Direito Civil - Direitos da Personalidade

Prévia do material em texto

Direitos da 
Personalidade
Éttore de Lima
Rio Claro, 2019
O que são os Direitos da 
Personalidade?
Pessoa: ente físico ou coletivo suscetível de direitos e
obrigações, sendo sinônimo de sujeito de direito.
Sujeito de direito: quem tem um dever jurídico, uma
titularidade jurídica ou uma pretensão, que é o
poder de fazer valer, por meio de uma ação, o não
cumprimento de um dever jurídico, ou melhor, o
poder de intervir na produção da decisão judicial.
O que são os Direitos da 
Personalidade?
Personalidade jurídica: aptidão genérica de adquirir
direitos e contrair obrigações.
“É conceito básico da ordem jurídica, que a estende a 
todos os homens, consagrando-a na legislação civil e nos 
direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade” 
(DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1: teoria geral do direito civil. São Paulo: Saraiva,
2014).
Capacidade jurídica: medida jurídica da personalidade
ou, em outras palavras, manifestação do poder de agir
implícito no conceito de personalidade.
O que são os Direitos da 
Personalidade?
O homem adquire direitos e
obrigações com a finalidade de
satisfazer suas necessidades nas
relações sociais. É um sujeito ativo
e passivo nas relações jurídico-
econômicas.
• Personalidade: conjunto de
caracteres próprios da pessoa.
Não são direitos, mas subsidiam
os direitos de personalidade. É o
objeto desse tipo de direito.
O que são os Direitos da 
Personalidade?
• Direitos de personalidade: direitos da pessoa de defender o que
lhe é próprio – identidade, liberdade, sociabilidade, reputação,
honra, autoria, etc. São direitos comuns à existência, direitos que
a natureza deu ao homem.
Ex: vida – não é uma concessão estatal; é um bem
anterior ao direito que a norma jurídica deve
respeitar.
• Direitos destinados a exigir um comportamento negativo do
outros, protegendo um bem inato, valendo-se de ação judicial.
• São tutelados por cláusulas pétreas constitucionais.
• Em D. Int = Direitos Humanos; em D. Const = Direitos
fundamentais.
O que são os Direitos da 
Personalidade?
• Tipos de direitos da personalidade:
• 1) integridade física: vida; alimentos;
próprio corpo vivo ou morte; corpo
alheio vivo ou morto; partes separadas
do corpo vivo ou morto;
• 2) integridade intelectual: liberdade de
pensamento; autoria científica, artística,
literária;
• 3) integridade moral: liberdade civil,
política e religiosa; honra; segredo
pessoal, doméstico e profissional;
identidade pessoal, familiar e social.
• OBS: não são direitos patrimoniais.
* Corpo, Mente e Espírito –
Filosofia Grega e outras.
O que são os Direitos da 
Personalidade?
• Código Civil: capitulo II (arts. 11 ao 21) - disposição do
próprio corpo; direito ao nome; direito de imagem e vida
privada.
• Pouco desenvolvimento sobre os direitos da personalidade;
• Não há enumeração taxativa (evolução tecnológica – ex:
direito ao patrimônio genético);
• Desenvolvimento do tema pela jurisprudência e doutrina.
Características
1) Absolutos: oponíveis erga omnes (dever geral de abstenção);
2) Extrapatrimoniais: insuscetíveis, a princípio, de aferição
econômica;
3) Intransmissíveis: não podem ser transferidos à esfera jurídica
de outrem – nascem e morrem com seu titular;
4) Indisponíveis: insuscetíveis, a princípio, de serem disponíveis.
São os direitos dos quais a pessoa não pode abrir mão, como o
direito à vida, à liberdade, à saúde e à dignidade. Por exemplo:
uma pessoa não pode vender um órgão do seu corpo, embora
ele lhe pertença.
Exceção: exploração de imagem de pessoa famosa;
estampar imagem em documentos de identidade;
doação de órgãos para situações altruísticas ou
terapêuticas. Logo, alguns direitos da personalidade
poderão ser objeto de contrato.
Características
5) Irrenunciáveis: regra geral de impossibilidade de abandonar,
dispensar, “abrir mão” desses direitos.
6) Impenhoráveis: não são suscetíveis de penhora.
7) Imprescritíveis: não se extinguem pela inércia no seu exercício;
6) Inexpropriáveis: não podem ser retirados da pessoa enquanto
ela viver por dizerem respeito à qualidade humana;
7) Vitalícios: terminam, em regra, com o óbito do seu titular, mas
certos direitos sobrevivem (ex: direito de imagem do morto, direito
moral do autor, etc.).
8) Ilimitados: é impossível imaginar um número fechado de direitos
da personalidade, não se extinguindo aos que foram arrolados
normativamente.
9) Limitáveis: o Estado pode limita-los.