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DPC- Recursos Coisa Julgada Conceito • A coisa julgada consiste sempre na imutabilidade e indiscutibilidade da decisão sobre a qual recai (TALAMINI) • Proteger a segurança jurídica • Declara o fim do processo • Art. 5°, XXXVI, CF "A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada" Coisa Julgada Material • Direito Material= rege sobre os bens da vida • Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. • Coisa julgada material ocorre quando existe uma decisão acerca do mérito, ou seja, sobre o bem jurídico posto em discussão • Ocorre nas situações de extinção do processo com solução do mérito (art. 487) • Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332 , a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. Coisa Julgada Formal • Direito Formal= garantias das partes dentro do processo judicial sobre procedimentos a serem seguidos para que se chegue em uma decisão judicial efetiva • Conceito doutrinário • Coisa julgada formal se dá quando não se cabe mais nenhum recurso, por passar o prazo. Acontece diante de uma decisão processual • Acontece em situações de decisões sem solução de mérito (art. 485) • Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. • A coisa julgada processual é um momento prévio da coisa julgada material • A discussão encerrou naquele processo, mas a mesma relação de direito material pode ser discutida em outro processo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332%C2%A71 Pressuposto da Coisa Julgada Material • Decisão jurisdicional cognição exauriente, o juiz investigou profundamente o mérito • Trânsito julgado Eficácia Preclusiva da Coisa Julgada • Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido. • A preclusão inerente a coisa julgada não atinge os motivos da sentença que, em razão disso, poderão voltar ao debate judicial em novos processos, acerca de outros litígios entre as mesmas parte. • O efeito preclusivo da coisa julgada material é o efeito impeditivo de qualquer novo julgamento no mesmo ou em outro processo, que possa prejudicar a situação de indiscutibilidade e imutabilidade da sentença adquirida nos termos Limites Objetivos • Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. § 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. § 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. • A coisa julgada incide sobre a questão principal • Em regra, não faz coisa julgada os fundamentos usados pelo juiz para construir a sua decisão e a verdade dos fatos (a verdade que o juiz interpretou) • Questão principal= pedido e causa de pedir • Questão prejudiciais= aquelas que tramitam em volta da questão principal, sendo essenciais para resolver a lide (ex: discussão sobre a paternidade em uma ação de alimentos) • Em regra, a coisa julgada não alcança as questões prejudiciais. Porém, se, a questão processual for decidida expressamente no processo, e essa decisão for fundamental para resolver a lide, houver contraditório prévio e efetivo, não se aplicando em caso de revelia e o juiz deve ser competente para determinar a sentença Limites subjetivos da coisa julgada • Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. • A sentença não pode obrigar terceiro que não foi parte no processo • Eficácia natural da sentença é diferente da autoridade da coisa julgada, a sentença dada para as partes tem eficácia erga omnes, porém não interfere na esfera jurídica de terceiros 1. Expansão dos Limites Subjetivos para além das partes no processo • Em algumas situações pode haver a expansão do limite subjetivo para além das partes • Ex: substituição processual; legitimação ad causa concorrente 2. Limites Subjetivos da Coisa Julgada e obrigações solidárias • Credores solidários: no julgamento favorável aproveita todos os credores, inclusive os que não foram partes no processo. • Devedores solidários: a coisa julgada incide apenas contra o devedor demandado Coisa Julgada nas Ações Coletivas • Lei 4.717/65 Art. 18- Ação Popular “A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.” • Lei 7347/85 art. 16- Ação Civil Pública • Lei 7853/89 art. 4- Integração da Pessoa Portadora de Deficiência • Há possibilidade de efeito erga omnes perante quem não foi parte no processo • Não prevalecerá a coisa julgada nem erga omnes nem para própria entidade autora se a ação coletiva for julgada improcedente por deficiência de prova • Relativamente à ação que envolve tutela de direitos difusos e coletivos indivisíveis por natureza, a coisa julgada não pode atuar senão erga omnes. Cita-se a hipótese da condenação de uma empresa a adotar medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância. A satisfação do interesse se faz em prol de todos os membros da coletividade. Há uma exceção desse efeito, quando ocorre a improcedência do pedido por insuficiência de provas e há possibilidade de se renovar a demanda, com base em outras provas, inclusive pelo mesmo legitimado. Coisa Julgada "secundum eventum litis" • Segundo o evento da lide • A eficácia erga omnes ou ultra partes depende da procedência ou improcedência dos pedidos, cada qual com sua peculiaridade (se tutelam interesses difusos, coletivos em sentido estrito ou individuais homogêneos). • "A coisa julgada secundum eventum probationisé consagrada somente para os direitos difusos e coletivos stricto sensu e é caracterizada por ser formada apenas quando houver grau de certeza com o esgotamento das provas, sendo a demanda julgada procedente ou improcedente com suficiência de material probatório, não havendo necessidade de estar expressa na sentença a falta ou não das mesmas, logo, se julgada a demanda com base em provas insuficientes, não haverá a formação da coisa julgada". • Se a ação for improcedente por falta de provas não haverá coisa julgada com efeito erga omnes • A coisa julgada "erga omnes" ocorre quase sempre para beneficiar e não para prejudicar • Ex: CDC Art. 103, §1° • No CDC se a ação é rejeitada, por insuficiência de prova ou não os particulares não serão alcançados pela coisa julgada. Se a ação é julgada procedente os particulares poderão valer- se da coisa julgada. Rejeitada em julgamento exauriente atinge os demais legitimados Limites Temporais- Relação Jurídicas de trato continuado • Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo: I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; II - nos demais casos prescritos em lei. • Se ocorreu uma mudança no campo fático, o que se tem é uma nova lide e essa que será discutida. Sendo assim, não existe ofensa a coisa julgada • Por exemplo, em uma ação de alimentos (trato continuado) em que a situação econômica do pai muda bruscamente, nesse caso o juiz poderá mudar o valor determinado anteriormente para se adequar a nova realidade econômica do pai
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