ocorrência de erros. O manual se destina à informação dos profissionais acerca de: Normas e condutas de segurança física, química, ambiental, biológica e ocupacional; Manuseio de amostra biológica e transporte de materiais; Instruções de uso para equipamentos de proteção; Condutas em caso de acidentes. Outra norma importante é a NBR 14785, da ABNT, criada especialmente para proteger pacientes e colaboradores individualmente. De acordo com a norma, os colaboradores devem ser treinados para interromper a atividade, em caso de risco imediato, identificar e notificar problemas de segurança, recomendar ou providenciar ações que corrijam situações de risco, bem como participar e acompanhar a implementação das ações corretivas. Cabe destacar, por fim, que o Ministério da Saúde obriga os laboratórios de análises clínicas a fornecer equipamentos de proteção individual a seus profissionais, com o objetivo de minimizar os riscos devido ao contato com substâncias danosas, materiais perfurocortantes, agentes infecciosos, entre outros.
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