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Resenha do filme Gattaca

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
faculdade de farmácia 
Discente: Alisson Braga
resenha
gattaca
Salvador
ALISSON IGOR BRAGA SANTOS
resenha
gattaca
Resenha realizada para disciplina, Saúde, drogas e ficção da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia.
 
 
Salvador
2019
RESENHA
Filme: GATTACA – A experiência Genética
Roteiro e direção de Andrew Niccol
Interpretado por Ethan Halke
Filme de 1997
“Diziam que uma criança concebida com amor tinha maior chance de felicidade. Já não dizem mais isso” (Vincent Freeman).
O filme Gattaca – Experiência genética, é do gênero ficção científica, foi dirigido por Andrew Niccol e produzido por Danny DeVito, lançado em 1997 no EUA pela Empresa Produtora Columbia Pictures Corporation e Jersey Films, com aproximadamente 112 minutos. 
O longa-metragem deixa claro sua crítica ao poder da engenharia genética e a Eugênia social. Num futuro não muito distante, as pessoas são classificadas pela sua herança genética, os menos habilitados nunca poderiam ascender, entretanto, Vincent – personagem desempenhando por Ethan Hawke – é uma pessoa que foi concebida naturalmente (fruto do amor), vivendo numa comunidade em que a maioria das pessoas foram projetadas geneticamente para serem “perfeitos”.
Enquanto esses “perfeitos” ocupam as melhores posições presentes na sociedade, enquanto o imperfeito, no caso de Vincent, nasce na condição de “inválido”, considerado pela sociedade como um portador crônico de doenças, um fraco destinado a derrota. Com o tempo os pais do protagonista percebem a dificuldade de criar-se um “inválido” naquele contexto, acabam por ter de decidir em ter outro filho, contudo, resolvem ter pela forma tradicional da época. Então nasce Anton que, desde a infância, apresentava uma vitalidade e aceitação social favorável diferente do irmão.
Durante toda a infância, Vincent nutre um sonho de vir a ser um astronauta. Contudo, tal era completamente impossível devido sua estrutura social vigente. Vincent cresceu competindo com seu irmão mais novo, que de certo, era “superior” e sempre levava vantagem, só que, certa vez Vincent, por sua determinação inquestionável vence uma corrida de natação e então decide perseguir seu sonho de ser piloto numa empresa espacial chamada de GATTACA. O nome GATTACA foi criado a partir das iniciais das quatro iniciais das substancias que compõem o DNA, as chamadas bases nitrogenadas Timina, Citosina, Guanina e Adenina.
O filme que se passa na corporação Gattaca poderia ter como cenário um campo de concentração ou uma sociedade totalitária qualquer (como por exemplo, a sociedade nazista de Adolf Hitler na Alemanha). Vicent representa o herói americano em sua luta contra o sistema, agora representado pelos imperativos categóricos da eugenia social.
Vincent conhece um nadador chamado de Jerome Eugene Morrow (interpretado por Jude Law) – nadador premiado que fica paraplégico – através de um agente clandestino, que contrabandeia identidades genéticas falsas. Vincent assume a identidade de Eugene, submetendo-se a diversos tratamentos para se tornar o mais parecido possível, adotando hábitos de esfoliação constante, limpeza dos objetos onde toca para eliminar o máximo de resquícios do corpo “invalido” como fios soltos, unha e pele, além de ter que transportar consigo amostras de sangue e urina de Eugene para constantes testes médicos a que está sujeito para burlar os sistemas de identificação.
Vincent consegue torna-se um dos melhores pilotos da Gattaca e um dos responsáveis pela missão de um ano a Titã, a 14ª lua de Saturno. Entretanto, ocorre um assassinato de um dos diretores da empresa, pondo em risco toda sua vitória até o momento, pois um fio de cabelo é encontrado de Vincent é encontrado no local, tornando o “inválido” o principal suspeito em uma empresa que só deveria existir “válidos”.
Por outro lado, o protagonista vive um romance com Irene (Uma Thurman), no qual é questionado as bases do sistema daquela sociedade, e descobre-se que Eugene na verdade ficou paraplégico não por um acidente e sim por uma tentativa de suicídio, devido a pressão de sua perfeição.
No fim do filme descobre-se que Vincent nada teve a ver com o assassinato, o assassino foi na verdade o chefe dele, que conforme o seu estudo genético não tinha um perfil de qualquer instinto violento e, contudo, matou o diretor a pancada. Vincent reencontra o seu irmão e volta a vencê-lo, mostrando mais uma vez sua persistência e força de vontade. Encerrando com sua vitória sobre o sistema de biocontrole e a sua partida para Titã.
Portanto, se indica esse filme para alunos dos cursos da área de saúde, a fim de despertar o senso-crítico reflexivo acerca a ética e bioética.
QUESTÕES
O filme Gattaca relata do drama de uma sociedade de um futuro (próximo) dominada pela Engenharia Genética, que tornou possível a criação de seres humanos “superiores”, que possam ser capazes de atingir posições de poder e prestígio, sendo que essas pessoas contrastam com os humanos “inferiores”, concebidos do modo convencional. O biólogo José Roberto Goldim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul esclarece que temas que abrangem a Genética, tais como o Projeto Genoma Humano, a terapia gênica, o aconselhamento genético e o diagnóstico pré-natal, estes claramente identificados e que fundamentam a trama fictícia, abrem discussão sobre incertezas éticas, legais e sociais relacionadas ao conhecimento dos genes de cada indivíduo, mas o seu avanço não deve ir de encontro a três itens que se destacam: 1) a privacidade da informação genética; 2) a segurança e eficácia da medicina genética e 3) a justiça no uso da informação genética.
Todo ser humano tem uma identidade genética própria e, segundo a Declaração da Unesco, o genoma humano é propriedade inalienável de toda a pessoa e por sua vez um componente fundamental de toda a humanidade. Dessa maneira ele deve ser respeitado e protegido como característica individual e específica, pois todas as pessoas são iguais no que se refere a seus genes, uma vez que unicidade e diversidade são propriedades de grande valor da natureza humana. As informações advindas do uso de informações genéticas humanas devem servir para proteger a vida e melhorar a saúde. Isto pode ser verdadeiro nos casos em que há uma antecipação do processo terapêutico pela antecipação da doença, entretanto é preciso tomar cuidado quanto aos aspectos prejudiciais deste processo (Clotet, 1995 apud Goldim, 2000).
Silva e Ramalho (1997) estabelecem que o uso de informações genéticas humanas não deve ser realizado de modo indiscriminado, atentando contra princípios éticos básicos, sendo eles: autonomia, privacidade, justiça, igualdade e qualidade. 
1. O princípio da autonomia estabelece que os testes deverão ser estritamente voluntários, após aconselhamento apropriado, e que a informação resultante deles é absolutamente pessoal;
1. O princípio da privacidade determina que os resultados dos testes genéticos de um indivíduo não poderão ser comunicados a ninguém sem seu consentimento expresso, exceto talvez a familiares com elevado risco genético, mesmo assim, após falharem todos os esforços para obter permissão da pessoa;
1. O princípio da justiça garante proteção aos direitos de populações vulneráveis, como crianças, pessoas com retardo mental ou problemas psiquiátricos e culturais especiais;
1. O princípio da igualdade rege o acesso igual aos testes, independentemente de origem geográfica, raça, etnia, e classe socioeconômica; e
1. O princípio da qualidade assegura que todos os testes oferecidos terão especificidade e sensibilidade adequadas e serão realizados em laboratórios capacitados, com adequada monitoração profissional e ética.
Toda essa problemática relacionada aos princípios vai convergir na interação social de três elementos: a comunidade científica geradora de novo conhecimento; a comunidade empresarial, que vai transformar esse conhecimento em produtos e oferece-lo à população;e a sociedade como um todo, que vai absorver e incorporar o novo conhecimento em sua visão do mundo e suas práticas sociais, além de consumir os novos produtos.
O projeto genoma humano (PGH) tem como objetivo identificar todos os genes responsáveis por nossas características normais e patológicas. Os resultados em longo prazo certamente irão revolucionar a medicina, principalmente na área de prevenção. Será possível analisar milhares de genes ao mesmo tempo e as pessoas poderão saber se têm predisposição aumentada para certas doenças, como diabete, câncer, hipertensão ou doença de Alzheimer, e tratar-se antes do aparecimento dos sintomas. As vacinas de DNA poderão eliminar doenças como a tuberculose ou a Aids. Os remédios serão receitados de acordo com o perfil genético de cada um, evitando-se assim os efeitos colaterais. Paralelamente a esses avanços, inúmeras questões éticas já estão sendo discutidas e outras irão surgir. Mas, por enquanto, as implicações éticas, legais e sociais dos conhecimentos gerados pelo PGH em relação às características normais e patológicas e sua integração na clínica médica têm sido discutidas no ambiente acadêmico. Na prática, entretanto, já estão sendo desenvolvidos testes genéticos para a escolha do sexo de futuros bebês e bancos de DNA da população. 
Um número crescente de genes com suscetibilidade para algumas formas de câncer, doenças cardíacas ou doenças neurodegenerativas de início tardio (como mal de Alzheimer) está sendo identificado. As novas tecnologias que vêm sendo introduzidas permitirão, em pouco tempo, a identificação de centenas de genes "patológicos" em uma única reação. É inquestionável que as companhias de seguro-saúde e seguro de vida teriam o maior interesse em obter essas informações, isto é, saber que doenças teremos risco de desenvolver e a data prevista da nossa morte. E os nossos empregadores também não teriam interesse em obter tais informações sigilosas? A questão é: seremos capazes de manter o caráter confidencial de nosso perfil genético? Poderemos não concordar em nos submeter a um teste de DNA? Para aqueles que acreditam que implementar um banco de DNA da nossa população ainda é uma realidade distante, basta lembrar que recentemente se propôs que todos os recém-nascidos em São Paulo tivessem uma amostra de DNA coletada (a partir de sangue do cordão umbilical) para se obter uma impressão genética de cada um. Para encobrir os interesses comerciais (já que haveria um custo para cada exame), o motivo alegado foi evitar a troca de crianças em maternidade. E se essa coleta fosse obrigatória?
É fundamental salientar que vários centros do mundo que realizam diagnóstico pré-natal mostraram que a legislação a favor da interrupção da gestação no caso de fetos certamente portadores de genes deletérios tem reduzido significativamente o número de abortos em famílias com risco genético. Isso porque muitos casais decididos a interromper uma gravidez no caso de um feto "em risco" deixaram de abortar quando o diagnóstico pré-natal de certeza comprovou um feto normal para aquela doença. De fato, no nosso laboratório, onde já foram realizados mais de 100 exames de diagnóstico pré-natal em casais em risco (para diferentes formas de distrofias musculares, atrofia espinhal e fibrose cística), somente cerca de 10% foram diagnosticados como afetados. Portanto, o diagnóstico pré-natal de certeza e a possibilidade do aborto terapêutico têm salvado inúmeras vidas normais. Por isso a importância fundamental de discussões éticas em torno da legalização da interrupção da gestação no caso de doenças graves ou incuráveis, pois as nossas leis certamente não têm acompanhado os avanços das pesquisas.
Genômica é um ramo da genética que estuda o genoma completo de um organismo. Essa ciência que aplicar-se a determinar a sequência completa do DNA de organismos ou somente o mapeamento de uma escala genética menor. Para tanto, o genoma humano acarretou um importante questionamento com relação às implicações deste novo conhecimento. Além disso, gera a esperança de cura de muitas doenças de origem genética, gera também muitas especulações sobre a possibilidade de um uso indesejável do conhecimento genético (PRETI, 2005). Dentro desta última perspectiva, o filme Gattaca, de Andrew Niccol faz uma interessante ponderação sobre os caminhos a que a engenharia genética pode levar e os conflitos que esta tecnologia - e a ciência de um modo geral pode ter na sociedade. 
Com isso, fica claro logo no início do filme a utilização da seleção pelos pais que desejam ter filhos que é dada a oportunidade de manipular a interação entre seus DNAs de modo que gerem filhos com a melhor combinação de qualidades genéticas possível. Este procedimento acaba criando duas categorias diferentes de pessoas: os Válidos, frutos desta combinação genética planejada, que são quase super-homens, com raras doenças genéticas; e os Inválidos, frutos de nossa interação sexual usual.
Assim como, existe Metabolômica que é o estudo científico que visa identificar e quantificar o conjunto metabólicos produzidos e/ou modificados por um organismo. O metabolômica  representa o conjunto de todos os metabólitos em umas células, fluido biológico, tecido, ou organismo, sendo estas substâncias consideradas os produtos finais dos processos celulares. Enquanto os dados de expressão genético de ARNm e análises Proteômicas fornecem parte das informações dos eventos que ocorrem na célula ou organismo, o perfil metabólico pode fornecer um panorama geral sobre o estado fisiológico. Em consideração a estas possibilidades, as ferramentas da metabolômica encontram aplicações em diversas áreas como a toxicológico, a biologia, sistêmica e genômica funcional (SAITO, 2010).
Com o projeto Genoma, que sequenciou entre 30.000 a 35.000 genes, os pedidos de patentes se estenderam aos próprios genes humanos. As patentes se justificavam pelo argumento de ser o DNA uma substância química como outras que já haviam sido descobertas e patenteadas; por exemplo, a adrenalina em 1903 e a insulina em 1923 (DUTFIELD, 2006).
Nos Estados Unidos, entre 1980 e 2001, o United States Patent and Trademark Office (USPTO), órgão responsável pelo registro de patentes, concedeu mais de 8.000 patentes de genes e material genético, incluindo pelo menos 1.500 sequências de material genético humano (SANTOS, 2006). Em 2005, a revista Science publicou estudo revelando que os EUA detinha a patente de 18,5% dos 23.688 genes analisados, sendo que destes, 63% pertenciam a empresas privadas, 28% a públicas (governos, escolas, universidades, instituições de pesquisa e hospitais) e 9% não foram classificadas (JENSEN, 2005). 
Uma discussão que ganhou notoriedade foi a do caso da empresa Myriad Genetics. Essa empresa, em um estudo conjunto com a Universidade de Utah, isolou dois genes conhecidos como BRCA1 e BRCA2, permitindo o desenvolvimento de novos testes relacionados ao câncer de mama e de ovário. Os resultados alcançados na pesquisa fizeram com que a empresa buscasse garantir os direitos de propriedade intelectual sobre o material genético isolado, gerando intenso debate no meio científico internacional a respeito desse novo paradigma ético decorrente da apropriação do patrimônio genético. (Pollack, 2012)
Na Europa, há quem levante uma aparente contradição entre a Diretiva Europeia 98/44 e a Convenção Europeia de Bioética, que estabelece que “o corpo humano e suas partes não deverão ser objeto de lucro” (artigo 21). Iáñez Pareja (2007) posiciona-se contrariamente à existência de tal contradição, argumentando que a Diretiva não aceita a patente sobre as estruturas humanas em seu estado natural, mas aceita sobre os componentes isolados do ser humano, como seu material genético. O artigo 5o da Diretiva 98/44/CE expressamente permite o patenteamento de uma sequência total ou parcial de um gene isolado. Assim, desde que isolado e com função definida de tal forma que haja utilidade industrial, é o material considerado novo e a patente é permitida (NAVES, 2013).
No âmbito jurídicointernacional, verifica-se a presença de normas que permitem o patenteamento de genes em alguns países, enquanto outros consideram os recursos genéticos patrimônio coletivo. No Brasil, o registro de patente do todo ou de parte de qualquer ser vivo é proibido, por ser considerado material biológico encontrado na natureza; mesmo que isolado, só se permite o patenteamento quando se trata de material genético modificado. Sob o ponto de vista ético, como jurídico, as patentes de sequências de DNA têm sido rejeitadas. Para que um processo ou objeto seja patenteável é necessário que seja uma nova invenção, com aplicação industrial. As sequências de DNA não se enquadram nestes requisitos. (SANTOS, 2006).
Os rastreamentos genéticos possuem benefícios que se relacionam diretamente com a saúde pública e com a ética. Essa situação exige um cuidado quanto ao eminente renascimento e consequente propagação da Eugenia, de forma que os aconselhamentos genéticos e as escolhas de clientes por planos de saúde podem ser impactadas diretamente. Esse conflito ocorre por conta do mapeamento do genoma humano, que possui a capacidade de identificar genes e descrevê-los funcionalmente com excelência e em curtos espaços de tempo. 
A partir dessa obtenção de informações, por exemplo, o fenótipo de um futuro bebê pode ser adequado em um teste genético, de acordo com as preferências de uma mulher que deseja engravidar, ou distúrbios genéticos podem ser identificados precocemente em bebês, de forma que obtenham o melhor tratamento possível. Além do mais, a partir dessa tecnologia, o custo de exames é reduzido tanto para empresas e para o Estado, quanto para o consumidor. Semelhantemente, para este último, que passa a ter acesso ao seu código genético, existe maior autonomia em decidir pela opção mais viável de tratamento.
Em contrapartida, questões éticas e legais podem ser levantadas a partir desse advento. Em primeiro lugar, a eugenia é a maior preocupação quanto à disponibilidade de testes de rastreamento genético, pois a tendência é que pais escolham seus filhos com características desejáveis, à medida que reprimem características indesejáveis. Ademais, as motivações e critérios para abortos passam a ser bastante questionáveis, o que afeta, além da ética, às religiões antiaborto.
Outro problema quanto a relação entre a genômica e a ética seria, como dito, a relação de planos de saúde com seus possíveis clientes. Atualmente, sabe-se que alguns problemas de saúde graves e/ou crônicos não possuem tratamentos cobertos por determinados planos, o que pode ser agravado a partir da popularização dessa tecnologia. Sendo assim, pacientes podem deixar de ser admitidos por essas empresas, na medida em que impediriam que a obtenção de lucro das mesmas fosse exorbitante como hoje é.
Por fim, é inegável que as pesquisas de cura e tratamento de doenças que sejam raras, crônicas ou endêmicas de um modo geral, podem ser menos financiadas a partir dessa popularização de reconhecimento genômico. Se estes testes não se tornarem acessíveis, é importante pensar em quem será beneficiado, que é uma minoria possuidora de grande capital. A partir disso, é necessário que o radicalismo seja deixado de lado quanto à predominância desses estudos biologiscistas, e que deem atenção aos estudos éticos e de saúde pública referentes ao futuro da genética e mais especificamente da genômica. É preciso haver flexibilização desses estudos, porque certamente eles não podem tomar lugar de estudos já existentes que garantem a esperança de melhora de muitos seres humanos, enquanto que também é preciso pensar a respeito de sua distribuição pelas classes sociais quando e se popularizado.
F) Acrescentar pelo menos mais 2 questões em grupo e entregar um roteiro de estudo, com comentários, respostas e referências bibliográficas.
	
F.1 – Quais os benefícios e malefícios do mapeamento genético?
	F.2 -  Os indivíduos portadores de genes "de distúrbios de comportamento" serão mais tolerados ou discriminados?
REFERÊNCIAS:
DE CONSTANTINO BANDEIRA, Flavia Miranda Gomes; DE MIRANDA GOMES, Yara; ABATH, Frederico Guilherme Coutinho. Saúde pública e ética na era da medicina genômica: rastreamentos genéticos. Medicina, v. 2, p. 07, 2008.
DUTFIELD, G. DNA patenting: implications for public health research. Bulletin of the World Health Organization. 2006 may; 84 (5). 388-392.
GOLDIM, J. R. Bioética: Projeto Genoma Humano. 2000. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/bioetica/genoma.htm>. Acesso em: 7 nov. 2019.
IÁÑEZ PAREJA, Enrique. Patentes y biotecnologia. Universidad Internacional de Andalucía, 2000. Disponível em:< https://www.ugr.es/~eianez/Biotecnologia/biopatentes_1> 
JENSEN, K; MURRAY, F. Intellectual property landscape of the human genome. Science, 2005; 310, p. 239- 240.
NAVES, Bruno. Panorama internacional das patentes biotecnológicas. 2013. Disponível em: < https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/50/197/ril_v50_n197_p75.pdf>
Pollack A. Justices Send Back Gene Case [Internet]. New York Times. 2012 mar [cited 2015 jun 5]. Available from: <http://www.nytimes.com/2012/03/27/business/high-court-orders-new-look-at-genepatents.html?_r=0>
PRETI, George. "Metabolomics comes of age?" The Scientist. Julho 6, 2005.
SAITO K, Matsuda. Metabolomics for Functional Genomics, Systems Biology, and Biotechnology, Annual Review of Plant Biology, 2010.
SANTOS, Mariana. Pesquisa e propriedade intelectual envolvendo material humano: afinal, de quem são nossos genes? RECIIS – Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2016 jan.-mar. |Disponível em: <www.reciis.icict.fiocruz.br>. 
Silva, R. B. P., & Ramalho, A. S. Riscos e benefícios da triagem genética: o traço falciforme como modelo de estudo em uma população brasileira. Cad. 
Saúde Pública [online]. 1997, vol.13, n.2, p. 285-294. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-311X1997000200018&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 7 nov. 2019.
ZATZ, MAYANA. Projeto genoma humano e ética. São Paulo Perspec.,  São Paulo ,  v. 14, n. 3, p. 47-52,  July  2000

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