Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OBJETIVOS DO SUPORTE VENTILATÓRIO Apesar da diversidade de aparelhos empregados e uma variada gama de indicações clínicas, a ventilação artificial é usada para promover duas funções básicas: 1. Manter a ventilação alveolar apropriada para as demandas metabólicas do paciente, mantendo o equilíbrio acidobásico, promovendo a eliminação adequada de CO2 e a oferta eficiente de O2, impedindo, assim, a acidose respiratória e corrigindo a hipoxemia arterial. 2. Impedir a deterioração mecânica dos pulmões através da redução do trabalho respiratório, da manutenção dos volumes pulmonares e das características elásticas. PRINCIPAIS CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA • Pneumonia; • Edema pulmonar congênito; • Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA); • Pneumonia por aspiração de conteúdo gástrico; • Politraumatismo; • Infiltrados pulmonares em pacientes imunocomprometidos; • Tromboembolismo pulmonar (TEP). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Sistema nervoso central: agitação, cefaleia, tremores, convulsões; Respiração: amplitude, frequência respiratória, ritmo, padrão, expiração prolongada, respiração paradoxal; Ausculta: roncos, sibilos, estertores, ausência de murmúrios vesiculares; Aparência: sudorese, cianose, puxão traqueal, uso da musculatura acessória; Hemodinâmica: taquicardia, bradicardia, arritmia, hipertensão, hipotensão. A pressão parcial de oxigênio (PaO2) com valor inferior a 55-60 mmHg e a saturação de oxigênio < 90% ou a pressão parcial de dióxido de carbono > 45-50 mmHg, associada com um valor de pH inferior a 7,30-7,35 denotam disfunção respiratória grave e iminência de falência. CANDIDATOS PARA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA • A melhora é esperada dentro das 48 a 72 horas; • Alerta e cooperativo; • Hemodinamicamente estável; • Capaz de controlar as secreções das vias aéreas; • Capaz de manter a sincronia com o ventilador; • Sem contraindicações. BENEFÍCIOS DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA • Evita as complicações da intubação; • Preserva os reflexos das vias aéreas; • Melhora o conforto do paciente; • Menor necessidade de sedação; • Permanência mais curta no hospital/UTI; • Melhora da sobrevida. Visões frontal e lateral dos três tipos de máscara para VNI usadas por um voluntário: A1/A2, a máscara facial total (MFT); B1/B2, a máscara facial (MF); e C1/C2, a máscara nasal (NM). Um detalhe de cada máscara é indicado: seta preta, orifício de expiração integrado da MFT; seta branca, alça central da MF, e ponta de seta branca, espaçador de espuma para a testa na MN. • Paciente obeso, ex tabagista, 58 anos de idade com exacerbação de doença pulmonar. • Usa seus músculos acessórios e apresenta sibilos após 2 tratamentos com broncodilatador. • FC: 130 bpm; PA 170/110 mmHg; FR: 33 irpm. • Gasometria arterial: 4 L/min O2; pH: 7,24; PCO2: 65 mmHg; PO2: 65 mmHg. VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA Ausência de VM: CPAP: PARAMETROS POSSÍVEIS Relacionados com a oxigenação: FiO2 e PEEP Relacionados com a ventilação (CO2): • Volume corrente; • Frequência respiratória; • Tempo inspiratório; • Fluxo. CICLO RESPIRATÓRIO • Tipos de ventilação: ciclada por volume, ciclada pelo tempo, ciclada por fluxo. MODALIDADES DE VENTILAÇÃO MECÂNICA Diferentes tipos de ventilação: • Assistida-controlada (A/C); • Com suporte de pressão (PSV); • Mandatória intermitente sincronizada (SIMV). VENTILAÇÃO ASSISTO-CONTROLADA • O operador ajusta todos os parâmetros. • Permite ventilações adicionais com os mesmos parâmetros pré-ajustados. • Ventilação controlada: apenas em anestesia ou apneia. VCV – VENTILAÇÃO A/C A VOLUME Parâmetros: • FiO2; • PEEP; • Volume corrente; • Frequência respiratória; • Fluxo. Vantagem: garantia do volume/minuto. Desvantagem: pressão de pico. PVC – VENTILAÇÃO A/C A PRESSÃO Parâmetros: • FiO2; • PEEP; • FR; • Pressão controlada; • Tempo inspiratório. Vantagem: não faz pressão de pico. Desvantagem: risco de hipoventilação. PSV – VENTILAÇÃO COM PRESSÃO DE SUPORTE Parâmetros: • FiO2; • PEEP; • OS. Vantagem: sincronia facilitada. Paciente com cansaço, dispneia, esposa com COVID-19, deu entrada em falência respiratória plena, FC: 120, PA 150/90, FR: 43, utilizando músculos intercostais, saturando 82% com 15 litros de oxigênio em máscara. Gasometria arterial da chegada: pH 7,14, PaCO2 25 mmHg, PaO2 43 mmHg. Realizando intubação orotraqueal em sequência rápida sem intercorrência. Solicitado respirador para iniciar VM. • Quais parâmetros posso escolher? • Que modo de ventilação? • Como minha ventilação não vai causar malefício para o paciente? Desvantagem: maior esforço para o paciente. • Risco de apneia. • Modo de desmame. SIMV – VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE SINCRONIZADA • Modo misto – A/C + Espontâneo. • Ajuste dos parâmetros dos dois modos. • VCV + PSV • PCV + PSV INÍCIO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA • Escolher o tipo de ventilação com a qual esteja familiarizado. • FiO2 inicial = 1,0; reduzir para manter SpO2 em > 92-94%. • Volume corrente inicial = 6-8 ml/kg. • Frequência respiratória e ventilação-minuto apropriadas às necessidades clínicas. • PEEP para dar suporte à oxigenação. • Consultar um especialista em cuidados intensivos para obter ajuda. MONITORIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO • Radiografia de tórax; • Sinais vitais; • SpO2; • Sincronia paciente-ventilador; • Gasometria arterial; • Pressões inspiratórias; • Relação tempo inspiratório: tempo expiratório; • Auto – PEEP; • Alarmes do ventilador. PRESSÕES INSPIRATÓRIAS • Pico de pressão inspiratória (Ppico) • Pressão de platô inspiratório (Pplat) • Indicador de distensão alveolar RELAÇÃO I:E Determinantes do tempo inspiratório durante as ventilações a volume: • Volume corrente; • Velocidade do fluxo inspiratório; • Formato da onda inspiratória; • Tempo expiratório inadequado; • Exalação incompleta; • Empilhamento respiratório. AUTO-PEEP Consequências: • Aumento das pressões inspiratórias; • Hipotensão; • Piora na oxigenação; Intervenções para diminuir a auto-PEEP: • ↓ frequência respiratória • ↓ volume corrente • ↑ velocidade do fluxo gasoso LESÃO PULMONAR AGUDA • Insuficiência respiratória hipoxêmica; • Distensibilidade pulmonar diminuída → pressões elevadas das vias aéreas; • Necessita-se um volume corrente menor (6 ml/kg PCP); • Manter Pplat em ≤ 30 cm H2O; • PEEP para melhorar a oxigenação; • A hipercapnia permissiva pode ser necessária; • Relação PaO2/FiO2 – menor que 200: SARA DOENÇA OBSTRUTIVA DAS VIAS AÉREAS • Volume corrente inicial: 6-8 ml/kg; • Otimizar o tempo expiratório; • Tomar cuidado da auto-PEEP; • Ajustar a ventilação-minuto a um pH baixo normal; • Tratar obstrução com broncodilatadores. OBESIDADE • Cuidar com volumes correntes (peso ajustado); • Cuidar com atelectasias – maior necessidade de PEEP – manobras de recrutamento; • Baixa capacidade residual funcional; • Maior consumo de oxigênio corporal. Paciente feminina, 79 anos, 55 kg, sequelada por AVC prévio, iniciou com dor abdominal e parada de evacuação há 5 dias. Apresentando vômitos fecalóides, PA: 75/43, FR: 33 com triagem intercostal, saturando 89% com O2, FC: 143. Provável broncoaspiração. RX: infiltrados intersticiais bilaterais. Necessita laparotomia exploradora. Realizada indução anestésica e IOT sem intercorrência. Como ventilar essa paciente? Paciente, 39 anos, história de asma brônquica grave e ansiedade. Vem realizar cirurgia de retirada de cálculos renais. Paciente faz uso de corticoide inalatório + Montelucaste com bom controle. Após indução anestésica e intubação sem intercorrência, começou a apresentaressa imagem na capnografia + broncoespasmo a ausculta pulmonar, associado com rash cutâneo. Como otimizar a ventilação desse paciente? Paciente masculino, 53 anos, 1,82 m, 155 kg, hipertenso e diabético, será submetido a cirurgia bariátrica. Indução anestésica e intubação orotraqueal sem intercorrência. Como ventilar esse paciente? Paciente, 66 anos, 80 kg, hipertenso, diabético, pós- operatório de laparotomia, em sepse, recebe 6 litros de soro nas últimas 2 horas. Pneumonia. PA: 130/80 com nora 5 ml/hora, sedado com Midazolam e Fentanil. Em VM VCV, VC: 620 ml, pressão pico: 42, FR: 20, PEEP zero, FiO2 100%, saturando 99%. Como otimizar esse paciente?
Compartilhar