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Bateson descreveu a comunicação patogênica na família do esquizofrênico e apresentou a hipótese do duplo vínculo. Segundo Bateson, a comunicação engloba: 1. Sintaxe: transmissão da informação; 2. Semântica: significado dos símbolos; e 3. Pragmática: aspectos comportamentais. Metacomunicação: comunicação sobre comunicação. A comunicação não restringe-se apenas às palavras verbais, agir ou não agir, palavras ou silêncio, tudo afeta o comportamento influenciando as relações interpessoais. A comunicação humana, de acordo com Bateson, é um tipo de jogo no qual as pessoas têm de saber associar a coerência de uma frase a uma determinada situação. Assim, a maneira como algo é dito, as intenções claras ou escondidas de quem fala também compõem a comunicação, isso significa que devemos nos atentar para o plano conotativo da comunicação. 5 Axiomas da Comunicação ou Principais Teses dos Pragmáticos 1. Comunicação é comportamento, assim, é impossível não comunicar; 2. Só existem relações e padrões de interações, assim, toda comunicação tem aspecto de relato (conteúdo) e de ordem (relação); 3. Comunicação é conflito (problema de natureza): a natureza de uma relação está na contingência da pontuação das sequências entre os comunicantes. Isto é, cada comportamento é causa e efeito do outro; 4. A Pontuação Organiza os Eventos Comunicacionais e sua Circularidade: os seres humanos se comunicam de maneira digital (denotativo/verbal) e analógica (conotativo/não verbal); e 5. A Retroalimentação Permite que os Componentes Acomodem-se na Patologia: todas as permutas comunicacionais ou são simétricas ou complementares, e estão baseadas na igualdade ou na diferença. Segundo Bateson, confiamos mais na comunicação analógica (não verbal ou conotativo), pois as formas assumidas pela comunicação analógica estão associadas a mecanismos inconscientes. A mente é um fenômeno sistêmico característico dos seres vivos, uma característica relacional que não está no cérebro e sim nas relações, segundo Bateson. O observador traz a marca do que observa. Double Bind: é a armadilha do relacionamento, uma situação na qual a vítima nunca sai vitoriosa. Geralmente, para originar o double bind, temos: a virtual vítima (vítima da comunicação digital e analógica) do parente imediato e uma comunicação ambígua operando entre eles, quando a criança não pode questionar a contradição que percebe na comunicação, então, dá-se origem à patologia. A família não só cria a patologia, mas também adapta-se a ela. Relações Simétricas: são relações que tendem à similaridade. Mas que pode gerar uma anomalia decorrente do próprio tipo de relação, como a pseudosimetria – a simetria passa a ser forçada por um dos membros da relação -, assim como pode gerar patologias, como a escalada da simetria – na qual há uma concorrência para ver quem é mais igual-. A crise na relação simétrica se dá quando um pressupõe para si mais do que para a relação. Relações Complementares: são aquelas relações em que as diferenças de um complementa as do outro. Ela também pode gerar anomalias decorrente do próprio tipo de relação, como a metacomplementaridade – é uma relação de submissão imposta por um dos membros que impõe que o outro deve tomar conta dele-, assim como também gera patologias, como a rigidez – na qual a luta não é justa e tende a assumir características sadomasoquistas, em que um simplesmente ignora o self do outro-. Um casal pode passar pelas duas relações, pois este é um processo dinâmico e nenhum casal é completamente estático em relação. Teoria do Duplo Vínculo Foi elaborada pelo Grupo de Palo Alto (1956), nos Estados Unidos: Bateson, Jackson, Hayley e Weakland. Segundo essa teoria, há 3 condições para que uma relação seja duplo vincular: 1. Uma Pessoa de Valor Afetivo de Sobrevivência: crença de não poder viver sem o cônjuge. 2. Presença de Mensagens Paradoxais: quando a fala verbal não corresponde com o comportamento. 3. Impossibilidade de Refletir Sobre a Relação: a impossibilidade de pensar em sair da relação. A Comunicação Patológica 1. Negar que a pessoa está se comunicando 2. Desqualificar a mensagem da outra pessoa 3. Confundir os níveis analógico e digital da comunicação 4. Competitividade, como resultado da escalada simétrica 5. Complementaridade rígida, como resultado de papeis sem flexibilidade. 6. Duplo vínculo 7. Comunicação paradoxal: quando a mensagem é paradoxal, qualquer reação a ela, dentro do quadro estabelecido pela mensagem será também paradoxal. 8. A única maneira de se escapar do paradoxo é sair do contexto e comentá-lo – comunicar sobre a comunicação. Fonte: As Origens do Pensamento Sistêmico (2014). Gomes, Bolze, Bueno e Crepaldi. O Silêncio na Sala: Sobre o Declínio da Comunicação na Vida Conjugal (2006). Marcondes Filho. “Mas Ele Diz que me Ama...”: Duplo-Vínculo e Nomeação da Violência Conjugal (2016). Guimarães, Diniz e Angelim.
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