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Osteoartrose e Síndrome da Imobilidade

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Vinícius Polinski Garcia 
Osteoartrose e Síndrome da Imobilidade 
 
1. Definir e caracterizar a osteoartrose. 
Definição 
Também chamada de osteoartrite ou artrose, é uma condição de comprometimento das 
cartilagens articulares, além de modificações nos ossos subjacentes e margens articulares. 
Trata-se de uma causa frequente de dor, limitação funcional e incapacidade da pessoa idosa, 
causando perda da qualidade de vida dos acometidos. 
Pode ser localizada (menos de 3 grupos articulares) ou generalizada (3 ou mais grupos 
articulares). Pode ser classificada em: 
 Primária: idiopática, sem predispostos. 
 Secundária: possuem fatores locais ou sistêmicos que predispõe os anos articulares. 
 
Epidemiologia 
Histopatologicamente, descreve-se a presença de lesão na cartilagem articular desde a 
adolescência, podendo atingir 90% dos indivíduos aos 45 anos. 
Radiograficamente, considerando-se todas as articulações, a osteoartrose acomete cerca de 
60% dos homens e 70% das mulheres após os 65 anos, sendo que, após os 85 anos essa cifra 
atinge 100%. 
Clinicamente, embora os dados sejam controversos, 10 a 30% dos indivíduos acima de 60 anos 
têm sintomas compatíveis com a doença. 
Etiologia 
Os fatores relacionados a etiologia da osteoartrite são: idade, predisposição genética, traumas, 
estresse repetitivo, algumas ocupações, obesidade, alterações na morfologia da articulação, 
instabilidade articular e alterações na bioquímica da cartilagem articular. Ao contrário do que 
se pensa, a osteoartrite não faz parte do processo natural de envelhecimento, isso porque as 
alterações cartilaginosas deste processo são diferentes daqueles naturais da velhice. A maior 
exposição a traumas repetitivos, fraturas, ruptura de ligamentos e idade avançada são fatores 
associados a maior frequência de osteoartrite. 
 
Um fator importante que deve ser ressaltado como desencadeante desta enfermidade é a 
obesidade. Como se sabe, o excesso de peso traz maior pressão para o quadril e joelhos. A 
explicação para o desenvolvimento de osteoartrite nesses casos viria em decorrência da maior 
força sobre as articulações joelho e a presença de adipocinas (citocinas secretadas pelo tecido 
adiposo) que estão presentes na circulação dessas pessoas. 
 
Outros fatores ligados ao desencadeamento da osteoartrite são: artropatias inflamatórias 
(artrite reumatoide, gota, pseudogota), diátese hemorrágica (hemofilia), condições metabólicas 
que afetam a articulação (hemocromatose, ocronose) entre outros. 
 
 
Vinícius Polinski Garcia 
Fisiopatologia 
A cartilagem articular normal é composta por fluido intersticial, elementos celulares e matriz 
extracelular. A MEC é 70% água (essa porcentagem aumenta na OA) e proteínas, das quais se 
destacam o colágeno tipo II, elastina, fibronectina e ácido hialurônico. Essa composição é o 
que fornece à cartilagem a capacidade de absorver impactos e permitir um deslizamento suave 
entre duas extremidades ósseas. 
A manutenção de uma cartilagem está relacionada com os condrócitos (células especificas da 
cartilagem) que são responsáveis tanto por produzir os componentes da MEC, quanto por 
produzir a enzimas que degradam a cartilagem, sendo um processo equilibrado. 
A patogenia da OA envolve justamente esse processo de destruição e reparação da cartilagem, 
uma vez que fatores mecânicos e biológicos induzem o aumento da expressão de citocinas 
inflamatórias e, então, ocorre o desequilíbrio da destruição e reconstrução da matriz 
cartilaginosa, sendo que a destruição prevalece. Tudo ocorre da seguinte forma: 
 Citocinas inflamatórias alteram a função dos condrocitos, fazendo com que essa celular 
libere grande quantidade de enzimas proteolíticas; 
 Assim, ocorre a perda de proteoglicanos e de colágeno tipo II na superfície da 
cartilagem, o que leva ao aumento de água e perda da forca de tensão da MEC 
 Os novos elementos formados no liquido sinovial são mecanicamente inferiores aos 
anteriores (mis vulneráveis a lesões), além de serem produzidos em menor quantidade. 
 Com o tempo essa cartilagem vai se quebrando e gerando mais produtos ativadores da 
resposta inflamatória, ou seja, o ciclo destrutivo é mantido. 
Quadro Clínico 
A OA apresenta início insidioso, lento e gradualmente progressivo ao longo de vários anos, 
principalmente nas articulações de carga, na coluna e nas mãos. O acometimento dos punhos, 
cotovelos e ombros são pouco frequentes, e a sua ocorrência deve sugerir outras causas, salvo 
se houver história de trauma prévio ou qualquer outro fator predisponente. 
Os pacientes descrevem uma dor mecânica nas articulações envolvidas, isto é, a dor aparece 
quando se movimenta a articulação, desaparecendo ao repouso. Naqueles que apresentam as 
queixas há mais tempo, a melhora ao repouso pode não ocorrer, tornando-se presente tanto no 
repouso quanto na movimentação. Esse ritmo de dor diferencia as queixas da OA daquelas 
apresentadas pelos pacientes com artrite reumatoide (AR), em que a dor frequentemente 
melhora com a movimentação articular. 
Nos casos clássicos de OA, os pacientes queixam-se apenas de dor, sem relato de edema, 
eritema ou aumento da temperatura articular. Com o tempo, no entanto, os indivíduos 
acometidos pela OA podem apresentar alargamento ósseo e diminuição dos movimentos 
articulares. 
Rigidez matinal ou após período prolongado de inatividade pode ocorrer, porém, sua duração 
é curta e raramente ultrapassa 30 min, diferentemente do que se observa nos pacientes com 
AR. Queixas de crepitações e estalidos durante a movimentação podem ocorrer e piorar com 
a perda progressiva de cartilagem. 
 
Vinícius Polinski Garcia 
 
 
 
2. Caracterizar Síndrome da Imobilidade e seus critérios diagnósticos. 
A síndrome da imobilidade (SI) é definida como um conjunto de repercussões deletérias ao 
organismo acamado por um período prolongado. Sendo muito prejudicial principalmente para 
os indivíduos que apresentam idade superior aos 60 anos. As causas desta imobilidade são 
variadas, porém as mais predominantes são afecções neurológicas e músculo-esqueléticas. 
De modo geral, os idosos são mantidos no leito devido à imobilidade acabam adquirindo outras 
complicações. A síndrome da imobilidade para muitos idosos representa a última fase de vida. 
Isso porque muitas das vezes faltam recursos para manter as muitas necessidades do idoso que 
se apresenta contraturado, disfágico, usando sonda para alimentação, duplamente 
incontinente, caquético, demente grave e com úlceras necrosadas. 
A síndrome de imobilização, apesar de ser muito citada e estar presente em muitos idosos, não 
é bem definida com clareza nas literaturas. Isso traz dificuldades na hora de avaliar sua 
prevalência em asilos, hospitais ou comunidades. Para definir SI é necessário entender a 
definição de síndrome e imobilidade. 
 
 Síndrome: trata-se de um conjunto ou complexo de sinais e sintomas que ocorrem ao 
mesmo tempo, que individualizam uma entidade mórbida e podem ter diversas 
etiologias. 
 Imobilidade: trata-se do ato ou efeito que é resultado da supressão de todos os 
movimentos de uma ou mais articulações em detrimento do declínio das funções 
motoras, impedindo a mudança de posição ou translocação corporal. 
 Síndrome da imobilização: complexo de sinais e sintomas resultantes da supressão de 
todos os movimentos articulares, que, por conseguinte, prejudica a mudança postural, 
compromete a independência, leva à incapacidade, à fragilidade e à morte. 
 
 
Critérios de Identificação 
 
Nem todo paciente no leito tem SI. 
São utilizadas classificações temporais que denominam 
 
 “Repouso” – permanência no leito de 7 a 10 dias; 
Vinícius Polinski Garcia 
 “Imobilização” – permanência de 10 a 15 dias e 
 “Decúbito de longa duração” – mais de 15 dias. 
 
Além disso, para caracterizar a SI alguns critérios específicos da síndrome devem ser 
constatados: 
 
 Critério Maior – déficit cognitivo médio a grave e múltiplas contraturas; 
 CritérioMenor – sinais de sofrimento cutâneo ou úlcera de decúbito, disfagia leve a 
grave, dupla incontinência e afasia. 
 
O paciente é diagnosticado com SI quando apresenta as características do critério maior e ao 
menos duas do critério menor. 
 
Causas da imobilidade 
 
São diversas as causas que levam o idoso a imobilidade e possivelmente levam a evolução para 
a SI. A junção desses diversos problemas acarreta em equilíbrio debilitado, quedas, limitação da 
marcha, perda da independência, imobilidade no leito e, por fim, suas complicações – a 
síndrome da imobilidade. 
Mesmo que a imobilidade seja por pouco tempo, já é possível que ela acarrete pioras no sistema 
cardiovascular, osteomuscular, respiratório e do metabolismo. Depressão, apatia, déficit 
cognitivo e ansiedade também podem aparecer como resultados do ressentimento pelo 
imobilismo. 
 
Consequências 
 
Como o envelhecimento, infelizmente para os idosos, é uma fase de maior fragilidade e 
dependência, o repouso ou confinamento no leito passou a ser, de maneira errônea, uma prática 
ou conduta universal que prevalece ainda hoje, seja na comunidade ou na instituição. O que se 
vê, então, são idosos capazes e fisicamente estáveis passarem dias sem sair do leito. Isso 
acontece porque os cuidadores impedem que o paciente permaneça útil e ativo, induzindo-o ao 
repouso prolongado, sendo esse o ponto de partida para a mudança de comportamento e má 
qualidade de vida, com rápido e grave desgaste. Após essa fase, tirá-los do leito torna-se difícil, 
pois eles choram, gritam e agridem diante de qualquer tentativa. 
Foi descrita recentemente a síndrome de desadaptação psicomotora (PDS), a qual se 
caracteriza por desequilíbrio para trás (backward), seja na posição sentada ou de pé, 
hipertonia reacional, alterações na reação postural, modificação na marcha e medo de cair. 
Vinícius Polinski Garcia 
 
Sintomatologia 
Os sistemas mais comumente afetados são: musculoesquelético, sistema cardiovascular, 
sistema endócrino, sistema gastrointestinal, sistema geniturinário e sistema respiratório. 
Sistema Musculoesquelético 
 
Este é o sistema onde as repercussões são mais percebidas pelos profissionais da saúde. Os 
pacientes podem apresentar osteoporose, fibrose, contraturas, atrofia muscular, 
consequentemente fraqueza e diminuição da resistência muscular, pois os músculos não 
mantém a integridade de suas funções em decorrência da inatividade. 
 
Sistema Tegumentar: 
 
Durante a restrição prolongada ao leito é comum encontrarmos atrofia de pele, com epiderme 
fina, e úlceras de decúbito. Essas úlceras são definidas como locais que apresentam ulcerações 
com necrose celular causada por isquemia. A isquemia acontece quando uma pressão externa 
sobre o tegumento é maior que a pressão capilar, o que faz diminuir o fluxo sanguíneo para 
região, a oxigenação dos tecidos e seu aporte nutricional. 
As úlceras de pressão causam dor e desconforto ao paciente, além de prolongar a doença, 
retardo de alta hospitalar e deixar o indivíduo mais suscetível a quadros infecciosos, devido à 
descontinuidade da pele, e à umidade e calor aumentados no local. Causam também o aumento 
da mortalidade dos indivíduos acometidos, por septicemia por pseudomonas aeruginosas 
estreptococos, estáfilococos e escherichia coli, tanto local quanto e sistemicamente. 
 
Influências da ulceração: 
 
 Pressão do corpo no leito. 
 Umidade da pele. 
 Idade do paciente. 
 Estado nutricional. 
 Edema (pele fica fina). 
 Colchão impróprio. 
 Higiene corporal inadequada. 
Vinícius Polinski Garcia 
 
Sistema Cardiovascular: 
 
Nesta síndrome há uma deficiência do retorno venoso, levando a um acúmulo sanguíneo nos 
membros inferiores, que além de agravar o edema destes membros, promove um enchimento 
incompleto do ventrículo esquerdo, levando 
Estes eventos desencadeiam um mecanismo compensatório, com objetivo de manter os níveis 
adequados de irrigação sanguínea. 
 
Faz parte deste mecanismo: 
 
 Aumento da frequência cardíaca de repouso, onde há o aumento de um batimento por 
minuto a cada dois dias. 
 Elevação da pressão arterial sistólica causado pela resistência periférica aumentada e o 
tempo de ejeção sistólico absoluto e de diástole é encurtado, diminuindo o volume 
sistólico. 
 
Sistema Endócrino: 
 
Com o imobilismo ocorrem várias alterações hormonais, tais como: 
 
 Aumento do paratormônio no sangue, possivelmente relacionado à hipercalemia 
devido ao aumento da atividade osteoclástica da imobilização. 
 Diminuição dos níveis de hormônio do crescimento, ACTH e da produção de adrenalina 
e noradrenalina. 
 
Sistema Gastrointestinal: 
 
Ocorrem alterações em todo o Trato gastrointestinal (TGI), como, anorexia, diminuição do 
peristaltismo intestinal, ocasionando diminuição da absorção de nutrientes e constipação, que 
é agravada pela desidratação e redução do volume plasmático. Ocorre também incontinência 
fecal. 
 
Sistema Geniturinário: 
 
O decúbito dorsal compromete o esvaziamento da bexiga, por causa da dificuldade de gerar 
pressão intra-abdominal nessa posição. A fraqueza muscular atinge também os músculos 
abdominais, o que dificulta. 
Ocorre enfraquecimento dos músculos abdominais, restrição nos movimentos diafragmáticos e 
relaxamento incompleto do assoalho pélvico, provocando a retenção urinária parcial. Há 
também um aumento da excreção de cálcio e incontinência urinária. 
 
Sistema Respiratório: 
 
As complicações que ocorrem neste sistema são preocupantes devido à alta mortalidade. A 
função pulmonar fica comprometida, em torno de 25% no imobilismo. 
Vinícius Polinski Garcia 
Há uma redução da capacidade pulmonar total, do volume corrente, volume minuto, volume 
residual e volume expiratório forçado. 
Em decorrência da perda de força muscular, os movimentos do diafragma e dos músculos 
intercostais ficam debilitados, tornando a respiração mais superficial. Esta superficialização da 
respiração, associada ao aumento relativo do dióxido de carbono, aumenta a frequência 
cardíaca. 
Há também o acúmulo de secreções, pois o paciente, a função ciliar, a expansão torácica e a 
força muscular estão prejudicados. 
A tosse, nessas condições também se encontra menos efetiva. O paciente torna-se, então, mais 
suscetível a infecções respiratórias e atelectasias.

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