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Neoplasia e Progressão Tumoral

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Marianna L. Deprá
NEOPLASIA 
Todo câncer tem origem clonal e ele vem de uma célula, a célula transformada. Uma célula que acumula mutações 
e adquiriu duas características: tem capacidade reduzida de morrer e tem capacidade de se replicar e se 
reestabelecer no ambiente. o tumor pode ter milhares de células mas ele derivou de uma inicial. 
Ter a mutação não quer dizer que você vai desenvolver o câncer, e sim que você tem uma característica que te 
predispõe a ele. É necessária uma cascata de eventos que vão desencadear em uma célula transformada, essa 
cascata envolve fatores inerentes meus e fatores ambientais. 
Todos nós temos células que sofrem danos de DNA por diversos mecanismos a todo momento. Temos mecanismos 
de reparo, um deles é o P53 - quando tem um dano na estrutura bioquímica da hélice de DNA, esse mecanismo de 
checagem de qualidade detecta o erro e corrige ele, só depois disso permite a replicação dele. Quando o 
mecanismo de reparo falha, temos dano celular e não consigo corrigir, o padrão é a célula morrer pois o dano 
tornou o ambiente bioquímico inviável (esse mecanismo é extremamente eficiente). Mas eu posso também ter 
uma mutação inerente minha e que me torna incapaz de reparar totalmente aquele erro, ou meu P53 não funciona 
corretamente, ele não tem uma checagem boa. 
- Qual o problema de fazer uma mutação que não inviabiliza a vida? Eu tenho uma célula que produz uma 
proteína que não afeta a minha célula e eu consegui viver com ela. Essa célula agora acumula uma serie de 
mutações, e ao longo do tempo vamos acumulando mutações somáticas de acordo com as experiências que 
vivemos. A depender da nossa capacidade de reparar ou não, posso ter mais acúmulo de certas mutações do 
que de outras. Não é toda mutação que vai causar alguma coisa, a maioria delas não tem reflexo biológico 
relevante. 
O problema é quando acontecem mutações sucessivas de maneira caótica que resultam em alguma consequência 
para o organismo. Então, na essência do câncer, um radical livre vai induzir uma mutação no DNA que podem 
acontecer em qualquer pedaço dele. 
HETEROGENEIDADE 
Epitélio displásico = mudanças conformais nas células que sugerem que essas coisas estão em atividade, é uma 
célula pré-maligna. A displasia não vai ser câncer, mas pode ser. O tecido não é mais harmônico, há 
heterogeneidade, tem células diferentes que suspeitamos que há mutações nela. Tem risco aumentando de ser 
uma célula cancerosa. 
BIOLOGIA DO CÂNCER E PROGRESSÃO TUMORAL 
Eu mutei um gene que, basicamente, levou a uma desregulação da apoptose e aquela célula se transformou 
resistente à apoptose, ela não produz proteínas essenciais para desencadear a morte celular. Ao interferir na 
capacidade de morrer, você se torna quase imortal. Se ela não morre mais, ela vai ficar mais tolerante a mutações e 
as acumular, também podem mexer na reprogramação genética daquela célula - pega um proto oncogene (gene 
que tem potencial de fazer alguma coisa ruim, mexer no ciclo celular) e de repente tiram pedaço desse gene em 
uma mutação, dando outra função a ele e novas características (oncogene) - ele produz o próprio alimento, não 
morre, não precisa de sinais de crescimento e se replica. 
Agora há um acumulo excessivo de mutações que a célula não tem mais interesse de reparar pois não vai morrer, e 
isso pode matar a célula tumoral ou transformá-la em uma “super célula”. E dentro do clone ele vai acumulando 
características de maneira caótica pois ele não regula muito mais o ciclo e ele pode adquirir capacidade de escapar 
do sistema imune. 
Marianna L. Deprá
Angiogênese tumoral = Ele promove formação de novos vasos perto dele pois ele é hiper metabólico, está se 
replicando muito, e muitos deles precisam de fornecimento sangüíneo. 
Eu tenho uma célula mutada que se duplicou, 30 ciclos mitóticos depois resulta em um tumor de 1g - menor 
massa possível de ser detectada. A velocidade disso depende de cada tumor, se ele for rápido podem demorar 
alguns meses, se for devagar demora anos. Geralmente essas mini massas não são identificados pois não tem 
sintomas. 
- P.ex = tumor de pulmão: é um dos cânceres que mais mata. Depois de 30 ciclos de uma célula tumoral, temos 
uma massa muito pequena (1g) não é identificada pois o paciente é assintomático, mas podem ter clones 
metastáticos ou submetastáticos ali dentro. 10 ciclos de duplicação depois ela se torna incompatível com a vida, 
já tem 1kg. Quando fazemos o diagnostico do paciente com tumor, já está muito avançado, ele é tardio. 
MUTAÇÕES E METÁSTASES 
Dinâmica: tenho uma célula normal e ela se transformou, agora ela está aberta a novas mutações pois não se 
destrói mais e está se dividido. Muitas mutações de uma população de células são tão agressivas que vão fazer a 
célula morrer. Quanto mais rápido, agressivo, duplicações ocorrerem, mais morte tumoral vou ter pois vou criar 
mais aberrações bioquímicas. 
Eu tenho um tumor que a característica das suas 
células é que elas são metastáticas, mas ela sofreu 
uma mutação e mudou, agora tenho variantes clonais 
com características distintas. 
Um tumor é um conjunto de células com características distintas que são determinadas pela natureza e quantidade 
de mutações que as células vão ter. 
Um tumor pode ser invasivo (produz matriz e vai crescendo) e não metastático (se desloca). 
Natureza clonal: celular que acumula mutações, não repara direito e consegue acumular mutações que acumulam 
oncogenese e tem características que vão reduzir a morte celular, fazer com que se repliquem e precisem menos de 
comida. Isso acontece de uma maneira que faço meus diagnósticos tardiamente, isso piora o prognóstico do 
paciente. 
Posso ter um tumor primário que já nas primeiras 
duplicações gerou clone metastático. Então posso 
fazer o diagnostico daquele paciente por conta da 
metástase, pois ela vai apresentar sinais e ter mais 
relevância clinica do que o tumor primário. P.ex. um 
paciente com câncer no pulmão que fez metástase no cérebro, provavelmente vai ser detectada primeiro a 
metástase, antes mesmo de começar a aparecer sinais pulmonares. 
COMPETIÇÃO INTRATUMORAL 
O ambiente tumoral é competitivo, algumas células são mais resistentes aos tratamentos do que outra. Chega a um 
ponto que a competitividade tumoral faz um aprimoramento do tumor, ou seja, as melhores células ficam. Se você 
der tempo para um tumor maturar, o mais velho vai ser mais resistente do que um novo tumor. 
Marianna L. Deprá
Um tumor não tinha capacidade de fazer 
metástase, ele só crescia. Mas sofreu uma 
mutação e apareceram subclones metastáticos. 
Na competição, só sobraram os tumores 
metastáticos pois as células que não fazem metástase são mais fracas e perdem a competição. As que fazem vão 
pegar os fatores de crescimento, alimento etc para ele e não sobra para os que não fazem. 
Tenho um tumor de população homogênea e faço 
uma terapia que vai causar dano naquele tumor e 
matar ele. Mas ao bombardear ele eu induzo uma 
mutação que vai transforma-las em células 
metastáticas. 
O fenótipo de um tumor pode mudar com o tempo. 
As nossas células sadias estão vendo todo aquele 
bombardeio que as células tumorais estão causando e 
o corpo sente uma necessidade metabólica e agora posso ter uma resposta estromal (resposta das células do 
estroma sadio a uma condição patológica), uma dessas respostas é a vascularização da região, também pode ser 
fibrose, entre outras. A vascularização pode ser de uma resposta estromal ou de uma demanda do tumor. 
CASCATA METASTÁTICA 
P.ex. melanoma 
Na pele tenho uma célula transformada que deu origem a um melanoma e 
sofreu uma mutação e a tornou capaz de fazer metastáse. Ela fica capaz de 
produzir coisas que degradam a matriz e de se soltar do tecido (Se ela so 
produz degradação de matriz ela vai ficar aderida, crescendo e invadindo o 
tecido, mas se ela se solta das células, ela é metastática). Agora que ela é 
uma célula metastática, ela invade o tecido e vai embora, entrar na 
circulação e circula atése agregar em um vaso linfático ou sangüíneo. 
Quando se agrega, ela degrada a matriz da parede do vaso, invade o fluxo 
sangüíneo e vai embora. 
Vamos falar que o melanoma chegou no estômago mas não conseguir se 
adaptar a esse ambiente, a metástase morre. Já se ela for para o pulmão, 
ela gosta do ambiente e se estabelece. 
4 órgãos que são os centros principais de metástase no corpo: osso, fígado, 
pulmão e cérebro. Pois eles são órgãos extremamente vascularizados. 
- Dúvida do coleguinha: Se o suprimento de sangue não for suficiente para 
lidar com a quantidade de massa replicante isso causaria uma morte 
celular? Sim. Quando o tumor cresce muito rapidamente, antes de 
conseguir vascularizar ele no centro, as células do centro começam a 
morrer. 
- Dúvida do coleguinha 2: qual a diferença das invasões? Nesse caso, alem 
de produzir coisas que degradam a matriz, aquela célula se solta das outras 
naquele tecido e pode sair dele (metástase). 
OBS: eu tenho um câncer metastático e por acaso aquele tumor morre. E 
agora, a neoplasia remanescente naquele paciente é a metástase. Nesse 
Marianna L. Deprá
caso, as vezes não consegue identificar o melanoma primário pois ele morreu e só ficou o primário. 
- Pergunta do coleguinha 3: Como eu sei a diferença do tumor primário e do secundário? Se você encontra um 
tumor de melanócitos dentro de um linfonodo, aquele tumor não é dali pois não se encontra células melanocíticas 
em linfonodos. Ou seja, você tem que identificar o tipo de célula para saber se ela pertence àquele tecido ou não, 
se não pertencer é secundário, se pertencer é primário. 
 - Pergunta do coleguinha 4: Para isso ser possível, a metástase deve garantir algumas características que sejam 
possíveis de identificar o tecido de origem? Sim. As vezes, quando é um tumor anaplasico, a gente não sabe de 
onde ele vem, então não vamos saber se é uma metástase ou não. Mas, a principio, vai ser capaz de identificar o 
tipo de célula tumoral. 
ANGIOGÊNESE TUMORAL 
Formação de vasos ao redor do tumor como resposta estromal, seja ela induzida pelo nosso organismo como 
resposta metabólica ou induzida pelo tumor. Tenho uma neovascularização caótica, apressada, mal feita, sensível. 
Quando manipula esses vasos, eles quebram facilmente, muitos tumores podem fazer hemorragias por conta 
disso. Em terapia podem embolizar esses vasos e reduzir a nutrição daquele tumor e reduzir o tamanho dele. 
NOMENCLATURA 
Maligno = tem características de invadir tecidos. 
- Tecido mesenquimal: sarcomas. (células mesenquimais: p.ex. fibroblasto)(não hematopoiéticas) 
- Tecido epitelial: carcinomas. (mais comum e mais famoso). 
- Hematopoiéticos: linfomas e leucemias. 
- epitélio glandular: adenocarcinomas. 
- Ex: fibrossarcoma, lipossarcoma; adenocarcinoma, carcinoma hepatocelular (tumor malígno de células do 
epitélio do fígado). 
- Os carcinomas são muito mais comuns que os sarcomas, mas ambos são perigosos. 
Benigno = quando a célula tem capacidade limitada de crescer. Ligação do sufixo “oma” ao nome da célula de 
origem. 
- Ex: fibroma, lipoma, meningioma, leiomioma, adenoma (tumor de glândulas). 
Exceções = Neoplasias impropriamente designadas, mas que mantém sua nomenclatura. 
- Ex: Melanomas, seminomas, hepatoma, linfoma, etc. —> esses são malignos 
* Tumor não é sinonimo de neoplasia! 
Hamartomas = massas que cresceram de forma desorganizadas, mas de aspecto benigno, compostos por células 
nativas de um sítio em particular, não sofreram mutação. 
Coristoma = anomalia congênita, mais bem descrita como restos heterotópicos de células. 
- Ex: nódulo de células pancreáticas na submucosa do estômago 
CONCEITOS: 
Neoplasia = uma determinada alteração faz com que haja um crescimento celular novo. Pode ser benigna (não 
tem o poder de invadir tecidos) ou maligna (poder de invadir tecidos). 
Tumor = qualquer aumento de volume. Pode ser usado como sinônimo de neoplasia. 
Câncer = termo que se refere a neoplasias malignas. Pode ter invasão local (muda arquitetura do tecido, invasão 
através das camadas epiteliais = profundidade) e metástase a distância (via hematogênica e linfática). É uma 
desordem genética causada por mutações do DNA ou alterações epigenéticas que, em sua maioria, são adquiridas 
espontaneamente ou induzidas por agressões do ambiente (físicas, químicas ou biológicas). As alterações 
Marianna L. Deprá
genéticas alteram a sequencia do DNA, ja as epigenéticas mantém as estruturas do gene da mesma forma mas 
alteram a forma como os genes são lidos, sua expressão e sua função. 
BENIGNO X MALIGNO 
• Diferenciação e anaplasia: 
- se refere ao grau de semelhança que as células neoplásicas tem com o tecido de origem; 
- bem diferenciada: tem expressões de acordo com determinado tecido; 
- anaplasia é a falta de diferenciação; 
- malignos: pouca diferenciação e anaplasia. Ela se afasta do tecido que a originou, vai se tornando mais 
anaplásica e mais diferente daquele tecido, e não lembra mais o tecido de origem. Se são pouco 
diferenciadas, elas não cumprem mais com as necessidades daquele tecido. 
- benignos: bem diferenciados (formados por células que lembram as celulas maduras do tecido de origem da 
neoplasia) 
• Ritmo de crescimento: 
- benignos: crescimento mais lento, expansivos, formam cápsula, margens regulares, crescem comprimindo 
mas não infiltrando; 
- malignos: crescimento mais rápido, infiltra a membrana basal (células com potencial invasor), sem cápsula, 
margens irregulares; 
• Invasão local: 
- poder de mudar o tecido, profundidade; 
- somente células malignas adquirem potencial genético e molecular para invadir e produzir metástase; 
- benignos: não faz invasão local; 
- malignos: invasores tanto local como a distância, tem crescimento rápido e desordenado; 
• Metástase: 
- apenas os malignos conseguem fazer invasão à distancia; 
• Macroscopia; 
• Nomenclatura; 
Marianna L. Deprá
• O câncer é uma doença inflamatória pois leva à necrose celular. Isso ocorre pois quando o que está dentro da 
célula é exposto para fora (DAMP - padrão de dano tecidual) causa um processo inflamatório. Causa necrose pois 
nem sempre o processo de angiogenese consegue suprir aquele tumor, então as células que não tem acesso aos 
vasos acabam morrendo. 
AGENTES CARCINOGÊNICOS 
FÍSICOS 
• Radiação ionizante; 
• Raio ultravioleta; 
• Mecanismo de ação: 
- geram radicais livres; 
- causam lesão no DNA; 
- pode dar origem ao câncer; 
BIOLÓGICOS 
• Vírus (virus DNA e RNA oncogênico); 
• Bactérias (a inflamação vai lesionando o tecido); 
QUÍMICOS 
• Agentes alquilantes; 
• hidrocarbonetos aromáticos; 
• corantes azo; 
• hormônios; 
• Mecanismo de ação: 
- indireto: passam por processo de bioativação; 
- direto: cancerígeno imediato; 
- depois há reação do DNA, lesão deste e inicio da carcinogênese; 
	NEOPLASIA

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