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As patologias cervicais são divididas em lesões cariosas e não cariosas, cuja ocorrência gera perda irreversível da estrutura dentária. Lesões cariosas: são originadas por processos que envolvem microrganismos. Lesões não cariosas: possuem causa etiológica multifatorial e não bacteriana, sendo representada pela perda de tecido dentário duro, podendo ser classificado em: └ Abfração └ Erosão └ Abrasão As LCNC são consideradas multifatoriais, devido a interação entre fatores endógenas e exógenas para formar essas lesões. FATORES EXÓGENOS Técnica de escovação incorreta e excessiva, com carga de força elevada; Hábitos alimentares; Trauma oclusal; Procedimentos clínicos e iatrôgenos (tratamento ortodôntico, cirurgias periodontais, retração gengival e desgaste dentário). FATORES ENDÔGENOS Defeitos na junção cemento/esmalte; Defeitos na formação dentária; Doenças periodontais; Doenças sistêmicas (bulimia, anorexia, hipertireodismo, distúrbios gástricos). Os dentes superiores são os mais afetados: └ 1º Pré-molar > Molares > 2º Pré-molar e caninos > Incisivos. Em relação aos dentes inferiores: └ Pré-molares > Molares > Caninos > Incisivos. Anamnese detalhada e exame visual e tátil. Falhas na detecção: └ Aumento da retenção de placa bacteriana; └ Perda continuada e enfraquecimento da estrutura dental; └ Comprometimento da estética e sensibilidade dental; └ Necessidade de tratamento endodôntico ou perda do dente; └ Ocorrência de novas lesões em outros dentes. É importante reconhecer a lesão em estágio inicial, para que se identifique os fatores causais relacionados e realizado um tratamento efetivo, prevenindo a evolução do quadro ou o aparecimento de novas lesões. É definida como a perda de substância dentária por processos químicos (exposição ácida) sem o envolvimento de bactérias. O ataque ácido conduz a uma perda irreversível do tecido duro dental, que é acompanhado por um amolecimento progressivo da superfície. CLASSIFICAÇÃO Erosão Extrínseca: └ Resultado da ação de ácido exógenos, provenientes da dieta. └ Incluem alimentos, bebidas ácidas (refrigerantes, sucos cítricos, isotônicos e chás), medicamentos. └ Ocorrem mais na face vestibular. Erosão Intrínseca: └ Resultado da ação de ácidos endógenos, principalmente relacionado ao ácido gástrico, proveniente do estomago. └ Incluem vômitos, anorexia nervosa, bulimia e problemas gastroesofágicos, gravidez, alcoolismo, xerostomia**. └ Ocorre mais na face lingual e palatina dos dentes, podendo também ocorrer na face incisal e oclusal dos dentes. Erosão Idiopática: └ Resultado da ação de ácidos de origem desconhecida, isto é, um patologia semelhante à erosão, em que os testes nem a anamnese são capazes de oferecer um explicação etiológica. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Lesão ampla, sem bordas definidas Não ultrapassa a gengiva marginal; Generalizada; O esmalte erosionado mostra-se sem brilho, fosco, com degraus e concavidades. Exposição da dentina; Sensibilidade; Incisivos encurtados; Concavidades dentinárias; Exposição pulpar; Restaurações salientes. As cúspides encontram-se arredondadas e algumas concavidades alcançam a dentina. ETIOLOGIA Fatores biológicos: saliva (fluxo/capacidade tampão), movimento do tecido mole, anatomia e estrutura dentária; Fatores químicos: pH, capacidade tampão, tipo de ácido, adesão; Ca, P e F. Fatores comportamentais: escovação, alimentação, regurgitação e vómitos, drogas, trabalho, ingestão de bebidas. MECANISMO DA EROSÃO No ataque ácido, a concentração de H+ é elevada, atraindo os íons CaPOOH do dente, de dentro para fora. O processo se inicia com a desmineralização das camadas superficiais do esmalte, podendo evoluir para uma perda considerável de estrutura dental. No esmalte o pH crítico para desmineralização é 5,5, enquanto que na dentina é 4,5. OBS: o mecanismo para medir o grau de desmineralização de uma bebida ou alimento, é realizado um teste chamado “perda de dureza”; nesse teste é verificado que uma das bebidas mais críticas é o suco de laranja e o vinagre, enquanto que o iogurte apresenta poder de remineralização. DIAGNÓSTICO – ANAMNESE: Pesquisar e analisar hábitos alimentares e ocorrência de distúrbios gástricos; Pesquisar usos de drogas e/ou radioterapia; Pesquisar disfunção de glândulas salivares; Pesquisar e analisar hábitos de higiene oral; Pesquisar exposição profissional e ambientes ácidos. PREVENÇÃO E TRATAMETO Remoção dos fatores causais. Diminuir a frequência e severidade do desafio ácido; Aumentar a defesa do organismo: saliva artificial ou induzida por goma de mascar; Aumentar a resistência ácida, remineralização e endurecimento: uso de fluoretos. Aumentar a proteção química; Diminuir as forças abrasivas da escovação; Proteção mecânica: restauração. Monitoramento. São definidas como o desgaste patológico dos tecidos duros dentais por forças mecânicas não relacionadas com a oclusão, que envolvem substâncias ou objetos estranhos introduzidos repetidamente na boca e que entram em contato com os dentes. Acontece quando uma superfície áspera e dura desliza ao longo de uma superfície com um menor grau de dureza, cortando-a ou sulcando-a na forma de uma série de ranhuras. FATORES ETIOLÓGICOS Escovação excessiva: └ Principal causa de abrasão, que é aumentada pelo uso de dentifrício abrasivo. └ Relacionado a técnica, frequência e tempo de escovação. └ O tipo e a dureza da escova também influencia na ocorrência de abrasão. Dentifrícios: └ Quantidade, tamanho e abrasividade das partículas. Associadas à raspagem e curetagem periodontal. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Superfície dura, com lesão rasa, altamente polida e lisa. Contorno regular, com aspecto de pires. Ocorrência maior na face vestibular, podendo ocorrer em dentes contíguos decorrente da escovação. Em dentes proeminentes, como caninos e pré- molares, ocorre um maior grau de perda de estrutura dentária. OBS: a erosão e abrasão podem ser fatores associados da LCNC, podendo ocorrer quando se há o ataque ácido próximo ao tempo da escovação com força excessiva. TRATAMENTO A conduta básica é a orientação quanto ao uso correto da escova dental e a escolha de um dentifrício pouco abrasivo; Em casos de sensibilidade: aplicação de agentes dessensibilizantes, com laserterapia ou a confecção de restaurações. Perda de estrutura dentária oriunda de forças oclusais traumáticas que provocam flexões dentais, promovendo alterações do esmalte, dentina e cemento, distantes do local do trauma de oclusão. ETIOLOGIA Multifatorial: uma vez que esse esforço excessivo pode originar-se de interferências oclusais, do apertamento ou até mesmo de esforço mastigatório, principalmente quando forças oclusais excêntricas são introduzidas. Forças parafuncionais em áreas em que ocorrem interferências podem proporcionar a um ou mais dentes fortes esforços tensionais, compressivos ou de cisalhamento; Essas forças se concentram na junção cemento-esmalte, promovendo microfraturas nesse tecido, através das quais moléculas de saliva e água penetram, tornando a região suscetível ao efeito solubilizador de ácidos e efeito abrasivo da escovação; Com o tempo, as microfraturas evoluem perpendicularmente ao longo eixo dos dentes sob pressão até o esmalte e a dentina serem “fraturados”, culminando com defeitos em forma de cunha com bordas afiadas. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Destruição profunda em dentina Lesão em forma de cunha com margens definidas; Localizada; Ocorrência tanto na face vestibular quantolingual/palatina. Incidência maior em dentes inferiores TRATAMENTO Intervenção restauradora: correção oclusal através da eliminação das interferências oclusais. Remoção do fator causal: hábitos parafuncionais/traumáticos. Identificar os fatores etiológicos e controlá- los. Pode incluir o uso de dessensibilizantes e a restauração da lesão. OBS: recidivas podem ocorrer quando não se removidos os fatores etiológicos. QUANDO RESTAURAR? Lesão ativa Integrante dental ameaçado Risco de exposição pulpar Problema estético Hipersensibilidade Lesão cariosa associada 1. Profilaxia e seleção de cores; 2. Isolamento absoluto com auxílio de grampos retratores (212); 3. Aplicação do ácido e sistema adesivo; 4. Inserção de pequenos incrementos de resina pela técnica incremental, sendo colocado resina de esmalte apenas em lesões mais profundas. 5. Acabamento e polimento.
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