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Fisiologia Respiratória

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Fisiologia Respiratória parte I
Northon Evangelho ATM 2024/01
Mecânica da Ventilação Pulmonar
A respiração normal em repouso depende basicamente da contração e relaxamento do diafragma. Porém, se necessário a caixa torácica pode atuar.
Na inspiração ocorre:
 * Contração Diafragmática
 * Contração dos músculos intercostais externos
 * Projeção das costelas para o horizonte aumentando o diâmetro anteroposterior. 
 * Esternocleidomastóideo; serráteis anteriores; escalenos. São músculos que atuam na inspiração forçada.
Na Expiração ocorre:
 * Relaxamento Diafragmático
 * Forças elásticas dos pulmões. Comprimi os pulmões e expulsa o ar. 
OBS: A expiração em condições normais de repouso é processo passivo. O corpo não gasta energia para expirar. Porém, em exercícios físicos ou situações patológicas a expiração deve se intensificar. Nesse caso, há a participação dos músculos intercostais internos e reto abdominal, tornando – se um processo ativo com gasto de energia.
Mecânica da Ventilação Pulmonar
GUYTON, 2011
Forças elásticas
De início deve – se entender que atuam nos pulmões forças que tendem a colapsá – lo (Ou seja, de fazer os pulmões “murchar”) que são as forças elásticas. 
Obs: Pensa que o pulmão é um balão de aniversário
Porém, os pulmões devem manter – se insuflados para permitir a inspiração e expiração. Logo, as pressões que atuam nele devem superar as forças elásticas.
As forças elásticas podem ser dividas em duas: 
 * Força elástica propriamente dita que se refere à natureza elástica do próprio tecido pulmonar;
 * Tensão Superficial.
A tensão superficial é diminuída pelo surfactante. 
Complacência Pulmonar
 É a quantidade de ar que os pulmões conseguem armazenar para cada aumento da pressão transpulmonar. Ou seja, é a quantidade de ar que o pulmão armazena; 
Em doenças como fibrose pulmonar, a complacência pulmonar está diminuída porque o pulmão não mais consegue se expandir para armazenar a mesma quantidade de ar.
GUYTON, 2011
Ventilação minuto
 Vm = Fr X Vc
Vm = Ventilação minuto. Valores normais em repouso: 6 l/min
Fr = Frequência Respiratória. Valores normais em repouso: 12 movimentos/min
Vc = Volume Corrente. Valores normais em repouso: 0,5 l.
Ventilação minuto refere – se a quantidade total de ar que é inspirado por minuto. Cerca de 6 l/min
OBS: Perceba que a ventilação minuto é análoga do débito cardíaco (quantidade de sangue ejetada para aorta por min). 
Espaço Morto
O espaço morto refere – se a quantidade de ar que não participa das trocas gasosas. Isso ocorre porque parte do ar inspirado atinge áreas que não tem função de trocas gasosas como nariz, faringe, traqueia. 
Existe dois tipos de espaço morto:
 *Espaço Morto anatômico: Refere – se a essas áreas do corpo que não tem função fisiológica de trocas gasosas. Ex: nariz, traqueia, faringe.
 * Espaço Morto fisiológico: Refere – se à alvéolos que tornaram – se disfuncionais (geralmente por condições patológicas) e que portanto, perderam a capacidade de realizar trocas gasosas
Volume do espaço morto em pessoa saudável é cerca de 150 ml. Ou seja, são 150 ml de ar que entram e saem da mesma maneira, porque não passaram pelas vias de trocas gasosas.
Ventilação Alveolar
Com o conceito de espaço morto percebe – se que dos 6 l de ar que entram por minuto, cerca de 150 ml não passam por trocas gasosas.
A ventilação alveolar leva em conta, então, apenas o ar que é efetivo para as trocas gasosas. Cerca de 4,2 l.
Va = Fr X Vc – Vm
Va = Ventilação Alveolar. Cerca de 4,2 l
Fr = Frequência Respiratória. Cerca de 12 movimento/min
Vc = Volume Corrente. Cerca de 0,5 l
Vm = Volume do Espaço Morto. Cerca de 180 ml nesse exemplo
Pressões que atuam na Dinâmica Respiratória Pulmonar
GUYTON, 2011
Pressões que atuam na Dinâmica Respiratória Pulmonar
Pressão Pleural: Refere – se à pressão do líquido pleural que está na cavidade pleural. No final da expiração, a pressão pleural é de -5 mmHg; na inspiração a pressão pleural cai pra – 7,5 mmHg.
Pressão Alveolar: Pressão dentro dos alvéolos. Essa pressão deve ser negativa para fazer os alvéolos puxar o ar. No final da expiração os alvéolos igualam sua pressão à pressão atmosférica de 0 mmHg. Na inspiração, a pressão alveolar cai para cerca de -1 mmHg para causar o influxo de ar. 
Obs: Em uma expiração forçada, a pressão alveolar pode muito bem passar de 0 mmHg, pois aí faz o ar sair com mais intensidade.
Pressão Transpulmonar: É a diferença entre a pressão alveolar e pressão pleural. Cerca de – 8,5 mmHg na inspiração e cerca de -6 mmHg na expiração normal. 
Obs: É essa pressão negativa que faz os pulmões “puxar” ar. Qualquer fator que aumenta a pressão pleural tende a fazer o pulmão colapsar (“murchar”). O colapso completo ocorre se a pressão transpulmonar subir para 0 mmHg ou mais. 
Difusão dos gases
Basicamente, difusão é o movimento aleatório das moléculas que tendem a passar da região mais concentrada para a região menos concentrada para atingir um equilíbrio.
Essa diferença de pressão entre duas regiões chama – se gradiente de pressão. 
O ar que respiramos é uma mistura de gases. Cada gás exerce uma pressão individual chamada de pressão parcial. A soma das pressões parciais de todos os gases na mistura forma a pressão efetiva. P. ex.: A pressão parcial do O2 (PO2) é de 160 mmHg e a pressão do N2 (PN2) é de 600 mmHg. Somando – se essas pressões parciais obtém – se 760 mmHg que é a pressão do ar atmosférico. 
Pressão Parcial dos gases dissolvidos em líquidos (sangue)
De início, é importante analisar os fatores que interferem na pressão parcial dos gases em líquidos
Pp = [ ]G/Cs
Pp = Pressão parcial do gás em análise.
[ ]G = Concentração do gás 
Cs = Coeficiente de solubilidade
Pela fórmula, quanto maior a concentração do gás maior a pressão que ele exerce. Afinal, quanto mais moléculas tem mais pressão deve exercer.
O Cs é inversamente proporcional à Pp porque se as moléculas se dissolvem elas não ficam disponíveis para se difundirem 
Pressão Parcial dos gases dissolvidos em líquidos (sangue)
Agora será analisada a intensidade da difusão dos gases nos líquidos.
D = VP X A X S/ d X raiz quadrada do PM
D = Difusão
VP = variação da pressão
A = área
S = Solubilidade
d = distância 
Raiz quadrada do PM = Raiz quadrado do peso molecular
Nessa fórmula, percebe – se que a difusão será maior tanto maior for o gradiente de pressão; maior for área de troca; maior for a solubilidade do gás. A distância de difusão e o peso do gás limitam a difusão.
Pressão Parcial dos gases dissolvidos em líquidos (sangue)
O que tem que saber dessa parte:
 * Entre o sangue nos capilares pulmonares e os alvéolos pulmonares: Ocorrerá difusão de 02 dos alvéolos para os capilares; os capilares difundirão Co2 para os pulmões. 
 *Entre o sangue nos capilares periféricos e os tecidos. Ocorrerá difusão de 02 dos capilares arteriais para os tecidos; os tecidos difundirão Co2 na extremidade venosa dos capilares.
OBS: A difusão do Co2 é muito mais rápida que do 02. Isso porque a solubilidade do C02 é maior e como vimos na última forma, a solubilidade é diretamente proporcional à intensidade de difusão.
 
P02 em função da Ventilação Alveolar
GUYTON, 2011
P02 em função da Ventilação Alveolar
Pela interpretação do gráfico:
 A intensidade de utilização de 02 em repouso é cerca de 250 ml/min com uma ventilação alveolar de 4,2 l/min e uma p02 de 104 mmHg.
 Em situações como exercício físico, o consumo de 02 pelos tecidos irá aumentar. Logo, haverá necessidade de mais 02. Para isso, a ventilação alveolar irá aumentar para captar mais 02.
 No gráfico, a absorção de 02 aumentou para 1000 ml/min e a ventilação alveolar aumentou para quase 20 l/min
 Porém, repare que a p02 se manteve em 104 mmHg – às custas de uma ventilação alveolar aumentada. As pressões parciais dos gases no corpo devem se manter constantes. Para isso, o corpo ajusta a ventilação alveolar conforme o necessário. A prioridade é manter as concentrações de gases o mais constante possível.
PC02 em funçãoda Ventilação Alveolar
GUYTON, 2011
PC02 em função da Ventilação Alveolar
Pela interpretação do gráfico:
 Em repouso, a liberação de C02 dos alvéolos para o ar é de 200 ml/min com uma ventilação alveolar de 4,2 l/min. A pC02 no sangue é de 40 mmHg. 
 No exercício físico, os tecidos passam a consumir mais 02 para fazer energia e também liberam mais C02 para o sangue. 
 Então, para evitar acúmulo de C02 no sangue, o corpo acha um jeito de eliminar essa alta quantidade de C02 sanguíneo por meio do aumento da ventilação alveolar. 
 No gráfico, a ventilação alveolar subiu para cerca de 20 l/min para aumentar a excreção do excesso de C02. A pC02 no sangue se manteve em cerca de 40 mmHg.
Membrana Respiratória 
A membrana respiratória é formada por um conjunto de unidades respiratórias.
Uma unidade respiratória é composta por bronquíolo respiratório, sacos alveolares e alvéolos. Em termos gerais, são as regiões onde de fato acontecerá as trocas gasosas, isto é, a porção respiratória.
É na membrana respiratória que ocorrerá a difusão de gases – oxigênio e gás carbônico.
Nos alvéolos a concentração de 02 é maior que nos capilares pulmonares. Logo, pela lógica da difusão, o O2 se difundirá para os capilares.
Nos capilares, a concentração de C02 é maior. Logo, o C02 se difundirá para os alvéolos e desses, será eliminado pela respiração.
Membrana Respiratória
GUYTON, 2011
Membrana Respiratória
É preciso lembrar da fórmula da difusão dos gases:
D = VP X A X S/ d X raiz quadrada do PM
 Quanto maior for a diferença de pressão de um gás entre os alvéolos e os capilares pulmonares, maior será a taxa de difusão. E lembre – se que a difusão ocorrerá do lado mais concentrado para o menos concentrado;
 Quanto maior for a área de troca, mais moléculas do gás cabem lá. Logo, maior tende a ser a difusão;
 Quanto maior a solubilidade do gás, mais moléculas ficam disponíveis para serem trocadas. Logo, maior será a difusão. O Co2 por ser bem mais solúvel que o 02 se difunde bem mais rapidamente que o 02;
 Quanto maior for a espessura da membrana respiratória mais limitada ficará a difusão. A espessura aumenta a distância que os gases devem se difundir, a qual é inversamente proporcional à intensidade de difusão;
 O peso molecular também é inversamente proporcional à difusão, pois quanto mais pesado maior é a dificuldade para se locomover;
 
Capacidade de Difusão da Membrana Respiratória
Capacidade que a membrana respiratória tem em difundir um gás entre os capilares pulmonares e os alvéolos.
Expressa em ml/min/mmHg;
Isso significa o volume de gás que se difundirá a cada um minuto para cada diferença de pressão parcial.
A capacidade de difusão do 02 na membrana respiratória é de 21 ml/min/mmHg.
Ou seja, para a diferença de pressão parcial de 1 mmHg entre os capilares e alvéolos, tem - se a difusão de 21ml por min de 02.
Em repouso, a diferença de pressão parcial do 02 é de 11 mmHg. Logo, 21 ml X 11 mmHg = 230 ml. Ou seja, 230 ml de 02 se difunde através da membrana respiratória por minuto.
Em termos comparativos, a capacidade de difusão pela membrana respiratória de C02 é de cerca de 450 ml/min/Hg. Lembre – se que o Co2 é bem mais solúvel que o 02, logo sua taxa de difusão é maior.
Transporte de 02 e C02
Basicamente a base de informação que devemos entender aqui é o seguinte:
 * A extremidade arterial dos capilares carrega sangue oxigenado. Esse 02 se difunde para os tecidos, pois a P02 é maior nos capilares do que nos tecidos. 
 * Os tecidos produzem C02 como resíduo metabólico. A PC02 nos tecidos é maior que nos capilares. Logo, ocorre difusão de C02 dos tecidos em direção a extremidade venosa dos capilares.
 * A extremidade venosa dos capilares levará esse sangue venoso para as veias sistêmicas até chegar na VCS e VCI. O ventrículo direito bombeia esse sangue para as artérias pulmonares que se ramificam até chegar nos capilares pulmonares, e esses irão chegar nos alvéolos.
 * Nos alvéolos, os ramos arteriais pulmonares com sangue venoso irão difundir C02 em direção aos alvéolos. 
 * Os alvéolos estão constantemente recebendo 02 da respiração. Logo, o 02 se difundirá dos alvéolos para a extremidade venosa dos capilares pulmonares que irão levar o sangue agora oxigenado para as veias pulmonares.
 Por fim, as veias pulmonares carregam esse sangue oxigenado para o átrio esquerdo. 
Difusão de 02 dos alvéolos para o sangue
GUYTON, 2011
Difusão de 02 dos alvéolos para o sangue
Interpretando o gráfico:
 O terminal arterial, formado pelas ramificações da artéria pulmonar, traz sangue venoso com P02 de 40 mmHg.
 A P02 nos alvéolos é de 104 mmHg. 
 Logo, existe diferença de pressão de 64 mmHg. Se existe diferença de pressão, existe difusão.
 O 02 se difunde então dos alvéolos para o sangue do capilar. 
 O terminal venoso do capilar é rico em sangue oxigenado com uma P02 igual a P02 dos alvéolos que é de 104 mmHg.
 Esse terminal venoso confluirá nas veias pulmonares, as quais chegarão no átrio esquerdo.
Shunt Fisiológico 
GUYTON, 2011
Shunt Fisiológico 
O sangue ao sair da extremidade venosa do capilar pulmonar possui p02 de 104 mmHg. Porém, as veias pulmonares ao chegarem no átrio esquerdo possuem p02 de 95 mmHg. Mas por que ocorre essa diminuição na oxigenação do sangue?
Os pulmões, como qualquer outro órgão, precisam de nutrição sanguínea que é feita pelos vasos brônquicos. 
As artérias brônquicas levam 02 para os tecidos do pulmão. E as veias carregam o C02 liberada do metabolismo residual dos tecidos pulmonares. 
As veias brônquicas com sangue venoso se juntam com as veias pulmonares que carregam sangue oxigenado na p02 de 104 mmHg.
O resultado é que parte do sangue arterial das veias pulmonares se mistura com o sangue venoso das veias brônquicas. Por isso, a P02 diminui para 95 mmHg. 
Difusão de 02 dos capilares periféricos para os tecidos
GUYTON, 2011
Difusão de 02 dos capilares periféricos para os tecidos
A extremidade arterial dos capilares carrega sangue oxigenado na p02 de 95 mmHg. 
Os tecidos mantém no interstício um p02 de 40 mmHg e no interior das células uma p02 de 23 mmHg,
Logo, como há mais oxigênio na extremidade arterial do capilar, há difusão de 02 para o interstício tecidual e desse para o interior da célula.
O capilar agora perdeu 02. O seu terminal venoso então conterá um conteúdo de 02 diminuído com uma p02 de 40 mmHg, pois se equilibrou com a p02 do interstício. 
Difusão de C02 dos tecidos para os capilares periféricos
GUYTON, 2011
Difusão de C02 dos tecidos para os capilares periféricos
A extremidade arterial do capilar periférica, além difundir 02 para o tecido, recebe C02 desse tecido. A PC02 inicial do capilar arterial é de 40 mmHg.
O interstício tecidual possui PC02 de 45 mmHg e o interior das células de 46 mmHg. 
Então, ocorrerá o seguinte: as células manda para o interstício C02 e o interstício difunde esse C02 para o capilar. 
A extremidade venosa do capilar conterá agora PC02 de 45 mmHg
Difusão de C02 dos capilares pulmonares para os alvéolos
GUYTON, 2011
Difusão de C02 dos capilares pulmonares para os alvéolos
Os capilares pulmonares na sua extremidade arterial possuem PC02 de 45 mmHg. 
Os alvéolos mantém um PC02 de 40 mmhg. 
Logo, há gradiente de 5 mmHg de pressão que faz com que o C02 se difunda para os alvéolos onde será eliminado na expiração.
O terminal venoso do capilar termina com PC02 de 40 mmHg.
Resumo básico das trocas gasosas
Entendido isso, é só juntar as informações: após realizar as trocas gasosas com os tecidos, o capilar venoso conterá uma P02 de 104 mmHg e PC02 de 40 mmHg. 
Logo, há mistura do sangue com os vasos brônquicos e a P02 cai para 95 mmHg.
As veias pulmonares trazem o sangue com p02 de 95 mmHg para o átrio esquerdo. 
Do átrio esquerdo vai para o ventrículo esquerdo, artéria aorta e dessa, para todo o corpo. 
As arteríolas confluirão na extremidade arterial dos capilares periféricos, os quais difundirão sangue oxigenado para os tecidos, os quais tem P02 de 40 mmHg. 
Os capilaresreceberão C02 dos tecidos ficando com a PC02 de 45 mmHg no terminal venoso.
Resumo básico das trocas gasosas
A extremidade venosa dos capilares formarão as vênulas e essas, as veias. 
AS VCS e VCI trarão o sangue venoso para o átrio direito. Desse vai para o ventrículo direito e, em seguida, para as artérias pulmonares. 
As artérias pulmonares se ramificam. Seus ramos desaguam nos capilares venosos.
Esses capilares venosos se unem para formar as veias pulmonares, as quais carregam sangue oxigenado.
E, por fim, todo ciclo recomeçará.
Balanço da P02 nos tecidos
GUYTON, 2011
Balanço da P02 nos tecidos
Interpretando o gráfico:
 * O aumento do fluxo sanguíneo mantido constante a utilização de 02 pelas células faz a P02 aumentar. 
 * Se o consumo de 02 aumenta para 4 vezes o normal (no exercício físico p. ex.), o fluxo sanguíneo deve aumentar para suprir os tecidos com mais 02, pois se o fluxo se mantivesse constante começaria a faltar 02.
 * Se o consumo diminui, o fluxo também deve diminuir para evitar acúmulo de 02 nos tecidos.
Obs: Aqui não está sendo considerada a ventilação alveolar. No exercício físico, p. ex., a ventilação aumenta para captar mais 02 para o sangue. Senão ocorrer isso, tem – se o quadro de hipóxia que pode levar à morte tecidual.
Então, basicamente P02 nos tecidos depende da: utilização de 02 que é proporcional ao metabolismo daquele tecido; fluxo sanguíneo que ditará a velocidade do transporte de 02 para aquele tecido; da intensidade da ventilação alveolar. 
Balanço de PC02 nos tecidos
GUYTON, 2011
Balanço da PC02 nos tecidos
Pelo gráfico, percebe – se que no fluxo sanguíneo normal de 100% a PC02 no interstício se mantém em 45 mmHg.
Se o fluxo de sangue diminui, começa a acumular C02 nos tecidos, evidenciado no ponto B em que a PC02 subiu para 60 mmHg.
Se o fluxo aumentar bastante, a eliminação de C02 dos tecidos para o sangue tenderia a aumentar. Porém, há um limite. Esse limite é de 41 mmHg.
Logo, a menor PC02 que o interstício tecidual pode ter é de 41 mmHg independente da taxa de fluxo sanguíneo. Lembre – se de que para haver difusão deve haver diferença de pressão. 
Como a PCO2 no sangue é de 40 mmHg, a PC02 mais baixa que o tecido pode ter é de 41 para que, desse modo, haja difusão de C02.
Balanço de PC02 nos tecidos
Agora analisando o consumo de C02.
No exercício físico, a intensidade metabólica dos tecidos aumenta. Logo, há mais utilização de 02 para gerar energia e maior produção de C02.
Se o fluxo de sangue se mantiver no normal de 100% a pC02 passaria de 100 mmHg. Logo, o fluxo sanguíneo deve aumentar por dois motivos: para difundir mais 02 para os tecidos; e para pegar o excesso de C02 produzido nos tecidos. 
Agora observe que se o consumo de C02 diminuir, o fluxo de sangue deve baixar dos 100 % para não pegar tanto o C02 e diminuí – lo para níveis muito baixos nos tecidos. 
Hemoglobina no Transporte de 02
GUYTON, 2011
Hemoglobina no Transporte de 02
O gráfico do slide anterior é chamado curva de dissociação oxigênio – hemoglobina. É importante saber esse gráfico porque cai na prova, e cai bastante em concurso, provas de residências ...
Interpretando o gráfico:
 O sangue venoso da extremidade venosa pssui P02 de 40 mmHg. Isso representa uma saturação de hemoglobina de 75%.
O sangue oxigenado recém deixando os alvéolos tem P02 de 104 mmHg. Isso representa um saturação de 97%
Assim, 97% do 02 é transportado combinado à hemoglobina
3% restante são transportado dissolvido no plasma.
Fatores que desviam a curva dissociação de oxigênio - hemoglobina
GUYTON, 2011
Fatores que desviam a curva dissociação de oxigênio - hemoglobina
Antes de interpretar o gráfico é preciso entender a relação entre o oxigênio e a hemoglobina. Quando o 02 se liga a hemoglobina, esse 02 não pode se difundir para os tecidos porque ele está preso a hemoglobina.
Em situações que o oxigênio precisa se difundir, a hemoglobina “solta” o 02. Essas moléculas de 02 livres são as que tem condições de se difundir para os tecidos.
Pelo gráfico, percebe – se que situações que diminuem o PH do sangue, há diminuição da saturação de 02 com hemoglobina, pois a hemoglobina soltou as moléculas de 02 para se difundirem para os tecidos.
Situações que isso ocorre: quando o capilar periférico passa no tecido, ele recebe C02 dos tecidos. Esse C02 faz o PH do sangue diminuir. Logo, a saturação da hemoglobina com 02 diminui, pois o 02 agora deve ficar livre para se difundir para os tecidos. A curva de dissociação no gráfico vai para direita e para baixo.
Fatores que desviam a curva dissociação de oxigênio - hemoglobina
Agora o exemplo inverso: nos capilares pulmonares em sua extremidade arterial há excesso de C02 e logo, há uma saturação de hemoglobina menor.
Como se sabe, o C02 irá se difundir para os alvéolos. Esses irão difundir 02 para os capilares. 
Se o C02 diminuiu na extremidade venosa do capilar, o PH aumentou. Logo, a saturação de oxigênio com hemoglobina aumenta. A curva de dissociação vai para esquerda e para cima. Isso faz com que o 02 fique preso a hemoglobina e isso permite que ele seja transportado para os tecidos “sem se perder no caminho”.
Isso é conhecido como efeito Bohr.
Repare que qualquer fator que diminua o PH reduz a saturação com hemoglobina: íons H; C02; aumento da temperatura; aumento do BPG.
Quantidade máxima de 02 que pode se ligar à hemoglobina
Em 100 ml de sangue há 15g de hemoglobina.
1g de hemoglobina se liga a 1,34 ml de 02.
Logo, 15g de hemoglobina X 1,34 ml de 02 = 20,1 ml de oxigênio ligado à hemoglobina em cada 100 ml de sangue.
São 20,1 ml de O2 no sangue arterial recém saído da extremidade venosa do capilar pulmonar onde a saturação de 02 com hemoglobina é de 100%. Lembre que o shunt fará a P02 diminuir de 104 mmHg para 95 mmHg, reduzindo a saturação para 97%.
Como nos capilares periféricos, a saturação de 02 é de 97%, o volume de 02 é de 19,4 ml.
No sangue venoso, como há difusão de 02 para os tecidos, a P02 diminui e a saturação de 02 cai para 75%. Esses 75% corresponde a um volume de 14,4 ml de 02.
Quantidade máxima de 02 que pode se ligar à hemoglobina
Portanto, o sangue arterial carrega 19,4 ml de 02 e o sangue venoso 14,4 ml de 02, tudo isso a cada 100 ml de sangue
Logo, há difusão de 5 ml de 02 para os tecidos a cada 100 ml de sangue, em condições normais de repouso.
Existe ainda o conceito de coeficiente de utilização. Ele diz respeito a quantidade de 02 que se difunde do sangue para os tecidos. Esse valor é de cerca de 25 %, pois a hemoglobina no sangue arterial tem saturação de 97% e no sangue venoso cai para 75%. Lembre que esse valor de 25% é em condições normais de repouso; no exercício físico esse coeficiente deve aumentar bem mais para poder suprir os tecidos com mais 02.
Quantidade máxima de 02 que pode se ligar à hemoglobina
GUYTON, 2011
Efeito Tampão da Hemoglobina
Além de realizar 97% do transporte do 02 para os tecidos, a hemoglobina tem ainda o importante papel de manter constante a P02 nos tecidos – que é em torno de 40 mmHg.
No exercício físico p. ex., a intensidade metabólica tenderia a fazer a P02 diminuir. Porém isso não ocorre, pois a hemoglobina diminui sua saturação com o 02. Logo, esse 02 fica livre para se difundir para os tecidos. 
E a P02 do sangue também não fica muito abaixo dos 95 mmHg usuais, pois há aumento do fluxo sanguíneo e da ventilação alveolar. A maior ventilação causa aumento da captação de 02; o maior fluxo sanguíneo faz mais 02 chegar nos tecidos em um mesmo período de tempo. 
Transporte de C02
Em condições normais de repouso, o transporte de C02 para os tecidos é de cerca de 4 ml a cada 100 ml de sangue.
Esses 4 ml de C02 são transportados de três formas diferentes:
 * Dissolvido no plasma, corresponde a 7% do total;
 * Em combinação com a hemoglobina formando a carbaminoemoglobina, correspondendo a 23%;
 * Na forma de íon bicarbonato (HC03), correspondendo a 70% do total.
Transporte de C02
GUYTON, 2011
C02 na forma de íon bicarbonato
Ao entrar na hemácia, o C02 reage com H20 formandoácido carbônico (H2C03).
Essa reação é catalisada pela enzima anidrase carbônica (CA).
O H2C03 logo se dissocia em íon bicarbonato (HC03) e íon H.
O íon H se combina com a hemoglobina na hemácia para neutralizar a acidez.
O íon bicarbonato (HC03) extravasa da hemácia e vai para o plasma onde será transportado até os pulmões.
Nos alvéolos, o HC03 reage com íon H livres no sangue.
Essa reação formará H2C03 (ácido carbônico), o qual logo se dissocia em C02 e H20. 
O C02 livre no sangue agora se difunde para os alvéolos onde será eliminado na expiração. E a água fica por ali mesmo.
Curva de Dissociação do C02
GUYTON, 2011
Curva de Dissociação do C02
Nesse gráfico, precisamos lembrar que PC02 no sangue arterial é de 40 mmHg; no sangue venoso é de 45 mmHg.
A novidade nesse gráfico é que ele calcula o volume percentual de C02 no sangue capilar.
No capilar arterial é de 48 volumes percentuais; no capilar venoso é de 52 volumes percentuais.
Efeito Haldane
“É o efeito Bohr do C02”.
Basicamente, quando o oxigênio se liga à hemoglobina no terminal venoso do capilar pulmonar, o C02 é liberado do sangue e vai para os alvéolos.
A explicação para isso é que nos capilares pulmonares quando a hemoglobina fica 100% saturada, ela se passa a atuar como o ácido mais forte.
Logo, para evitar queda acentuada do PH sanguíneo, o C02 começa a ficar livre no sangue para se difundir para os alvéolos e ser eliminado na expiração.
Detalhando esse fenômeno: 
 A acidez faz a hemoglobina se combinar menos com C02 (carbaminoemoglobina); isso faz C02 ficar livre no sangue;
 A hemoglobina começa a liberar íons H que estavam ligados nela. Assim, esses íons H se combinam com o HC03, que vinha sendo transportado no sangue, formando H2CO3 e este se dissipa em C02 e H20. Então, o C02 sai no alvéolo. 
Obs: Se não fosse pelo efeito Haldane, a variação de C02 no sangue ficaria entre 50 e 52 volumes percentuais. Porém, esse efeito intensifica a liberação de C02 para os alvéolos; assim o volume percentual de C02 no sangue cai para 48.
Efeito Haldane
GUYTON, 2011
Monóxido de Carbono (CO)
A afinidade do CO com a hemoglobina é 250 vezes superior do que o 02. 
Na intoxicação por CO, esse composto desvia a ligação do 02 com a hemoglobina e toma seu lugar. O 02, então, não tem como ser transportado para os tecidos. Tem – se o quadro de hipóxia e é uma situação potencialmente fatal.
O tratamento é administração de 02 na tentativa de deslocar o CO da hemoglobina e de C02. Administramos C02 para estimular o centro respiratório bulbar e isso aumentar a ventilação alveolar. A ventilação aumentada tende a eliminar mais C0 e C02, além de aumentar a captação de 02.
Referências
GUYTON, A. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª edição. Missipi: Elsevier, 2011.

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