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Soldado PM de 2ª Classe De acordo com o E d i t a l d e C o n c u r s o Público Nº DP-1/321/21 = Língua Portuguesa = Matemática = Conhecimentos Gerais (História e Geografia) = Atualidades (Disponível online em videoaulas) = Noções de Informática = Noções de Administração Pública PM-SP Polícia Militar de São Paulo Videoaulas« Planilha de Controle de Estudos « « para Download Materiais em PDF para Download« ON-LINE CONTEÚDO Polícia Militar de São Paulo Polícia Militar-SP Soldado PM de 2ª Classe NV-002JN-21 Cód.: 7908428800024 Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. Portanto, no caso de atualizações voluntárias e erratas, estas serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br por meio do código de acesso disponível neste material. Produção Editorial Carolina Gomes Josiane Inácio Karolaine Assis Organização Ana Gabrielly de Souza Roberth Kairo Revisão de Conteúdo Arthur de Carvalho Clarice Virgilio Fernanda Silva Jaíne Martins Maciel Rigoni Análise de Conteúdo Ana Beatriz Mamede João Augusto Terra Saula Diniz Diagramação Dayverson Ramon Higor Moreira Lucas Gomes Willian Lopes Capa Joel Ferreira dos Santos Projeto Gráfico Daniela Jardim & Rene Bueno Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra Polícia Militar de São Paulo Soldado PM de 2ª Classe Autores LÍNGUA PORTUGUESA • Gabriela Coelho, Monalisa Costa, Ana Cátia Colares e Giselli Neves MATEMÁTICA • Kairton Batista (Profº Kaka) CONHECIMENTOS GERAIS • Jean Talvani, Otávio Massaro e Zé Soares NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • Samara Kich e Irineu Martins Data da Publicação Janeiro/2021 Polícia Militar de São Paulo - Polícia Militar-SP Soldado PM de 2ª Classe / [Gabriela Coelho]...[et al]. -- São Paulo: Nova Concur- sos, 2021. 298 p. ISBN 978-65-87525-27-3 1. Serviço público - Brasil – Concursos 2. Concursos - Problemas, questões, exer- cícios 3. Polícia Militar do Estado de São Paulo - Concursos I. Coelho, Gabriela 21-0446 CDU 35.08(079.1) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Índices para catálogo sistemático: 1. Serviço público - Brasil - Concursos APRESENTAÇÃO Um bom planejamento de seus estudos garante a sua prepara- ção de sucesso na busca pela tão almejada aprovação em um cargo público. Pensando nisso, essa obra está organizada em disciplinas subdivididas nos temas do edital, didaticamente reunidos em um sumário especialmente planejado para otimi- zar o seu tempo e o seu aprendizado. Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica – com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra- dos nas provas, além de Questões Comentadas das principais bancas para complementar seus estudos. E para treinar seus conhecimentos, a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados da banca organizadora do certame. A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes- sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan- do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago- ra é com você! Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os Bônus e os Conteúdos Complementares online disponíveis para este livro. Basta seguir as orientações deste material, na página a seguir. A meta é estudar até passar! CONTEÚDO ONLINE Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma online materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente. BÔNUS: • Edital verticalizado – Disponível em PDF. • Planilha de controle de estudos para preenchimento. • Videoaulas online. à Interpretação de Texto - Tipologia Textual e Tipos de Discurso à Matemática - Sistemas de Equações do 1º Grau à História - Guerra Fria à Direito Constitucional - Direitos Políticos à Resolução da Prova PM-SP 2019 à Atualidades COMO ACESSAR O CONTEÚDO ONLINE Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar. Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter acesso ao conteúdo online. Acesse o endereço novaconcursos.com.br/bônus Digite o código que se encontra atrás da apostila (conforme foto ao lado) Siga os passos para realizar um breve cadastro e acessar seu conteúdo online sac@no vaconcursos.com.br VERSO DA APOSTILA NV-003MR-20 Código Bônus DÚVIDAS E SUGESTÕES NV-003MR-20 9 088121 44215 3 Código Bônus SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS) ...................................................................................................................................... 11 SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS ............................................................................................................. 13 SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS ......................................................................... 14 PONTUAÇÃO ...................................................................................................................................... 14 CLASSES DE PALAVRAS .................................................................................................................. 16 SUBSTANTIVO ..................................................................................................................................................16 ADJETIVO ..........................................................................................................................................................18 NUMERAL ..........................................................................................................................................................19 PRONOME .........................................................................................................................................................19 VERBO ...............................................................................................................................................................23 ADVÉRBIO .........................................................................................................................................................27 PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM ......................................................................................................................................29 CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ........................................................................................... 31 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ...................................................................................................... 32 COLOCAÇÃO PRONOMINAL ............................................................................................................. 33 CRASE ................................................................................................................................................. 33 MATEMÁTICA ......................................................................................................................45 NÚMEROS INTEIROS ......................................................................................................................... 45 OPERAÇÕES E PROPRIEDADES .......................................................................................................................45 NÚMEROS RACIONAIS, REPRESENTAÇÃO FRACIONÁRIA E DECIMAL ...................................... 47 OPERAÇÕES E PROPRIEDADES .......................................................................................................................47 MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM ............................................................................................................. 47 RAZÃO E PROPORÇÃO ...................................................................................................................... 48 PORCENTAGEM .................................................................................................................................. 50 REGRA DE TRÊS SIMPLES ................................................................................................................. 50 MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES ......................................................................................................... 52 EQUAÇÃO DO 1º GRAU ...................................................................................................................... 52 SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU ............................................................................................. 55 SISTEMA MÉTRICO ........................................................................................................................... 57 MEDIDAS DE COMPRIMENTO ..........................................................................................................................57 SUPERFÍCIE E CAPACIDADE ............................................................................................................................57 MEDIDAS DE TEMPO .......................................................................................................................................58 RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS ........................................................................................................ 58 TABELAS E GRÁFICOS .....................................................................................................................................58 NOÇÕES DE GEOMETRIA .................................................................................................................. 60 FORMA...............................................................................................................................................................61 PERÍMETRO E ÁREA .........................................................................................................................................62 TEOREMA DE PITÁGORAS ...............................................................................................................................64 VOLUME.............................................................................................................................................................65 RACIOCÍNIO LÓGICO .......................................................................................................................... 67 RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA ......................................................................................................67 CONHECIMENTOS GERAIS ...........................................................................................75 HISTÓRIA GERAL ............................................................................................................................... 75 PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL .........................................................................................................................75 O NAZIFASCISMO E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ....................................................................................75 A GUERRA FRIA ................................................................................................................................................77 GLOBALIZAÇÃO E AS POLÍTICAS NEOLIBERAIS ...........................................................................................77 HISTÓRIA DO BRASIL ........................................................................................................................ 77 A REVOLUÇÃO DE 1930 E A ERA VARGAS......................................................................................................77 AS CONSTITUIÇÕES REPUBLICANAS ............................................................................................................80 A ESTRUTURA POLÍTICA E OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO PERÍODO MILITAR .........................................80 A ABERTURA POLÍTICA E A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL ..................................................................84 GEOGRAFIA GERAL ............................................................................................................................ 84 A NOVA ORDEM MUNDIAL, O ESPAÇO GEOPOLÍTICO E A GLOBALIZAÇÃO ................................................84 OS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS ...................................................................................................87 GEOGRAFIA DO BRASIL .................................................................................................................... 88 A NATUREZA BRASILEIRA (RELEVO, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAÇÃO) .............................................88 A POPULAÇÃO: CRESCIMENTO, DISTRIBUIÇÃO, ESTRUTURA E MOVIMENTOS ........................................92 AS ATIVIDADES ECONÔMICAS: INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO, FONTES DE ENERGIA E AGROPECUÁRIA ...............................................................................................................................................94 OS IMPACTOS AMBIENTAIS ..........................................................................................................................100 NOÇÕES DE INFORMÁTICA .......................................................................................107 MS-WINDOWS 10 ............................................................................................................................107 CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS ...................................................................109 ÁREA DE TRABALHO ......................................................................................................................................112 ÁREA DE TRANSFERÊNCIA ............................................................................................................................114 MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS ....................................................................................................115 USO DOS MENUS ............................................................................................................................................120 PROGRAMAS E APLICATIVOS .......................................................................................................................122 INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS MS-OFFICE 2010 .......................................................126 MS-WORD 2010 ................................................................................................................................129 ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS ...................................................................................................129 EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS ...........................................................................................................132 CABEÇALHOS .................................................................................................................................................134 PARÁGRAFOS .................................................................................................................................................136 FONTES ...........................................................................................................................................................138 COLUNAS ........................................................................................................................................................140 MARCADORES SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS ................................................................................................142 TABELAS .........................................................................................................................................................143 IMPRESSÃO ....................................................................................................................................................147 CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS ..............................................................................149 LEGENDAS .......................................................................................................................................................150 ÍNDICES ...........................................................................................................................................................152 INSERÇÃO DE OBJETOS ................................................................................................................................153 CAMPOS PREDEFINIDOS ...............................................................................................................................154 CAIXAS DE TEXTO ..........................................................................................................................................156 MS-EXCEL 2010 ...............................................................................................................................158 ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS ........................................................................................................159 CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS ......................................................160 ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS .....................................................................................................162 USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS ..................................................................................................167 IMPRESSÃO ....................................................................................................................................................171 INSERÇÃO DE OBJETOS ................................................................................................................................173 CAMPOS PREDEFINIDOS ...............................................................................................................................176 CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS ..............................................................................176 OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS ...............................................................................................................177 CLASSIFICAÇÃO DE DADOS ..........................................................................................................................179 MS-POWERPOINT 2010 ..................................................................................................................181 ESTRUTURA BÁSICA DAS APRESENTAÇÕES ..............................................................................................183 CONCEITOS DE SLIDES .................................................................................................................................184 ANOTAÇÕES ....................................................................................................................................................186 RÉGUA E GUIAS ..............................................................................................................................................187 CABEÇALHOS E RODAPÉS .............................................................................................................................189 NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRESENTAÇÕES .....................................................................189 INSERÇÃO DE OBJETOS ................................................................................................................................192 NUMERAÇÃO DE PÁGINAS ............................................................................................................................195 BOTÕES DE AÇÃO ..........................................................................................................................................196 ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES ...................................................................................................197 CORREIO ELETRÔNICO....................................................................................................................201 USO DE CORREIO ELETRÔNICO .....................................................................................................................203 PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS .............................................................................................................205 ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS ............................................................................................................................207 INTERNET .........................................................................................................................................210 NAVEGAÇÃO NA INTERNET ..........................................................................................................................210 CONCEITOS DE URL ........................................................................................................................................214 LINKS ...............................................................................................................................................................216 SITES ...............................................................................................................................................................219 BUSCA .............................................................................................................................................................221 IMPRESSÃO DE PÁGINAS ..............................................................................................................................223 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................ 229 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ...............................................................................................................229 DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ...........................................................................................229 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ..............................................................................229 DOS DIREITOS POLÍTICOS .............................................................................................................................241 DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .....................................................................................................242 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................................................................250 DISPOSIÇÕES GERAIS ....................................................................................................................................250 DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS ........................................253 DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ...............................................257 DA SEGURANÇA PÚBLICA .............................................................................................................................257 CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO ................................................................................258 DA ORGANIZAÇÃO E PODERES .....................................................................................................................258 Do Poder Executivo ........................................................................................................................................258 DO PODER JUDICIÁRIO ..................................................................................................................................264 Do Tribunal de Justiça Militar e dos Conselhos de Justiça Militar ............................................................264 DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................265 Disposições Gerais ........................................................................................................................................265 DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO ...................................................................................................270 Dos Servidores Públicos Civis.......................................................................................................................270 Dos Servidores Públicos Militares ................................................................................................................274 DA SEGURANÇA PÚBLICA .............................................................................................................................275 Disposições Gerais ........................................................................................................................................275 Da Polícia Militar ............................................................................................................................................275 LEI FEDERAL Nº 12.527/11 – LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO ..................................................276 DECRETO Nº 58.052/12 ...................................................................................................................284 LÍ N G U A P O RT U G U ES A 11 LÍNGUA PORTUGUESA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS) A interpretação e a compreensão textual são aspectos essenciais a serem dominados por aqueles candidatos que buscam a aprovação em seleções e concursos públicos. Assunto que abrange questões específicas e de conteúdo geral nas provas, conhecer e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação. Além disso, seja a compreensão ou a interpretação textual, ambas guardam uma relação de proximidade com um assunto nem sempre explorado pelos cursos de português: a semântica, que incide suas relações de estudo sobre as relações de sentido que a forma linguística pode assumir. Portanto, neste material você encontrará recursos para solidificar seus conhecimentos em interpreta- ção e compreensão textual, associando a essas temá- ticas as relações semânticas que permeiam o sentido de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi- derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa ser reconhecido por quem o lê. Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma breve diferença entre os termos compreensão e interpretação textual. Para muitos, essas palavras expressam o mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos essencialmente relacionados à significa- ção das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica. Sabendo disso, é importante separarmos os con- teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou com- preensivo. Neste material, você encontrará um forte conteúdo que relaciona semântica e interpretação, contendo questões sobre os assuntos: inferência; figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertex- tualidade. No que se refere aos estudos que focam na compreensão e semântica, os principais tópicos são: semântica dos sentidos e suas relações; coerência e coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin- guísticas e suas consequências para o sentido. Importante! Todos esses assuntos completam o estudo basi- lar de semântica com foco em provas e concur- sos, sempre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar com afinco e dedica- ção, sem esquecer de praticar seus conhecimen- tos realizando os exercícios de cada tópico, bem como, a seleção de exercícios finais, seleciona- dos especialmente para que este material cumpra o propósito de alcançar sua aprovação. INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre interpretação de texto. Dica Como já mencionamos, interpretar é buscar ideias, pistas do autor do texto, nas linhas apresentadas. Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas. A primeira e mais importantes delas é identificar a orientação do pensamento do autor do texto, que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiá- veis ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as causas. Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias de leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande profundidade acadêmi- ca; neste material, selecionamos as estratégias mais eficazes que podem contribuir para sua aprovação em seleções que avaliam a competência leitora dos candidatos. A partir disso, selecionamos estratégias de leitura que foquem nas formas de inferência sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocor- re o processo de inferência, que se dá por dedu- ção ou por indução. Para entender melhor veja esse exemplo: O marido da minha chefe parou de beber. Observe que é possível inferir várias informações. A primeira é que a chefe do enunciador é casada (informação comprovada pela expressão ‘marido’), a segunda é que o enunciador está trabalhando (infor- mação comprovada pela expressão ‘minha chefe’) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela expressão ‘parou de beber’). Note que há pistas contextuais do pró- prio texto que induzem o leitor a interpretar essas informações. Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou por indução, par- tem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construída pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessa- das pelo leitor do texto. 12 A seguir apresentamos uma figura que representa como ocorre a relação desses processos: INFERÊNCIA DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA A partir desse esquema exclusivo, conseguimos visualizar melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora iremos detalhar esse processo, reconhe- cendo as estratégias que compõem cada maneira de inferir informações de um texto. Por isso, vamos apre- sentar nos tópicos seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de mundo na interpreta- ção de textos. A INDUÇÃO As estratégias de interpretação que observam métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto oferece e, posteriormente, reconhece alguma certeza na interpretação. Dessa forma, é fundamental buscar uma ordem de eventos ou processos ocorridos no tex- to e que variam conforme o tipo textual. Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos identificar uma organização cronológica e espacial no desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- mos organizar as ideias do texto a partir da marcação de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma ideia/ponto de vista. No processamento interpretativo indutivo, as ideias são organizadas a partir de uma especificação para uma generalização, vejamos um exemplo: Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- te para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, cur- vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p.21) O trecho em destaque na citação do escritor Lima Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento indutivo compõe a interpretação e decodificação de um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- gias usadas para identificar essa forma de interpretar, deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- ção cronológica de um texto. PROCURE SINÔNIMOS A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar as pa- lavras que têm maior asso- ciação com o tema do texto. ATENÇÃO AOS CONECTIVOS Os conectivos (conjunções, preposições, pronomes) são marcadores claros de opiniões, espaços físicos e localizadores textuais. A DEDUÇÃO A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de maneira implícita no enunciado. Dica Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do texto aspec- tos para abordar em suas provas. No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos a partir de uma informação que jul- ga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpretação por dedução. Conforme, Kleiman (2016, p. 47): “Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao Testá-las ele estará depreendendo o tema; ele estará também postulando uma possí- vel estrutura textual; na predição ele estará ati- vando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checando esse conhecimento”. Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para uma boa inter- pretação textual: formular hipóteses, a partir da ma- croestrutura textual, ou seja, antes da leitura inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “acessórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra dica importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme um objetivo mais definido. Uma outra dica importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já esta- rão agindo conforme um objetivo mais definido. O processo de interpretação por estratégias de dedu- ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento: 1. Conhecimento Linguístico; 2. Conhecimento Textual; 3. Conhecimento de Mundo. O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais para fren- te, os demais iremos abordar detalhadamente a seguir. 1. Conhecimento Linguístico Esse é o conhecimento basilar para compreensão e decodificação do texto, envolve o reconhecimento das formas linguísticas estabelecidas socialmente por uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco- nhecimento das regras de uma língua. É importante salientar que as regras de reconhe- cimento sobre o funcionamento da língua não são, necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras LÍ N G U A P O RT U G U ES A 13 que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por- tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem de escrita respeita o sistema SUJEITO- -VERBO-OBJETO (SVO) etc. Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento sobre como pronunciar português, passando pelo conhe- cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15). Um exemplo em que a interpretação textual é preju- dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acessado em: 22/09/2020. Como é possível notar, o texto é uma peça publici- tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores proficientes nessa língua serão capazes de decodificar e entender o que está escrito, assim, o conhecimento linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas são algumas estratégias de interpretação em que podemos usar métodos dedutivos. 2. Conhecimento Textual Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conhecimento linguístico e se desenvolve pela experiência leitora. Quanto mais exposição a diferentes tipos de textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhecimen- to, o leitor desenvolve sua habilidade porque prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma repor- tagem como se lê um poema. Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- -se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. 3. O Conhecimento de Mundo O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por isso, é sempre importante o candidato a cargos públicos manter um tempo disponível para ampliar sua biblioteca e bus- car fontes de informações fidedignas, para, dessa for- ma, aumentar seu conhecimento de mundo. Conforme Kleiman (2016), durante a leitura nosso conhecimento de mundo que é relevante para a com- preensão textual é ativado, por isso é natural ao nosso cérebro associar informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação. A esse respeito a autora propõe o seguinte exer- cício para atestarmos a importância da ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpre- tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- fiou valentemente todos os risos desdenhosos que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). Agora tente responder as seguintes perguntas sobre o texto: Quem é o herói de que trata o texto? Quem são as três irmãs? Qual é o planeta inexplorado? Certamente, você não conseguiu responder nenhu- ma dessas questões, porém ao descobrir o título desse texto, sua compreensão sobre essas perguntar será afetada. O texto se chama “A descoberta da América por Colombo”, agora, volte ao texto, releia-o e busque responder as questões, de certo você não terá mais as mesmas dificuldades. Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar seus olhos por uma segunda vez ao texto, já sabendo do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento prévio que é essencial na interpretação de questões. SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS SINONÍMIA São palavras ou expressões que, empregados em um determinado contexto, têm significados seme- lhantes. É importante entender que a identidade dos sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos uma palavra pode ser empregada no lugar de outra, o que pode não acontecer em outras situações. O uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti- lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade de suas significações é diferente. Dica O emprego dos sinônimos é um importante recurso para a coesão textual, uma vez que essa estratégia revela, além do domínio do vocabulá- rio do falante, a capacidade que ele tem de rea- lizar retomadas coesivas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto. ANTONÍMIA São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm significados opostos. 14 As relações de antonímia podem ser estabelecidas em gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020. A relação de sentido estabelecida na tirinha é construída a partir dos sentidos opostos das palavras “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes- se contexto. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS DENOTAÇÃO O sentido denotativo da linguagem compreende o significado literal da palavra independente do seu contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais objetivo e literal associado ao significado que aparece nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar ênfase à informação que se quer passar para o recep- tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por isso, é muito utilizada em textos informativos, como notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá- ticos, entre outros. Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: chamas) O coração é um músculo que bombeia sangue para o corpo. (coração: parte do corpo) CONOTAÇÃO O sentido conotativo compreende o significado figurado e depende do contexto em que está inserido. A conotação põe em evidência os recursos estilísticos dos quais a língua dispõe para expressar diferen- tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase à expressividade da mensagem de maneira que ela possa provocar sentimentos ou diferentes sensações no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe- sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios publicitários e outros. Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”. Você mora no meu coração. PONTUAÇÃO Uso da vírgula A vírgula (,) é utilizada para: a) Isolar o vocativo na oração. Ex.: Catarina, busque seu irmão! b) Separar palavras com a mesma função na oração. Ex.: Ele gritou, chorou, esperneou, berrou e depois dormiu. c) Isolar o aposto na oração. Ex.: A Joana, filha do senhor José, ficou doente. d) Separar nomes dos locais e datas. Ex.: Alfenas, 04 de maio de 2020. Uso do ponto e vírgula (;) É utilizado para: z Separar itens em enumeração Ex.: Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se pelo disposto nesta Lei. Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: a) as locações: � 1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas; � 2. de vagas autônomas de garagem ou de espa- ços para estacionamento de veículos; � 3. de espaços destinados à publicidade. z Separar orações muito extensas ou que já possuam vírgula Ex.: “Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida; sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga) z Substituindo a vírgula Ex.: Amanhã terei duas provas; porém ainda não consegui estudar nada. Uso dos dois-pontos (:) Quando: a) Vai se iniciar uma fala ou fazer citação. Ex.: Ela disse: hoje não posso, tenho compromisso. b) Inicia-se uma enumeração. Ex.: Tenho apenas duas coisas para lhe dizer: não estou de acordo e não mudo de ideia neste caso. Uso do travessão (–) Utilizado para indicar fala e mudança de interlo- cutor dentro de um diálogo, ou para desempenhar o papel de vírgula ao separar orações intercaladas. Ex.: z Quais ideias você tem para revelar? z Não sei se serão bem-vindas. z Não importa, o fato é que assim você estará contri- buindo para a elaboração deste projeto. z Não seja tão estúpido, – disse a professora – vou chamar sua mãe! LÍ N G U A P O RT U G U ES A 15 Uso dos parênteses ( ) Utiliza-se os parênteses quando se quer explicar melhor o que foi falado ou para indicar algo relacio- nado ao texto. Ex.: Hoje cresce em grande nível os problemas de saúde da população (o que pode ser explicado pelo rit- mo de vida da atualidade). Uso do ponto (.) É usado no final da frase, e indica pausa total. Ex.: Não tenho nada a declarar. Uso do ponto de interrogação (?) Em geral, utilizado ao final de perguntas. Ex.: Quer sair comigo esta noite? Em alguns casos, pode expressar espanto, por exemplo: “Como assim? Não acredito que mentiu para mim!” Uso das reticências (…) Usadas quando um texto ou trecho dele é suspenso, interrompido ou para deixar a ideia de continuidade. Ex.:Essa vista me traz uma paz, um bem-estar, uma tranquilidade... / Eu até achei a comida boa, mas o ambiente... Uso do ponto de exclamação (!) Utilizada para: a) Frases que expressam sentimentos, emoção e intensidade. Ex.: Que alegria você aqui! / Não pen- se nisso! / Que absurdo! b) Depois de vocativos ao final da frase e de interjei- ções. Ex.: Ai! Que susto levei. (interjeição) / Longe daqui, menina! (vocativo). Uso das aspas (“) São utilizadas ao fazer uma citação e ao se apro- priar de gírias ou expressões estrangeiras. Ex.: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Opor- tunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09). / Ele está muito “zen” hoje. Uso dos colchetes ( [ ] ) Possui a mesma função que os parênteses, porém é utilizado em textos didáticos, científicos e filológicos. Veja alguns de seus empregos: z Para intercalar palavras ou símbolos não perten- centes ao texto. Ex.: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holan- dês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar: 1- Bo ta bon? [Você está bem?] 2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.] z Para inserir comentários e observações em textos já publicados. Ex.: Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de “Inocência”] z Para indicar omissões de partes na transcrição de um texto. Ex.: “É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho” (Macha- do de Assis) z Em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra. Ex.: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patri- mônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio) Uso do asterisco (*) Pode ser utilizado: Em substituições de nomes próprios não mencionados. Ex.: O jornal *** não quis se pronunciar. O Dr. * não se comportou de forma ética. Em remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao final de capítulos. Ex.: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapata- ria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabeleci- mento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc. * É o morfema que não possui significação autôno- ma e sempre aparece ligado a outras palavras. Uso do parágrafo (§) Este símbolo equivale a dois “S” entrelaçados, sig- nificando Signum sectionis (sinal de seção/corte). Seu uso é comum nos códigos de leis. Ex.: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Uso da barra (/) Embora não exista muitas regras definidas a res- peito de seu uso, a barra inclinada aparece, quase sempre, com função de separar elementos que apre- sentam alternativas. Ex.: A prova deve ser respondida à caneta azul/ preta. (azul ou preta), Pode ser utilizada ainda da seguinte forma: e/ou Nesse caso, ela está sendo usada para separar as duas conjunções (e e ou). Veja; Ex.: Os alunos serão avaliados por trabalhos e/ou provas. Sendo assim, entende-se que a avaliação pode ser feita pelo conjunto (trabalhos e provas) ou de forma separada, individual (trabalhos ou provas). USO DOS “PORQUÊS” Saber quando se deve usar o “porquê” ou “por quê, “porque” ou “por que” é uma dúvida frequente e algo que costuma “pegar” muita gente. Quando devo utili- zar cada um deles? Por que: a) Quando se subentende como motivo, podendo ocorrer em perguntas diretas ou indiretas. Ex.: Por que não são tomadas as devidas providências? 16 b) Quando pode ser substituída pelo pronome pelo qual e por suas flexões. Ex.: Desconhecemos o motivo por que (pelo qual) ele não compareceu. Por quê: Quando se subentende também como motivo e está seguido de pausas, que são marcadas por : ; . / ! … - . Ex.: Acentua-se o conflito na fronteira, resta saber por quê. Houve nova desvalorização da moeda por quê? Não sabia por quê, mas estava confiante. Porquê: Utilizado quando corresponder a um substantivo. Ex.: Explique-nos o porquê dessa atitude precipitada. Porquês interessantes nos esperam. Porque: a) Conjunção causal; b) Conjunção explicativa; c) Conjunção final (correspondente ao para que); d) Pergunta com resposta implícita. Ex.: Os servidores fizeram cursos de aperfeiçoa- mento porque a chefia os obrigou. Você está feliz porque ele chegou. Os jovens são os melhores empreendedores, até porque aceitam riscos que os mais velhos não assumiriam. Agora ficou mais fácil, não é? Se ainda estiver com dificuldades, dê uma olhada nessa tabela. PORQUE Usado em respostas, para dar explicações. Ex.: Não fui à praia porque estava doente. POR QUE Usado para fazer perguntas, no início da frase. Ex.: Por que não visitou sua irmã mais cedo? PORQUÊ Usado para dar motivo, a razão de alguma coisa, porém como substantivo. Ex.: Acho justo me dizer o porquê de estar agindo assim. POR QUÊ Usado ao final de perguntas, podendo ser seguido por ponto final ou interrogação. Ex.: Não me avisou do ocorrido antes por quê? Ele terminou comigo e não me disse por quê. CLASSES DE PALAVRAS SUBSTANTIVO Os substantivos classificam os seres em geral. Uma característica básica dessa classe é admitir um deter- minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio- nam-se em gênero, número e grau. Tipos de substantivos A classificação dos substantivos admite nove tipos diferentes de substantivos, são eles: z Simples: Formados a partir de um único radical. Ex.: vento, escola. z Composto: Formados pelo processo de justaposi- ção. Ex.: couve-flor, aguardente. z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo substantivo. Ex.: pedra, dente. z Derivado: Formados a partir dos derivados. Ex.: pedreiro, dentista. z Concreto: Designam seres com independência ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde- pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.: Deus, fada, carro. z Abstrato: Indica estado, sentimento, ação, quali- dade. Ex.: coragem, Liberalismo. z Comum: Designam todos os seres de uma espécie. Ex.: homem, cidade. z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.: Maria, Fortaleza. z Coletivo: Usados no singular, designam um con- junto de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, manada. É importante destacar que a classificação de um substantivo depende do contexto em que ele está inse- rido. Vejamos: Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio). O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/ comum). Flexão de gênero Os gêneros do substantivo são masculinos e femi- ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni- formes. Os substantivos uniformes podem ser: z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma- nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O cliente / a cliente; O líder / a líder. z Epicenos: designam animais ou plantas que apre- sentam distinção entre masculino e feminino, a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea; girafa macho / girafa fêmea. z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne- ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo. Os substantivos biformes, como o nome indi- ca, designam os substantivos que apresentam duas formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.: professor/professora. Destacamos que alguns substantivos, apresentam formas diferentes nas terminações para designar for- mas diferentes no masculino e no feminino: LÍ N G U A P O RT U G U ES A 17 Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré. Outros substantivos modificam o radical para designar formas diferentes no masculino e no femini- no, estes são chamados de substantivos heteroformes: Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. Gênero e significação É importante salientar que alguns substantivos uniformes podem aparecer com marcação de gênero diferente, ocasionando uma modificação no sentido, veja, por exemplo: z A testemunha: pessoa que presenciou um crime; z O testemunho: relato de experiência, associado a religiões. Algumas formas substantivas mantêm o radical e a pequena alteração o gênero interfere no significado: z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo; z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais; z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão. Além disso, algumas palavras na língua apresen- tam dificuldade quanto a identificação do gênero, pois são usadas em contextos informais com gêneros dife- rentes, é o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a gênese; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formi- cida; o telefonema; o trema. Algumas formas que não apresentam, necessaria- mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no masculino quanto no feminino: O personagem / a per- sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox. Flexão de número Os substantivos flexionam-se em gênero, de manei- ra geral, pelo acréscimo do morfema -s: Casa / casas. Porém, podem apresentar outras terminações: males, reais, animais, projéteis etc. Geralmente, devemos acres- centar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como mal/males. Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral / corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas aceitas meles e méis. Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es. Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs- tantivos que admitem até três formas de plural: z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães. z Ancião: anciãos, anciões, anciães. z Vilão: vilãos, vilões, vilães. Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / órgãos; órfão / órfãos. Plural dos substantivos compostos Os substantivos compostos são aqueles formados por justaposição e o plural dessas formas obedece às seguintes regras: z Variam os dois elementos: substantivo + substan- tivo. Ex.: mestre-sala / mestres-salas; Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guardas - noturnos; Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças - feiras. z Varia apenas um elemento: substantivo + prepo- sição + substantivo. Ex.: canas-de-açúcar; Substantivo + substantivo (com função adjetiva). Ex.: navios-escola. Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: abaixo-assinados. Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres. Destacamos, ainda, que os substantivos compostos formados por verbo + advérbio e verbo + substan- tivo plural ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha. Variação de grau A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma diminuição. z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi- xos aos substantivos indicar um grau aumentativo. Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra, fogaréu, boqueirão, poetastro. z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi- xos aos substantivos indicar um grau diminutivo. Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, pequenina, papelucho. Dica O emprego do grau aumentativo ou diminutivo dos substantivos pode alterar o sentido das pala- vras, podendo assumir um valor: Afetivo: filhinha; Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. O novo Acordo Ortográfico e o uso de maiúsculas O novo acordo ortográfico estabelece novas regras para o uso de substantivos próprio, exigindo o uso da inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as inicias das palavras que designam: z Nomes de instituições. Ex.: Embaixada do Brasil; Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da Vice-presidência. 18 z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás Cubas. Caso a obra apresente em seu título um nome próprio, este também deverá ser escrito com inicial maiúscula. z Nomenclatura legislativa especificada deve ser escrita com inicial maiúscula. Ex.: Lei de Diretri- zes e Bases da Educação (LDB). z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da Vacina; Guerra Fria. Importante! Em palavras com hífen, podemos optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas, portanto, são acei- tas as formas: Vice-Presidente; Vice-presidente e vice-presidente, porém é preciso manter a mes- ma forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúsculas: Grã-Bretanha, Timor-Leste. ADJETIVO .Os adjetivos associam-se aos substantivos garan- tindo a estes um significado mais preciso. Os adje- tivos podem indicar: z Qualidade: professor chato. z Estado: aluno triste. z Aspecto, aparência: estrada esburacada. Locuções adjetivas As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos adjetivos, indicando as mesmas características deles. Elas são formadas por preposição + substantivo, referindo-se a outro substantivo ou expressão subs- tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo. A seguir colocamos algumas locuções adjetivas com valores diferentes ao lado da forma adjetiva, importantes para seu estudo: z Voo de águia / aquilino; z Poder de aluno / discente; z Cor de chumbo / plúmbeo; z Bodas de cobre / cúprico; z Sangue de baço / esplênico; z Nervo do intestino / celíaco ou entérico; z Noite de inverno / hibernal ou invernal. É importante destacar que mais do que “decorar” formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun- damental reconhecer as principais características de uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e apresentar valor de posse. Ex.: Viu o crime pela aber- tura da porta; A abertura de conta pode ser realiza- da on-line. Quando a locução adjetiva é composta pela pre- posição “de”, ela pode ser confundida com a locução adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importan- te perceber que a locução adjetiva apresenta valor de posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da porta. Além disso, a locução destacada está caracteri- zando o substantivo “abertura”. Já na segunda frase, a locução destacada é adver- bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con- ta”, o que indica o valor de passividade da locução, demonstrando seu caráter adverbial. As locuções adjetivas também desempenham fun- ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes, numerais, oração substantiva. Ex.: Amor de mãe, Café com açúcar. Já as locuções adverbiais desempenham função de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos, orações adjetivas com esses valores. Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez. Adjetivo de relação No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar o aspecto morfológico designado como “adjetivo de relação”, muito cobrado por bancas de concursos, sobretudo a FGV. Para identificar um adjetivo de relação, observe as seguintes características: z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- sentar meios de subjetividade. Ex.: Menino bonito - o adjetivo é subjetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos de quem o descreve. z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de relação sempre são posicionados após o substanti- vo. Ex.: casa paterna. z Derivado do substantivo: derivam-se do substan- tivo por derivação prefixal ou sufixal. z Não admitem variação de grau: os graus compa- rativo e superlativo não são admitidos. Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden- te americano (não é subjetivo; posicionado após o substantivo; derivado de substantivo; não existe a forma variada em grau “americaníssimo”); platafor- ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; roteiro carnavalesco. Variação de grau O adjetivo pode variar em dois graus: Compara- tivo ou Superlativo. Cada um deles apresenta suas respectivas categorias. z Grau comparativo: exprime a característica de um ser, comparando-o com outro da mesma classe nos seguintes sentidos: � Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão quanto; � Superioridade: mais do que; � Inferioridade: menos do que. Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios (comparativo de igualdade); O amor é mais suficiente do que o dinheiro (comparativo de superioridade); Homens são menos engajados do que mulhe- res (comparativo de inferioridade). LÍ N G U A P O RT U G U ES A 19 z Grau superlativo: em relação ao grau superlati- vo é importante considerar que o valor semântico desse grau apresenta variações, podendo indicar: � Característica de um ser elevada ao último grau: Superlativo Absoluto, que pode ser analí- tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso- ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo); � Característica de um ser relacionada com outros indivíduos da mesma classe: Superla- tivo Relativo, que pode ser de superioridade (O mais) ou de inferioridade (O menos) Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo absoluto analítico). O candidato é humílimo (Superlativo absoluto sintético). O candidato é o mais humilde dos concorren- tes? (Superlativo relativo de superioridade). O candidato é o menos preparado entre os con- correntes à prefeitura (Superlativo relativo de inferioridade). Importante! Ao compararmos duas qualidades de um mes- mo ser, devemos empregar a forma analítica (mais alta, mais magra, mais bonito etc.). Ex.: A modelo é mais alta que magra. Porém, se uma mesma característica se referir a seres diferentes, empregamos a forma sintética (melhor, pior, menor etc.). Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria. Formação dos adjetivos Os adjetivos podem ser primitivos, derivados, simples ou compostos. z Primitivos: são os adjetivos que não derivam de outras palavras e, a partir deles, é possível formar novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc. z Derivados: são formados a partir dos adjetivos pri- mitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc. z Simples: Os adjetivos simples apresentam um único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc. z Compostos: são formados a partir da união de dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra- sileiro, amarelo-ouro etc. Dica O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos. Plural dos adjetivos compostos O plural dos adjetivos compostos segue as seguin- tes regras: z Invariável: adjetivos compostos por azul-mari- nho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tape- tes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro. z Varia o último elemento: 1º elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-forma- dos; adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde- -claros, cabelos castanho-escuros. Adjetivos pátrios Os adjetivos pátrios também são conhecidos como gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalida- de dos seres. O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama- zonense, fluminense, cearense. Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo -eiro, costumeiramente usado para designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercializavam o pau- -brasil, esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em nosso país. NUMERAIS São as palavras utilizadas para designar posição ou número. Ex.: Eu quero um pastel de carne. Pedro ganhou a corrida em primeiro lugar. Milhares de pessoas compareceram ao evento. Os numerais podem ser classificados em cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários. z Cardinais: expressam quantidade exata de seres através da palavra Ex.: Ganhei sete bombons ontem. z Ordinais: como o próprio nome diz, expressão ordem ou posição dentro de uma sequência. Ex.: João ganhou a corrida em segundo lugar. Esta foi a primeira vez que consegui compreendê-lo. z Multiplicativos: expressam o número de vezes pelo qual determinada quantidade é multiplicada. Dobro > duas vezes; triplo > três vezes; quádruplo > quatro vezes... Ex.: Eu trabalho o dobro de horas que você. z Fracionários: expressam frações, divisões ou diminuições proporcionais em quantidade. Ex.: Esse mês já gastei um terço do meu salário. Dica Podemos encontrar ainda os numerais coletivos, isto é, designam um conjunto, porém expressam uma quantidade exata de seres/conceitos. Veja: Dúzia = conjunto de doze unidades; Novena = período de nove dias; Década = período de dez anos; Século = período de cem anos; Bimestre = período de dois meses. PRONOME Pronomes são palavras que representam ou acom- panham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos pronomes é substituir ou determinar uma pala- vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos- se, indefinição, quantidade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre tantas outras funções. 20 Destacamos, ainda, que os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colaboram para a comple- mentação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual, contribuin- do para a coesão e também para a coerência de um texto. Pronomes pessoais Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- curso, algumas informações relevantes sobre esses pronomes são: PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO 1º pessoa do singular EU Me, mim, comigo 2º pessoa do singular TU Te, ti, contigo 3º pessoa do singular ELE/ELA Se, si, consigo, o, a, lhe 1ª pessoa do plural NÓS Nos, conosco. 2º pessoa do plural VÓS Vos, convosco 3º pessoa do plural ELES/ELAS Se, si, consigo, os, as, lhes Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito. Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio- nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo. z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor- mei-o sobre todas as questões. z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele). Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos, além disso, é importante saber que EU e TU não podem ser regidos por prepo- sição e que os pronomes ELE(s), ELA (s), NÓS e VÓS podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem. Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados com força e precedidos de preposição. Costumam ter função de complemento: z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco (plural). z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco (plural). z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s) Importante lembrar que não devemos usar prono- mes do caso reto como objeto ou complemento ver- bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde que ante- cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon- trei apenas ela na festa. Dica Após a preposição “entre”, em estrutura de reci- procidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos. Pronomes de tratamento Os pronomes de tratamento são formas que expres- sam uma hierarquia social institucionalizada linguis- ticamente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes: z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a 2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular. Ex: Vossa excelência deve conhecer a Constituição. z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo a 3ª pessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à noite. Como mencionamos anteriormente, os pronomes de tratamento estabelecem uma hierarquia social na linguagem, ou seja, a partir das formas usadas pode- mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituídos pelos falantes. Por isso, é eficaz reconhecer que alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam reconhecidos socialmen- te por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre outras. Dessa forma, apresentamos o seguinte quadro relacionando alguns pronomes de tratamento com as funções sociais que designam: z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu- ques e seus respectivos femininos. z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais. z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo e das Forças Armadas membros do alto escalão. z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus respectivos femininos. z Vossa Reverendíssima (V. Maga.): Sacerdotes. z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra- duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento cerimonioso a comerciantes importantes. z Vossa Santidade (V. S.): Papa. z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): Bispos. É importante mencionar que o quadro faz referên- cia a pronomes de tratamento e suas respectivas desig- nações sociais conforme indica o Manual de Redação oficial da Presidência da República, portanto, essas designações devem ser seguidas com atenção, quando o gênero textual abordado for um gênero oficial. LÍ N G U A P O RT U G U ES A 21 Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata- mento é importante destacar: O plural de algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na maioria das abreviaturas terminadas com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas. Importante! O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presi- dente da República nunca deve ser abreviado. Pronomes indefinidos Os pronomes indefinidos indicam quantidade de maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar e podem ser invariáveis, vejamos: z Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas; Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo, Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras; Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan- tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas; Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc. z Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem; Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que. As palavras certo e bastante serão pronomes indefinidos quando vierem antes do substantivo, e serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer- to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o modelo de carro certo (adjetivo). A palavra bastante é, geralmente, confundida com advérbio ou adjetivo, por isso fique atento: z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen- te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas. z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para a festa. z Bastante (Pronome indefinido): “Bastantes ban- cos aumentaram os juros” Pronomes demonstrativos Os pronomes demonstrativos indicam a posição e apontam elementos a que se referem as pessoas do discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa- da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual. z 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas. z 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas. z 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas. z Invariáveis: isto, isso, aquilo. Usamos este, esta, isto para indicar: z Referência ao espaço físico, indicando a proximi- dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é minha; Entreguei-lhe isto como prova. z Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última prestação da casa. z Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping, esta procurava um presente para o marido (o pronome refere-se ao último ter- mo mencionado). Usamos esse, essa, isso para indicar: z Referência ao espaço físico, indicando o afasta- mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você. z Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.: Não me fale mais nisso; A população não confia nesses políticos. z Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana, eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo. z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala. Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nes- sa sua expressão. Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta? z Referência a um tempo muito remoto, um passado muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dor- mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles! z Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não conheço aquela mulher. z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lan- char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá, aquela, refrigerante. Dica O pronome “mesmo” não pode ser usado em função demonstrativa referencial, veja: O candidato fez a prova, porém o mesmo esque- ceu de preencher o gabarito. ERRADO. O candidato fez a prova, porém esqueceu de preencher o gabarito. CORRETO. Pronomes relativos Uma das classes de pronomes mais complexas, os pronomes relativos têm função muito importante na língua, refletida em assuntos de grande relevância em concursos, como a análise sintática. Dessa forma, é essencial conhecer adequadamente a função desses elementos a fim de saber utilizá-los corretamente. Os pronomes relativos referem-se a um substantivo ou a um pronome substantivo, mencionado anterior- mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- nado anteriormente) chamamos de antecedente. 22 São pronomes relativos: z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, quantas. z Invariáveis: Que, quem, onde, como. z Emprego do pronome relativo que: pode ser asso- ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: Encontrei o homem que desapareceu; O cachorro que esta- va doente morreu; A caneta que emprestei nunca recebi de volta. Em alguns casos, há a omissão do antecedente do relativo que. Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). z Emprego do relativo quem: seu antecedente deve ser uma pessoa ou objeto personificado. Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo. O pronome relativo quem pode fazer referência a algo subentendido: Quem cala consente (aquele que cala). z Emprego do relativo quanto: seu antecedente deve ser um pronome indefinido ou demonstra- tivo, pode sofrer flexões. Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado; Perdi tudo quanto pou- pei a vida inteira. z Emprego do relativo cujo: deve ser empregado para indicar posse e aparecer relacionando dois termos que devem ser um possuidor e uma coisa possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (pos- suidor) a matéria (coisa possuída). O relativo cujo deve concordar em gênero e núme- ro com a coisa possuída. Jamais devemos inserir um artigo após o pronome cujo: Cujo o, cuja a Não podemos substituir cujo por outro pronome relativo; O pronome relativo cujo pode ser preposiciona- do. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri. Para encontrar o possuidor faça-se a seguinte per- gunta: “de quem/do que?” Ex.: Vi o filme cujo dire- tor ganhou o Óscar (diretor do que? Do filme.); Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (pernas de quem? Do rapaz.) z Emprego do pronome relativo onde: empregado para indicar locais físicos. Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu. Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumin- do as formas aonde e donde. Ex.: Irei aonde você for. O relativo onde pode ser empregado sem antece- dente. Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém. z Emprego de o qual: o pronome relativo o qual e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa- do em substituição a outros pronomes relativos, sobretudo o que, a fim de evitar fenômenos lin- guísticos, como queísmo. Ex.: O Brasil tem um pas- sado do qual (que) ninguém se lembra. O pronome o qual pode auxiliar na compreensão textual, desfazendo estruturas ambíguas. Pronomes interrogativos São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto e se apresentam de formas variáveis (Que? Quais? Quanto? Quantos) e invariáveis (Que? Quem?). Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Quantos anos tem seu pai? O ponto de exclamação só é usado nas interrogati- vas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção interrogativa, indicada por um verbo como: pergun- tar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela. Os pronomes interrogativos que e quem são pro- nomes substantivos. Pronomes possessivos Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso e indicam posse: SINGULAR 1ª pessoa; 2ª pessoa; 3ª pessoa. Meu, minha, meus, minhas. Teu, tua, teus, tuas. Seu, sua, seus, suas. PLURAL 1ª pessoa; 2ª pessoa; 3ª pessoa. Nosso, nossa, nossos, nossas. Vosso, vossa, vossos, vossas Seu, sua, seus, suas. Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo a uma coisa. Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ain- da que o pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação do pronome é com o objeto da posse. Outras funções dos pronomes possessivos: z Delimitam o substantivo a que se referem; z Concordam com o substantivo que vem depois dele; z Não concordam com o referente; z O pronome possessivo que acompanha o substan- tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. Colocação pronominal Estudo da posição dos pronomes na oração. z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. Casos que atraem o pronome para próclise: � Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não me submeto a essas condições. � Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela- tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel. � Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apresente como um rico investidor, ele nada tem.
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