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Microbiologia Veterinária INTRODUÇÃO Estuda agentes microbianos que acometem animais: • Parasitas- patogênicos, que causam doenças nos animais (de maior importância no estudo) • Comensais- sua presença no organismo não traz prejuízos ao hospedeiro • Mutualistas- beneficia o hospedeiro • Saprófitas- alimentam-se de matéria orgânica em decomposição INFECÇÃO X DOENÇA Infecção diz respeito à entrada e multiplicação de um agente patogênico em um organismo, que passa a ser um hospedeiro. Já as doenças são quadros patológicos caracterizados por desordens fisiológicas e bioquímicas que podem ou não ser causadas por agentes patogênicos. VIRULÊNCIA Grau de patogenicidade do agente. Algumas cepas podem ser mais virulentas que outras isso quer dizer que possuem maior capacidade de provocar doenças. RELAÇÃO HOSPEDEIRO X PARASITA • Hospedeiro específica: só vão causar doenças em determinada espécie. Ex.: Streptococcus equi subsp. equi • Variedade de hospedeiros- conseguem causar a mesma doença em várias espécies. Ex.: Salmonella • Efeitos variáveis em diferentes espécies- Yersinia pestis • Ações variáveis em diferentes tecidos. Ex.: E. coli PRINCÍPIOS PARA A OCORRÊNCIA DE DOENÇA • Transmissão do agente o Ingestão o Inalação o Contaminação de mucosas, pele, feridas o Artrópodes ▪ Carreadores mecânicos ▪ Parte do ciclo • Adesão o Adesinas- fímbrias o Receptores- fibronectina o Microbiota comensal – proteção contra a invasão • Penetração o Rearranjos do citoesqueleto o Fagocitose por macrófagos • Disseminação o Mediação por enzimas o Via linfática, vasos sanguíneos, brônquios, ductos biliares, neurônios- depende do sistema-alvo • Multiplicação no hospedeiro o Firme adesão o Impedimento de fagocitose (cápsula) o Produção de toxinas o Alteração do suplemento vascular do tecido o Nutrientes adequados- ferro o pH, temperatura e Eh • Ação patogênica o Lesão direta o Lesão imunomediada DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE DOENÇAS BACTERIANAS Os microrganismos tal como outros organismos vivos necessitam de obter os nutrientes apropriados do seu meio ambiente. Portanto cultivar e manter microrganismos vivos em laboratório, necessita-se de colocá-los em meios de cultura, contendo os nutrientes apropriados para o seu crescimento. Os meios de cultura dividem-se primeiramente em meios sólidos, aqueles que contêm ágar, e em meios semissólidos, sem ágar. Esses meios tornaram-se essenciais para a obtenção de um diagnóstico preciso, hoje indispensável na Medicina Veterinária. Alguns agentes infecciosos levam muito tempo para crescer em culturas, outros não. Muitos são raramente detectados dada a sua dificuldade de cultivo. Nestes casos, várias técnicas estão disponíveis. Os meios mais utilizados para diagnósticos laboratoriais são: exame histopatológico de Ziehl-Neelsen, Reação Polimerase em Cadeia (PCR), ELISA e Exame Bacteriológico (Ágar MacConkey, Ágar Xilose-Lisina-Desoxicolato (XLD), Ágar Entérico de Hektoen (HE) e Ágar Verde Brilhante). SELEÇÃO, COLETA E TRANSPORTE DE ESPÉCIMES • Coleta da forma mais asséptica possível • Quando possível: amostras de animais acometidos e dos que tiveram contato com eles • Amostras coletadas na borda da lesão, incluindo tecido normal • Swab: submersão em solução tampão • Refrigeração das amostras- anaeróbios? • Amostras separadas e em recipientes à prova de água e vazamentos • Recipientes estéreis identificados: animal, tipo de amostra, data da coleta • Amostras para microbiologia, patologia, bioquímica clínica AMOSTRAS PARA BACTERIOLOGIA • Aborto o Feto inteiro o Abomaso, pulmão, fígado fetais o Cotilédones e fragmento de placenta • Leite mastítico o Limpeza dos tetos o Primeiros jatos descartados o Ordem? Primeiro os tetos próximos ao ordenhador e depois os distantes • Abcessos o Pus + raspados da parede do abcesso • Amostras para cultura anaeróbica o A maioria dos micro-organismos não sobrevive 20 min. + o Amostras devem ser levadas ao laboratório o mais rápido possível após coletadas • Urina o Coleta direta após assepsia desprezando-se os primeiros jatos o Cistocentese • Lesões de pele o Pústulas e vesículas intactas: desinfecção, secagem e aspiração o Raspagem de lâmina de bisturi • Cultura de sangue o Suspeita de bacteremia o Assepsia: tricotomia, limpeza, álcool 70° o Nova coleta após 24h • Algumas bactérias necessitam de meio de transporte o Streptococcus sp. o Maraxella bovis o Campylobacter fetus subsp. venereallis o Chlamydia psittaci o Mycoplasma sp. IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS • Esfregaços diretos corados • Características culturais e bioquímicas • Métodos imunológicos e moleculares ESFREGAÇOS DIRETOS CORADOS • Amostras coletas de forma estéril x não estéril • Coloração de Gram o Cristal violeta: Gram-positivas o Fucsina: Gram-negativas • Giemsa o Coloração azul o Dermatophilus congolensis, riquétsias e espécies de Borrelia • Azul de metileno policromo o Bacillus anthracis em esfregaços de sangue • Coloração de Ziehl-Neelsen o Fucsina carbólica penetra e é retida após a descoloração com álcool-ácido o BAAR • Coloração de Ziehl-Neelsen modificada o Fucsina carbólica diluída e descoloração pelo ácido acético o Coxiella burnetti, Brucella sp., Nocardia sp. e clamídias • Coloração com anticorpos fluorescentes o Clostridium chauvoei, espiroquetas, Campylobacter fetus e Lawsonia intracellularis o Difíceis de cultivar CARACTERÍSTICAS CULTURAIS E BIOQUÍMICAS • Meio de cultura o Fonte de carbono o Fonte de nitrogênio o Fonte de energia o Sais inorgânicos, vitaminas • Função o Meios simples o Meios enriquecidos o Meios seletivos o Meios diferenciais • Técnica de cultivo o Espalhamento o Estrias o Pour plate o Picagem profunda • Seleção de meios de cultura? • Condições atmosféricas? • Suspeita de um patógeno bacteriano • Isolamento de rotina: inoculação em ágar-sangue e ágar MacCongey, seguidas de incubação por 24 a 48 horas • Ágar-sangue o Morfologia das colônias o Hemólise- se a bactéria for hemolítica vai lisar as hemácias do meio de cultura sendo possível a observação de halos e se não hemolítica, não há a presença de halos • Ágar-MacCongey o Meio seletivo para bactérias gram-negativas o Meio diferencial para as bactérias que fermentam a lactose crescendo rosa e as que não fermentam crescem amarelas *Se não houver crescimento em nenhum desses dois meios de cultura citados acima, a bactéria pode ser anaeróbia por não conseguir crescer na atmosfera comum; pode ainda ser uma bactéria de difícil cultivo em laboratório • Ágar nutriente • Ágar-chocolate o Bastante comum no isolamento de hemófilos • Ágar verde-brilhante • Caldo selenito, caldo Rappaport-Vassiliadis IDENTIFICAÇÃO • Identificação presuntiva o Morfologia colonial o Presença ou ausência de hemólise em ágar-sangue o Aparência quando corado pelo método Gram o Motilidade o Habilidade para crescer em ágar MacCongey • Identificação definitiva o Testes bioquímicos o Testes sorológicos o Testes moleculares TESTES BIOQUÍMICOS • Reação de CAMP o Streptococcus agalactiae, Rhodococcus equi, Actino bacillus pleuropneumoniae, Listeria monocytogenes o Exacerbação da hemólise • Meio TSI (triple sugar iron) o Vermelho de fenol o Usado para identificação presuntiva de espécies de Salmonella • Teste de catalase o H2O2 = H2O + O2 • Urease o Vermelho de fenol o Proteus e Corybacterium renale • Teste IMViC – identificação de enterobactérias o Teste do Indol – Reativo de Kovac o Teste Vermelho de Metila – Vermelho de Metila o Teste Voges Proskauer – Oxidaçãoda acetoína o Utilização do Citrato – Azul de bromotimol
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