Buscar

Introdução a Microbiologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA 
 
Domínio Eukarya: Animais, plantas e fungos. 
Domínio Bacteria: inclui todos os procariotos patogênicos, e muitos dos procariotos não patogênicos encontrados no 
solo e na água. Os procariotos fotoautotróficos também estão nesse domínio. 
Domínio Archaea: inclui procariotos que não possuem peptideoglicano em suas paredes celulares. Eles frequentemente 
vivem em ambientes extremos e realizam processos metabólicos incomuns. 
Principais características diferenciais dos procariotos: 
Em geral, seu DNA não está envolto por membrana e consiste em um único cromossomo, arranjado de forma circular. 
• Gemma obscuriglobus tem uma membrana dupla circundando o seu núcleo. (Algumas bactérias, como Vibrio 
cholerae, possuem dois cromossomos, ao passo que outras possuem um cromossomo com arranjo linear.) 
DNA não está associado com histonas (proteínas cromossômicas especiais, encontradas em eucariotos); outras proteínas 
estão associadas ao DNA. 
Em geral, não possuem organelas. Avanços na área de microscopia revelaram a existência de algumas organelas envoltas 
por membrana (p. ex., algumas inclusões). No entanto, os procariotos não apresentam outras organelas revestidas por 
membrana, como núcleo, mitocôndria e cloroplastos. 
Suas paredes celulares quase sempre contêm o polissacarídeo complexo peptideoglicano. 
Normalmente se dividem por fissão binária, de forma que o DNA é copiado, e a célula se divide em duas. Isso envolve 
menos estruturas e processos do que a divisão celular eucariótica. 
Características dos eucariotos: 
Seu DNA é encontrado no núcleo das células, que é separado do citoplasma por uma membrana nuclear, em 
cromossomos múltiplos. 
 DNA está́ consistentemente associado a proteínas cromossômicas, denominadas histonas, e a outras proteínas. 
Eles possuem diversas organelas revestidas por membranas, incluindo mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho 
de Golgi, lisossomos e, às vezes, cloroplastos. 
Suas paredes celulares, quando presentes, são quimicamente simples. 
A divisão celular normalmente envolve a mitose, na qual os cromossomos são replicados e um conjunto idêntico é 
distribuído em cada um dos dois núcleos. A divisão do citoplasma e de outras organelas segue-se a esse processo, de 
modo que haverá a produção de duas células idênticas. 
 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
 
BACTÉRIAS 
Por não ter compartimentalização, a velocidade dos mecanismos ocorre de forma muito mais rapidamente, em minutos. 
Funções: 
• Doenças 
• Manutenção do equilíbrio da vida (microbiotas locais) 
• Cadeia alimentar 
• Degradação de resíduos (microbiotas que metabolizam e bactérias que vivem no meio ambiente) 
• Reciclagem (decomposição em moléculas precursoras) 
• Digestão (gastrointestinal – sideróforos (captação do ferro)) 
• Síntese de vitaminas 
• Síntese de compostos químicos (linhagens que sintetizam elementos onde o triptofano é utilizado) 
• Indústria alimentícia (levedura, laticínios, etc) 
MORFOLOGIA 
Esporos bacterianos (endósporos) – forma vegetativa 
• Estruturas altamente diferenciadas e possuem pouca quantidade de água. 
• Atuam como estrutura de sobrevivência - condições ambientais desfavoráveis – aumenta a espessura da parede 
celular (mais resistência às alterações ambientais). 
• Algumas bactérias Gram positivas (Bacillus e Clostridium) 
• Resistentes ao calor, desidratação, valores extremos de pH, radiação 
• Baixa atividade metabólica 
CÉLULA PROCARIÓTICA 
Bactérias são procariotos 
0,5 a 5 micrômetros de diâmetro 
Unicelulares, mas podem se agrupar 
Visualizados a partir de microscopia óptica ou eletrônica 
FORMAS DA CÉLULA BACTERIANA 
As formas são controladas pelo esqueleto proteico externo. 
Esférica (cocos-significa frutificação): Os cocos geralmente são redondos, mas podem ser ovais, alongados ou 
achatados em uma das extremidades. 
• Diplococos: cocos que permanecem em pares após a divisão 
• Estreptococos: cocos que se dividem e permanecem ligados uns aos outros em forma de cadeia 
• Estafilococos: cocos que se dividem em múltiplos planos e formam agrupamentos em formato de cacho de uva 
ou lâminas amplas 
• Sarcina: cocos que se dividem em três planos e permanecem ligados uns aos outros em grupos de oito, em forma 
de cubo = duas tétradas unidas 
• Tétrada: cocos que se dividem em dois planos e permanecem em grupos de quatro 
Cilíndrica/bastão (bacilos): A maioria dos bacilos se apresenta como um bastonete simples, chamado de bacilo único 
• Cocobacilos 
• Diplobacilos: se apresentam em pares após a divisão 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
• Estreptobacilos: aparecem em cadeias 
• Paliçadas 
Espiral: têm uma ou mais curvaturas 
• Vibriões: se assemelham a bastões curvos 
• Espirilo: possuem forma helicoidal, como um saca-rolha, e corpo bastante rígido 
• Espiroquetas: tem forma helicoidal e flexível 
o movem-se através de filamentos axiais, os quais lembram um flagelo, mas estão contidos dentro de uma 
bainha externa flexível. 
 
 
ENVOLTÓRIO CELULAR 
São as camadas que circundam as células procarióticas. 
Citoplasma: solubilizar o ambiente intracelular para ocorrer as reações catalisadas pela água 
Membrana citoplasmática: bicamada lipídica, semipermeável, anfipática, permeabilidade seletiva, ancoramento de 
estruturas (nucleoide), tem algumas que possuem duas membranas (negativas) e uma membrana (positivas) que são 
parecidos com a mitocôndrias. 
A membrana plasmática é composta por fosfolipídeos e proteínas. Como não possuem esteróis, as membranas 
plasmáticas procarióticas são menos rígidas que as membranas eucarióticas. 
As moléculas de fosfolípideos estão dispostas em duas fileiras paralelas, denominadas bicamada lipídica. Cada molécula 
de fosfolipídeo contém uma cabeça polar, composta de um grupo fosfato e glicerol que é hidrofílico (afinidade pela 
água) e solúvel em água, e caudas apolares, compostas de ácidos graxos que são hidrofóbicos (não possuem afinidade 
pela água) e insolúveis em água 
Cadeia transportadora de elétrons: conjunto de proteínas que estão integrais e participam de eventos enzimáticos 
Bactérias com 1 membrana (+) ou 2 (-) 
Parede celular 
Estrutura glicolipídica e glicoproteica – importante para reconhecimento, ambiente com retenção de água (aumenta o 
potencial de hidratação da superfície de membrana) 
Glicocálice – estrutura externa à parede celular 
É uma camada viscosa, situada externamente à parede celular, responsável por gerar um ambiente distinto do ambiente 
intracelular e do extracelular 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
Composto por Polissacarídeo e peptídeo. 
O glicocálice é considerado um fator de virulência (capacidade infecciosa) pois é por onde as células procariotas 
promovem o reconhecimento das células do hospedeiro 
• A composição do glicocálix é que vai definir a virulência (Infectar mais rápido= alta virulência). Está presente 
tanto em células que tem duas membranas (menor quantidade) e única membrana (maior quantidade); 
Se a substância é organizada e está firmemente aderida à parede celular, o glicocálice é descrito como cápsula → 
Protegem as bactérias patogênicas contra a fagocitose pelas células do hospedeiro. 
O glicocálice é um componente muito importante dos biofilmes. Um glicocálice que auxilia as células em um biofilme 
a se fixarem ao seu ambiente-alvo e umas às outras é denominado substância polimérica extracelular (SPE). A SPE 
protege as células dentro do glicocálice, facilita a comunicação entre as células e permite a sobrevivência celular pela 
fixação a várias superfícies em seu ambiente natural. 
Streptococcus pneumoniae: gera inflamação a nível alveolar 
Streptococcus mutans: o produto do metabolismo dessa bactéria promove o surgimentoda cárie. 
FLAGELOS 
São longos apêndices filamentosos que realizam a propulsão da bactéria. 
A. Monotríquio: 1 flagelo polarizado 
B. Lofotríquio: um tufo de flagelos saindo de um polo da célula 
C. Anfitríquio: 1 flagelo em ambos os lados 
D. Peritríquio: muito flagelada – distribuídos ao longo de toda a célula 
As bactérias que não possuem flagelos são chamadas de atríquias (sem projeções). 
O flagelo é constituído por três porções básicas. 
• Filamento: região mais externa, tem diâmetro constante e contém a proteína 
globular flagelina distribuída em várias cadeias, as quais que se entrelaçam e formam uma hélice em torno de 
um centro oco. 
• O filamento está aderido a um gancho ligeiramente mais largo, consistindo em uma proteína diferente. A 
terceira porção do flagelo é o corpo basal, que ancora o flagelo à parede celular e à membrana plasmática. 
• Gancho flagelar – utiliza o ATP produzido para mudar a conformação das proteínas alostericamente, e 
consequentemente mover o flagelo 
PADRÕES DE MOTILIDADE 
Ocorre devido a alteração da velocidade e direção da rotação dos flagelos 
O flagelo não tem revestimento membranar→ é uma estrutura proteica ancorada pelo gancho flagelar a um conjunto de 
proteínas de base que rotacionam por uma modificação alostérica, com gasto de ATP, movimentando-as. 
• Quando mais flagelos, maior o consumo de ATP 
Flagelo em um único polo = Rotação faz com que o direcionamento seja para uma única direção; as peritriquias tem um 
controle de mobilidade maior; 
Estabilidade do flagelo é variável, pois tem flagelos ancorados em uma e em duas membranas; e isso influencia na 
motilidade, pois os que estão melhor ancorados se movimentam mais. 
Relação das taxias (afinidade) → Podem ser positivas (atraente) ou negativas (repelente) 
Depende também do tipo de fator: fotoatraente ou fotorepelente, quimioatraente ou quimiorepelente. 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
Ultravioleta: se torna previamente atraente, porem essa energia leva a morte da célula bacteriana – utilizada como um 
meio de esterilização, pois gera uma entropia deletéria. Esporos são mais resistentes. 
O tempo é uma variável importante, pois tenho bactérias que respondem lentamente ou rapidamente aos antibióticos. 
 
Bacterias que respondem lentamente ao antibiótico e outras que respondem rápido. Pode ser porque elas são imóveis ou 
possuem um tempo de motilidade maior. 
Não é porque a célula tem vários flagelos que ela será mais rápida, a velocidade depende do quanto esses flagelos são 
móveis e o quanto são eficientes em relação a taxia. 
Vários flagelos em um único polo → Se forem rítmicos ok, se forem arrítmicos a celula vai precisar estabilizar 
efetivamente o padrão de motilidade. 
Diferença entre: 
• Gram +: 1 membrana, menor estabilidade 
• Gram –: 2 membranas, glicocálix menos proeminente, maior coordenação flagelar 
PILI 
Estruturas normalmente mais longas que as fímbrias e mais espessas, pois possuem uma região interna livre 
Normalmente é imóvel 
Conecta células bacterianas diferentes com finalidade de reprodução ou transferência de material genético (nem sempre 
associada à reprodução). Pode acontecer pelo DNA genético da células ou plasmideos (materiais genéticos adicionais – 
neles tem informações que não são essenciais a vida da bactéria, mas confere a ela informações que ela ainda não possui) 
Organizados pela proteína pilina 
São proeminentes em bactérias Gram negativas 
Mais longos 
FÍMBRIAS 
São estruturas mais delgadas, curtas e retas. 
Podem ocorrer nos polos da célula bacteriana ou podem estar homogeneamente distribuídas em toda a superfície da 
célula. Elas podem variar em número, de algumas unidades a muitas centenas por célula 
São parcialmente móveis 
Organizados pela proteína pilina 
Utilizadas com a finalidade de adesão das bactérias às superfícies (metal, acrílica, orgânica) e à outra célula (superfícies 
epiteliais do corpo) → Quanto maior a quantidade de fímbrias, maior o potencial de adesão. 
Não possuem qualquer área interna que tenha a finalidade de transferência de material genético. 
São proeminentes em bactérias Gram negativas, porque elas têm uma dificuldade de adesão comparadas as células Gram 
positivas, pois possuem uma camada de parede celular menos significativa. 
Neisseria gonorrhoeae – Gonorréia → Altamente adesiva, tanto que o tratamento deve acontecer de forma oral e local 
FILAMENTO AXIAL 
Filamento que segue o plano no eixo horizontal da bactéria → Depende da forma bactéria para se organizar em torno 
dela (compartilham a parede celular) 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
Filamento de proteína que promove a rotação, pois tem um ápice que se desloca, quando sofre alteração de posicionar 
amplia a mobilidade da bactéria. 
A rotação dos filamentos produz um movimento da bainha externa, que impulsiona as espiroquetas em um movimento 
espiral. 
PAREDE CELULAR 
Camada do envoltório celular situada entre a membrana citoplasmática e a cápsula. 
Camada rígida, rica em peptideoglicano. 
Mantem a forma coco/bacilo da bactéria 
FUNÇÕES 
Prevenir a ruptura das células bacterianas quando a pressão da água dentro da célula é maior que fora dela, ajudar a 
manter a forma de uma bactéria e serve como ponto de ancoragem para os flagelos. 
• Importante, pois gera o ambiente estéril que vai promover a organização de uma capsula, e esta capsula que é 
vista em torno da célula bacteriana, pode ser visualizada na microscopia optica em forma de anel circunferencial, 
onde vai haver uma refringência de luz maior conseguindo identificar a capsula da célula bacteriana, ale disso 
a capsula, ela vai estar presente em apenas algumas células bacterianas, ela é composta por estes polímeros 
orgânicos. 
Reservatório de água e nutrientes: a parede é usada como uma reserva, sendo essa reserva não sendo somente de 
elementos carbonados e glicídicos, mas por ela ser mucosa é um reservatório de água. E como a água dilui os glicídios, 
ela vai diluir também os minerais. Então vários íons são diluídos na parede, como se fosse uma estrutura morfológica 
com função de reserva, então ela não tem apenas uma função de proteção ou de divisão celular mas também possui uma 
função fisiológica. E se essa função fisiológica está relacionada ao armazenamento de água e sais minerais, significa 
dizer que ela está associada ao metabolismo, logo, essa associação morfológica é muito importante, porque a célula 
bacteriana não possui organelas de armazenamento a não ser os vacúolos- que algumas conseguem desenvolver então 
isso acaba sendo uma estrutura significativa para a sobrevivência da célula bacteriana. 
Aumentam a capacidade de invasão (cápsula): a capacidade de invasão se dá pela composição glicídica, que na maioria 
das vezes é a porta de entrada para infectar outros tecidos, já que existe a compatibilidade entre os resíduos de açúcar. 
Então é uma forma de invasão que poderia estar associada a uma forma de locomoção, migração, mudança de ambiente, 
associada a essas características glicídicas dos peptideoglicanos 
Aumentam a aderência (glicocálice): na presença de uma propriedade viscosa a tendência de adesão a superfícies 
hidratas é maior, então ela utiliza esse perfil glicídico hidratado para promover adesão em diversas superfícies. 
Aumentam a resistência antimicrobiana e antifagocítica: protegendo a membrana interna por ser uma camada viscosa e 
espessa, ela acaba diluindo o antimicrobiano antes mesmo dele alcançar a membrana interna, visto que ela tem alto 
índice de hidratação, e é uma camada antifagocítica porque consegue muitas vezes fugir da fagocitose devido a 
semelhança dos resíduos de glicídios das células bacterianas e humanas. Sendo um mecanismo de defesa. Levando em 
consideração que a formação da camada de peptideoglicano é codificada no código genético bacteriano, ela tem 
capacidade de plasticidade da parede,logo, ela vai modificando essa parede em um processo chamado de evolução 
bacteriana. Então ela vai modificando para poder sobreviver em ambientes mais inóspitos. 
A composição química da parede celular é usada para diferenciar os principais tipos de bactérias. 
Atua como primer iniciador da divisão celular → A divisão celular da célula bacteriana começa por fora 
A parede celular bacteriana é composta de uma rede macromolecular, denominada peptideoglicano (também conhecida 
como mureína), que está presente isoladamente ou em combinação com outras substâncias. O peptideoglicano consiste 
em um dissacarídeo repetitivo ligado por polipeptídeos para formar uma rede que circunda e protege toda a célula 
BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
Possuem uma estrutura membranar e a parede celular. 
Relativamente simples: formada por peptideoglicanos (70 a 75%) e ácido teicóico (25 a 30%). 
PAREDE CELULAR 
Nas BGP a parede celular possui muitas camadas de peptideoglicanos, formando uma estrutura rígida com alta 
viscosidade e mais espessa (até 40 camadas de peptideoglicanos, sendo que cada uma das células gram positivas possui 
números de camadas variáveis). 
Essa camada espessa de peptideoglicanos altamente hidrofílicos, promovem a manutenção de uma significativa camada 
viscosa que leva a proteção da membrana celular bacteriana e seus constituintes intramembranares → É difícil uma 
droga ter acessibilidade, e fornece uma proteção se ela for exposta a uma mudança de temperatura ou pressão. 
Normalmente a estrutura externa da célula bacteriana vai promover a manutenção da forma dela. Além disso, ela gera 
uma proteção maior porque ela faz a manutenção da pressão osmótica, além de ser mais resistente a fatores físicos. 
Atua inicialmente como um primer, no caso da divisão celular. É pela estrutura de peptideoglicanos que começa a 
divisão da célula bacteriana. Ela vai se rearranjando por um controle bioquímico e favorece a fissão da célula bacteriana, 
logo, começa de fora para dentro, diferentemente das células eucariotas que é dentro para fora! Logo, é a estrutura de 
peptideoglicanos que irá promover a fissão bacteriana!! 
A estrutura molecular dos peptideoglicanos permite ser um alvo molecular, sempre será organizada por: n-
acetilglicosaminas, ácidos n-acetil murâmicos (realiza a integração direta com as cadeias peptídicas). 
• Então, tem-se um resíduo de glicose, que é o n-acetilglicosamina interligado por um peptídeo com outro resíduo 
de açúcar que é o ácido n-acetil murâmico, que são dois resíduos de açúcar modificados. O cruzamento dessa 
estrutura faz com que exista uma acessibilidade maior entre as ligações cruzadas entre peptídeos ou entre as 
ligações cruzadas dos glicídios. Tanto que existem antibióticos que agem sobre as ligações glicídicas ou ligações 
peptídicas. Esse arcabouço então vai ser formado pelo NAM e pelo NAG, isso faz com que tenhamos um 
conjunto de cadeias laterais em relação aos tetrapeptídeos que são formados. Dessa forma, existem vários tipos 
de ligações como por exemplo, L-alanina (aminoácido) está à direita (L), então existem ligações cruzadas ou 
para a esquerda ou para a direita. Então são ligações que são geradas e vao promover a arquitetura estabilizada 
dos peptideoglicanos. Isso é importante saber? SIM porque as famílias de antibióticos agem sobre resíduos 
específicos. 
Ausência de membrana externa. 
ÁCIDOS TEICOICOS: resíduos de glicerol ou rubitol unidos por ligações fosfodiéster. 
• Lipoteicoico (ácido graxo lipídico): atravessa a camada de peptideoglicanos e está ligado à membrana 
plasmática. 
o Ligados à fração lipídica da membrana 
o Tem como finalidade organizar de forma oxidativa o ancoramento e o cruzamento de 
glicosaminoglicanos. 
• Teicoico de parede: ligado à camada de peptideoglicano 
FUNÇÃO DO ÁCIDO TEICÓICO: ESTABILIZAR A CAMADA DE PEPTIDEOGLICANO ANCORADA 
MEMBRANA PLASMÁTICA DA CÉLULA BACTERIANA! 
Devido à sua carga negativa (proveniente dos grupos fosfato), os ácidos teicoicos podem se ligar e regular o movimento 
de cátions (íons positivos) para dentro e para fora da célula. Eles também podem assumir um papel no crescimento 
celular, impedindo a ruptura extensa da parede e a possível lise celular. Por fim, os ácidos teicoicos fornecem boa parte 
da especificidade antigênica da parede e, portanto, tornam possível identificar bactérias gram-positivas utilizando 
determi- nados testes laboratoriais. 
O ácido teicóico é um mecanismo de reconhecimento e de virulência das células bacterianas gram positivas, 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
São estruturas que ligam a estrutura membranar interna com a região extracelular. Existem porções lipídicas que vão 
estar interagindo diretamente com a membrana interna e diretamente com o ambiente extracelular → Importante porque 
é por aqui onde acontece a sensibilização para os fatores quimio atraentes ou repelentes, ou seja, é o ácido teicóico que 
realiza essa sensibilização, sendo uma via de sinalização extracelular. 
É de natureza lipídica porque é mantido por um resíduo de glicerol unido aos fosfolipídeos de membrana por ligações 
fosfodiéster → A desestabilização dessa ligação também é um alvo molecular dos antimicrobianos específicos. 
Então o ácido teicóico age diretamente com essa ligação específica com os ácidos graxos, mas ele também interage com 
o peptideoglicano por regiões de fosfocolinas. As fosfocolinas conseguem interagir por uma ligação covalente com o 
glicerol, visto que, o fosfolipideo de membrana é: um fosfato, um glicerol e dois ácidos graxos. 
Existem ácidos teicóicos que vão prender a estrutura de peptideoglicanos na região membranar e existem aqueles que 
constituem apenas a camada de peptideoglicanos. Ou seja, ele realiza a manutenção do posicionamento da camada de 
peptideoglicanos, que só vai ser dada quando há presença de ácido teicóico. Por isso que o antibiótico quando age sobre 
o ácido teicóico expõem a bactéria a variações osmóticas, gerando a lise. 
As características de ativação do sistema imunológico são diferentes quando falamos de gram negativas e gram positivas 
→ E quem leva a essa diferença de reconhecimento é a estrutura membranar, porque uma é de natureza lipídica e outra 
de natureza glicídica. A composição da estrutura membranar vai ser de 40% de lipídeos e 60% das estruturas glicídicas 
que estão aderidas na porção de peptideoglicanos. Lembrando que, peptideoglicanos são proteínas glicosiladas! 
Bactérias gram positivas: 
• Clostridium tetani – causa tétano 
• Staphylococcus aureus - provoca infecções nas vias respiratórias 
BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS 
MEMBRANA INTERNA (citoplasmática) 
Composição 
• Localizada internamente à parede celular em contato com citoplasma. 
• Estruturada em camada dupla composição 
• Básica: fosfolipídeos (20-30%) e proteínas (50-70%) 
• Fosfolipídeos formam camada dupla onde se inserem as proteínas 
• Extremidade polar da molécula fosfolipídeo é voltada parte externa 
• Extremidade apolar (insolúvel água) voltada parte interna membrana 
• Fosfolipídeos condicionam fluidez à membrana e mobilidade às proteínas 
Funções 
• Permeabilidade seletiva na entrada e saída substâncias citoplasma 
• Sede enzimas responsáveis produção energia e síntese parede 
• Sede enzimas relacionadas respiração / rotação flagelo / segregação genoma / transporte ativo . 
 Mecanismo de transporte 
• Difusão simples: (sem gasto energia), movimento soluto em água por gradiente concentração. 
• Osmose: (processo passivo), movimento de solvente (água) por gradiente de concentração 
• Permeases (consumo energia), maioria nutrientes são transportados através membrana por permeases. 
PAREDE CELULAR 
Possui apenas uma camada fina (5% da massa seca da célula) de peptideoglicanos → Mais susceptíveis ao rompimento 
mecânico. 
As paredes celulares gram-negativas não contêm ácidos teicoicos.Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
O peptidioglicano situa-se no espaço periplásmico, localizado entre a membrana citoplasmática (interna) e a membrana 
externa, onde também são encontradas enzimas hidrolíticas (fosfatases, nucleases, proteases e outras), que facilitam a 
nutrição bacteriana, proteínas de ligação, que participam da captação de açúcares e aminoácidos a partir do meio, 
enzimas que inativam certos antibióticos. 
A lipoproteína está ligada de modo covalente ao peptidioglicano e não covalente à membrana externa; sua função é 
estabilizar a membrana externa e ancorá-la à camada de peptídioglicano 
CAMADA/MEMBRANA EXTERNA 
Generalidades 
• Presente exclusivamente em bactérias Gram negativas 
• Recobre externamente camada peptideoglicano 
• Presença resulta no espaço periplasmático (exclusivo Gram negativas) 
• Espaço periplasmático situado entre membrana interna e externa 
• Periplasma tem matriz formada polipeptídeos / sacarídeos e enzimas 
• Proteínas do periplasma envolvidas na absorção nutrientes e catabolismo 
Composição 
• Barreira seletiva controla entrada/saída substâncias moléculas selecionadas atravessam canais de proteína 
(porina) 
• Estruturada em camada dupla 
• Constituída por fosfolipídeos /proteínas / lipopolissacarídeos (LPS) 
o Porinas (poros): regular o trafego seletivo entre o meio externo e intermembranar; facilitando o 
transporte de agua nesta região para que a agua leve os nutrientes e gases necessários para a 
sobrevivência da célula. 
o Proteínas da membrana externa: transporte de solutos e também atuam como fimbrias sexual ou fago. 
o Lipoproteínas: função estrutural liga o peptídeoglicano a parte lipídica 
o Enzimas hidroliticas: proteases, lipases e nucleases. 
▪ Beta lactamase: faz a liberação do antígeno O. 
▪ Armazenam enzimas responsáveis por metabolizar moléculas de membrana da superfície 
externa, assim como enzimas responsáveis pela digestão, ela possui protease e nucleases 
especificas que vao digerir moléculas e proporcionar liberação de moléculas precursoras para 
o citoplasma. 
Funções da camada externa: 
• Formar um nicho que terá como finalidade servir como reservatório de agua e nutrientes - armazenar os 
elementos necessário para a sobrevida da célula. 
• Aumentar a capacidade de invasão da célula → Quanto maior a presença de capsula, maior é o potencial de 
permeabilidade e invasão da bactéria, pois o perfil de glicosilação das bactérias é parecido com o de humanos 
e ela consegue reconhecer os açúcares na superfície do tecido humano. 
• Aumento da aderência → Camada mucosa é mais viscosa, e a viscosidade aumenta a capacidade de adesão da 
célula. 
• Aumenta a resistência antimicrobiana e antifagocítica 
• A membrana externa representa uma barreira molecular, prevenindo ou dificultando a perda de proteínas 
periplasmáticas e o acesso de enzimas hidrolíticas e certos antibióticos ao peptidioglicano; possui receptores 
para bacteriófagos e bacteriocinas e participa da nutrição bacteriana. 
• Esta camada de peptideoglicanos consegue enganar os macrófagos, o macrófago quando reconhece o padrão 
das células gram positivas por ser muito semelhante ele acaba não reconhecendo aquilo como um corpo 
estranho. 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
LPS: O lipopolissacarídeo consiste no lipídio A (endotoxina), àqual estão ligadas duas regiões de natureza 
polissacarídica, respectivamente, e as cadeias laterais. O lipídeo A é um glicofosfolipídeo cujo papel biológico consiste 
na participação nos mecanismos de patogenicidade da célula bacteriana. 
• Responsáveis por adesão, reconhecimento e virulência feita pelo padrão de glicosilação dos lipídios (LPS). O 
lipídio A (composto por 4 acidos graxos) é quem vai ancorar o padrão de glicosilação do LPS; 
• LPS presente exclusivamente em bactérias Gram negativas 
• LPS envolvidos com propriedades antigênicas 
• LPS possível papel reconhecimento hospedeiro (reação compatível-incompatível). 
• LPS podem atuar sítios adsorção bacteriófagos / receptores bacteriocinas. 
Polissacarídeo liberado do LPS é o antigeno O - na degradação do LPS, libera essa parte do antígeno O e fica a parte 
A; 
Antígeno O: Induz interação com anticorpo que induz uma resposta inflamatória. Ou pode ser solúvel, levando 
agregação de anticorpos em volta, gerando trombos que podem obstruir os capilares; induz degranulação dos mastócitos 
e liberação de histamina. 
Sepssemia: descontrole do calibre dos capilares levando a hemorragia; essa quebra do LPS pode ser induzida pela 
própria bactéria ou por fatores como variação de PH, temperatura; o antígeno O promove o recrutamento de leucócitos, 
e fazem vasodilatação podendo se disseminar pela corrente sanguínea, levando a uma sepssemia; 
Bactérias gram negativas são mais resistentes à antibióticos, e mais instáveis a determinadas temperaturas. 
Pode apresentar padrão de coloração de Gram + se o crescimento ou tempo de vida da cepa passar de 24 horas. 
 
As gram negativas são mais resistentes aos antimicrobianos, principalmente, aos antimicrobianos beta-lactâmicos, 
que é da família da penicilina, porque eles realizam a clivagem no anel beta lactâmico dos pepetideoglicanos. Por que? 
Ela possui uma membrana externa que dificulta a acessibilidade do antibiótico a parede de peptideoglicano, que está na 
posição medial, diferente das gram positivas que está na posição periférica. Menor resistência física das gram negativas 
em relação a gram positivas: a gram positiva tem uma camada de peptideoglicanos bem mais espessa, é difícil uma 
droga ter acessibilidade. Assim se ela for exposta a uma mudança de temperatura ou pressão a camada viscosa protege 
ela e torna ela mais maleável. Ou seja, essa camada espessa é de peptideoglicano tornando viscosa. Já na gram negativa 
a camada é delgada e interna não promovendo a formação de uma camada viscosa externamente. Logo, a espessa camada 
externa da bactéria gram positiva protege ela contra variação de temperatura e pressão. 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
Quando ocorre a digestão integral ou parcial dos lipopolissacarideos, ocorre a liberação de endotoxinas, e são elas que 
levam a sinalização das células imune. Ou seja, elas induzem a liberação de neutrófilos, que são as células responsáveis 
pelo reconhecimento das endotoxinas e gera um reconhecimento imunológico e resposta ao agente infeccioso. Os 
neutrófilos assim, liberam os mediadores químicos que sinalizam para outras células se envolverem no processo, 
gerando leucotrienos, prostaglandinas e envolvendo o evento da inflamação que responde aos cinco sinais cardinais: 
rubor, gerado pela liberação das endotoxinas que estimulam as células de defesa e promovem a vasodilatação periférica 
ou local gerando vermelhidão e aumento da circulação sanguínea que faz com haja calor. Se existe calor e aumento da 
circulação, a tendência de ocorrer uma hidratação do tecido é maior, gerando o edema. E como as células de defesa 
liberam prostaglandinas e leucotrienos, estimulam os nociceptores além da pressão que o edema gera, e isso gera o 
quarto sinal, dor. Normalmente se é um processo infeccioso que tem um potencial regenerativo alto, as células de defesa 
na presença dos antimicrobianos conseguem regenerar o tecido anteriormente lesionado. Se não haver o evento de 
regeneração, ocorre a cicatrização, gerando o quinto sinal, perda de função. 
 
Bactérias gram negativas: 
• Vibrio colerae – bactéria que provoca a cólera. 
• Pseudomonas aeruginosas – provoca infecções urinárias e respiratórias 
• Escherichia coli – causa infecções urinárias e gastroenterites, agindo sobre o sistema digestório 
 
PRIMEIRA FERRAMENTA DE IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA – COLORAÇÃO DE GRAM 
• Coleta do material 
• Fixação do material na lâmina (aquecimento) 
• Coloração com cristal violeta – age em bactérias com 1 membrana e parede celular proeminente 
• Contra-corante(lugol) – gera uma amplificaçao da coloração 
• Álcool – descorar ou fixar as estruturas que foram estabilizadas pelo iodo 
• Fuccina; especifica para lipopolissacarídeos (tende ao rosa) – age em bactérias com 2 membranas 
 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
 
Penicilina: indicada para infecções por bactérias Gram +, pois age sobre os peptideoglicanos 
Polimixina B: indicado para infecções por bactérias Gram -, pois age sobre os lipídeos A que são liberados através da 
digestão parcial da membrana das células gram negativas 
• Os níveis de concentração da polimixina que inclusive levam ela apenas para uma prescrição intra hospitalar, é 
porque ela é extremamente tóxica a humanos, porque o lipídeo no qual ela age possui uma similaridade 
bioquímica muito grande com os nossos lipídeos. Logo, dependendo da dosagem ele pode promover uma ação 
bactericida, mas também pode gerar a morte de células humanas. Então, o efeito toxicológico dele tem que ser 
controlado em ambiente hospitalar 
Penicilina/Ampicilina: classe de antibióticas β-lactâmicos 
• Desestruturação da ligação química dos anéis β-lactâmicos, proporciona uma desestabilidade osmótica na célula 
bacteriana. 
• Super bactérias produzem as β-lactamases: quebram a ampicilina e conseguem inibir sua função. 
Lisozima: enzima que faz parte do sistema imune inato e é produzida pelas glândulas salivares e lacrimais. → Controle 
microbiano através do desequilíbrio osmotico gerado pela lise de parede ou membrana celular → Ocorre a remoção da 
camada de PPG bacteriana, devido a hidrólise das ligações NAG-NAM 
ESPAÇO PERIPLASMÁTICO 
Espaço localizado entre a membrana interna e externa das bactérias gram negativas composto por peptideoglicanos que 
possuem função estrutural e manutenção da capacidade hidrofílica, a qual permite a dissolução de moléculas (envolvidas 
em processos metabólicos e regulação fisiológica), enzimas hidrolíticas (proteases, lipases e nucleases), alimentado por 
proteínas carreadoras da membrana interna e externa. 
Possui um comportamento organelar 
As bactérias gram negativas em alguns momentos, dependendo do período de sobrevida dela, pode se assemelhar as 
gram positivas, porque a camada de polissacarídeos dos LPS se for muito espessa ou tiver em uma concentração muito 
elevada, irá gerar uma coloração igual das gram positivas, por isso que na microbiologia clínica, os exames laboratoriais 
para as células gram positivas e negativas chegam ao medico de 24 a 48 hrs, porque se passar de período as gram 
negativas podem gerar falsas gram positivas, porque elas vão ter muitos resíduos glicídicos na membrana externa, 
resultando na coloração parecida com as gram positivas. 
CÁPSULA: Camada ligada à parede celular com revestimento limitado e definido. 
Polímero viscoso e gelationoso situado externamente à parede celular, composto de polissacarídeo e/ou polipeptídeo. 
Proteção da célula bacteriana contra desidratação. 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
Aderência – auxiliam na ligação da bactéria à superfícies bióticas ou abióticas. 
Proteção - resistência à fagocitose pelas células de defesa do corpo (fator de virulência). => bactérias encapsuladas são 
mais VIRULENTAS do que as não encapsuladas. 
IMPORTANCIA DO CONHECIMENTO DA ESTRUTURA MEMBRANAR 
A importância de conhecermos a estrutura membranar e a estrutura de parede celular, vai desde a identificação da cepa 
bacteriana, mas principalmente, para a prescrição dos antimicrobianos. 
Reconhecendo se ela é gram negativa e positiva você sabe se haverá facilidade do antibiótico ao encontrar com a 
bactéria, por exemplo, a penicilina, é um antimicrobiano de origem natural, tem uma acessibilidade e uma função efetiva 
sobre as células bacterianas desde que a estrutura que é o alvo molecular dela tenham livre acesso, e o alvo molecular 
da penicilina é o arranjo do peptideoglicano, se não houver uma acessibilidade ao arranjo desse peptideoglicano, a 
penicilina não consegue agir. 
 
Se a penicilina que age sobre o peptideoglicano, significa dizer, que ela não é um bactericida, ela faz um papel 
bacteriostático de primeira ordem, no primeiro contato da droga, então as células bacterianas cessam o seu crescimento 
e proliferação. E com a presença da penicilina continuada, as células bacterianas tendem a morrer, porque se a estrutura 
de peptideoglicano for desestrutura, significa dizer que aquela camada viscosa que protege a célula bacteriana deixou 
de ter função de proteção, logo, a célula bacteriana geralmente entra em lise por sofrer um balanço coloidosmótico. E 
esse balanço coloidosmótico pela perda de peptideoglicanos faz com que a penicilina após horas de uso contínuo ela 
tenha uma função bactericida. 
A penicilina age quebrando as ligações beta lactâmicas que acontecem entre os resíduos de açúcar dos peptideoglicanos, 
quando ocorre essa quebra, a exposição dessas regiões induz o reconhecimento fagocitário, então isso acelera o processo 
de controle microbiológico. Só que o acontece com a maioria das pessoas é que se a posologia diz: tomar 7 dias de uso 
contínuo, chega no terceiro ou quarto dia normalmente o individuo esquece, deixa de tomar, o que ocorre é que a função 
do antibiótico não foi executada até o final, é onde acontece o surgimento de superbactérias. 
 
Se alguma bactéria teve uma aptidão de resistência ela passará o plasmídeo de resistência para outras bactérias através 
do pili. A penicilina sempre induzirá a desestabilização da parede, a célula bacteriana é que reage em primeiro momento 
parando o crescimento e proliferação e em segundo momento para ativando a morte. 
 
PROTOPLASTOS, ESFEROPLASTOS E FORMAS L 
PROTOPLASTOS: BGP (forma esférica resultante da remoção da parede celular) 
Os protoplastos só ocorre em bactérias gram positivas porque ele é o resultado da remoção da parede celular, e é uma 
forma de latência da bactéria. Quando as condições fisiológicas e o nicho ambiental dela está desfavorável para sua 
sobrevivência ela entra na forma de protoplasto. Ou seja, ela diminui o seu metabolismo, reduz o espessamento da 
parede tornando-se mais resistente as modificações do meio. 
ESFEROPLASTOS: BGN (retém a membrana externa) 
Os esferoplastos é a mesma condição, só que em gram negativa. Ocorre uma retenção dos dois conjuntos de membranas, 
mas os mecanismos fisiológicos e metabólicos também serão diminuídos e a célula entrará em latência. 
FORMAS L: se algumas destas formas forem capazes de crescer, se dividir, podendo ou não sintetizar novamente a 
parede celular. 
As formas L são células em processos metabólicos menores, mas são capazes de crescer e se dividir, mas elas podem 
ou não continuar com os eventos fisiológicos normais, significa dizer que haverá alteração da presença ou ausência da 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
parede celular. São células metabolicamente mais lentas que na hora do crescimento e divisão podem ou não ter a 
capacidade de síntese de parede celular. 
ESPOROGÊNESE 
Esporogênese: evento controlado e induzível pelas células bacterianas, pelo meio extrínseco ou intrínseco. É um 
mecanismo que acontece de dentro para fora, o nucleóide vai ser encapsulado, o resto dos elementos celulares que 
sobram vão ser usados para subsidio energético/ vão promover a alteração da massa citoplasmática (diminuição) até o 
momento que a membrana vai compor a camada externa do esporo. O primeiro evento importante da esporogênese 
é proteger o nucleóide. 
Podem germinar, crescer e se multiplicar 
• Comum em BGP. 
• Clostridium sp 
• Bacillus sp. 
A cápsula interna (também chamada de endoesporo) vai promover a compartimentalização do material genético, todas 
as enzimas, todos os elementos para o metabolismo. 
Estruturas originadas durante o evento de esporogênese são dinâmicas. 
O primeiro evento: formação do septo (nucleóide tem contato direto com o septo), dessa forma o nucleoide tem acesso 
a umaestrutura que auxilia na formação do encapsulamento. O encapsulamento pode gerar uma divisão: DNA genomico 
e plasmídeo. 
• Quem induz a formação do septo? – a relação da bactéria com o meio (ph, salinidade, temperatura, nutrientes, 
energia...) 
Dentro do endósporo são armazenadas condições suficientes para quando o ambiente estiver favorável o esporo volta 
para sua forma ativa. 
Endosporo vai perdendo a quantidade de solvente(água) dentro da membrana – DESIDRATAÇÃO- aumento da 
concentração de solutos. 
Nova fase: ESPESSAMENTO da cápsula interna, promovido por restos moleculares, enzimas que saíram do 
citoplasma(ainda são funcionais), promovem a maturação. 
Desestabilização da camada externa e liberação do esporo com duas camadas: camada nucleoide e uma camada da 
membrana. 
Condições para desestabilizar a cápsula externa: umidade e temperatura. Volta para a atividade metabólica. 
E dentre as fases de formação do esporo existe primeiro, a formação de uma dupla camada de membrana plasmática que 
vai envolver a região citoplasmática, então, a célula bacteriana vai condensar seu material genético, proporcionar uma 
redução do espessamento da parede celular e vai formar uma estrutura extremamente resistente a qualquer variação 
ambiental externa. São metabolicamente INATIVOS. Podem germinar, crescer e voltar a realizar a divisão celular 
quando o ambiente voltar a ser favorável. Pode ocorrer tanto em gram negativas ou positivas. 
1. Vegetativa: Células bacterianas se tornam metabolicamente inativas, catabolicamente e anabolicamente 
2. Septo do esporo: Formação de septo membranar, a membrana interna sofre invaginação. Promove a separação da 
região contendo o material genético e os elementos necessários para uma germinação futura. 
3. Pré-esporo: Ocorre uma delimitação completa mas ainda não ocorre a separação efetiva. 
4. Capa (resistência): espessamento da parede de peptideoglicano formando uma capa 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
5. Germinação: o esporo sai completamente da estrutura que o originou. Esporo maduro. Metabolicamente inativa e 
protegida por uma capa espessa de peptideoglicanos. 
6. não é reprodução Latência completa 
7. problema para a biotecnologia: Resistência 
Funções do endosporo: 
• Resistencia a agentes físicos → temperatura extrema, radiações, dessecação, pressões extremas, choque 
mecânico 
• Resistencia a agente químicos → Antibióticos, desinfetantes, anti-septicos, osmolaridades extremas 
 
NUCLEÓIDE 
Não delimitado por membrana 
Único cromossomo circular enrolado e altamente condensado 
Tamanho variável em torno de 5.500 kb 
Ligado à membrana celular no local de replicação 
MESOSSOMOS 
Extensões da membrana celular para interior citoplasma 
Localizados próximo membrana (periféricos) ou região central (centrais) 
Evidências de ligação entre mesossomos centrais e material genético 
Função I: provável papel replicação DNA e divisão celular 
Função II: possível atuação na secreção enzimas/atividades respiratórias 
METABOLISMO BACTERIANO 
As bactérias podem se comportar de duas formas: 
1. Aeróbia: que utiliza oxigênio molecular como aceptor final de elétrons 
2. Anaeróbia: não participação da transferência de elétrons através de uma cadeia proteica. Que nas células 
eucariotas acontece na mitocôndria e nas células procariotas acontece na membrana mitocondrial. 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
 
Glicose: principal molécula organica carbonada utilizada para oxidação e produçao de energia. 
Glicose transformada em acido piruvico que é chamado de piruvato, convertida através da glicólise, produto da 
glicose: atp e piruvato. 
Há Produção também de NADH (carregado energeticamente), que é a forma reduzida do NAD que é um aceptor de 
elétrons durante a glicólise, pois vai receber o hidrogênio e transporta-lo. 
Vai formar um NADH mais um H livre, quando tenho a produção de formas eletrônicas livres, que é o H+ e o 
NADH eles podem ser utilizados como um substrato para produção de outros elementos. 
Piruvato vai para cadeia transportadora de elétrons, passando pelo desacoplamento associado a transformação de 
piruvato ao agrupamento acetil, então o piruvato vai ser convertido em acetil-coenzima A, a acetil coenzima A vai 
ser oxidada no inicio do ciclo de Krebs. 
Nas bactérias anaeróbias o piruvato quando não for eliminado na cadeia oxidativa através da produção de 
agrupamentos acetil, ele pode ser transformado diretamente em 3 produtos diferentes: isso é o metabolismo 
bacteriano anaeróbio. 
Ele pode ser metabolismo lático, acético ou enólico. 
A grande maioria das bactérias possuem comportamento facultativo, elas podem hora estar em metabolismo aeróbio, 
hora em metabolismo anaeróbio. Possui adaptação ao meio quando há presença de oxigênio. 
Mas há também metabolismo estritamente aeróbio, estritamente anaeróbio, estritamente fermentativo lático e 
alatico. 
Todas as bactérias são classificadas de acordo com seu metabolismo. 
Diferença de conversão enzimática do piruvato para esses 3 produtos? 
Se o piruvato ele vai ser inicialmente oxidado, ou seja, ele vai perder 2 carbonos e 4 oxigenios, posteriormente ele 
será reduzido então passa pelo evento de oxirredução. Reduzido através do NADH e do H livre que foi produzido 
na glicólise. 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
Se eu faço essa troca enzimática, vou transformar o piruvato em etanol, varias células procariotas possuem esse 
comportamento enzimático, então acabo gerando uma oxirredução do piruvato, independente do consumo de 
oxigênio. 
Na segunda via, tenho o piruvato sendo oxidado a acido acético, vai perder elétrons através da retirado dos 
hidrogênios na sua formação atômica, vai se transformar em NADH e H+. 
Outra via é onde ele pode ser transformado em acido lático, então eu vou ter a redução do piruvato, vou desacoplar 
a forma hidreto. Desacoplo um H do NAD mais o H+ que é a forma iônica e ambos conseguem promover uma 
forma acida, que é chamado de acido lático. 
O produto anaeróbio do piruvato no metabolismo que estaria associado as células procariotas: anaeróbia enolica, 
acética e lática. 
Algumas bactérias possuem metabolismo aeróbio dai vou gerar a oxidação do piruvato em grupos acetilas acoplados 
a enzimas. Que vao ser desacopladas a estas enzimas no inicio do ciclo dos ácidos tricarboxilicos, o famoso ciclo 
de Krebs. Então eu vou gerar um ciclo de oxidação, estes elementos carbonados gerando como conteúdo final o 
gas carbônico, o NADH e o FADH2. Os produtos eles vao ser utilizados para que tenha uma produção de ATP 
maior do que a glicólise, e essa produção de ATP vai depender de uma cadeia transportadora de elétrons, que neste 
caso assim como nas mitocôndrias vai promover a passagem para um evento chamado de quimiosmose que é o 
transporte de elementos químicos através de um gradiente de concentração que vai ser estabelecido por uma 
membrana. 
Em alguns casos a celula bacteriana possui uma invaginação parcial da membrana interna, que é chamada de 
mesossomo. Os mesossomos são invaginaçoes pequenas muito semelhantes aquelas que a gente ve nas mitocôndrias 
e acredita-se que a maioria das proteínas transportadoras que fazem quimiosmose estariam nessa regiao. Então o 
mesossomo seria uma regiao onde eu tenho o aumento da superfície membranar para a organização das proteínas 
responsáveis pela quimiosmose. 
Outros tipos de metabolismo: 
FERMENTAÇÃO: 
Fermentação com produção de acido lático, etanol e produção de acido acético. 
Quando eu tenho a fermentação com a produção de acido lático, ela é chamada de fermentação lática. Quando eu 
tenho fermentações que não produzem acido lático elas são denominadas de fermentação alática. E as fermentações 
alaticas elas acontecem em varias bactérias. 
Nós temos a propinium bacterium que é uma das bactérias que promovem esse tipo de fermentação, ela é um tipo 
de bactéria não sóusada na indústria biotecnológica, por ela produzir acido acético mas também acido propionico, 
o acido propionico é um acido que desnatura principalmente DNA, então ele é utilizado na indústria farmacêutica 
e tecnológica para fazer isolamento de ácidos nucleicos. 
Outro exemplo é os clostridiuns, falamos dois exemplos principais de clostrindiuns: o tetani promove a produção 
da toxina tetasnopasmina. O clostridium botulino promove a produção da toxina botulínica, que pode ser utilizado 
como procedimento estético, ele é utilizado para o controle muscular, que pode ser por um controle muscular numa 
neuro cirurgia que é onde tem mais aplicação cirúrgica. Aplica-se doses correspondentes no tecido que faz a inibição 
daquela contratura que vai ser temporária e aí o cirurgião consegue mexer na regiao sem qualquer espasmo muscular. 
O outro exemplo são as doenças musculares degenerativas, elas vao sendo progressivas, vao perdendo a 
funcionalidade muscular. Se você diminui a força de contração muscular, e a aplicação da toxina la na regiao você 
desacelera a progressão da doença. 
A toxina botulínica vai agir principalmente inibindo o acoplamento da acetilcolina aos receptores de acetilcolina. 
Porem quando você tem essa inibição, ela não é uma inibição em relação a função muscular, ela é uma inibição em 
relação a liberação de vias sinápticas que possuem os neurotransmissores. 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
• Sabe-se que algumas cepas bacterianas são utilizadas como alvo da indústria biotecnológica, por exemplo 
para tratar uma condição patológica chamada miastenia grave que é uma doença neuromuscular.. qual cepa 
poderia ser usada? Cepa clostridium botulino, que produz a toxina botulínica com finalidade terapêutica. 
• Outro exemplo comum, existe uma cepa bacteriana que se chama eschericia. A eschericia coli é uma 
enterobacteria, que vive no intestino. É também uma bactéria fermentativa, tanto que qualquer variação no 
metabolismo da eschericia coli faz com que ocorra uma constipação intestinal que se dá por, em alguns 
casos, nível elevado de flatulência (gases). Por que a eschericia coli é responsável por controlar a 
flatulência? Porque o metabolismo dela vai depender do que você come. Se você tiver uma alimentação rica 
em laticínios ela vai produzir uma quantidade absurda de acido lático; se você muda o seu metabolismo ou 
a sua ingesta, ela muda o metabolismo também, tanto que ela consegue produzir vários produtos com 
alteração metabólica. A maioria dos bacilos possuem fermentação lática, tanto que outro bacilo comum 
seria os lactobacilos, possuem uma fermentação utilizando a lactose e eles acabam modificando o 
metabolismo de uma forma mais estrita do que a eschericia coli. 
Eschericia coli: Algumas cepas são simbioticas no intestino e oportunista em outras regiões, é como se fosse 
uma chave de entrada para outras bactérias. Porque o produto de seu metabolismo acidifica o meio, fazendo a 
degradação da matriz orgânica e infectando outras regiões. 
 
 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella 
 
 
Arthur Cella Medicina Unisul @arthurcella

Outros materiais