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Por que não existiram grandes mulheres artistas

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Produções Didáticas 
 
 
 
 
 
AAASSS MMMUUULLLHHHEEERRREEESSS EEE SSSEEEUUU 
AAAPPPAAAGGGAAAMMMEEENNNTTTOOO NNNAAASSS 
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AUTOR 
Augusto Henrique Lopes da Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor 
Augusto Henrique Lopes da Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maio de 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
O APAGAMENTO DAS MULHERES NA ARTE 
REFERÊNCIA 
SUMÁRIO 
 
 
 
Você já parou para pensar no quanto as mulheres foram e ainda 
podem ser invisibilizadas nos circuitos de artes? 
 
 
 
 
Este material é um resumo do artigo “Por que não houve grandes mulheres artistas?”, de 
Linda Nochlin que foi publicado originalmente em 1971 na revista ARTnews. O texto é 
considerado um clássico para os debates e discussões sobre arte e feminismo, após 45 anos 
ainda se mantém atual. 
Apresentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Por que não houve grandes mulheres artistas?”. Essa pergunta reverbera em tom 
repreensivo na maioria das discussões sobre a tal questão feminina. (NOCHLIN, p. 
3) Essas tentativas, se comprometidas com o ponto de vista feminista, como no 
ambicioso artigo sobre mulheres artistas de 1858 da Westminster Review, ou nos 
mais recentes trabalhos acadêmicos sobre artistas como Angelika Kauffmann e 
Artemisia Gentileschi são, certamente, esforços válidos para somar conhecimento 
sobre as conquistas femininas e para a história da arte em geral. (NOCHLIN, p. 4) 
Enquanto os membros da Escola do Danúbio, os seguidores de Caravaggio, os 
pintores reunidos ao redor de Gauguin em Pont-Aven, os Cavaleiro Azul ou os 
cubistas são reconhecidos por qualidades estilísticas e expressivas claramente 
definidas, não é igualmente comum que qualidades de feminilidade reúnam os 
estilos de mulheres artistas em geral.(NOCHLIN, p. 5) Em todas as instâncias, 
mulheres artistas e escritoras parecem estar mais perto de outros artistas e 
escritores de seu próprio período e perspectiva do que de las mesmas. (NOCHLIN, 
p. 6) 
O problema está não tanto no conceito de algumas feministas sobre o que seria a 
feminilidade mas, certamente, na equivocada concepção compartilhada com o 
senso comum do que seria arte: a ingênua ideia de que arte é a expressão 
individual de uma experiência emocional, a tradução da vida pessoal em termos 
visuais. A arte quase sempre não é isso; a grande arte nunca o é. (NOCHLIN, p. 7) 
Se existisse um grande número de mulheres artistas escondidas, ou se 
deveríamos ter diferentes padrões para a arte das mulheres em oposição à arte 
dos homens – e não se pode ter os dois – então pelo o que estariam lutando as 
feminis tas? Se as mulheres de fato tivessem alcançado o mesmo status que os 
homens na arte, então o status quo estaria bem. (NOCHLIN, p. 8) 
A culpa não está nos astros, em nossos hormônios, nos nossos ciclos menstruais 
ou em nosso vazio interior, mas sim em nossas instituições e em nossa educação, 
entendida como tudo o que acontece no momento que entramos nesse mundo 
 
 
O apagamento das mulheres na arte 
 
 
 
 
cheio de significados, símbolos, signos e sinais. É somente quando começamos a 
pensar nas implicações da pergunta “Por que não houve grandes mulheres 
artistas?” que começamos a perceber que a extensão da nossa percepção de 
como as coisas são no mundo está condicionada e frequentemente deturpada pela 
forma como enunciamos as questões. (NOCHLIN, p. 9) 
Desta maneira, mulheres e sua situação nas artes, assim como em outras áreas 
empreendidas, não são uma questão a ser vista pelos olhos de uma elite 
dominante masculina. Em lugar disso, as mulheres devem se conceber 
potencialmente – se não efetivamente – como sujeitos iguais, e devem estar 
dispostas a olhar para os fatos de sua condição cara a cara, sem vitimização ou 
alienação. Ao mesmo tempo, devem ver sua situação com um alto grau de 
compromisso emocional e intelectual, necessário para criar um mundo no qual a 
igualdade de conquistas não seja apenas possível, mas ativamente encorajada 
pelas instituições sociais. (NOCHLIN, p. 10/11) 
Dessa maneira, a questão da igualdade das mulheres, na arte ou em qual quer 
outro campo, não recai sobre a relativa benevolência ou a má intenção de cer tos 
homens, ou sobre a autoconfiança ou “natureza desprezível” de certas mulheres, 
mas sim na natureza de nossas estruturas institucionais e na visão de realidade 
que estas impõem sobre os seres humanos que as integram. (NOCHLIN, p. 12) 
Enquanto a “questão feminina” talvez seja uma pseudo questão, as falsas 
concepções envolvidas na pergunta “Por que não houve grandes mulheres 
artistas?” apontam para áreas mais importantes onde existe um certo 
obscurantismo intelectual muito além das questões políticas e ideológicas 
específicas que envolvem a submissão da mulher. Estão contidas nessa pergunta 
muitas suposições ingênuas, distorcidas e não críticas sobre o fazer artístico em 
geral, assim como sobre o fazer da grande arte. (NOCHLIN, p. 13/14) 
Por trás da pergunta sobre a mulher como artista, encontramos o mito do Grande 
Artista, tema de milhares de teses: único, de comportamento divino desde seu 
nascimento, uma essência misteriosa, a última bolacha do pacote, chamado de 
Gênio ou Talento e, assim como o assassino, sempre vai encontrar saída, não 
 
 
 
 
importa o quão improváveis e infrutíferas sejam as circunstâncias. (NOCHLIN, p. 
15) 
O que se sobressai em todas essas histórias é a milagrosa, não determinada e 
aparente natureza associal das realizações artísticas, uma concepção 
semirreligiosa do papel do artista que é elevado à hagiografia no século XIX, 
quando historiadores, críticos de arte e, muitas vezes, os próprios artistas tendiam 
a elevar o fazer arte como um substituto à religião, o último baluarte dos valores 
elevados do mundo materialista. (NOCHLIN, p. 18) 
No que diz respeito à relação entre ocupação artística e classe social, um 
paradigma interessante para se pensar a pergunta “Por que não houve grandes 
mulheres artistas?” seria fornecido através da resposta à pergunta “Por que não 
houve grandes artistas oriundos da aristocracia?”. É possível pensar, pelo menos 
antes do anti tradicional século XIX, em algum artista que tenha aparecido das 
classes sociais mais elevadas que não a alta burguesia? (NOCHLIN, p. 21) 
É possível que a genialidade para a arte faltou à aristocracia da mesma for ma 
como faltou à psique feminina? Ou será talvez que o tipo de demanda e 
expectativa imposta tanto aos aristocratas como às mulheres, a quantidade de 
tempo exercendo outras funções sociais, fazia com que a devoção profissional 
plena à produção de arte estivesse completamente fora de questão para homens e 
mulheres, para além de um problema de gênio ou talento? (NOCHLIN, p. 22) 
A pergunta “Por que não houve grandes mulheres artistas?” nos leva à con clusão, 
até agora, de que a arte não é a atividade livre e autônoma de um indivíduo dotado 
de qualidades, influenciado por artistas anteriores e mais vagamente e su perficial 
ainda por “forças sociais”, mas sim que a situação total do fazer arte, tanto no 
desenvolvimento do artista como na natureza e qualidade do trabalho como arte, 
acontece em um contexto social, são elementos integrais dessa estrutura social e 
são mediados e determinados por instituições sociais específicas e definidas, 
sejam elas academias de arte, sistemas de mecenato, mitologias sobre o criador 
divino, artista como He-man ou como párias sociais. (NOCHLIN, p. 23/24)
 
 
 
 
 
1 . NOCHLIN, Linda. Por que não existiram grandes mulheres artistas. Disponível 
em: http://www.edicoesaurora.com/ensaios/Ensaio6.pdf. Acesso em 14/06/2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências

Outros materiais