Buscar

AV1_ConstitucionalAvançado

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
CURSO: DIREITO – MOREIRA CAMPOS 
CÓD/ DISCIPLINA: CCJ0135/CONSTITUCIONAL AVANÇADO 
PROFº.: DEBORA SANTANA TURNO: MANHÃ 
TURMA: 1001 SALA: MAT.: NOTA 
GRADUAÇÃO ALUNO(A): FRANCISCA AMANDA DE CARVALHO 
PEREIRA 
MATRÍCULA: 201101029633 
DATA:07/05/2021 AV1 (X ) – AV2 () – AV3 ( ) 
 
Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A 
mera citação ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
01. A Imprensa Oficial do Estado “X” publicou, em 23.01.2020, a Lei nº 3.120, de iniciativa 
do Governador, que desobriga as escolas privadas do Estado a promoverem a inserção de 
pessoas com deficiência no ensino regular, devendo estar a cargo de instituições próprias e 
capacitadas o sistema educacional de pessoas portadoras de deficiência. A OAB do Estado 
“X” acionou o Conselho Federal da Ordem sobre a incompatibilidade da referida lei, uma vez 
que feriria os artigos 28 e 30 do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n° 13.146/2015), 
bem como a violação ao artigo 24, §2 da Convenção Internacional sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência de 2007 (Decreto n°6.949/2009). O Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil ajuizou então Ação Direta de Inconstitucionalidade tendo por objeto 
aquela lei, alegando violação a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência, que afirma “as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema 
educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam 
excluídas do ensino primário gratuito e compulsório ou do ensino secundário, sob alegação de 
deficiência”, bem como ao Preâmbulo da Constituição da República que dispõe “a igualdade e 
a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, 
fundada na harmonia social”. O ministro-relator da ação indeferiu a petição inicial por não 
apresentar o autor da ação pertinência temática com o objeto impugnado e por não ter sido 
demonstrada afronta direta à Constituição. 
 
Diante do exposto, responda, fundamentadamente e justificadamente, aos itens a seguir. (2,5 
pontos) 
 
A) É possível o ajuizamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei estadual 
tendo por parâmetro preceito inscrito no preâmbulo da Constituição da República e tratado 
INSTRUÇÕES: 
I- São critérios relevantes para avaliação destas questões: clareza de raciocínio, utilização da 
linguagem com técnica, desenvolvimento da argumentação e a organização do texto. 
II – Não é permitido consulta a livros nem a qualquer material didático, bem como internet e uso 
de celulares. O descumprimento desta norma acarreta anulação da prova. 
III – USO PERMITIDO APENAS DO VADE MECUM. 
IV - É EXPRESSAMENTE VEDADO QUALQUER TIPO DE CONSULTA AO PROFESSOR. A 
interpretação faz parte da prova. 
V – A ausência de fundamentação, quando solicitada, acarreta perda de pontos. 
2 
internacional aprovado nos termos do art. 5°, §3° da Constituição? 
 
 Não é possível preceito inscrito no Preâmbulo da Constituição da República atuar como 
parâmetro ao controle concentrado de constitucionalidade (ajuizamento de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade), uma vez que o preâmbulo da Constituição não tem valor normativo, 
apresentando-se desvestido de força cogente. 
B) Está correta a decisão do ministro-relator da ADIN? Essa decisão é passível de 
recurso? 
 
 Por se tratar de processo objetivo, a Ação Direta de Inconstitucionalidade pode ser proposta pelo 
Governador do Estado mesmo se o objeto da ação for uma lei de sua iniciativa. O objetivo da 
ADIn é a preservação da higidez do ordenamento jurídico, desvinculado, portanto, de interesses 
individuais. 
3 
02. Em 20 de março de 2014, o Plenário do STF conclui julgamento da Reclamação (RCL) 
4335, na qual a Defensoria Pública da União (DPU) questionou decisão do juízo da Vara de 
Execuções Penais de Rio Branco (AC) que negou a dez condenados por crimes hediondos o 
direito à progressão de regime prisional. 
 
Neste julgamento, o STF reconheceu a possibilidade de progressão de regime nesses casos, 
assim como no julgamento do Habeas Corpus (HC) 82959, em fevereiro de 2006, por seis 
votos contra cinco, quando foi declarado inconstitucional o parágrafo 1o do artigo 2o da Lei 
8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos), que proibia tal progressão. No caso específico da 
Reclamação 4335, no entanto, o juiz do Acre alegou que, para que a decisão do STF no 
habeas corpus tivesse efeito erga omnes (ou seja, alcançasse todos os cidadãos), seria 
necessário que o Senado Federal suspendesse a execução do dispositivo da Lei de Crimes 
Hediondos, conforme prevê o artigo 52, inciso X, da Constituição Federal, o que não ocorreu. 
(2,5 pontos) 
 
Diante do exposto, responda, fundamentadamente e justificadamente, aos itens a seguir: 
A) Qual é o tipo de controle de constitucionalidade que aparece no caso em tela? Explique. 
R: É o controle difuso. A sua teoria defende que havendo conflito entre a aplicação de uma lei em 
um caso concreto e a constituição, deve se prevalecer a constituição. 
B) A atual interpretação que o STF dá ao referido art. 52, X, CF/88 é a mesma que a alegada 
pelo citado juiz do Acre? Justifique. 
R: Não. Pois a decisão deve ter seus efeitos de forma erga omnes, nesse caso fica claro que a 
decisao deve ser somente inter partes e ex tunc. 
03. A respeito do controle de constitucionalidade preventivo no direito brasileiro, é correto 
afirmar que (1,0 ponto) 
a) as comissões parlamentares têm competência para exercer esse tipo de controle ao 
examinar os projetos de lei a elas submetidos. 
b) é exercido pelo Legislativo ao sustar os atos normativos do Poder Executivo que 
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 
c) é praticado, por exemplo, quando o Senado suspende a execução, no todo ou em 
parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. 
d) não cabe ao Poder Judiciário exercer esse tipo de controle, Poder este que tem 
competência apenas para exercer o controle repressivo. 
e) o veto presidencial, que é uma forma de controle preventivo de constitucionalidade, é 
sujeito à apreciação e anulação pelo Poder Judiciário. 
Justificativa do item correto: 
O controle preventivo realiza-se antes do aperfeiçoamento do ato normativo, ou seja, no iter do 
processo de produção normativa (processo legislativo). A matriz francesa o adota como regra na 
realização do controle político de constitucionalidade desenvolvido pelo Conselho Constitucional. 
No Brasil, conforme iremos analisar, embora não seja regra, temos exemplos de controle 
preventivo na atividade do Poder Legislativo (por meio das Comissões de Constituição e Justiça), 
do Poder Executivo (por meio do veto presidencial) e do Poder Judiciário (por meio do controle 
judicial preventivo realizado in concreto no julgamento de mandado de segurança impetrado por 
parlamentar, invocando o direito líquido e certo de observância ao devido processo legislativo). 
04. Uma emenda inconstitucional à Constituição brasileira (1,0 ponto) 
 
a) não pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade, pois não se insere no 
conceito de ato normativo federal, mas pode ser de arguição de descumprimento de preceito 
fundamental. 
b) não pode ser objeto de controle de constitucionalidade pela via difusa. 
4 
c) não pode ser objeto de controle de constitucionalidade, pois se amalgama à 
Constituição e eventuais antinomias devem ser consideradas meramente aparentes, 
solucionadas pelos princípios de hermenêutica constitucional aceitos. 
d) pode ser objeto de controle difuso e concentrado de constitucionalidade por meio de 
arguição de descumprimento de preceito fundamental e o parâmetro de controle são as 
limitações procedimentais e circunstanciais impostas ao constituinte derivado. 
e) pode ser objeto de controle difuso e concentrado de constitucionalidade e o parâmetro 
de controle são as limitações procedimentais,materiais e circunstanciais impostas ao 
constituinte derivado. 
Justificativa do item correto: 
 
São limitações expressas, sendo: 
MATERIAIS: decorrem das cláusulas pétreas (art. 60, §4º, CRFB/88) 
CIRCUSTANCIAIS: circunstâncias que impedem o poder constituinte de atuar. É o caso do 
Estado de Defesa, Estado de Sítio e Intervenção Federal (art. 60, §1º, CRFB/88) 
FORMAIS ou PROCEDIMENTAIOS: previstas no art. 60, §2º, da CRFB/88 
TEMPORAIS: se a EC for rejeitada ou prejudicada, não pode ser objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa (art. 60, §5º, CRFB/88) 
05. Considere tramitar na Câmara dos Deputados uma proposta de emenda constitucional 
para abolir o voto universal e periódico. Um deputado impetrou mandado de segurança, 
argumentando ter direito líquido e certo a não ser submetido a um processo legislativo 
materialmente eivado de vício de inconstitucionalidade. Nessa hipótese, o mandado de 
segurança deverá ser (1,0 ponto) 
 
a) impetrado perante o STF e, uma vez que o parlamentar tem legitimidade para a 
impetração, a ordem deverá ser concedida, já que a proposta de emenda ultrapassa os limites 
materiais do poder constituinte derivado. 
b) concedido pela seção judiciária da justiça federal do Distrito Federal, pois parlamentar 
encontra- se legitimado para a impetração e a proposta de emenda ultrapassa os limites 
materiais do poder constituinte derivado, constituindo a hipótese exceção à vedação ao 
controle preventivo judicial de constitucionalidade no Brasil. 
c) denegado sob o fundamento da inadequação da via processual, pois não cabe o 
controle de constitucionalidade de atos in fieri, em fase de elaboração. Descabe o controle 
preventivo judicial de constitucionalidade no Brasil. 
d) denegado sob o fundamento da ilegitimidade ativa, que é de partido político com 
representação no Congresso Nacional. 
e) denegado, sob o fundamento da ausência de direito líquido e certo, uma vez que a 
proposta de emenda constitucional não ultrapassa os limites materiais do poder constituinte 
derivado. 
 
Justificativa do item correto: 
 
O Mandamus impetrado pelo parlamentar, configura-se na hipótese do controle de 
constitucionalidade prévio, exercido pelo judiciário. Ou seja, terá legitimidade o parlamentar, 
para impetrar mandado de segurança, quando não for observado o devido processo legislativo 
constitucional, afim de proteger o direito subjetivo do parlamentar. 
	Justificativa do item correto:
	Justificativa do item correto: (1)
	Justificativa do item correto: (2)
	O Mandamus impetrado pelo parlamentar, configura-se na hipótese do controle de constitucionalidade prévio, exercido pelo judiciário. Ou seja, terá legitimidade o parlamentar, para impetrar mandado de segurança, quando não for observado o devido proces...

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes