Resumo sobre Ética e Responsabilidade na Saúde Pública

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Resumo sobre Ética e Responsabilidade na Saúde PúblicaLara de Paula
ACADÊMICA: LARA MARTINS DE PAULA
As relações humanas que envolvem o atendimento à saúde agregam diversos fatores essenciais no processo de tratamento, cura, reabilitação e desenvolvimento do paciente. Nesse âmbito, a prática humanizadora, essencial para os processos de responsabilidade na saúde pública, ainda possui entraves de aceitação, sobretudo pela equipe médica, a qual, em um plano ideal, deveria ser a mais compactuante com a proposta.
Segundo o Dr. em psicanálise Luiz Felipe Pondé, humanizar algo é conseguir distinguir esse algo de um objeto. Sobre as perspectivas dos médicos, a noção de humanização ainda é distante pelo fato desse profissional ser muito objetivo. Por conta do longo e esgotante processo de formação do médico, a sensibilização quanto à prática humanizadora ainda é distante nesses indivíduos. Pelo fato de que eles não tiveram essa sensibilização ainda na formação, no atendimento ao paciente e sobretudo, na dispensa de disciplinas que envolvem a história da medicina e seus processos antropológicos (essenciais para a desenvoltura de humanização), o cotidiano desse médico passa a ser extremamente prático, além das dependências dos recursos tecnológicos que distanciam mais ainda a possibilidade de o médico distinguir algo de objeto. 
A relação de valores e responsabilidade se dá pela questão de como fazer o ser humano sair dele mesmo, excêntrico, e se voltar para o outro, se doar. Afinal, um paciente fragilizado não tem o que doar, mas precisa receber, e o médico pode passar esse valor para ele, como retribuição e humanização, despindo-se do seu poder de extrema reponsabilidade em tratar e, com isso, elevar as relações humanizadas.
No que tange ao futuro da medicina, sabe-se que ele está muito ligado ao capital. O futuro da medicina tem um lado que se torna cada vez mais radical, já que as pessoas tem uma demanda de viver mais, com maior qualidade vida, e isso tem uma associação direta com a pesquisa lucrativa e com as indústrias farmacêuticas, porém os exageros da ciência, em que todos os processos de evolução custam muito, podem prejudicar as pequenas conquistas da medicina, já que a medicina continua sendo medicina em locais precários de evolução. Por outro lado, o futuro da medicina, além da visão da dimensão técnico-científica-lucrativa, deve ter uma ação fundamental de resgatar a história da medicina e a relação dela com as áreas de humanidades e ciências humanas, em que o médico perceba que ele é capaz de realizar alguma coisa para além da dependência tecnológica, já que um dos grandes riscos da medicina do futuro é a condição técnica independente.
No tocante aos desafios para a bioética nos próximos anos, um dos grandes problemas de discussão em bioética e biotecnologia é a fragmentação do conhecimento. Não se deve pensar que a sociedade é algo que tem taxas de nascimentos e óbitos por minuto, ela deve ser vista como algo contínuo no tempo. Portanto, as atitudes tomadas hoje podem causar impactos em gerações futuras, ou seja, é importante analisar qual o impacto que pode ser gerado para as próximas gerações ao transformar o ser humano em matéria prima ou em objeto de pesquisa, uma discussão que vai além das polêmicas sobre os direitos reprodutivos genômicos.
Em relação às políticas públicas de saúde, a ganância pelo objeto material que muitas autoridades têm ultrapassam a paciência de observar os resultados das políticas aplicadas. Nisso, a educação é essencial para transformar essa realidade. Além disso, a permanência de boas políticas públicas, ainda que sejam passadas, possuem o papel fundamental de garantir a assistência à saúde.
REFERÊNCIAS:
https://www.youtube.com/watch?v=8SZCm446qek Lara de Paula