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Resenha - Uma mente Brilhante

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE FARMÁCIA
Discente: Alisson Igor Braga Santos
Titulo: (A Beautiful Mind) Uma Mente Brilhante
Ano de Lançamento: 2001
Produção: EUA
Gênero: Drama/Obra de Época
Direção: Ron Haward
Roteiro: Akiva Goldsman
Resenha sobre o filme “Uma mente brilhante”
O filme uma mente brilhante apresenta a história de um matemático John Nash, cujas ideias inovaram teorias econômicas, a biologia da evolução e dos jogos. John Nash é um matemático com um excelente grau de inteligência onde se fascina com os números, fórmulas e teoremas e trabalha em cima de mudar essas teorias através de reformulações próprias, ou seja, ele se destacou elaborando uma teoria revolucionária que poderia mudar o ruma da economia moderna, entretanto, sofre de esquizofrenia. A esquizofrenia é caracterizada por psicose, ou seja, perda de contato com a realidade, alucinações, delírios, caracterizado como convicções errôneas que são mantidas apesar de evidências contraditórias claras, disfunção ocupacional e social (SILVA, 2006). Em uma revisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o impacto mundial da doença, Murray & Lopez (1996) relataram uma taxa de prevalência de 0,92% para homens e 0,9% para mulheres. As diferentes estimativas de incidência da esquizofrenia sugerem a ocorrência de aproximadamente quatro casos novos por ano para uma população de 10.000 habitantes. A incidência real deve estar entre 1 e 7 casos novos para 10.000 habitantes por ano (MARI, 2000).
Dentre os aspectos referentes à abordagem do filme, não é possível fazer com que o telespectador perceba a diferença entre o que é real ou alucinação, todavia, o filme aborda os principais sintomas da doença que só foi descoberto quando o médico relatou para a esposa que as crises e manias de perseguição que ele tinha na verdade eram sinais de esquizofrenia. 
Esses sintomas eram basicamente alucinações visuais e auditivas, quando ele via e ouvia seu amigo de quarto todo momento, juntamente com uma criança que o acompanhava há muitos anos em sua vida. Tudo baseado em alucinações, ele cria uma história em que é chamado para trabalhar para o serviço secreto da Rússia e que ele é fundamental na resolução de códigos secretos. Alucinações e delírios são frequentemente observados em algum momento durante o percurso da esquizofrenia. As alucinações visuais ocorrem em 15%, as auditivas em 50% e as táteis em 5% de todos os sujeitos, e os delírios em mais de 90% deles (PICON, 2013; PULL, 2005).
Quando avaliados os critérios de tratamento da esquizofrenia, Atualmente, os esforços concentram-se na busca de antipsicóticos com menos efeitos extrapiramidais e que sejam eficazes no tratamento dos sintomas negativos da esquizofrenia, denominados antipsicóticos atípicos, a exemplo da clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e mais recentemente o aripiprazol. O desenvolvimento da clozapina foi um claro avanço nesses esforços. Esse fármaco, disponível em alguns países da Europa desde o começo da década de 1970, e introduzida nos EUA na década de 1990, foi o primeiro antipsicótico que tratou os sintomas da esquizofrenia de forma efetiva com apenas um risco mínimo de induzir efeitos colaterais motores (FLEISCHHACKER, 2005). Há cerca de 10 anos, quando houve a integração da clozapina no Brasil, sua utilização veio cercada não só por temores, devido ao risco de alterações da crase sanguínea que pode provocar, mas, sobretudo, pela desinformação, pois não estava claro para a maioria dos profissionais que esse neuroléptico, descoberto na década de 70, não era indicado para todos os casos, mas somente para aqueles considerados resistentes, isto é, que não haviam respondido a vários tratamentos com neurolépticos convencionais (ELKIS, 2001).
A inserção dos medicamentos antipsicóticos de segunda geração no tratamento da esquizofrenia provocou um debate sobre os custos dos tratamentos farmacológicos. Em alguns aspectos, os novos antipsicóticos apresentam uma resposta clínica superior em comparação aos de primeira geração. Atualmente no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza os antipsicóticos de segunda geração apenas para pacientes refratários ao tratamento com os de primeira geração e registrados no "Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional" (LINDNER, 2009).
Segundo Elkis, 2008, desde a introdução da clorpromazina na prática clinica, em meados do século XX, ficaram evidentes o surgimento de casos de diabetes e alterações da tolerância a glicose com antipsicóticos de primeira geração. Os antipsicóticos de segunda geração, demonstrouum grande avanço no tratamento medicamentoso da esquizofrenia nas últimas décadas. Os medicamentos da primeira geração causam mais efeitos colaterais do que os fármacos de segunda geração, dentre os efeitos colaterais, tais como, parkinsonismo, distonias, acatisia e discinesia tardia e, além disso, têm menor efeito nos sintomas negativos da esquizofrenia. Os ASG são, atualmente, preconizados como tratamento de primeira linha na esquizofrenia. O pesquisador, Daniel Varela da Universidade federal de são Paulo (USP), relata que, enquanto as drogas de primeira geração agem principalmente sobre os receptores do neurotransmissor dopamina amenizando os chamados sintomas produtivos, como os delírios e alucinações da doença, os medicamentos de segunda geração agem também sobre outros receptores, diminuindo também os sintomas negativos, desânimo, isolamento e problemas cognitivos.
Analisando uma cena isolada do filme, em que J. Nash se encontra no bar com alguns amigos e, estão todos olhando para uma mulher loira, que se encontra acompanhada de quatro amigas, morenas. “Se todos forem atrás da loira”, ele diz, “bloqueamos uns aos outros e nenhum de nós irá tê-la. Então, vamos atrás de suas amigas, mas elas irão nos ignorar já que ninguém gosta de ser a segunda opção. Mas e se ninguém for atrás da loira? Não atrapalhamos uns aos outros e não insultamos as outras garotas. Esse é o único jeito de vencermos”. 
Nash não foi o inventor da teoria dos jogos, entretanto, provou que Adam Smith estava equivocado, tendo em vista eu a melhor forma de coexistência entre os seres é a cooperação, sendo assim, todos ganham. Ao contrario do que relatava Smith, salientando a ideia de competir de qualquer jeito. 
Adam Smith considerava o âmbito econômico como uma ordem natural – nunca como uma ordem moral – do qual seu funcionamento está baseado em ações de indivíduos dispersos e consequentemente diferentes, porém organizados. Segundo Smith (2013), esses indivíduos procuram os próprios interesses privados, agindo de maneira egoísta, e são guiados pela racionalidade instrumental, usando de meios para a conquista de fins não necessariamente justificáveis de um ponto de vista moral. Dito de outro modo, essa ordem não é baseada na benevolência, mas, ao contrário, funda-se no individualismo ganancioso e possessivo (PRADO, 2006). Adam Smith ilustrou bem seu pensamento ao afirmar "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu auto-interesse".
Apesar de esse episódio ficcional demonstrar a teoria dos jogos, não se pode levar em consideração o equilíbrio de Nash apenas por esse fator. Tendo em vista que, qualquer um dos homens poderiam trair o sentido da cooperação e ir atrás da loira. Um exemplo mais convencional é o dilema do Prisioneiro. Em que dois cumplices de um determinado crime são presos e recebem uma proposta: “Se um deles delatar o outro, e este não delatar, o delator fica 1 ano preso e o delatado 5 anos.” Se ambos permanecerem calados, os oficiais não poderão provar as acusações e os cúmplices ficariam dois anos presos. Porém, se ambos confessarem, os dois receberiam sentenças de três anos de prisão. Enfatizando que permanecer calado pode parecer a melhor estratégia, se ambos fizerem isso, o pior que poderia acontecer seria um ano de cadeia para cada um. Mas o cálculo do equilíbrio de Nash mostra que provavelmente eles confessariamo crime, esse tipo de problema é chamado de jogo não cooperativo, ou seja, os dois prisioneiros não podem saber o que o outro está pensando e por isso são obrigados a encarar uma escolha: se confessar pode ficar um ou três anos preso, se ficar quieto, pode ir para a prisão por dois ou cinco anos preso. Assim, confessar é a melhor opção. Como o prisioneiro sabe que o outro recebeu o mesmo incentivo para confessar, então é improvável que ele permaneça em silêncio. Ainda assim, mudar a estratégia e ficar quieto seria uma decisão péssima (mais tempo preso) a não ser que o outro prisioneiro de alguma forma também decida fazer isso. Mas, sem qualquer comunicação, esse seria um risco muito alto. Desse modo, a estratégia aparentemente representa um estado de equilíbrio de John Nash.
O filme retrata uma ideia de companheirismo, e como é importante ter alguém que apoie pessoas com essas patologias como a de John Nash, assim como Alicia o apoiou em tudo, e mesmo com suas alucinações e delírios, John, conseguiu controlar a sua mente e ter uma noção do que é real e ficção. É necessário alarmar que o caso de Nash ter conseguido essa convicção do que é real e fictício, não o torna uma regra, e sim uma exceção. Alicia, a mulher de John, tem um papel importante devido seu companheirismo e bom convívio, alertando aos médicos quando suas alucinações regressaram. 
REFERÊNCIAS:
ELKIS, H. Clozapina, esquizofrenia refratária e evidências. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 23, n. 2, p. 59-60,  June  2001
Elkis, H. Consenso Brasileiro sobre antipsicóticos de segunda geração e distúrbios metabólicos. Universidade de São Paulo (USP), São Paulo (SP). Março de 2008.
FLEISCHHACKER, W. Tratamento farmacológico da esquizofrenia: uma revisão. In M. Maj, & N. Sartorius, Esquizofrenia, p. 71-132. Porto Alegre: Artmed. 2005.
LINDNER, L. et al. Avaliação econômica do tratamento da esquizofrenia com antipsicóticos no Sistema Único de Saúde. Revista de Saúde Pública, v. 43, p. 62-69, 2009.
Mari, J. A epidemiologia da esquizofrenia. Departamento de Psiquiatria da Unifesp/EPM. São Paulo/SP. Maio de 2000. 
MURRAY, C. et al. O ônus global da doença: uma avaliação abrangente da mortalidade e incapacidade por doenças, lesões e fatores de risco em 1990 e projetada para 2020: resumo. 1996.
PICON, P. et al. Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. 2013.
PRADO, E. Uma formalização da mão invisível. Estud. Econ., São Paulo,  v. 36, n. 1, p. 47-65,  Mar.  2006.
PULL, C. Diagnóstico da esquizofrenia: uma revisão. In M. Maj & N. Sartorius, Esquizofrenia, p. 13-70. Porto Alegre: Artmed. 2005.
SILVA, R. Esquizofrenia: uma revisão. Psicol. USP,  São Paulo,  v. 17, n. 4, p. 263-285,    2006.
SMITH, A. A mão invisível. Editora Companhia das Letras, 2013.

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