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Aspectos da Síndrome metabólica

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Fonte: Endocrinologia Lúcio Vilar, 6ª ed. 
 
Página 1 de 3 
 
Andressa Santos Pereira 
Medicina – UNEB | Turma XIII 
❖ Fisiopatologia 
Ela está diretamente relacionada o excesso de 
peso e a alteração na distribuição da 
adiposidade corporal, decorrente diretamente 
de um excesso de tecido adiposo visceral (TAV) 
e de uma diminuição do tecido adiposo 
subcutâneo (TASC), o que levaria a maior 
liberação de ácidos graxos livres e citocinas 
inflamatórias na circulação. 
Os adipócitos subcutâneos são menores, com 
mais facilidade de se multiplicar e são mais 
responsivos ao efeito antilipolítico da insulina. 
Eles têm a capacidade de armazenar grandes 
capacidades de AGL, sob a forma de TG, e 
produzem poucas citocinas inflamatórias (já que, 
praticamente, não há infiltração de macrófagos e 
monócitos). 
Os adipócitos viscerais são maiores, se 
multiplicam pouco, são metabolicamente mais 
ativos e apresentam atividade lipolítica mais 
acentuada. Eles acumulam menos AGL e 
possuem grande capacidade de secretar 
citocinas inflamatórias, tais como TNF-α, IL-6, a 
proteína C reativa (PCR) e o inibidor do ativador 
do plasminogênio-1 (PAI-1). Primariamente, a SM 
parece ser decorrente de uma desproporção na 
distribuição de adipócitos subcutâneos e 
viscerais. 
O excesso de citocinas pró-inflamatórias 
(principalmente, TNF-α e IL-6) resulta em uma 
inflamação localizada no tecido adiposo que 
se propaga para uma inflamação sistêmica 
global, associada ao desenvolvimento de 
comorbidades relacionadas a obesidade, 
resistência à insulina (RI), estresse oxidativo e 
aterosclerose. A participação dessas citocinas na 
gênese da RI aparentemente se daria por 
inibirem diretamente a ativação do receptor da 
insulina, dificultando, assim, o transporte 
intracelular da glicose. O excesso de PAI-1, 
juntamente com aumento dos níveis dos fatores 
VIII e V, respondem por um estado de 
hipercoagulabilidade, o qual favorece a 
ocorrência de eventos vasculares trombóticos 
(IAM e TVP). 
Existem várias teorias para explicar como os 
diferentes adipócitos modulam a RI. De maneira 
geral, o aumento da lipólise nos adipócitos 
viscerais ocasiona um ↑aporte de AGL para o 
fígado e o músculo esquelético, inibindo a 
ação da insulina nesses órgãos, por um 
mecanismo denominado de lipotoxicidade. 
A resistência insulínica no fígado levaria a um 
aumento da gliconeogênese hepática, da 
produção de citocinas inflamatórias e da 
secreção excessiva de VLDL, com consequente 
hipertrigliceridemia e redução nos níveis de 
HDL-colesterol. O acúmulo intra-hepático de TG 
favoreceria o surgimento da doença hepática 
gordurosa não alcoólica (NAFLD) e da 
esteato-hepatite não alcoólica (NASH). 
A lipotoxicidade tem também ação deletéria 
sobre as células beta, ↓secreção de insulina e 
favorecendo o surgimento de hiperglicemia. Da 
mesma forma, o acúmulo de gordura no músculo 
esquelético é proposto como um mecanismo 
importante para a RI nesse tecido. Maior ativação 
do SRAA e do SNS está envolvida da gênese da 
hipertensão da SM. 
 
❖ Consequências bioquímicas 
Metabolismo de lipídios e lipoproteínas: 
• Aumento das partículas de LDL pequenas 
e densas; 
• Hipertrigliceridemia; 
Fonte: Endocrinologia Lúcio Vilar, 6ª ed. 
 
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Andressa Santos Pereira 
Medicina – UNEB | Turma XIII 
• Redução do HDL-colesterol. 
Trombogênese: 
• Aumento do fibrinogênio; 
• Aumento do PAI-1; 
• Aumento da viscosidade sanguínea. 
Marcadores inflamatórios: 
• Aumento do número de leucócitos; 
• Aumento de IL-6 e TNF-α; 
• Aumento de leptina e PCR; 
• Diminuição de adiponectina. 
Marcadores do status oxidante: 
• Aumento de LDL oxidada; 
• Hiperuricemia; 
• Diminuição da paraoxonase-1. 
Outras: 
• Redução da IL-10 e da grelina. 
 
❖ Complicações 
 Doença cardiovascular (DCV) → a 
dislipidemia é altamente aterogênica. 
 
Um dos aspectos mais preocupantes com 
relação à SM é o elevado risco cardiovascular 
que esses pacientes apresentam. A combinação 
de múltiplos fatores de risco (HDL-c baixo, 
hipertrigliceridemia, hipertensão, aumento do 
PA1-1, hiperinsulinemia e hipoadiponectinemia) 
faz dessa população um grupo de pacientes 
altamente suscetíveis a DCV. 
 DMT2 → juntamente com as complicações 
cardiovasculares o risco de desenvolvimento de 
DM2 faz parte das grandes complicações 
da SM. A incidência de DM2 é até 5 vezes maior 
em pacientes com SM em comparação a um 
grupo de pacientes sem a síndrome. De fato, SM 
é encontrada em 42 a 64% dos indivíduos com 
pré-diabetes e em 78 a 84% daqueles com DM2. 
Nesses indivíduos, o risco de complicações 
microvasculares e macrovasculares, bem 
como a mortalidade CV, são significativamente 
maiores na presença de SM. 
 Doença hepática gordurosa não alcoólica → 
A NAFLD é resultado do excesso no aporte de 
ácidos graxos para o fígado e está diretamente 
associada à RI e ao acúmulo de gordura visceral. 
A NAFLD envolve a esteatose e a esteato-
hepatite (NASH). Os pacientes podem 
apresentar-se com discretos aumentos nos níveis 
das enzimas hepáticas (normais, na maioria dos 
casos), e exames de imagem, seja USG, TC ou RM 
do abdome, sugerem o diagnóstico de NAFLD. 
Também existem evidências de que, quando há 
SM, é maior o risco de progressão de 
esteatose para a NASH. Estima se que 3-5% dos 
casos da NASH evoluam para cirrose hepática e, 
alguns desses casos, para carcinoma 
hepatocelular. 
 Hiperatividade do SNS → essa ativação seria 
um mecanismo compensatório na tentativa de 
estabilizar o peso corporal pelo aumento da 
termogênese. Um dos principais ativadores do 
SNS é a hiperinsulinemia, principalmente pós-
prandial (termogênese induzida pela 
alimentação), juntamente com hiperleptinemia, 
↓NO e ↑endotelina-1, levaria a ↑RVP 
importante e retenção de líquidos, reduzindo o 
fluxo sanguíneo para a musculatura esquelética e 
ocasionando a RI. Dessa maneira, a 
hiperatividade do SNS perpetuaria um círculo 
vicioso, com hiperinsulinemia, HAS e ↑FC 
demonstrados na SM. 
 Ativação do SRAA → existem evidências de 
que tanto a hiperglicemia como a 
hiperinsulinemia ativam o SRAA por aumentar a 
expressão do angiotensinogênio, da 
angiotensina II (AT II) e do receptor AT1. Além 
disso, recentemente demonstrou-se a produção 
de aldosterona pelos adipócitos em resposta 
à AT II. Neste contexto, o adipócito pode ser 
considerado uma miniatura do SRAA. 
Hipertrigliceridemia + níveis 
baixos do HLD-c + ↑número de 
partículas de LDL pequenas e 
densas, que são mais 
aterogênicas. 
Fonte: Endocrinologia Lúcio Vilar, 6ª ed. 
 
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Andressa Santos Pereira 
Medicina – UNEB | Turma XIII 
 
 Alterações nos eixos endócrinos 
 
 
 
 
 
 
A ativação do SRAA e 
do SNS está 
envolvida na gênese 
da hipertensão na 
SM.

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