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Função Renal Rins • São dois órgãos localizados em ambos os lados da coluna vertebral, atrás das últimas costelas, e medem aproximadamente 12 centímetros. Pesam cerca de 150 gramas cada. Os ureteres são prolongamentos em forma de tubos que levam a urina dos rins para a bexiga. Rins Néfrons É a unidade funcional básica do rim, responsável pela formação da urina. Cada rim humano possui aproximadamente 1.200.000 néfrons. Sua função é filtrar os elementos do plasma sanguíneo e eliminar através da urina as excretas indesejadas. Néfrons Rins • Funções: • Excretora - Eliminar as toxinas ou dejetos resultantes do metabolismo corporal: uréia, creatinina, ácido úrico, etc.; • Reguladora - Manter um constante equilíbrio hídrico do organismo, eliminando o excesso de água, sais e eletrólitos, evitando, assim, o aparecimento de edemas (inchaços) e aumento da pressão arterial; • Endócrina - Atuar como órgãos produtores de hormônios: eritropoetina (EPO), que participa na formação de glóbulos vermelhos; prostaglandinas, que regulam o fluxo sanguíneo renal; e a renina, que intervém na regulação de pressão arterial. Ureia • Principal produto nitrogenado do catabolismo proteico nos seres humanos; • A biossíntese da ureia, a partir da amônia, derivada do nitrogênio amoníaco, é executada exclusivamente por enzimas hepáticas do ciclo da ureia. • A maior parte da ureia é excretada pelos rins, sendo a outra parte eliminada pelo TGI e pele. Ureia • É filtrada pelo glomérulo – 40% é reabsorvida nos túbulos renais. • A produção diária está relacionada às proteínas da dieta. • Não se apresenta como um bom parâmetro de avaliação da função renal por sofrer variações da alimentação durante o dia. • Valor de referência – 10 a 40 mg/dL. Ureia • Aumento: • Redução da filtração glomerular (doença renal aguda ou crônica); • Aumento do catabolismo proteico (alta ingestão ou por fatores internos); • Desidratação; • Diminuição: • Insuficiência hepática aguda; • Cirrose; • Gravidez (último trimestre); • Hemodiálise. • Crianças – intensa síntese proteica. Ureia • Uremia: • Síndrome causada pelo acúmulo de ureia no sangue, se tornando tóxica. • Sintomas: • Enjoo, vômitos, fraqueza, tosse, falta de ar, palpitações, alterações na coagulação do sangue, dor de cabeça, sonolência, coma. • Pode ter causa pré-renal, renal ou pós-renal. Ureia • Uremia pré-renal: • Excesso no catabolismo de proteínas: • Por alta ingestão; • Em pacientes mantidos em soro; • Em terapias com esteroides; • Redução do fluxo renal: • Diminuição do volume sanguíneo; • Incapacidade cardíaca de bombear sangue; • Obstrução de vasos sanguíneos. Ureia • Uremia Renal: • Doença renal primária – destruição do parênquima renal; • Nefrites; • Glomerulonefrites; • Insuficiência renal. Ureia • Uremia pós-renal: • Obstruções: • Cálculos; • Massas celulares; • Atresias ou má-formação; • O achado mais importante é a anúria (débito urinário <100 ml/dia). Creatinina • Produto metabólico para excreção da creatina muscular, sintetizada nos rins, fígado e pâncreas. • Creatina – reserva de energia muscular na forma de creatina- fosfato. • 70-80% é filtrada pelos glomérulos, o resto é eliminado por secreção tubular. Creatinina • Não há reabsorção. • A produção diária está relacionada com a massa muscular do indivíduo (constante). • Sofre variação com a idade, sexo e massa corporal magra. • Valor de referência – 0,5 a 1,2 mg/dL. Creatinina • Aumento: • Insuficiência renal adiantada (com ureia já elevada); • Glomerulonefrite crônica, onde valores acima de 35 mg/dL indicam óbito próximo; • Em transplantes de rim, aumentos acima de 2 mg/dL podem indicar rejeição; • Disfunção muscular: miastenia grave (doença autoimune que afeta a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos), necrose muscular esquelética, distrofia muscular. Creatinina • Diminuição: • Gravidez; • Crianças (menor massa muscular); • Sem significado clínico relevante. Avaliação da Função Renal • Teste de Filtração Glomerular: • O teste-padrão para medir a capacidade filtrante dos glomérulos é o exame de Depuração. • Mede a taxa em que os rins podem remover (depurar) uma substância filtrável do sangue. • A substância analisada não pode ser reabsorvida e nem secretada pelos túbulos e também deve ter estabilidade na urina pelo período de 24 horas. Clearance de Creatinina • A creatinina é a substância mais empregada na rotina por seu valor se manter constante no sangue. • Pode sofrer variação pela presença de bilirrubina no plasma, pela urina mantida em temperatura ambiente, consumo excessivo de carne durante o período da coleta de urina de 24h. Clearance de Creatinina • As depurações detectam lesões primárias – as dosagens séricas se alteram nas patologias adiantadas. • Exame com coleta especial; • Dificuldade da coleta de urina de 24 horas pode ocasionar erros graves. Coleta Urina de 24 horas • Pela manhã, esvaziar a bexiga e anotar o horário; • A partir daí, coletar todo o volume urinário e armazenar; • No dia seguinte, no horário anotado, coletar a última amostra de urina, levar ao laboratório; • Ir em jejum de 8 horas para a coleta do soro; • Armazenamento: em geladeira ou sem frasco com conservante – usar frasco fornecido pelo laboratório. Clearance de Creatinina • Mede-se o volume urinário: • 24 horas tem 1440 minutos. • Divide-se o volume total por 1440, tendo o resultado do Volume/min. • Retira-se uma alíquota homogênea da urina e faz a dosagem da creatinina da urina. • Faz a dosagem da creatinina do soro. • Utiliza-se uma tabela para obtenção da Superfície Corporal (SC). Clearance de Creatinina • Cálculo do Clearance de Creatinina: • C= creatinina urina X Vol/min X 1,73 =mL/min/1,73m2 creatinina soro SC • Valor de Referência: • Homem: 97 – 137 mL/min/1,73m2 • Mulher: 88 – 128 mL/min/1,73m2 • Criança: 70 – 140 mL/min/1,73m2 Clearence de Creatinina • Interpretação: • Quando se interpretam os resultados de uma prova de depuração de creatinina deve-se ter em mente que a velocidade de filtração glomerular é determinada não só pelo número de néfrons em funcionamento, mas também pela capacidade funcional destes néfrons. Muito embora metade dos néfrons existentes possa não estar funcionando, não ocorrerá alteração na velocidade de filtração glomerular se os néfrons restantes dobrarem sua capacidade de filtração. Isso é evidente nas pessoas que vivem normalmente apenas com um rim. Cistatina C • Inibidor das cisteíno-protease; • Produto de produção constante pelas células nucleadas; • É filtrada, reabsorvida e metabolizada pelos túbulos renais, não aparece na urina; • Pode ser usada como uma alternativa à creatinina e ao clearance da creatinina para triagem e monitoração em pessoas com doença renal suspeita ou conhecida; Cistatina C • Não sofre influência de gênero, idade ou etnia, infecção, dieta, inflamação, nem pela maioria dos medicamentos; • Presença na urina – problema tubular; • Aumento no soro – problema glomerular; Proteinúria • A membrana basal dos glomérulos não permite a passagem de proteínas maiores e de albumina; • A presença de proteína maior que 150 mg/24h na urina sugere lesão na membrana glomerular. Avaliação da Função Renal • Função Tubular: • Reabsorção; • Cerca de 99% do volume filtrado pelos glomérulos são recuperados pelos túbulos renais, impedindo a perda de substâncias importantes ao plasma. • Ex: • Limiar renal: capacidade do rim de reabsorção • Glicose – 160 mg/dL. Função Tubular • Principais exames: • Excreção de eletrólitos– a incapacidade de reabsorção dos íons Na indicam lesão tubular; • Glicosúria – com glicose normal no soro, sugere diminuição do limiar renal, por lesão tubular – incapacidade de reabsorção; • Densidade – incapacidade de concentrar a urina reflete um distúrbio tubular; Ácido Úrico • Composto nitrogenado, produto do catabolismo das purinas – adenina e guanina (ácidos nucleicos); • É produzido principalmente no fígado; • É eliminado pelos rins (75%) e pelo TGI (25%); • No plasma encontra-se principalmente como urato de sódio; Ácido Úrico • Hiperuricemia: • Por produção aumentada - dieta; • Ingestão aumentada de purinas (vísceras); • Erro genético no metabolismo das purinas; • Citólise – liberação de ácidos nucleicos; • Rabdomiólise – lise de células musculares, liberando DNA e ATP; • Câncer metastásico – alta renovação de DNA; • Quimioterapia do câncer. Ácido Úrico • Hiperuricemia: • Por excreção diminuída – disfunção renal: • Doença renal crônica – diminui a filtração; • Acidose sanguínea – os cetoácidos competem com o ácido úrico para a excreção; • Alcoolismo – lise de células hepáticas liberando ATP. A acidose provocada pelo álcool diminui a excreção; • Perdas de volume sanguíneo – a reabsorção tubular de água traz junto o ácido úrico; • Idiopática. Ácido Úrico • Hipouricemia: • Diminuição na síntese – disfunção hepática grave; • Excreção aumentada: • Síndrome de Fanconi (tubulopatia). • Envenenamento por chumbo. Ácido Úrico • Complicações clínicas: • Alta excreção de ácido úrico – formação de cristais urinários podendo formar cálculos; • Alta taxa de ácido úrico sanguíneo: • Baixa solubilidade, tende a precipitação. • Deposição nos tecidos moles. • Deposição nos tecidos periarticulares – forma cristas – Gota. Estudo Dirigido • 1 – Explique por que os rins tem função excretora, reguladora e endócrina. • 2 – O que é a ureia? Por que ela não é considerada um bom parâmetro para avaliação da função renal? • 3 – O que é a Uremia e quais podem ser suas causas? • 4 – O que é a creatinina? Por que comparada à ureia é melhor parâmetro para avaliação da função renal? • 5 – Como é feito o Clearance de Creatinina? • 6 – Por que a proteinúria é um importante achado na avaliação renal? • 7 – Qual a importância da dosagem de ácido úrico na avaliação renal?
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