Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FPM 3 Aula 3 – Avaliação Geriátrica Ampla A Avaliação Geriátrica Ampla surgiu como uma forma de possibilitar a diferenciação do atendimento do geriatra, uma vez que na consulta geriátrica se faz uma avaliação completa do paciente, incluindo não só a anamnese, mas também uma avaliação global do idoso em relação a funcionalidade, memoria, aspectos sociais, etc. Logo, surgiu a ideia de criar esse termo para validá-lo e atribuir valor, tanto moral quanto financeiro. Logo, a AGA é um método multidimensional de avaliação do idoso que aborda os aspectos clínicos, funcional e psicológico do idoso. Tem como objetivo o planejamento do cuidado e o acompanhamento a longo prazo do paciente. Difere do exame clínico padrão pois há a ênfase na avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida do idoso, além de basear-se em escalas e testes quantitativos, possibilitando um acompanhamento horizontal. A OMS conceitua 3 domínios específicos que definem o objetivo da AGA 1. Deficiência: Perda da estrutura corpórea, aparência ou função de um órgão. 2. Incapacidade: Restrição ou perda da habilidade. 3. Desvantagem: Restrições ou perdas sociais e/ou ocupacionais. Cada um desses domínios tem formas diferentes de lidar e tentar diminuir os prejuízos para o idoso. Benefícios e utilidades da AGA Nível individual • Melhora a acurácia do exame clínico tradicional • Estabelece o grau e a extensão da incapacidade • Identifica os idosos em risco de declínio funcional Nível populacional • Instrumento utilizado em estudos clínicos para a avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida • Identifica populações de risco • Deve ser utilizado para o planejamento de políticas públicas para o envelhecimento Autonomia X Independência Autonomia – Decisão • Humor • Cognição Independência – Execução • Mobilidade • Comunicação Avaliação Geriátrica Ampla ▪ Cognição Inicialmente avaliamos a cognição, que é dividida em domínios, como a memória, a função executiva, a linguagem, a praxia, a gnosia e a função visoespacial. ▪ Humor No humor avaliamos a motivação, principalmente depressão e ansiedade ▪ Mobilidade Na mobilidade há a avaliação da postura e da marcha, assim como da capacidade aeróbia do idoso ▪ Comunicação Nesse quesito, avaliamos a visão, a audição e a fala dos idosos, importantes para a sua comunicação interpessoal e ambiental. Parâmetros avaliados na AGA ➢ Equilíbrio e Mobilidade O aparelho locomotor sofre importantes modificações nos idosos, como a diminuição na amplitude do movimento e alterações de marcha. Os passos ficam mais curtos e mais lentos, sendo comum o arrastar de pés; os braços perdem a amplitude, se posicionando mais próximos do corpo; O centro de gravidade se adianta e a base de sustentação se amplia. A avaliação é feita por meio de escalas, como a Get up and go e a timed get up and go, que são as mais utilizadas. Porém, temos também a Tinetti e a Poma. Get up and go / Timed get up and go test POMA – BRASIL É uma escala muito utilizada pela fisioterapia, avaliando os mesmos parâmetros de forma mais complexa. Tinetti É uma outra escala também mais complexa, avaliando equilíbrios e mobilidade. • Equilíbrio e mobilidade • Função cognitiva • Capacidade de o indivíduo realizar as atividades básicas de vida diária • Capacidade de o indivíduo realizar as atividades instrumentais de vida diária • Condições emocionais • Disponibilidade e adequação de suporte familiar e social • Condições ambientais • Estado e risco nutricionais ➢ Saúde Mental Avaliamos geralmente síndromes demenciais e depressão. As síndromes demenciais são causas importantes de demências e institucionalização, existindo várias escalas para a avaliação da cognição. Inicialmente, aplicamos um teste de fácil e rápida aplicação e que testa os principais aspectos da função cognitiva, chamado de MEEM, porém, dependendo da nossa avaliação são precisos outros testes de rastreio, como o do relógio e o de nominação de animais. Em relação à depressão, avaliamos a depressão maior, com foco na prevalência, duração e recorrência, utilizando a escala GDS. ➢ Capacidade Funcional É utilizada para realizar determinada tarefa que lhes permita cuidar de si mesmo, ter uma vida independente, etc. Para avaliar atividades básicas de vida diária (autocuidado), utilizamos as escalas Katz e a Barthel. Já para atividades instrumentais de vida diária (tarefas complexas), pode ser utilizado as escalas de Lawton e a de Pfeffer. Além disso, ainda existem atividades avançadas de vida diária, como dirigir, praticar esportes, pintar, serviços voluntários; sendo que essas atividades são relacionadas com vontade, desejo e motivação. ➢ Avaliação comportamental Existe uma escala de avaliação comportamental segundo o DSM-IV para que seja realmente possível diagnosticar um quadro depressivo. Existe uma outra escala chamada de Inventário Neuropsiquiátrico, que avalia sintomas psiquiátricos no paciente. ➢ Avaliação Nutricional Existem inúmeros motivos que podem levar ao quadro de desnutrição, como viver sozinho ou restrições funcionais, como dificuldades em fazer compras e cozinhar. Condições sociais adversas e sexo masculino são mais propensos. Existe uma mini avaliação nutricional para avaliar esse quadro, além do IMC, que sofre alterações em idosos. ➢ Fatores Socioambientais É uma avaliação em que é difícil a quantificação, possuindo uma dimensão heterogênea, sendo muitas vezes preciso mais de 1 consulta para a total compreensão. Precisamos avaliar as condições sociais, os recursos disponíveis de suporte (social, financeiro e familiar) e também definir em qual tipo de ajuda o paciente se enquadra e tem necessidade. Não é fácil intervir sobre as condições sociais, sendo preciso avaliar necessidades especiais, adaptação ao ambiente e estresse do cuidador.
Compartilhar