Buscar

Introdução à Patologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
Lesão celular 
Extrínsecas: traumatismo físico, viroses e 
toxinas. 
Intrínsecas: mutações genéticas espontâneas. 
Extrínsecos e intrínsecos: desequilíbrio na carga 
de trabalho, alterações nutricionais e disfunções 
imunológicas. 
Mecanismo da lesão: 
✓ depleção de ATP (frequentemente 
causado por hipóxia) 
✓ lesão de membrana (como resultado de 
inúmeras causas, incluindo radicais livres 
derivados de oxigênio) 
✓ distúrbios do metabolismo celular e 
lesões genéticas 
A lesão celular acontece quando a célula não 
consegue manter um estado estável em 
resposta a estímulos e fatores estressantes. 
Reversível: ocorre quando a célula consegue se 
adaptar ou se recuperar e, então, retornar à 
função normal ou próxima do normal 
Irreversível: se a lesão exceder certos limites, a 
célula morre. 
As células e tecidos respondem às lesões 
(estresse) de três formas: 
(1) adaptação, (2) degeneração ou acúmulos 
intra e extracelulares e (3) morte. 
As alterações citomorfológicas características 
da lesão celular irreversível incluem: 
✓ Lesão da membrana plasmática 
✓ Influxo de cálcio na célula 
✓ Tumefação e vacuolização mitocondrial 
✓ Densidades amorfas (possivelmente 
cálcio) nas mitocôndrias 
✓ Tumefação lisossomal 
Causas mais comuns de lesão celular: 
a) Hipóxia: redução parcial nas 
concentrações de O2 fornecidas às 
células e tecidos. 
O oxigênio é criticamente importante 
para a fosforilação oxidativa, 
principalmente nas células altamente 
especializadas, como neurônios, 
hepatócitos, miócitos cardíacos e células 
dos túbulos renais. 
b) Agentes físicos: Traumatismos, calor ou 
frio extremo, radiação e energia elétrica. 
Os traumas podem causar ruptura direta 
e morte de um grande número de 
células, ou podem prejudicar o 
suprimento sanguíneo às células 
c) Agentes infecciosos 
d) Desequilíbrios ou deficiências 
nutricionais 
e) Anormalidades genéticas 
f) Desequilíbrio da carga de trabalho 
g) Substancias químicas, drogas e toxinas 
h) Disfunção imunológica 
i) Envelhecimento 
Lesão celular reversível: 
Tumefação celular aguda/ degeneração 
hidrópica: 
Aumento do tamanho e do volume celular a 
partir de uma sobrecarga de água, causada pela 
falência da célula em manter sua homeostasia 
normal e regular a entrada e saída de água. 
Evolui com a desintegração difusa de organelas 
e proteínas citoplasmáticas. 
Ocorre em resposta à perda da homeostase 
celular secundária a lesões mecânicas, por 
hipóxia (a deficiência de ATP leva à falência da 
bomba de Na+-K+ e, consequentemente à 
elevação da Pintracelular osmótica e à perda do 
controle do volume celular, com a entrada de 
água na célula), tóxicas, por radicais livres, 
virais, bacterianas e imunomediadas. 
Tumefação X Hipertrofia (aumento do nº de 
organelas normais). 
Órgãos macroscopia: são maiores e mais 
pesados que o normal e com coloração pálida. 
O parênquima pode apresentar uma pequena 
protrusão por debaixo da cápsula quando 
incisado e redução da gravidade específica dos 
tecidos. 
Microscopia: O citoplasma das células afetadas 
contém vacúolos translúcidos que não se coram 
para gordura ou glicogênio. A degeneração 
balonosa (na epiderme) é uma variação extrema 
da degeneração hidrópica, na qual as células 
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
ficam muito dilatadas e o citoplasma é 
basicamente um espaço claro. 
Edema citotóxico: No sistema nervoso central 
(SNC), além do endotélio, os neurônios, 
oligodendrócitos e astrócitos também podem 
ficar tumefeitos. Os neurônios com tumefação 
não conduzem impulsos nervosos, resultando 
em estupor ou coma. 
A tumefação celular pode ser reversível se a 
extensão e a duração da lesão não forem 
grandes. Mas, se a lesão excede certos limites 
(discutidos brevemente), ocorre morte celular. 
 
Lesão celular crônica e adaptação celular: 
Autofagocitose: processo pelo qual as células 
com lesão subletal removem as organelas 
danificadas e estéreis. As células com lesões 
subletais geralmente têm grande quantidade de 
organelas danificadas. 
Adaptações celulares: 
I. Hipertrofia: 
As células sintetizam mais organelas e ocorre o 
aumento do volume celular. A arquitetura 
histológica do órgão é normal, mas as células 
são maiores. A hipertrofia pode ocorrer na 
maioria dos órgãos e tecidos, mas tende a se 
desenvolver nas células que sofrem pouca 
replicação. Comum no m. esquelético em 
resposta ao aumento da carga de trabalho. 
Fisiológica: resultado comum e esperado após 
o trabalho. 
Compensatória: resposta à perda de uma parte 
de um órgão ou de um dos pares de órgãos ou, 
ainda, a uma obstrução de lúmen de um órgão 
muscular oco. Por exemplo, ocorre hipertrofia 
em um rim após a perda do rim oposto. O rim 
aumenta devido ao aumento no comprimento 
dos néfrons, e não devido ao aumento do 
número de néfrons. A hipertrofia do ventrículo 
cardíaco direito decorrente de estenose no fluxo 
do trato pulmonar. 
II. Hiperplasia: 
O aumento no número de células implica o 
aumento da divisão mitótica. Aumenta o 
tamanho de um tecido, um órgão ou parte dele, 
e pode aparecer macroscopicamente como 
hipertrofia. 
- As células lábeis — aquelas que 
rotineiramente proliferam em circunstâncias 
normais, como as da epiderme, epitélio 
intestinal e medula óssea — tornam-se 
hiperplásicas rapidamente. 
- As células permanentes, como neurônios e 
miócitos cardíacos e esqueléticos, na maioria 
das situações, possuem muito pouca 
capacidade de regeneração ou de se tornarem 
hiperplásicas. 
- As células estáveis, como as do osso, 
cartilagem e musculatura lisa, possuem 
capacidade intermediária em tornarem-se 
hiperplásicas. 
Fisiológica: normalmente hormonal 
(proliferação epitelial da glândula mamária 
aumentada antes da lactação e o aumento do 
útero gravídico) ou compensatória/regeneração 
(pós a perda de uma parte de um órgão. EX1.: 
pele esfoliada- a camada basal da epiderme 
sofre mitoses para regenerar as camadas 
superficiais. EX2.: remoção de uma parte do 
fígado pode levar a mitoses nos hepatócitos 
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
restantes, resultando em restauração do fígado 
ao seu tamanho normal, mas não 
necessariamente à forma normal). 
Patológica: Normalmente causada por 
estimulação hormonal excessiva das células-
alvo ou por irritação crônica. Ex: comum ocorrer 
hiperplasia endometrial cística do útero das 
cadelas como resultado da influência 
prolongada da progesterona. 
III. Metaplasia; 
Um tipo celular adulto é substituído por outro 
tipo celular adulto de uma mesma linhagem 
germinativa. Normalmente, o epitélio 
especializado é substituído por um epitélio 
menos especializado. 
Causas: 
- Irritação crônica devido a partículas e 
substâncias químicas em pulmões de fumantes 
pode transformar o epitélio cuboide e colunar 
normal das vias aéreas em escamoso 
estratificado. 
- A deficiência de vitamina A (é importante na 
diferenciação normal do epitélio secretor de 
muco) causa metaplasia escamosa de epitélios, 
como o de transição do trato urinário. 
- A toxicidade do estrógeno causa metaplasia 
escamosa do trato urinário e próstata. 
- A regeneração do epitélio glandular 
decorrente de mastite pode ser primeiramente 
escamosa. 
- Metaplasia óssea (osso metaplásico) 
ocasionalmente ocorre em tecidos moles 
lesados. 
IV. Atrofia: 
Diminuição no tamanho ou na quantidade de 
uma célula, tecido ou órgãos, após o 
crescimento normal ter sido atingido. 
Decorrente da diminuição do número e/ou 
tamanho celular. 
Causas e exemplos: 
- Suprimento nutritivo deficiente. Inanição e, 
principalmente, diminuição do suprimento 
sanguíneo. EX.:atrofia hepática resultante da 
diminuição do fluxo sanguíneo pela veia porta. 
- Carga de trabalho diminuída. Ex.: atrofia de 
fibras musculares em pessoas sedentárias.- Desuso. EX.: Músculos de um membro que fica 
imobilizado se atrofiam. 
- Denervação. Fibras musculares diminuem em 
tamanho se o nervo for cortado. 
-Pressão. Atrofia, degeneração e necrose 
ocorrem adjacentes ao tumor devido à 
compressão e ao comprometimento do 
suprimento sanguíneo. 
- Perda da estimulação endócrina. Atrofia da 
zona fasciculada da adrenal devido à terapia 
esteroide prolongada. 
- Senilidade 
Fisiológicos: A involução é a diminuição do 
tamanho de um tecido causada pela redução no 
número de células. Ex: o timo involui com a 
idade e muitos tecidos tornam-se menores 
devido à involução senil. O útero involui após o 
parto, e suas células musculares lisas diminuem 
notavelmente em tamanho e número. 
V. Displasia: 
Condição adquirida caracterizada por alterações 
do crescimento e da diferenciação celular 
Ex.: displasias epiteliais (ocorrem com graus 
variados de aumento da proliferação celular 
com distúrbio de maturação e atipias). 
Acúmulos intracelulares: 
As substâncias armazenadas dividem-se em três 
categorias: 
 (1) um constituinte celular normal acumulado 
em excesso, como água, lipídios, proteínas e 
carboidratos; 
 (2) uma substância anormal, seja exógena, 
como um mineral ou produtos de agentes 
infecciosos, seja endógena, como um produto 
da síntese ou metabolismo anormal; 
 (3) um pigmento. 
Essas substâncias podem se acumular de 
maneira transitória ou permanente e ser 
inofensivas às células, mas em certas ocasiões 
são severamente tóxicas; pode estar localizada 
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
no citoplasma (normalmente dentro de 
fagolisossomos) ou no núcleo. 
Causas: 
- Uma substância endógena normal é produzida 
a uma taxa normal ou aumentada, mas a taxa de 
metabolismo é inadequada para removê-la 
 
- Uma substância endógena normal ou anormal 
acumula-se devido a defeitos genéticos ou 
adquiridos no metabolismo, processamento, 
transporte ou secreção dessas substâncias. 
 
- Uma substância exógena anormal deposita-se 
e acumula-se porque a célula não tem nem a 
maquinaria enzimática para degradar a 
substância nem a capacidade de transportá-la 
para outros locais. 
 
- Incapacidade de degradar partículas 
fagocitadas. 
 
✓ Lipídios- Lipidose Hepática (Fígado 
Gorduroso, Alteração Gordurosa, 
Esteatose Hepática): 
A lipidose é o acúmulo de triglicerídeos e outros 
metabólitos lipídicos (gorduras neutras e 
colesterol) no citoplasma das células 
parenquimatosas. Mais comum: alterações na 
função hepática (aumento das enzimas 
hepáticas, icterícia), pois o fígado é o principal 
órgão do metabolismo lipídico. 
Macroscopicamente, esteatose leve pode não 
ser detectável, mas fígados com lipidose 
perceptível estão aumentados, amarelados, 
macios, friáveis, e os bordos dos lobos são 
arredondados e largos em vez de afilados e 
planos. 
Causas: 
1. Liberação excessiva de ácidos graxos livres 
provenientes do intestino ou do tecido adiposo. 
2. Diminuição da β-oxidação de ácidos graxos 
em corpos cetônicos e em outras substâncias 
devido à lesão mitocondrial (toxinas, hipóxia). 
3. Síntese prejudicada de apoproteína. 
4. Combinação prejudicada de triglicerídeos e 
proteínas para formação de lipoproteínas 
(incomum). 
 5. Liberação prejudicada (secreção) de 
lipoproteínas do hepatócito (incomum). 
- Infiltração gordurosa: Quando grande 
quantidade de lipídios precisa ser armazenada, 
os adipócitos aumentam em número (adipócitos 
presentes no tec. Conj.). 
✓ Glicogênio: 
Quantidades variáveis de glicogênio são 
normalmente armazenadas nos hepatócitos e 
miócitos. 
Os hepatócitos de animais desnutridos são 
normalmente desprovidos de glicogênio. 
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
Quantidades excessivas de glicogênio - animais 
com metabolismo de glicose ou glicogênio 
anormal, como em distúrbios genéticos, como 
doenças de armazenamento de glicogênio 
(tipos Ia e III), e em animais que receberam 
quantidades excessivas de corticosteroides e na 
diabetes melito, na qual o glicogênio é 
encontrado não só nos hepatócitos, mas 
também nas células epiteliais dos túbulos renais 
proximais e nos linfócitos B das ilhotas de 
Langerhans. Os hepatócitos são altamente 
permeáveis à glicose, e a hiperglicemia leva à 
concentração aumentada de glicogênio nessas 
células. 
Macroscopicamente - depósitos fisiológicos de 
glicogênio não podem ser detectados, mas na 
hepatopatia induzida por esteroides, o fígado 
pode ficar aumentado e pálido. 
✓ Proteína - Hialina: 
Acúmulo de proteína: Menos visível 
morfologicamente do que o acúmulo lipídico; 
Comum em determinadas enfermidades renais 
que apresentam proteinúria (ex: síndrome 
nefrótica). 
Causas: 
• Reabsorção de proteína nos túbulos renais 
associadas com proteinúria 
• Síntese excessiva de proteínas secretórias 
normais (proteínas dos plasmócitos) 
Corpúsculos de Russel 
• Defeito de dobramento de proteínas 
Degeneração hialania: Amiloidose - Amiloide: 
grupo de substâncias proteináceas 
majoritariamente extracelulares e quimicamente 
variadas, que parecem semelhantes na 
histologia e na ultraestrutura; comprime as 
células parenquimais adjacentes, causando 
atrofia ou morte por compressão e/ou isquemia. 
Os locais mais comuns: são os rins, e baço; 
Outros órgãos afetados incluem estômago, 
intestino, tireoide, pele, linfonodos, córtex da 
adrenal, septo nasal e ossos turbinados, vasos 
meningeais e cerebrais de cães idosos. 
 
✓ Acúmulo de fibrina/fibrinóide: padrão de 
lesões mais frequentemente observado 
no sistema vascular. 
Resultado da deposição de imunoglobulinas, 
complemento e/ou proteínas plasmáticas, como 
fibrina na parede dos vasos sanguíneos. 
✓ Inclusão viral: 
A infecção das células hospedeiras por alguns 
tipos de vírus resulta na formação de 
corpúsculos de inclusão característicos (contêm 
acúmulos de proteína viral), que podem ser 
intranucleares, intracitoplasmáticos ou ambos. 
Pigmentação patológica: 
Exógenos (formados fora do corpo) e 
endógenos (formados dentro do corpo). 
Exógenos: 
- Carbono: mais comum. A porta de entrada - 
através da inalação, e seu acúmulo nos pulmões 
resulta antracose (também conhecida como 
pulmão preto). Nos alvéolos, o carbono é 
fagocitado pelos macrófagos, que o 
transportam via linfática aos linfonodos 
regionais traqueobrônquicos. Como é inerte e 
não metabolizado pelo corpo, permanece no 
tecido por toda a vida do animal. 
- Tatuagens: método de identificação. Esses 
pigmentos, que incluem o carbono, são 
introduzidos no interior da derme. Alguns 
desses pigmentos são fagocitados por 
macrófagos e o restante permanece livre na 
derme, onde pode ficar indefinidamente e não 
provocar nenhuma reação inflamatória. 
- Asbestose: Causada pela geração do pó de 
amianto, também chamado de asbesto. 
Endógenos: 
-Melanina: Produzida pelos melanócitos; Função 
de proteção contra radiação UV; Marcador dos 
melanomas. Se há lesão irreversível às células 
que contêm melanina (p. ex., lesão dos 
melanócitos e das células basais da pele), a 
melanina é liberada das células mortas e é 
fagocitada por macrófagos. Os grandes 
depósitos congênitos de melanina nos tecidos 
são chamados de melanose congênita. Ocorrem 
nos pulmões e aorta. 
- Lipofucsina: É o resultado final da 
autofagocitose dos constituintes celulares, 
como organelas, e é o resíduo final não 
degradável desse processo. Como o pigmento 
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
não pode ser removido por degradação 
lisossomal adicional ou exocitose, acumula-se 
nos lisossomos, uma forma de lixo biológico. 
- Hemossiderina (hemossiderose): Aparece 
como gotículas amarelo-douradas a marrom-
douradas e é a forma mais visível do ferro 
armazenado. O excesso de ferro decorrente da 
destruição de eritrócitos senescentes ou como 
resultado de crise hemolítica (p. ex., devidoa 
doenças autoimunes ou parasitas hemotrópicos) 
ou da eritropoiese diminuída (desnutrição) é 
armazenado principalmente no baço. 
Microscopicamente, os depósitos de 
hemossiderina são glóbulos amarelo-dourados 
a castanho-dourados, intracelulares ou 
extracelulares 
- Bilirrubina: produto da degradação do grupo 
heme. A icterícia, coloração amarelada dos 
tecidos por bilirrubina, é o resultado do 
desequilíbrio entre produção e excreção de 
bilirrubina, pois há uma produção excessiva ou 
redução na excreção de bilirrubina, que se 
acumula no plasma. 
- Hemossiderose localizada: Ex: traumatismo-
área vermelho azulada, devido a presença de 
hemoglobina desoxigenada. 
Início da degradação da hemoglobina e a 
formação de biliverdina e bilirrubina = 
tonalidade verde-azulada amarelada. 
Finalmente com a formação de hemossiderina, 
cor ferruginosa ou amarelo-dourado. 
Calcificação patológica: 
Deposição mineral nos tecidos, à exceção dos 
ossos e dentes. Os sais de cálcio, normalmente 
na forma de fosfatos ou carbonatos, podem se 
depositar em tecidos mortos, que estão 
morrendo ou normais. Ocorre sob duas formas: 
distrófica e metastática. 
1-Distrófica: quando há deposição localizada em 
tecidos que estão morrendo (ocorre nas áreas 
de necrose), apesar das concentrações séricas 
normais de cálcio, e na ausência de 
perturbações do metabolismo de cálcio. As 
células mortas ou que estão morrendo não 
podem mais regular o influxo de cálcio para o 
interior de seu citosol, e o cálcio acumula-se nas 
mitocôndrias. Os locais mais comuns: miocárdio 
necrosado, musculatura esquelética necrosada, 
granulomas, e parasitas mortos, como cistos 
hidáticos em bovino e triquinose em suínos. 
- Causas: Aumento da alcalinidade local (tecidos 
necróticos -> diminuição da solubilidade do 
Carbonato de Cálcio-> menos solúvel precipita-
se facilmente nos tecidos). 
Aumento da Fosfatase Alcalina (nos tecidos 
lesados -> liberação é aumentada-> facilita a 
formação de Fosfato de Cálcio). 
Presença de proteínas extracelulares (em 
tecidos necrosados, essas proteínas podem 
estar "descobertas"-> mais livres para 
associação com o cálcio-> estimulando a 
deposição do cálcio). 
Macroscopicamente: esbranquiçadas e, quando 
incisadas, dão uma sensação de material 
arenoso. Microscopicamente: os sais de cálcio 
coram-se azulados com a hematoxilina e 
aparecem como grânulos amorfos bem 
definidos ou agregados, que podem ser 
intracelulares ou extracelulares. 
2- Calcificação metastática: quase sempre 
resulta de uma hipercalcemia secundária a 
algum distúrbio do metabolismo de cálcio. 
Ocorre em tecidos normais e é secundária à 
hipercalcemia. A anormalidade deve-se à 
entrada de grande quantidade de íons cálcio 
nas células. Esses íons precipitam-se nas 
organelas, principalmente nas mitocôndrias. 
Locais: Válvula aórtica na sua túnica média; 
Coração no interstício muscular; Rins no epitélio 
tubular e interstício renal. Raro no glomérulo; 
Pulmão na parede dos alvéolos; Mucosa gástrica 
na túnica própria e membrana basal das 
glândulas. 
Alcalinidade do órgão: rins, pulmões e mucosa 
gástrica são mais predispostos às precipitações 
de cálcio -> O pH parcialmente alcalino dessas 
regiões facilita a calcificação. 
Morte celular: 
1- Necrose: 
Morte celular causada por lesão celular 
irreversível por hipóxia, isquemia e lesão de 
membrana. Lesão por hipóxia->perda 
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
substancial da regulação do volume celular, 
além do influxo de Ca2+ que ocorre devido à 
quantidade inadequada de ATP para abastecer 
as bombas de íons. 
Lesão celular irreversível: (1) incapacidade de 
restaurar a função mitocondrial e (2) evidência 
de dano na membrana celular. 
Além dos efeitos do influxo de Ca2+, a geração 
de radicais livres em células hipóxicas, 
associada ao oxigênio restaurado, resulta em 
uma variedade de espécies reativas de oxigênio 
e nitrogênio. Os radicais livres derivados das 
células inflamatórias também apresentam-se 
aumentados como resultado do acúmulo de 
neutrófilos em áreas reperfusadas após a 
liberação de citocinas, como o fator de necrose 
tumoral alfa (TNF-α). 
 
Alterações histológicas: 
- Picnose: o núcleo encolhe, fica escuro, 
homogêneo e redondo, diferente do núcleo 
fragmentado denso e escuro das células 
apoptóticas. Pode ser uma sequela da 
condensação da cromatina na degeneração 
inicial. 
 
 - Cariorexia: o envelope nuclear se rompe e os 
fragmentos nucleares escuros são liberados no 
citoplasma celular. 
- Cariólise: o núcleo fica extremamente pálido 
devido à dissolução de cromatina, 
provavelmente pela ação de RNAases e 
DNAases. 
 
- Ausência de núcleo: esse é um estágio 
posterior à cariólise, no qual o núcleo dissolve-
se e é completamente lisado. 
Tipos: 
- Coagulação: preservação do contorno básico 
das células necrosadas. Macroscopia: Palidez – 
Macio – Friável – Bem delimitada. 
- Caseificação: implica a conversão das células 
mortas em uma massa granulosa grosseira 
friável semelhante ao queijo cottage. É uma 
lesão mais antiga (crônica) normalmente 
associada a lipídios de origem bacteriana de 
difícil degradação. 
-Liquefativa: tipo comum de necrose que 
acontece no SNC, embora os corpos celulares 
dos neurônios inicialmente apresentem necrose 
de coagulação, seguida de liquefação. 
- Gangrenosa: 
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
Úmida: área de tecido necrótico (normalmente 
necrose de coagulação), que é degradada 
posteriormente pela ação liquefativa de 
bactérias saprófitas (definidas como organismos 
que vivem em matéria orgânica morta), as quais 
normalmente causam putrefação. 
Seca: é, de fato, a necrose de coagulação 
secundária ao infarto, que é seguido pela 
mumificação. 
Gasosa: exemplo de proliferação bacteriana que 
produz toxinas no tecido necrótico, mas nesse 
caso as bactérias são anaeróbicas. Essas 
bactérias são introduzidas através de 
ferimentos perfurantes em músculos ou tecidos 
subcutâneos, assim o tecido necrótico 
proporciona um ambiente anaeróbico para o 
crescimento de clostrídios. 
- Gordurosa: 
Enzimática: destruição da gordura da cavidade 
abdominal e normalmente da gordura adjacente 
ao pâncreas devido à ação de lipases 
pancreáticas ativadas no líquido pancreático, 
que escaparam dos ductos do pâncreas. 
Traumática: quando o tecido adiposo é 
esmagado. 
Gordura abdominal dos bovinos: caracterizada 
por grandes massas de necrose gordurosa no 
mesentério, omento e retroperitonialmente. 
Sequelas: estimula uma reação inflamatória 
importante nos tecidos vizinhos viáveis, com 
exceção do SNC. O foco necrótico normalmente 
é circundado por uma faixa bem delimitada de 
leucócitos e por hiperemia decorrente da 
inflamação para que ocorra a digestão (através 
das enzimas heterolíticas dos leucócitos) e 
liquefação do tecido necrosado para que seja 
removido por macrófagos e circule para o 
interior de vasos sanguíneos e linfáticos, e, 
então, haja a substituição por tecido normal 
(regeneração) ou por tecido conjuntivo fibroso 
(cicatrização). 
Apoptose: 
O processo de apoptose pode ser dividido em 
uma fase de iniciação (caspases tornam-se 
ativas cataliticamente) e uma fase de execução 
(essas enzimas agem para causar a morte 
celular). 
O início da apoptose ocorre principalmente 
através de sinais de duas vias distintas, mas 
convergentes: a extrínseca, ou iniciada por 
receptores, e a intrínseca, ou mitocondrial. 
Ambas as vias convergem para ativar as 
caspases. 
1- Via extrínseca: 
Inicia-se através da interação dos receptores de 
morte da superfície celular em uma diversidade 
de células. 
 
2- Intrínseca: resultado do aumento da 
permeabilidade mitocondrial e da 
liberação de moléculas pró-apoptóticas 
para o interior do citoplasma, sem função 
para os receptores de morte. 
Quando as células sãoprivadas dos sinais de 
sobrevivência ou sujeitas ao estresse, incluindo 
o mau enovelamento de proteínas e estresse do 
RE, ou quando o DNA é danificado, Bcl2 e/ou 
Bcl-x (proteínas anti-apoptóticas) saem da 
membrana mitocondrial e são substituídas por 
membros pró-apoptóticos dessa família, como 
Bak, Bax e Bim. Quando os níveis de Bcl-2/Bcl-
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
x diminuem, a permeabilidade da membrana 
mitocondrial aumenta, e várias proteínas que 
podem ativar a cascata da caspase extravasam. 
 
Fase de execução: mediada por uma cascata 
proteolítica, para a qual os vários mecanismos 
de desencadeamento convergem. 
Caspase ativada: Elas clivam as proteínas 
citoesqueléticas e da matriz nuclear e, dessa 
forma, rompem o citoesqueleto e levam ao 
desarranjo nuclear. Os alvos de ativação da 
caspase no núcleo incluem proteínas envolvidas 
na transcrição, replicação do DNA e reparo do 
DNA. 
O resultado final é a formação de corpúsculos 
apoptóticos que contêm organelas 
intracelulares e outros componentes do citosol; 
esses corpúsculos também expressam novos 
ligantes para ligação e captação por células 
fagocíticas. 
Morfologicamente: as células apoptóticas 
apresentam cromatina e citoplasma 
condensados, e os fragmentos são normalmente 
encontrados nas células adjacentes ou nas 
células fagocíticas como corpos apoptótico. A 
fagocitose ocorre sem inflamação, o que é visto 
normalmente na necrose. 
As características histopatológicas da apoptose 
estão listadas a 
seguir: • 
Células 
individuais são 
retraídas. • A 
cromatina é 
condensada. • 
O citoplasma é 
fragmentado. • 
Os brotos 
citoplasmáticos geralmente contendo um 
fragmento de núcleo se forma na superfície, 
separa-se, e são fagocitados por células 
adjacentes como corpos apoptóticos, pequenas 
inclusões eosinofílicas intracelulares com 
Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária 
fragmentos nucleares densos. • Não há 
inflamação

Outros materiais