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Psicopatologia I 1_2020 
Profª Marilene Camerot 
Unidade 1 Encontro 4 
Atividade Entrevista 
 
Leia a entrevista abaixo e estabeleça uma relação com o Capítulo 9 do livro de 
Dalgalarrondo (2019). 
 
“Uma mulher de 30 anos chega a um serviço de saúde mental acompanhada do 
marido solicitando atendimento. Na recepção o marido relata estar com muitas 
dificuldades com alguns comportamentos da esposa e pede ajuda. Ela apresenta-se 
inquieta e pouco disponível ao contato. É feita a ficha de primeiro atendimento e 
encaminhada ao plantonista do horário que realiza a seguinte entrevista: (E = 
entrevistador; P = paciente) 
 
E – R. pode entrar. Sente-se. Por que você veio a este serviço? 
P – Não sei. Quem é você? Eu que pergunto o que faço aqui? 
E – Você não sabe o que faz aqui? 
P – Você é casado? É bem bonito. 
E – Por que você quer saber isso? 
P – Você tem filhos? Costuma sair a que horas daqui? 
E - Não quero falar de mim e sim de você, portanto responda às perguntas. Por que 
nos procurou? 
P – Eu nem sei. 
E – E se você não sabe, quem sabe? 
P – Começa a ficar irritada, responde de forma hostil e quer sair da sala. 
E – Você não pode sair, vamos tentar conversar e descobrir como podemos ajudá-
la, pois algo a fez vir até aqui. 
P- Não dá mais e sai da sala. 
Fica impossível continuar a entrevista. 
Paciente fica exaltada e acelerada e outros profissionais da instituição intervêm e 
dão continuidade ao atendimento incluindo o marido no acolhimento”. 
 
 
1. Quais considerações podem ser feitas sobre entrevistador e entrevistado? 
Resp.: 
O entrevistador não se mostrou acolhedor e capaz de manejo quanto à 
entrevista – faltou habilidade e disposição; a paciente não está colaborativa e, 
parece, não ter noção sobre o que está acontecendo com ela, além de dar 
indícios de estar se insinuando para o entrevistado ao perguntar sobre sua 
vida pessoal e que horas sai do trabalho. 
Conforme Dalgalarrondo (2019), a técnica e a habilidade de condução da 
entrevista são atributos fundamentais para os profissionais da saúde mental. A 
técnica e habilidade estão relacionadas entre outras coisas à sensibilidade do 
entrevistador nas relações com as pessoas. Nesta situação descrita, não 
parece que o entrevistador tenha usado de sua sensibilidade. 
 
2. O que houve de adequado e de inadequado na atitude do entrevistador? 
Resp.: Não é possível identificar nada de adequado, além de pedir para entrar e 
sentar. 
Quanto a inadequação do entrevistador destaca-se: não considerou a forma 
como a paciente chegou na recepção (no relato não há informações que 
esclareçam se ele procurou saber como ela chegou e com quem), não se 
apresentou, não falou sobre a instituição nem o objetivo da entrevista. Não 
houve cuidado quanto a estabelecer um clima de segurança e mais confortável 
indo direto a pergunta “Por que você veio a este serviço?”. (Não demonstrou 
[...] capacidade de estabelecer uma relação ao mesmo tempo empática e 
tecnicamente útil para prática clínica) (p. 45). 
Reagiu de forma hostil às investidas (“Não quero falar de mim e sim de você, 
portanto responda às perguntas.”) da paciente sem levar em consideração a 
condição psíquica desta. Ou seja, referenciando-me no capítulo 9 da indicação 
no enunciado o profissional precisa ter [...] certa têmpera e habilidade para 
estabelecer limites aos pacientes invasivos [...] (p.45). Ainda, deve adequar-se 
à personalidade e estado psíquico do paciente, é assim que conseguirá 
conduzir de forma adequada e produtiva a entrevista, há no capítulo até regras 
de forma de condução. 
Foi agressivo ao afirmar: “E se você não sabe, quem sabe?”; “Você não vai 
sair”. De forma geral, foi ríspido, hostil, pouco disponível para ouvir e observar 
a paciente e sua condição. 
A condução inadequada, por fim, fez com que a paciente saísse da sala e 
outros profissionais tiveram que dar continuidade. 
 
3. Quanto à paciente é possível identificar aspectos de seu estado mental, 
emocional, e de personalidade que podem servir de referência para 
estabelecer uma boa relação na primeira entrevista? 
Resp.: A paciente não foi espontaneamente ao serviço de saúde mental sendo 
levada pelo marido. Não parecia colaborativa e nem atenta ao que estava 
acontecendo com ela, aliás, a impressão é que estava sem crítica quanto ao 
seu próprio estado psíquico. Estava inquieta e no contato com o entrevistador 
mostrou-se disfórica logo no início ao dizer “Não sei. Quem é você? Eu que 
pergunto o que faço aqui?”. Quanto às investidas com relação ao 
entrevistador – “Você é bonito, é casado, tem filhos que horas sai” – talvez 
indique que ela estava desinibida social e sexualmente, ou seja, inadequada, 
sem muita noção de limite e regras de convívio. 
A pergunta diante disso é: Será que podemos dizer que, considerando essas 
observações, seria possível o entrevistador ir adequando a entrevista à 
paciente com o intuito de ter uma atitude facilitadora de contato? 
Imagino que sim, um início diferente poderia ter levado a outro resultado. 
 
4. Como você iniciaria e conduziria essa entrevista pensando nas informações 
que precisa e nos efeitos terapêuticos que ela pode produzir? 
Resp.: Sugestão – Primeiramente, saber na recepção como a paciente chegou 
e qual era queixa declarada. Depois tentaria contato com a paciente 
individualmente, apresentando-me, explicando onde estava e por que estava 
conversando com ela. Tentaria perguntar sobre dados sociodemográficos, por 
serem mais neutros e iria adequando o tom de voz, postura, tipo de pergunta à 
forma como a paciente se manifestasse tanto verbalmente como sua 
expressão comportamental e corporal. 
Em momento que considerasse mais adequado de acordo com as reações da 
paciente falaria sobre o marido e a necessidade de conversar com ele também. 
Não há como saber se daria certo e se o resultado da entrevista seria 
produtivo, trabalhamos aqui em uma situação hipotética.

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