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Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária Lesão celular Extrínsecas: traumatismo físico, viroses e toxinas. Intrínsecas: mutações genéticas espontâneas. Extrínsecos e intrínsecos: desequilíbrio na carga de trabalho, alterações nutricionais e disfunções imunológicas. Mecanismo da lesão: ✓ depleção de ATP (frequentemente causado por hipóxia) ✓ lesão de membrana (como resultado de inúmeras causas, incluindo radicais livres derivados de oxigênio) ✓ distúrbios do metabolismo celular e lesões genéticas A lesão celular acontece quando a célula não consegue manter um estado estável em resposta a estímulos e fatores estressantes. Reversível: ocorre quando a célula consegue se adaptar ou se recuperar e, então, retornar à função normal ou próxima do normal Irreversível: se a lesão exceder certos limites, a célula morre. As células e tecidos respondem às lesões (estresse) de três formas: (1) adaptação, (2) degeneração ou acúmulos intra e extracelulares e (3) morte. As alterações citomorfológicas características da lesão celular irreversível incluem: ✓ Lesão da membrana plasmática ✓ Influxo de cálcio na célula ✓ Tumefação e vacuolização mitocondrial ✓ Densidades amorfas (possivelmente cálcio) nas mitocôndrias ✓ Tumefação lisossomal Causas mais comuns de lesão celular: a) Hipóxia: redução parcial nas concentrações de O2 fornecidas às células e tecidos. O oxigênio é criticamente importante para a fosforilação oxidativa, principalmente nas células altamente especializadas, como neurônios, hepatócitos, miócitos cardíacos e células dos túbulos renais. b) Agentes físicos: Traumatismos, calor ou frio extremo, radiação e energia elétrica. Os traumas podem causar ruptura direta e morte de um grande número de células, ou podem prejudicar o suprimento sanguíneo às células c) Agentes infecciosos d) Desequilíbrios ou deficiências nutricionais e) Anormalidades genéticas f) Desequilíbrio da carga de trabalho g) Substancias químicas, drogas e toxinas h) Disfunção imunológica i) Envelhecimento Lesão celular reversível: Tumefação celular aguda/ degeneração hidrópica: Aumento do tamanho e do volume celular a partir de uma sobrecarga de água, causada pela falência da célula em manter sua homeostasia normal e regular a entrada e saída de água. Evolui com a desintegração difusa de organelas e proteínas citoplasmáticas. Ocorre em resposta à perda da homeostase celular secundária a lesões mecânicas, por hipóxia (a deficiência de ATP leva à falência da bomba de Na+-K+ e, consequentemente à elevação da Pintracelular osmótica e à perda do controle do volume celular, com a entrada de água na célula), tóxicas, por radicais livres, virais, bacterianas e imunomediadas. Tumefação X Hipertrofia (aumento do nº de organelas normais). Órgãos macroscopia: são maiores e mais pesados que o normal e com coloração pálida. O parênquima pode apresentar uma pequena protrusão por debaixo da cápsula quando incisado e redução da gravidade específica dos tecidos. Microscopia: O citoplasma das células afetadas contém vacúolos translúcidos que não se coram para gordura ou glicogênio. A degeneração balonosa (na epiderme) é uma variação extrema da degeneração hidrópica, na qual as células Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária ficam muito dilatadas e o citoplasma é basicamente um espaço claro. Edema citotóxico: No sistema nervoso central (SNC), além do endotélio, os neurônios, oligodendrócitos e astrócitos também podem ficar tumefeitos. Os neurônios com tumefação não conduzem impulsos nervosos, resultando em estupor ou coma. A tumefação celular pode ser reversível se a extensão e a duração da lesão não forem grandes. Mas, se a lesão excede certos limites (discutidos brevemente), ocorre morte celular. Lesão celular crônica e adaptação celular: Autofagocitose: processo pelo qual as células com lesão subletal removem as organelas danificadas e estéreis. As células com lesões subletais geralmente têm grande quantidade de organelas danificadas. Adaptações celulares: I. Hipertrofia: As células sintetizam mais organelas e ocorre o aumento do volume celular. A arquitetura histológica do órgão é normal, mas as células são maiores. A hipertrofia pode ocorrer na maioria dos órgãos e tecidos, mas tende a se desenvolver nas células que sofrem pouca replicação. Comum no m. esquelético em resposta ao aumento da carga de trabalho. Fisiológica: resultado comum e esperado após o trabalho. Compensatória: resposta à perda de uma parte de um órgão ou de um dos pares de órgãos ou, ainda, a uma obstrução de lúmen de um órgão muscular oco. Por exemplo, ocorre hipertrofia em um rim após a perda do rim oposto. O rim aumenta devido ao aumento no comprimento dos néfrons, e não devido ao aumento do número de néfrons. A hipertrofia do ventrículo cardíaco direito decorrente de estenose no fluxo do trato pulmonar. II. Hiperplasia: O aumento no número de células implica o aumento da divisão mitótica. Aumenta o tamanho de um tecido, um órgão ou parte dele, e pode aparecer macroscopicamente como hipertrofia. - As células lábeis — aquelas que rotineiramente proliferam em circunstâncias normais, como as da epiderme, epitélio intestinal e medula óssea — tornam-se hiperplásicas rapidamente. - As células permanentes, como neurônios e miócitos cardíacos e esqueléticos, na maioria das situações, possuem muito pouca capacidade de regeneração ou de se tornarem hiperplásicas. - As células estáveis, como as do osso, cartilagem e musculatura lisa, possuem capacidade intermediária em tornarem-se hiperplásicas. Fisiológica: normalmente hormonal (proliferação epitelial da glândula mamária aumentada antes da lactação e o aumento do útero gravídico) ou compensatória/regeneração (pós a perda de uma parte de um órgão. EX1.: pele esfoliada- a camada basal da epiderme sofre mitoses para regenerar as camadas superficiais. EX2.: remoção de uma parte do fígado pode levar a mitoses nos hepatócitos Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária restantes, resultando em restauração do fígado ao seu tamanho normal, mas não necessariamente à forma normal). Patológica: Normalmente causada por estimulação hormonal excessiva das células- alvo ou por irritação crônica. Ex: comum ocorrer hiperplasia endometrial cística do útero das cadelas como resultado da influência prolongada da progesterona. III. Metaplasia; Um tipo celular adulto é substituído por outro tipo celular adulto de uma mesma linhagem germinativa. Normalmente, o epitélio especializado é substituído por um epitélio menos especializado. Causas: - Irritação crônica devido a partículas e substâncias químicas em pulmões de fumantes pode transformar o epitélio cuboide e colunar normal das vias aéreas em escamoso estratificado. - A deficiência de vitamina A (é importante na diferenciação normal do epitélio secretor de muco) causa metaplasia escamosa de epitélios, como o de transição do trato urinário. - A toxicidade do estrógeno causa metaplasia escamosa do trato urinário e próstata. - A regeneração do epitélio glandular decorrente de mastite pode ser primeiramente escamosa. - Metaplasia óssea (osso metaplásico) ocasionalmente ocorre em tecidos moles lesados. IV. Atrofia: Diminuição no tamanho ou na quantidade de uma célula, tecido ou órgãos, após o crescimento normal ter sido atingido. Decorrente da diminuição do número e/ou tamanho celular. Causas e exemplos: - Suprimento nutritivo deficiente. Inanição e, principalmente, diminuição do suprimento sanguíneo. EX.:atrofia hepática resultante da diminuição do fluxo sanguíneo pela veia porta. - Carga de trabalho diminuída. Ex.: atrofia de fibras musculares em pessoas sedentárias.- Desuso. EX.: Músculos de um membro que fica imobilizado se atrofiam. - Denervação. Fibras musculares diminuem em tamanho se o nervo for cortado. -Pressão. Atrofia, degeneração e necrose ocorrem adjacentes ao tumor devido à compressão e ao comprometimento do suprimento sanguíneo. - Perda da estimulação endócrina. Atrofia da zona fasciculada da adrenal devido à terapia esteroide prolongada. - Senilidade Fisiológicos: A involução é a diminuição do tamanho de um tecido causada pela redução no número de células. Ex: o timo involui com a idade e muitos tecidos tornam-se menores devido à involução senil. O útero involui após o parto, e suas células musculares lisas diminuem notavelmente em tamanho e número. V. Displasia: Condição adquirida caracterizada por alterações do crescimento e da diferenciação celular Ex.: displasias epiteliais (ocorrem com graus variados de aumento da proliferação celular com distúrbio de maturação e atipias). Acúmulos intracelulares: As substâncias armazenadas dividem-se em três categorias: (1) um constituinte celular normal acumulado em excesso, como água, lipídios, proteínas e carboidratos; (2) uma substância anormal, seja exógena, como um mineral ou produtos de agentes infecciosos, seja endógena, como um produto da síntese ou metabolismo anormal; (3) um pigmento. Essas substâncias podem se acumular de maneira transitória ou permanente e ser inofensivas às células, mas em certas ocasiões são severamente tóxicas; pode estar localizada Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária no citoplasma (normalmente dentro de fagolisossomos) ou no núcleo. Causas: - Uma substância endógena normal é produzida a uma taxa normal ou aumentada, mas a taxa de metabolismo é inadequada para removê-la - Uma substância endógena normal ou anormal acumula-se devido a defeitos genéticos ou adquiridos no metabolismo, processamento, transporte ou secreção dessas substâncias. - Uma substância exógena anormal deposita-se e acumula-se porque a célula não tem nem a maquinaria enzimática para degradar a substância nem a capacidade de transportá-la para outros locais. - Incapacidade de degradar partículas fagocitadas. ✓ Lipídios- Lipidose Hepática (Fígado Gorduroso, Alteração Gordurosa, Esteatose Hepática): A lipidose é o acúmulo de triglicerídeos e outros metabólitos lipídicos (gorduras neutras e colesterol) no citoplasma das células parenquimatosas. Mais comum: alterações na função hepática (aumento das enzimas hepáticas, icterícia), pois o fígado é o principal órgão do metabolismo lipídico. Macroscopicamente, esteatose leve pode não ser detectável, mas fígados com lipidose perceptível estão aumentados, amarelados, macios, friáveis, e os bordos dos lobos são arredondados e largos em vez de afilados e planos. Causas: 1. Liberação excessiva de ácidos graxos livres provenientes do intestino ou do tecido adiposo. 2. Diminuição da β-oxidação de ácidos graxos em corpos cetônicos e em outras substâncias devido à lesão mitocondrial (toxinas, hipóxia). 3. Síntese prejudicada de apoproteína. 4. Combinação prejudicada de triglicerídeos e proteínas para formação de lipoproteínas (incomum). 5. Liberação prejudicada (secreção) de lipoproteínas do hepatócito (incomum). - Infiltração gordurosa: Quando grande quantidade de lipídios precisa ser armazenada, os adipócitos aumentam em número (adipócitos presentes no tec. Conj.). ✓ Glicogênio: Quantidades variáveis de glicogênio são normalmente armazenadas nos hepatócitos e miócitos. Os hepatócitos de animais desnutridos são normalmente desprovidos de glicogênio. Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária Quantidades excessivas de glicogênio - animais com metabolismo de glicose ou glicogênio anormal, como em distúrbios genéticos, como doenças de armazenamento de glicogênio (tipos Ia e III), e em animais que receberam quantidades excessivas de corticosteroides e na diabetes melito, na qual o glicogênio é encontrado não só nos hepatócitos, mas também nas células epiteliais dos túbulos renais proximais e nos linfócitos B das ilhotas de Langerhans. Os hepatócitos são altamente permeáveis à glicose, e a hiperglicemia leva à concentração aumentada de glicogênio nessas células. Macroscopicamente - depósitos fisiológicos de glicogênio não podem ser detectados, mas na hepatopatia induzida por esteroides, o fígado pode ficar aumentado e pálido. ✓ Proteína - Hialina: Acúmulo de proteína: Menos visível morfologicamente do que o acúmulo lipídico; Comum em determinadas enfermidades renais que apresentam proteinúria (ex: síndrome nefrótica). Causas: • Reabsorção de proteína nos túbulos renais associadas com proteinúria • Síntese excessiva de proteínas secretórias normais (proteínas dos plasmócitos) Corpúsculos de Russel • Defeito de dobramento de proteínas Degeneração hialania: Amiloidose - Amiloide: grupo de substâncias proteináceas majoritariamente extracelulares e quimicamente variadas, que parecem semelhantes na histologia e na ultraestrutura; comprime as células parenquimais adjacentes, causando atrofia ou morte por compressão e/ou isquemia. Os locais mais comuns: são os rins, e baço; Outros órgãos afetados incluem estômago, intestino, tireoide, pele, linfonodos, córtex da adrenal, septo nasal e ossos turbinados, vasos meningeais e cerebrais de cães idosos. ✓ Acúmulo de fibrina/fibrinóide: padrão de lesões mais frequentemente observado no sistema vascular. Resultado da deposição de imunoglobulinas, complemento e/ou proteínas plasmáticas, como fibrina na parede dos vasos sanguíneos. ✓ Inclusão viral: A infecção das células hospedeiras por alguns tipos de vírus resulta na formação de corpúsculos de inclusão característicos (contêm acúmulos de proteína viral), que podem ser intranucleares, intracitoplasmáticos ou ambos. Pigmentação patológica: Exógenos (formados fora do corpo) e endógenos (formados dentro do corpo). Exógenos: - Carbono: mais comum. A porta de entrada - através da inalação, e seu acúmulo nos pulmões resulta antracose (também conhecida como pulmão preto). Nos alvéolos, o carbono é fagocitado pelos macrófagos, que o transportam via linfática aos linfonodos regionais traqueobrônquicos. Como é inerte e não metabolizado pelo corpo, permanece no tecido por toda a vida do animal. - Tatuagens: método de identificação. Esses pigmentos, que incluem o carbono, são introduzidos no interior da derme. Alguns desses pigmentos são fagocitados por macrófagos e o restante permanece livre na derme, onde pode ficar indefinidamente e não provocar nenhuma reação inflamatória. - Asbestose: Causada pela geração do pó de amianto, também chamado de asbesto. Endógenos: -Melanina: Produzida pelos melanócitos; Função de proteção contra radiação UV; Marcador dos melanomas. Se há lesão irreversível às células que contêm melanina (p. ex., lesão dos melanócitos e das células basais da pele), a melanina é liberada das células mortas e é fagocitada por macrófagos. Os grandes depósitos congênitos de melanina nos tecidos são chamados de melanose congênita. Ocorrem nos pulmões e aorta. - Lipofucsina: É o resultado final da autofagocitose dos constituintes celulares, como organelas, e é o resíduo final não degradável desse processo. Como o pigmento Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária não pode ser removido por degradação lisossomal adicional ou exocitose, acumula-se nos lisossomos, uma forma de lixo biológico. - Hemossiderina (hemossiderose): Aparece como gotículas amarelo-douradas a marrom- douradas e é a forma mais visível do ferro armazenado. O excesso de ferro decorrente da destruição de eritrócitos senescentes ou como resultado de crise hemolítica (p. ex., devidoa doenças autoimunes ou parasitas hemotrópicos) ou da eritropoiese diminuída (desnutrição) é armazenado principalmente no baço. Microscopicamente, os depósitos de hemossiderina são glóbulos amarelo-dourados a castanho-dourados, intracelulares ou extracelulares - Bilirrubina: produto da degradação do grupo heme. A icterícia, coloração amarelada dos tecidos por bilirrubina, é o resultado do desequilíbrio entre produção e excreção de bilirrubina, pois há uma produção excessiva ou redução na excreção de bilirrubina, que se acumula no plasma. - Hemossiderose localizada: Ex: traumatismo- área vermelho azulada, devido a presença de hemoglobina desoxigenada. Início da degradação da hemoglobina e a formação de biliverdina e bilirrubina = tonalidade verde-azulada amarelada. Finalmente com a formação de hemossiderina, cor ferruginosa ou amarelo-dourado. Calcificação patológica: Deposição mineral nos tecidos, à exceção dos ossos e dentes. Os sais de cálcio, normalmente na forma de fosfatos ou carbonatos, podem se depositar em tecidos mortos, que estão morrendo ou normais. Ocorre sob duas formas: distrófica e metastática. 1-Distrófica: quando há deposição localizada em tecidos que estão morrendo (ocorre nas áreas de necrose), apesar das concentrações séricas normais de cálcio, e na ausência de perturbações do metabolismo de cálcio. As células mortas ou que estão morrendo não podem mais regular o influxo de cálcio para o interior de seu citosol, e o cálcio acumula-se nas mitocôndrias. Os locais mais comuns: miocárdio necrosado, musculatura esquelética necrosada, granulomas, e parasitas mortos, como cistos hidáticos em bovino e triquinose em suínos. - Causas: Aumento da alcalinidade local (tecidos necróticos -> diminuição da solubilidade do Carbonato de Cálcio-> menos solúvel precipita- se facilmente nos tecidos). Aumento da Fosfatase Alcalina (nos tecidos lesados -> liberação é aumentada-> facilita a formação de Fosfato de Cálcio). Presença de proteínas extracelulares (em tecidos necrosados, essas proteínas podem estar "descobertas"-> mais livres para associação com o cálcio-> estimulando a deposição do cálcio). Macroscopicamente: esbranquiçadas e, quando incisadas, dão uma sensação de material arenoso. Microscopicamente: os sais de cálcio coram-se azulados com a hematoxilina e aparecem como grânulos amorfos bem definidos ou agregados, que podem ser intracelulares ou extracelulares. 2- Calcificação metastática: quase sempre resulta de uma hipercalcemia secundária a algum distúrbio do metabolismo de cálcio. Ocorre em tecidos normais e é secundária à hipercalcemia. A anormalidade deve-se à entrada de grande quantidade de íons cálcio nas células. Esses íons precipitam-se nas organelas, principalmente nas mitocôndrias. Locais: Válvula aórtica na sua túnica média; Coração no interstício muscular; Rins no epitélio tubular e interstício renal. Raro no glomérulo; Pulmão na parede dos alvéolos; Mucosa gástrica na túnica própria e membrana basal das glândulas. Alcalinidade do órgão: rins, pulmões e mucosa gástrica são mais predispostos às precipitações de cálcio -> O pH parcialmente alcalino dessas regiões facilita a calcificação. Morte celular: 1- Necrose: Morte celular causada por lesão celular irreversível por hipóxia, isquemia e lesão de membrana. Lesão por hipóxia->perda Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária substancial da regulação do volume celular, além do influxo de Ca2+ que ocorre devido à quantidade inadequada de ATP para abastecer as bombas de íons. Lesão celular irreversível: (1) incapacidade de restaurar a função mitocondrial e (2) evidência de dano na membrana celular. Além dos efeitos do influxo de Ca2+, a geração de radicais livres em células hipóxicas, associada ao oxigênio restaurado, resulta em uma variedade de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio. Os radicais livres derivados das células inflamatórias também apresentam-se aumentados como resultado do acúmulo de neutrófilos em áreas reperfusadas após a liberação de citocinas, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). Alterações histológicas: - Picnose: o núcleo encolhe, fica escuro, homogêneo e redondo, diferente do núcleo fragmentado denso e escuro das células apoptóticas. Pode ser uma sequela da condensação da cromatina na degeneração inicial. - Cariorexia: o envelope nuclear se rompe e os fragmentos nucleares escuros são liberados no citoplasma celular. - Cariólise: o núcleo fica extremamente pálido devido à dissolução de cromatina, provavelmente pela ação de RNAases e DNAases. - Ausência de núcleo: esse é um estágio posterior à cariólise, no qual o núcleo dissolve- se e é completamente lisado. Tipos: - Coagulação: preservação do contorno básico das células necrosadas. Macroscopia: Palidez – Macio – Friável – Bem delimitada. - Caseificação: implica a conversão das células mortas em uma massa granulosa grosseira friável semelhante ao queijo cottage. É uma lesão mais antiga (crônica) normalmente associada a lipídios de origem bacteriana de difícil degradação. -Liquefativa: tipo comum de necrose que acontece no SNC, embora os corpos celulares dos neurônios inicialmente apresentem necrose de coagulação, seguida de liquefação. - Gangrenosa: Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária Úmida: área de tecido necrótico (normalmente necrose de coagulação), que é degradada posteriormente pela ação liquefativa de bactérias saprófitas (definidas como organismos que vivem em matéria orgânica morta), as quais normalmente causam putrefação. Seca: é, de fato, a necrose de coagulação secundária ao infarto, que é seguido pela mumificação. Gasosa: exemplo de proliferação bacteriana que produz toxinas no tecido necrótico, mas nesse caso as bactérias são anaeróbicas. Essas bactérias são introduzidas através de ferimentos perfurantes em músculos ou tecidos subcutâneos, assim o tecido necrótico proporciona um ambiente anaeróbico para o crescimento de clostrídios. - Gordurosa: Enzimática: destruição da gordura da cavidade abdominal e normalmente da gordura adjacente ao pâncreas devido à ação de lipases pancreáticas ativadas no líquido pancreático, que escaparam dos ductos do pâncreas. Traumática: quando o tecido adiposo é esmagado. Gordura abdominal dos bovinos: caracterizada por grandes massas de necrose gordurosa no mesentério, omento e retroperitonialmente. Sequelas: estimula uma reação inflamatória importante nos tecidos vizinhos viáveis, com exceção do SNC. O foco necrótico normalmente é circundado por uma faixa bem delimitada de leucócitos e por hiperemia decorrente da inflamação para que ocorra a digestão (através das enzimas heterolíticas dos leucócitos) e liquefação do tecido necrosado para que seja removido por macrófagos e circule para o interior de vasos sanguíneos e linfáticos, e, então, haja a substituição por tecido normal (regeneração) ou por tecido conjuntivo fibroso (cicatrização). Apoptose: O processo de apoptose pode ser dividido em uma fase de iniciação (caspases tornam-se ativas cataliticamente) e uma fase de execução (essas enzimas agem para causar a morte celular). O início da apoptose ocorre principalmente através de sinais de duas vias distintas, mas convergentes: a extrínseca, ou iniciada por receptores, e a intrínseca, ou mitocondrial. Ambas as vias convergem para ativar as caspases. 1- Via extrínseca: Inicia-se através da interação dos receptores de morte da superfície celular em uma diversidade de células. 2- Intrínseca: resultado do aumento da permeabilidade mitocondrial e da liberação de moléculas pró-apoptóticas para o interior do citoplasma, sem função para os receptores de morte. Quando as células sãoprivadas dos sinais de sobrevivência ou sujeitas ao estresse, incluindo o mau enovelamento de proteínas e estresse do RE, ou quando o DNA é danificado, Bcl2 e/ou Bcl-x (proteínas anti-apoptóticas) saem da membrana mitocondrial e são substituídas por membros pró-apoptóticos dessa família, como Bak, Bax e Bim. Quando os níveis de Bcl-2/Bcl- Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária x diminuem, a permeabilidade da membrana mitocondrial aumenta, e várias proteínas que podem ativar a cascata da caspase extravasam. Fase de execução: mediada por uma cascata proteolítica, para a qual os vários mecanismos de desencadeamento convergem. Caspase ativada: Elas clivam as proteínas citoesqueléticas e da matriz nuclear e, dessa forma, rompem o citoesqueleto e levam ao desarranjo nuclear. Os alvos de ativação da caspase no núcleo incluem proteínas envolvidas na transcrição, replicação do DNA e reparo do DNA. O resultado final é a formação de corpúsculos apoptóticos que contêm organelas intracelulares e outros componentes do citosol; esses corpúsculos também expressam novos ligantes para ligação e captação por células fagocíticas. Morfologicamente: as células apoptóticas apresentam cromatina e citoplasma condensados, e os fragmentos são normalmente encontrados nas células adjacentes ou nas células fagocíticas como corpos apoptótico. A fagocitose ocorre sem inflamação, o que é visto normalmente na necrose. As características histopatológicas da apoptose estão listadas a seguir: • Células individuais são retraídas. • A cromatina é condensada. • O citoplasma é fragmentado. • Os brotos citoplasmáticos geralmente contendo um fragmento de núcleo se forma na superfície, separa-se, e são fagocitados por células adjacentes como corpos apoptóticos, pequenas inclusões eosinofílicas intracelulares com Autoria: Ana Beatriz Mendes- Medicina Veterinária fragmentos nucleares densos. • Não há inflamação
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