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Resenha Redução de Danos e Prevenção da violência comunitária

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Resenha – Redução de Danos / Prevenção violência comunitária 
 
 
Fonseca e Bastos (2005), na parte inicial de seu artigo: POLÍTICAS DE REDUÇÃO 
DE DANOS EM PERSPECTIVA: comparando as experiências americana, britânica e 
brasileira, fazem considerações aos danos causados pelo uso das drogas injetáveis. E esse 
dano não diz respeito somente ao usuário, mas a sua comunidade e a sociedade de forma 
geral. Os autores abordam os riscos mais comuns e diretos aos usuários e, de maneira mais 
ampla, aqueles que atingem a política de criminalização. 
 Na sequência, eles tratam um pouco do conceito e das ações da Redução de Danos, 
trajadas de estratégia da saúde pública e sendo apontada como um marco dessa atuação em 
nossos dias, os autores visam trazer breve esclarecimento sobre essa modalidade de política 
pública, cujo objetivo implícito é “reduzir e/ou prevenir as consequências negativas 
associadas ao uso de drogas”, e ainda, “uma alternativa às abordagens que têm como meta 
exclusiva a abstinência do uso de drogas”. 
 Fonseca e Bastos assumem o fato bem como as formas de as drogas sempre estarem 
presente na sociedade, porém, buscam uma solução para esse problema. E entendem que por 
esta razão, “é melhor reduzir os danos, ao invés de tentar, invariavelmente, eliminá-los por 
completo”, contudo, eles declaram acreditar na possibilidade de eliminação na forma 
individual. Eles alertam que o foco não deve ser o juízo moral, mas sim “a avaliação de o 
quanto tais hábitos são mais ou menos seguros, mais ou menos associados a diferentes riscos 
e danos”. 
 Em seguida, exemplificam utilizando o relato de Bastos & Strathdee (2000) que é uma 
prática da RD entendida como uma de suas estratégias que é a PTS - Programas de Troca de 
Seringas. Cujo resultado tem “contribuído para a redução das taxas de infecção pelo HIV e 
demais agentes infecciosos de transmissão sanguínea em todo o mundo”. 
 Segundo os autores, além da PTS, outras estratégias vêm sedo aplicadas em todo o 
mundo, como por exemplo, o “Programas de Manutenção por Metadona” que traz como um 
dos benefício o fato dos usuários prosseguirem com suas atividades cotidianos sem grandes 
prejuízos. Há relatos de redução da criminalidade como consequência desta ação. Dessa 
forma, a proposta da RD passa a ser vista como questões de saúde pública. E como 
consequência os usuários recebem um novo olhar, não mais de “criminoso”, mas um 
“beneficiário de políticas sociais e de saúde”. 
 Os autores apresentam o fato de pesquisas apontarem sucesso nas abordagens 
alternativas, como resultado da contenção da disseminação do HIV/Aids. Contudo, O EUA 
têm impedido que o Programa RD seja financiado pelo governo em razão de seu caráter 
predominantemente repressivo e também através da grande falha em seu sistema de saúde, 
onde somente àqueles que têm acesso ao serviço privado encontra atendimento eficiente. 
Logo, “as iniciativas de sucesso nos Estados Unidos são, sem exceção, iniciativas de 
comunidades e governos locais ou de universidades, neste caso no âmbito de projetos de 
pesquisa”, conforme diz Segre (2003). 
Já no Reino Unido, segundo os autores, foi adotada “uma postura pragmática e uma 
resposta ágil aos desafios que então se apresentavam” (epidemia de HIV/AIDS). Para os 
autores, de acordo com Stimson (1998a), “o sistema de proteção social e saúde britânico 
segue uma orientação bastante diferente, diríamos mesmo, oposta, ao sistema norte-
americano, o que também tem contribuído para o sucesso das ações naquele país” 
O Brasil, segundo Fonseca e Bastos, tem atuado de forma central em relação aos 
países em seu entorno no que diz respeito “as intervenções de redução de danos entre a 
população de Usuários de Drogas Injetáveis (UDI)”, embora seja sua política de drogas seja 
orientada em grande parte pela redução desse mercado oriundo do tráfico. Apesar disso, há 
sucesso computado nos programas de RD que estão em curso no país. Muito embora os 
autores reconhecem que estamos longe “de uma política de drogas ideal e de uma assistência 
integral à saúde do usuário de drogas”. 
Na sequência do artigo os autores apresentam, de forma mais detalhada, a política de 
drogas nos países já mencionados, a saber: EUA, Reino Unido e Brasil. Em seguida relatam 
uma análise comparando as experiências vividas nesses países através do quadro a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonseca e Bastos (2005) finalizam o artigo dando um parecer comparativo entre os 
países utilizados como referências na pesquisa, no que diz respeito ao uso de drogas e a 
disseminação do HIV. Eles percebem que há outros fatores relacionados à disseminação do 
HIV, como a abertura das fronteiras nacionais que trouxe uma gama de possibilidades para o 
contexto estudado. 
 Desta forma, faz-se urgente a necessidade de "formular, implementar e avaliar 
políticas inovadoras de saúde pública", para controlar as consequências advindas do uso de 
drogas. 
 Neste contexto é imprescindível, para o PRD, que "a questão do uso das drogas saia da 
esfera jurídico-moral e passe a ser encarada (...) como uma questão de saúde pública". 
 Os autores apresentam os protocolos conhecidos como as Convenções de Droga da 
ONU, que "guiam e amarram a política de drogas mundial, e, em boa medida, as políticas 
nacionais referentes às drogas ilícitas". 
 Segundo os autores, o movimento RD vem conquistando reconhecimento científico, 
através de estudos que comprovam a efetividade das estratégias inspiradas na RD. 
 Pode-se exemplificar esse fato através da exposição da experiência prática de 
Rodrigues e Sarriela publicada em 2015 na Fractal: Revista de Psicologia. 
 Esses autores vão dizer que para os profissionais atuantes em políticas sociais aliar 
teoria e prática é uma tarefa muito difícil e tem sido motivo de preocupação recorrente entre 
os envolvidos nesse processo. 
 Rodrigues e Sarriera abordam em seu artigo "Capacitação de Gestores em Programa 
de Prevenção da Violência Comunitária" (2015), aspectos teórico-metodológicos da 
psicologia comunitária abrangendo um Programa de Prevenção da Violência do Estado do 
Rio Grande do Sul. 
 No artigo os autores apresentam a realização de um diagnóstico situacional numa 
comunidade socialmente vulnerável trazendo um espaço de reflexão aos gestores, 
contribuindo assim para a elaboração de um olhar crítico em substituição ao estigmatizado. 
 De acordo com os autores, no Brasil, o enfrentamento das desigualdades sociais tem 
alcançado transformações significativas através das políticas públicas que promovem 
programas e projetos sociais que visam prevenir combater ou mesmo minimizar os efeitos de 
problemas sociais. 
 Profissionais da área de saúde têm sido atraídos para esse contexto, notoriamente os da 
área de psicologia incluindo os que estão em formação (estagiários), tendo como via de acesso 
o campo das políticas públicas e sociais no viés da transformação social. 
 Nesse contexto é possível observar um crescente interesse despertando nos alunos dos 
cursos de Psicologia, Assistente Social, Enfermagem e Medicina (Graduação, Extensão e 
Especialização) nas temáticas que se referem à Intervenção Psicossocial e Saúde Comunitária. 
O intuito é adquirir ou aprimorar conhecimentos de caráter teórico-prático para atender 
demandas exigidas em: Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), Centro de Referência de 
Assistência Social (CRAS), Estratégia de Saúde de Família (ESF), Unidades Básicas de 
Saúde (UBS), etc. 
 Segundo os autores, os estudantes demonstram certa ânsia e urgência para aquisição 
de novos conhecimentos através de o questionamento a seguir: “Como articular os conceitos e 
pressupostos teóricos, visto em sala de aula, e aplicá-los na prática vivenciadas 
cotidianamente em estágios ou ambiente de trabalho?”. 
 Para os autores, diante do papel de educadores, eles se sentem provocados com o 
questionamento retro citado.Então, partem para a busca de contribuições teórico-
metodológica da Psicologia Comunitária, do planejamento e execução de políticas sociais e 
fazem isso demonstrando um recorte da consultoria técnica em Psicologia Comunitária 
prestada à UNESCO, através do Programa de Prevenção da Violência entre Julho de 2009 a 
Julho de 2010. 
 No campo da saúde coletiva, as ações de política de prevenção à violência são vistas 
como importante enfrentamentos das violências em comunidade vulneráveis. 
 Rodrigues e Sarriera não especificam e nem classificam os tipos de violência, mas 
apresentam um conceito que abrange as violências de forma geral. 
 Eles citam Minayo e Souza (1997-1998, p. 8) para reforçar o caráter multicausal desse 
fenômeno. 
[...] a violência se aplica tanto às estruturas organizadas e institucionalizadas 
da família como aos sistemas econômicos, culturais e políticos que 
conduzem à opressão de grupos, classes, nações e indivíduos, aos quais são 
negadas conquistas da sociedade, tornando-os mais vulneráveis que outros 
ao sofrimento e à morte. 
 
 Os autores apostam em novos modelos de ação social pautados na valorização de 
ações em nível local, na participação e no protagonismo de seus moradores. Acreditam ainda 
que o apoio de parcerias público-privadas, a participação ativa do terceiro setor (sociedade 
civil organizada), a autogestão e descentralização de ações, a criação de conselhos e comitês 
de gestão (para promover participação ativa de comunidade), são as marcantes características 
desse novo modelo. Rodrigues e Sarriera percebem a violência como problema de saúde 
pública. 
O Programa de Prevenção da Violência foi lançado em 2007 no Estado do Rio Grande 
do Sul através da Coordenação da Secretaria Estadual de Saúde, pautado na proposta de um 
trabalho de caráter preventivo. 
Inicialmente foram 5 municípios-piloto com índices significativos de morte por causas 
externas. Em 2009, esse número subiu para 45 municípios atendidos pelo trabalho direto de 
consultoria prestada aos gestores municipais, que compreendia: gestores públicos e técnicos 
das áreas de Segurança Pública, Saúde, Educação, Assistência Social e outros. A meta era a 
construção de um Diagnóstico Situacional da Violência nos municípios em questão, seguido 
de um Plano de Ação para o enfrentamento das violências detectadas pelo diagnóstico. 
Os autores apresentam então, um recorte do processo de capacitação dos gestores sob 
a perspectiva da Psicologia Comunitária, entendida neste contexto como “Intervenção 
Psicossocial” conforme Sarriera (2009, p. 17): “um tipo de intervenção cujo foco e conteúdo 
são as relações interpessoais, a construção de redes de apoio, a coesão, as lideranças, as 
crenças, as representações sociais”. 
 É imprescindível, segundo os autores, um adequado planejamento para que sejam 
estabelecidos parâmetros claros para a ação. De igual forma, objetivos e metas realísticos. 
 O planejamento deve possuir sustentação teórico-conceitual aliado ao conhecimento 
da realidade da comunidade envolvida. Ou seja: sua história, seus costumes, seu cotidiano, 
evolução, cultura etc. 
Logo, a 1ª Etapa de planejamento é o levantamento e análise das necessidades a serem 
enfrentadas. Por isso, para o diagnóstico inicial deve ser considerado segundo Sarriera (2010, 
p. 142): “Quais problemas (conflitos, dificuldades) afligem essa comunidade? Que 
necessidades são sentidas, percebidas, inferidas por essa população? Quais recursos institucio-
nais, pessoais, redes dispõem para a solução desses problemas e necessidades?”. 
Para efetivar essa ação, os autores optaram pela adoção do Método de Planejamento 
Estratégico situacional (PES) que foi criado pelo chileno Carlos Matus (1997). Segundo esse 
autor, “o diagnóstico de uma situação é a base para a definição das ações em um plano 
estratégico ou de ação.” 
O PES possui enfoque participativo e eminentemente estratégico e, por isso, essencial 
para a avaliação de um quadro ou processo social. 
Para Matus (1997), de acordo com os autores do artigo, o foco de uma ação estratégica 
implica em “planejar para construir viabilidade”, mantém-se a atenção no que é mais 
importante para atingir os objetivos traçados. Daí a importância do planejamento. 
E sob o ponto de vista da Psicologia Comunitária, estar embasado numa teoria aliada a 
uma metodologia que aponta objetivos e metas com clareza vai permitir superar um dos 
grandes entraves que vem dificultando a eficácia das intervenções em comunidades, a saber: a 
incoerência entre o pensar e o fazer, o uso frequente da “metodologia do ensaio-erro ou da 
intuição profissional” (SARRIERA, 2010, p. 27). 
Segundo os autores, na concepção de Rolim (2008), o Brasil é considerado um país 
violento, porém, eles fazem uma crítica à inconsistência nas elaborações dos registros que são 
feitos na maioria das vezes através dos Boletins de Ocorrência Policial, tamponando assim as 
amplas taxas de subnotificações de violência. O que traz uma imagem equivocada do real 
problema da violência. E ainda uma outra crítica é feita e ela diz respeito à falta de 
padronização dos registros, pois não há diálogo entre as bases de dados coletados nas 
diferentes agências. 
Em virtude dessa dificuldade, os autores buscaram “outro paradigma” para a produção 
do diagnóstico sobre a violência, pautado na orientação de Freitas (1998) que vê importância 
da associação de métodos quantitativos e qualitativos na elaboração do diagnóstico, e a 
participação da comunidade nesse processo. 
Assim, o modelo de diagnóstico com o qual os gestores foram capacitados, constitui-
se de duas etapas: 
→ Um levantamento quantitativo a partir de coleta e análise de dados estatísticos de 
notificações diversas de violência através dos hospitais, escolas, polícia de trânsito e urbana, 
etc. 
→ Um levantamento qualitativo, coleta de informação junto à comunidade local. 
 
 Eles apostam no Processo de Capacitação (descrição da Proposta Teórico-
Metodológica), que nada mais é do que o fortalecimento dos grupos de profissionais com o 
intuito de construírem juntos, ações para a resolução de problemas e transformações 
almejadas. Consiste numa ação organizada onde vão: 
[...] esclarecer, acolher, sensibilizar e envolver as equipes (...) quanto maior 
o envolvimento das equipes no processo de formação, maior será seu 
comprometimento com a ação em busca da transformação (...) mudar 
envolve rever a cultura, os valores, os hábitos e as rotinas previamente 
estabelecidas (NOLETO, 2008, p. 65). 
 
 O processo de capacitação desenvolvido pelos autores ocorreu através de duas 
reuniões semanais, com 3h de duração e composta por 12 membros (diversas áreas). Os 
objetivos foram delineados em: 
Orientar os gestores quanto aos meios e fontes disponíveis para o le-
vantamento de dados e registros de violência acerca da comunidade; 
instrumentalizar os profissionais para a intervenção comunitária, tendo em 
vista a construção conjunta do diagnóstico situacional da violência; 
desenvolver discussões acerca da problemática da violência; desmistificar 
preconceitos e representações negativas acerca dos moradores de 
comunidades vulneráveis; estimular a operacionalização de uma rede 
municipal voltada à prevenção da violência. 
 
 Assim tiveram como Procedimentos: 
 
1º Etapa: Levantamento de Dados Quantitativos 
 
→ Instrumentalizar os participantes para a construção do Diagnóstico Situacional da 
violência. 
→ Orientar ONDE e COMO coletarem os dados referentes à caracterização da comunidade. 
→ Participação dos gestores na “Dinâmica dos rótulos”, que visa mostrar aos participantes a 
dificuldade de se trabalhar em um grupo no qual os membros se encontram previamente 
“rotulados”. Com a aplicação dessa dinâmica, pode-se salientar que: “o fato de “rotular” as 
comunidades ou seus moradores como violentos ou perigosos, poderia impedir a observação 
de suas reais características e potencialidades,dificultando assim a elaboração de um 
diagnóstico adequado acerca do problema.” 
 Assim, os autores na fala de Ximenes; Paula e Barros (2009), dizem que “a 
problematização de leituras estigmatizantes dos contextos comunitários e a busca por 
consolidar políticas assentadas na noção de direitos sociais são consideradas compromissos 
fundamentais dos profissionais da Psicologia Comunitária”. 
 
2ª Etapa: Levantamento de Dados Qualitativos (Oficina de Definição de Demandas, junto à 
comunidade). 
 
→ Instrumentalizar os gestores para, junto à comunidade, realizar uma oficina de Definição 
de Demandas. 
 Essa experiência produziu, em conjunto com a comunidade, um Plano de Ação para o 
enfrentamento de violência. 
→ Foram desenvolvidas três atividades: 
 
Atividade 1: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. 
Levantamento de história da comunidade. Promoção de “gincana” – fatos e 
histórias significativas de violência na comunidade. 
 
Atividade 2: Que comunidade temos? 
Levantamento de aspectos da história local: projetos, programas, equipamentos 
esportivos e culturais existentes. 
 
Atividade 3: Que comunidade queremos? 
Enfrentamento da violência e melhoria do bem estar e qualidade de vida local 
(com divisão de faixa etária). 
 
 Em suas considerações finais os autores vão dizer que a capacitação descrita no artigo, 
constituiu-se num espaço de ação/reflexão aos gestores e técnicos no Programa que traz metas 
ambiciosas, como o estabelecer práticas de prevenção à violência por meio do fortalecimento 
e empoderamento comunitário, após realizado um mapeamento das potencialidades e 
vulnerabilidades das comunidades em questões. 
Os autores utilizam a fala de Vasconcelos (2004) para trazer luz sobre esse conceito 
reafirmando que o “empoderamento local contribui para o surgimento de um tecido social 
fortalecido pelas interações que promovem e essencialmente conferem ‘poder’ aos atores 
sociais envolvidos”. E ainda complementam com Montero (2010) que diz: 
[...] por meio do processo de fortalecimento comunitário (que ocorre através 
da discussão e reflexão sobre os problemas, a capacitação para a 
organização, a participação, liderança, entre outros processos) que seus 
membros desenvolvem as capacidades e recursos imprescindíveis para que 
possam efetivamente assumir o controle sobre suas próprias circunstâncias. 
 
Como resultados Rodrigues e Sarriera vão dizer que, baseados nos formulários de 
avaliação respondidos, os encontros de capacitação contribuíram para a construção de um 
olhar mais crítico e menos estigmatizado acerca do problema da violência comunitária. A 
reflexão conjunta entre gestores da segurança, saúde, educação, entre outros, tornou possível à 
identificação dos fatores da violência comunitária. 
Segundo os autores a articulação entre teoria e prática constitui-se num dos pilares 
fundamentais da psicologia comunitária, tanto no que se refere à execução de projetos e 
políticas públicas, quanto ao fortalecimento comunitário. E chama a atenção para o “dogma 
do distanciamento” a fim de que seja superado e, dessa forma, tornar-se mais efetivas e 
eficazes as ações e as intervenções. 
Rodrigues e Sarriera dizem que o conhecimento teórico é uma condição tão necessária 
quanto fundamental, mas não suficiente para produzir as transformações nos campos das 
políticas públicas e sociais que tanto almejam os profissionais e estudantes das áreas já 
citadas. É necessária a apresentação de estratégias bem delineadas para diminuir o aparente 
distanciamento entre o que se aprende e o que se faz; entre o que se planeja e o que 
efetivamente se realiza no dia a dia. Esse é o grande desafio para todos profissionais, 
educandos e educadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 Aumento do poder e da autonomia pessoal e coletiva de indivíduos e grupos sociais nas relações interpessoais e 
institucionais, principalmente daqueles submetidos às relações de opressão, discriminação e dominação social. 
Crítica 
 
Os estudos desses artigos foram fundamentais para assentar e esclarecer a real 
intenção da Política de Redução de Danos, já disseminada também em outros países. 
O primeiro artigo trouxe luz através do viés histórico conceitual desfazendo os 'nós' 
emaranhados ao longo da tentativa da implementação dessa política. 
O artigo seguinte, que aborda uma experiência de capacitação de gestores, orientou o 
como atuar com o público envolvido em qualquer tipo de violência, entre eles, 
implicitamente, o uso abusivo de álcool ou outras drogas. Embora os autores não mencionam 
essa e nem qualquer outra forma de violência explicitamente, a mensagem do artigo alcança 
qualquer que seja sua natureza. E sendo o enfoque dessa disciplina a questão das drogas, basta 
inseri-la no contexto do artigo. 
No demais, sinceramente, achei essa disciplina uma das mais ricas e bem ministradas 
do curso. Ela teve o poder de desmistificar um conceito pré-concebido e equivocado dessa 
política. Acredito que o vasto conhecimento e a equilibrada experiência do professor teve aqui 
um papel preponderante nisso. Logo, o parabenizo pela belíssima contribuição à minha 
formação. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
FONSECA, Elize Massard da; BASTOS, Francisco Inácio. POLÍTICAS DE REDUÇÃO DE 
DANOS EM PERSPECTIVA: Comparando as Experiências Americana, Britânica e 
Brasileira. In: Acselrad G. 2. ed. Avessos do Prazer: Drogas, AIDS e Direitos Humanos. Rio 
de Janeiro: Ed. FIOCRUZ, 2005. 
 
 
RODRIGUES, Anelise Lopes; SARRIERA, Jorge Castellá. Capacitação de Gestores em 
Programa de Prevenção da Violência Comunitária. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/fractal/v27n2/1984-0292-fractal-27-2-0145.pdf Acesso em: 22 mar. 
2016.

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