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NUTRIÇÃO E METABOLISMO BACTERIANO Monitor: Jessé de Oliveira Todos os micro-organismos necessitam de nutrientes para que possam realizar seu metabolismo, crescerem e se multiplicarem. Os nutrientes serão utilizados no metabolismo, na formação de compostos celulares e na obtenção de energia. Dentro de uma célula bacteriana ocorrem reações químicas catalisadas por enzimas, onde o conjunto de transformações da matéria orgânica é denominado metabolismo (catabolismo e anabolismo). As bactérias são formadas de substâncias químicas de vários tipos, os nutrientes, que são captados do meio ambiente e transformados nos constituintes celulares através do metabolismo. Esses nutrientes se dividem em 3 tipos: os macronutrientes, micronutrientes e fatores de crescimento, que são classificados de acordo com sua concentração e importância na célula. Macronutrientes: São exigidos em grandes quantidades pelas bactérias. Os elementos principais requeridos por todas as bactérias são o carbono, nitrogênio, enxofre e fósforo, que juntamente com o hidrogênio e oxigênio formam polímeros. O potássio, magnésio, cálcio, sódio e ferro são minerais essenciais para funções celulares. Carbono: corresponde a 50% do peso seco bacteriano. Existem várias formas químicas do carbono, e algumas fontes de C devem ser hidrolisadas fora da bactéria por enzimas extracelulares. Oxigênio: corresponde a 20% do peso seco da bactéria. É componente do material celular e água, e aceptor final de elétrons na resposta aeróbica. Pode ser obtido através da água, O2, compostos orgânicos, CO2. Nitrogênio: 12-14% do peso seco das células. É o componente principal das proteínas, ácidos nucleicos e outros. Podendo ser encontrado nas formas inorgânicas (NH4 +, NO-3, NO-2), nitrogênio gasoso (N2), compostos orgânicos (ureia, proteínas e aminoácidos). O nitrogênio gasoso constitui 78% da atmosfera terrestre e precisa ser reduzido a amônia. O glutamato e a glutamina são pontos críticos de entrada. Hidrogênio: 8% do peso seco. Pode ser obtido a partir da água e compostos orgânicos onde as moléculas de H são seus principais componentes. Fósforo: 3% do peso seco. É obtido através de fosfatos inorgânicos (PO4). Componente dos ácidos nucleicos, nucleotídeos, fosfolipídeos, lipopolissacarídeos (LPS) e ácidos teicóicos e do ATP. E alguns acumulam grânulos de volutina. Enxofre: 1% do peso seco. Obtido do sulfato (SO4), sulfeto de H (H2S), sulfeto (S-2) e compostos sulfurados orgânicos (cisteína, cistina e metionina). Componente de aminoácidos, coenzimas, proteínas (ferredoxina, enzimas de oxirredução atuando como cofator), aceptor final de elétrons. Potássio: 1% do peso seco. Obtido a partir de sais de potássio, sendo o principal cátion inorgânico, cofator para enzimas, importante para os ribossomos. Magnésio: 0,5% do peso seco. Obtido na forma de sais de magnésio. Atua como cofator e é componente da clorofila, estabiliza ribossomos e ácidos nucleicos. Cálcio: 0,5% do peso seco. Obtido pelos sais de cálcio (CaCl2). Importante cofator, componente dos endosporos (estabilidade ao calor), e ajuda a estabilizar a parede celular. Ferro: 0,2% do peso seco. Pode ser obtido por sais de Fe (FeS) ou hidróxido de Fe(OH)3. Tem papel importante na respiração celular (citocromos e proteínas Fe-S), além de ser componente de certas proteínas e cofatores. É ainda importante fator de crescimento para bactérias patogênicas. Sódio: é requerido por algumas bactérias (marinhas, arqueas halófilas). Micronutrientes: Elementos traços. Requeridos em quantidades mínimas ou muito pequenas, que são difíceis de medir ou determinar. Cofatores para várias enzimas. Exemplos: íons metálicos, manganês, cobalto, níquel, selênio, tungstênio, vanádio. Fatores de crescimento: Compostos orgânicos requeridos em baixas quantidades por bactérias que não podem sintetizá- los. (É preciso oferecer no meio, nem que seja artificialmente) Divididas em 3 categorias principais: purinas e pirimidinas, aminoácidos e vitaminas (coenzimas). São ácidos graxos insaturados, colesterol, poliaminas, colinas etc. Mediante a presença dos nutrientes necessários, as bactérias irão crescer no habitat onde elas se encontrem, seja no ambiente, no hospedeiro, no alimento ou no meio de cultura. Algumas bactérias são mais exigentes do que outras. Metabolismo: Conjunto das reações catabólicas e anabólicas pelo qual uma bactéria obtém a energia e os nutrientes de que necessita para viver e se reproduzir. Enzimas: Têm função de catalisadores nas reações químicas que as bactérias irão realizar. Eficiência das enzimas: número de retorno (produto/segundos), e esse valor vai de 1-1.000. Componentes das enzimas: apoenzima (porção proteica), cofator/coenzima (porção não proteica), holoenzima (enzima completa com o substrato). • O substrato irá se ligar ao sítio ativo da enzima, formando o complexo enzima- substrato, gerando dois produtos. • Fatores que influenciam a atividade enzimática: Temperatura (a atividade enzimática aumenta até certa temperatura, que depois irá desnaturar), pH (cada enzima possui uma faixa de pH ótimo, atividade catalítica máxima, pH maior ou menor a atividade decresce), concentração do substrato (quanto maior, maior será a atividade enzimática, (platô). • Um efetivo caminho para controlar o crescimento bacteriano é controlar suas enzimas através da inibição enzimática. • Os inibidores enzimáticos são: Competitivos (competem com o substrato pelo sítio ativo da enzima). Não-competitivos (se ligam a um sítio alostérico da enzima, que impede a ligação do substrato com a enzima, pois causa alteração conformacional). Inibição por retroalimentação ou inibição do produto final (o produto final da ligação enzima-substrato irá se ligar ao sítio alostérico de outra enzima). Ribozimas - tipo de RNA catalisador. Produção de energia: • Reações de oxidação e redução (Oxirredução) • (Importante para obtenção de ATP) • Ocorrem simultaneamente em reações que há tranferência de elétrons entre os atomos. • Oxidação: É a remoção de 1 ou mais elétrons de uma substâncias. • Redução: Corresponde à adição de 1 ou mais elétrons a uma substâncias. • (a molécula orgânica irá perder 2 elétrons) e redução. • Geração de ATP: fosforilação (adição de um “p” a um composto químico) em nível de substrato, oxidativa e fotofosforilação. Vias metabólicas de produção de energia: • Uma via metabólica é uma sequência de reações químicas enzimaticamente catalisadas ocorrendo em uma célula. Metabolismo dos carboidratos: • A maioria dos microrganismos oxida carboidratos como sua fonte primária de energia celular. Catabolismo dos carboidratos Glicólise (Embden-Meyerhof): Oxidação da glicose a ácido pirúvico. ▪ (Sequência de 10 etapas, onde a glicose é gradativamente quebrada, para formar duas moléculas de ATP e duas de ácido pirúvico). ▪ Vias alternativas à glicólise: ▪ A oxidação da glicose pode ser feita pela Via pentose fosfato (ciclo hexose monofosfato) e Via Entner-doudoroff. ▪ Via pentose fosfato (Ciclo hexose monofosfato). ▪ Simultâneo à glicólise, que possui pentoses e glicose. ▪ Produz importantes pentoses intermediárias utilizadas na síntese de ácidos nucleicos, aminoácidos. ▪ Produz glicose a partir de CO2 na fotossíntese. ▪ Importante produtora de NADPH e NADP. ▪ Ex.: Bacillus subtilis, E. coli. Leuconostoc menseteroides e Enterococcus faecalis. • Via Entner-Doudoroff: ▪ Bactérias que possuem as enzimas dessa via podem metabolizar a glicose sem a glicólise ou a via pentose fosfato. ▪ 2 NADPH e 1 ATP/glicose. ▪ Ex.: G(-) Rizobium, Pseudomonas e Agrobacterium. Respiraçãocelular: • Processo de geração de ATP na qual moléculas serão oxidadas, e o aceptor final de elétrons geralmente é uma molécula inorgânica. ▪ Tem uma cadeia de transporte de elétrons. ▪ Realiza respiração aeróbica (aceptor final de elétrons: O2) e anaeróbica (molécula inorgânica diferente de O2, e raramente é uma molécula orgânica). Respiração aeróbica: (Sequência de oito reações, o qual são obtidos vários aminoácidos, são gerados NADH e FD2). Ciclo de Krebs: É uma das etapas metábolicas da repiração celular aeróbica que ocorre na matriz mitocondrial. Promove a degradação final do metabolismo de C, L e A. Cadeia de transporte de elétrons: Ocorre na membrana citoplasmática, Se não tiver oxigênio, o ATP não é gerado pela quimiosmose (transporte de elétrons e a geração de energia (respiração aeróbica). Uma molécula de NADH, da origem a 3 ATP e uma molécula de FADH2 dá origem a 2 molécula de ATP. 38 ATP no total. Respiração anaeróbica: Fermentação (Processo químico, com ausência de oxigênio, que consiste na síntese de ATP sem o envolvimento da cadeia respiratória. Vias da fermentação → Dependem do microrganismo. Produto final da fermentação: Ácido lático, Etanol e CO2, Ácido propiônico, Ácido acético. Catabolismo dos lípidios: Lipídios → lipase (glicerol → Ácido pirúvico (Acetil-CoA e Ácido graxos → Acetil-CoA). Catabolismo das proteínas: Aquelas que são muito grandes para atravessarem a membrana plasmática. • Proteases e peptidases extracelulares atravessam a membrana. • Antes de serem catabolizados, serão enzimaticamente convertidos (desaminação, descarboxilação e desidrogenação) para que possam entrar no ciclo de Krebs (ácido orgânico). É a variedade nutricional e a versatilidade do metabolismo bacteriano que permitem sua presença nos mais diferentes habitats terrestres, seja em presença ou ausência de O2, de matéria orgânica ou inorgânica, seja na água, no solo, locais frios e quentes. Fotossíntese: Foto-luz, síntese – montagem de compostos orgânicos. Síntese de açucares → utilizando átomos de carbono a partir de CO2 → fixação dos carbonos. Acontece em duas etapas: ➢ Reações luminosas: (depende da energia) fotofosrilação (síntese de ATP mediado pela luz) ➢ Reações escuras: (independentes da energia) – Ocorre no meio do cloroplasto. Vias metabólicos de uso de energia (Anabolismo) →Biossíntese de polissacarídios →Biossíntese de lipídios →Biossíntese aminoácidos Via anfibólicas (ocorrem tanto catabolismo e anabolismo). ➢ Glicólise e Ciclo de Krebs
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