Buscar

RESUMO - DIREITO ADMINISTRATIVO - 01 - INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AO DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
CONCEITO DE ESTADO 
Instituição organizada política, social e 
juridicamente, dotada de personalidade jurídica de 
Direito Público e submetida às normas da 
Constituição. 
Um Estado Soberano é formado por: 
 - governo – elemento condutor 
 - povo – elemento humano 
 - território – espaço físico 
 
Atua tanto no Direito Público quanto no Direito 
Privado, mas sempre é Pessoa Jurídica de Direito 
Público. (Superação da Teoria da Dupla 
Personalidade) 
Estado de Direito – o próprio Estado 
(Administração Pública) se submete ao direito posto 
e dá origem à Tripartição dos Poderes, à 
Universalidade (controle de validade dos atos da 
administração) e generalização do princípio da 
legalidade. 
 
A adequação dos atos administrativos com o 
ordenamento jurídico é o principal critério para o 
estabelecimento de um Estado de Direito – neste 
prevalecem as normas jurídicas abstratas e gerais e 
não a vontade do governante. 
PODERES DO ESTADO 
 
 
Poderes estruturais do Estado ≠ Poderes 
Administrativos  instrumentos concedidos à 
Administração Pública para a consecução de seus 
interesses: poder normativo, hierárquico, 
disciplinador e poder de polícia. 
A tripartição dos poderes não é absoluta  funções 
típicas e atípicas de cada Poder. 
As funções atípicas são excepcionais, previstas na 
CF, havendo doutrinadores que defendem que é 
inconstitucional a ampliação deste rol, mesmo que 
através de Emenda Constitucional, tendo em vista 
que seria tendente a abolir a tripartição dos 
Poderes. 
A função típica do Poder Executivo é a função 
Administrativa, na defesa dos interesses públicos e 
sempre dentro dos parâmetros da lei. 
O Poder Executivo aplica, de ofício, a lei, 
realizando apenas um juízo de conveniência e 
oportunidade, não havendo necessidade de 
provocação. 
A função política ou função de governo (Celso 
Antonio Bandeira de Melo) – são os atos jurídicos 
do Estado não comportados pela função 
administrativa (sanção e veto de lei, declaração de 
guerra, decretação de estado de calamidade) – 
são decisões de natureza política. 
 
GOVERNO X ESTADO 
 
Estado: governo, povo e território. 
 
Governo: elemento formador do Estado, é a cúpula 
diretiva do Estado. 
Governo em sentido subjetivo: cúpula diretiva 
responsável pela condução das atividades estatais, 
configurada pelo conjunto de órgãos estatais. 
Governo em sentido objetivo ou material: é a 
atividade diretiva do Estado, confundindo-se com 
o complexo de suas funções básicas. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Sentido formal ou subjetivo  conjunto de órgãos 
e agentes estatais no exercício da função 
administrativa, independentemente do poder a que 
pertençam. 
 
Sentido objetivo ou material  se confunde com a 
função administrativa, sendo entendida como a 
atividade administrativa exercida pelo Estado. 
TAREFAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
- poder de polícia; 
- prestação de serviços públicos – prestação 
positiva pelo Estado – água, energia, saúde. 
- regulação das atividades de interesse público  
- fomento das atividades privadas e controle da 
atuação do Estado  incentivo a setores sociais 
específicos em atividades exercidas por 
particulares *o Estado pode exercer mas em caráter 
excepcional. 
 
Função ordenadora: 
Tripartição dos 
Poderes - art. 2º, 
CF
Legislativo
Executivo
Judiciário
Através exercício do poder de polícia – tarefa 
precípua: limitação e no condicionamento pelo 
Estado da liberdade e propriedade privadas em 
favor do interesse público. 
 
Função Prestacional: 
Prestação de serviços públicos – originado nas 
constituições sociais – prestação de serviços 
públicos como atribuição do Estado. 
 
Função regulatória ou de fomento: 
Incentivos a setores sociais específicos, em 
atividades exercidas por particulares, estimulando o 
desenvolvimento social. 
 
Função de Controle: 
Poder-dever de verificar a correção e a legalidade 
da atuação exercida pelos seus órgãos. 
 
- múnus público – atividade administrativa como 
obrigação ou dever do administrador em prol da 
coletividade, não tendo liberdade de atuação. 
 
FUNÇÃO EXTERNA X INTERNA 
 
- função externa (extroversa): atividade-fim da 
Adm. Púb.  atender os interesses públicos 
primários em benefícios diretos dos cidadãos. 
 
- função interna (introversa): atividade-meio da 
Adm. Púb.  atendimento às necessidades de forma 
mediata – interesse público secundário (máquina 
administrativa – normas e atividades relacionadas ao 
pessoal, os bens, a estrutura organizacional) 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – 
CONCEITO 
 
Direito público  tutela dos interesses da sociedade 
 
Relação de desigualdade  prevalência do interesse 
público sobre o privado  prerrogativas que o 
colocam em posição de superioridade em relação ao 
particular, mas atuando sempre em conformidade 
com a lei e respeitando sempre as garantias 
individuais. 
 
Direito privado  regulação dos interesses 
particulares, de forma a possibilitar o convívio 
Suas normas são supletivas, podendo ser afastadas 
ou modificadas pelas partes, tendo em vista que as 
partes são tratadas de forma igual. 
Prevalece a autonomia da vontade e liberdade 
negocial. 
 
Normas de ordem pública: 
Imperativas e inafastáveis, aplicáveis a todos os 
ramos do direito, sendo impositivas e derrogatórias 
do direito privado. 
Afastam a autonomia da vontade e a liberdade 
negocial. 
 
 
Direito Administrativo - Matheus Carvalho: conjunto 
harmônico de princípios e regras que disciplinam 
as atividades administrativas, visando à 
satisfação do interesse de toda a coletividade, 
que por vezes justifica a restrição de direitos 
individuais, e disciplina o conjunto de órgãos 
públicos e entidades que compõem sua estrutura 
organizacional. 
 
CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO 
 
1. Corrente legalista: ou escola exegética – 
conjunto de legislação administrativa. 
2. C. do Poder Executivo: é a atuação do Poder 
Executivo, sendo o complexo de leis que 
disciplinam a atuação do Poder Executivo. 
3. C. das relações jurídicas: disciplina das 
relações jurídicas entre a Adm. Púb. E o 
particular. 
4. C. do serviço público: (França) disciplina 
jurídica dos serviços públicos, ou seja, dos 
serviços prestados pelo Estado à 
coletividade. 
5. C. Teleológico: sistema de princípios que 
regula a atividade do Estado para a 
consecução de seus fins. 
6. C. Negativista: por exclusão – ramo do 
direito que regula todas as questões que não 
pertençam a outro ramo jurídico. 
7. C. da Distinção entre atividade jurídica e 
social do Estado: separa atividade não 
contenciosa do Estado e atividades de cunho 
social, sendo o d. administrativo responsável 
pela estruturação dos órgãos e das 
atividades do Estado. 
8. Critério Funcional: estuda e analisa a 
disciplina normativa da função 
administrativa, seja ela exercida pelo Poder 
Executivo, Legislativo ou Judiciário e, 
inclusive, da função administrativa exercida 
por particulares mediante delegação. 
 
Para Hely Lopes Meirelles: “conjunto harmônico de 
princípios jurídicos que regem os órgãos, os 
agentes e as atividades públicas tendentes a 
realizar concreta, direta e imediatamente os fins 
desejados pelo Estado.” 
 
*evidencie-se a função de limitação dos poderes 
estatais, definindo seus contornos, tendo em vista, 
que os poderes da administração são poderes-
deveres instrumentais, necessários à garantia do 
interesse público. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO X 
ADMINISTRAÇÃO (CIÊNCIA) 
 
Administração – técnicas e estratégias de 
planejamento, execução e organização da gestão 
governamental – são técnicas de gestão. 
 
CODIFICAÇÃO E FONTES 
 
Fatores favoráveis da codificação: 
Segurança jurídica, transparência, previsibilidade 
das decisões e estabilidade social, bem como a 
facilidade de controle da atuação estatal. 
 
Fatores contrários: 
Estagnação, desatualização constante, competência 
concorrente de certos temas e diversidade de temas 
a serem codificados. 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO: 
 
1 – Lei: 
- fonte primária; 
- princípio da legalidadeadministrativa; 
- abrangência de demais espécies normativas: a CF, 
leis ordinárias, complementares, delegadas, 
decretos-lei e medida provisória); 
- os atos normativos infralegais estão inclusos como 
fonte secundária (os atos normativos expedidos 
pela adm. Púb. São de observância obrigatória pela 
própria administração – regulamentos, instruções 
normativas, resoluções, etc) 
 
2 – Jurisprudência: 
- reiteração de julgados dos órgãos judiciários; 
- são fontes secundárias; 
- as súmulas vinculantes têm força vinculante 
inclusive para a administração pública; 
- será cabível Reclamação ao STF a respeito de ato 
administrativo ou decisão judicial que contrarie 
súmula, anulando o ato administrativo ou cassando 
a decisão judicial, determinando o proferimento de 
outra decisão 
- Súmulas vinculantes são fontes primárias, tendo 
em vista, alterarem o ordenamento jurídico positivo 
de forma imediata.; 
- As decisões proferidas pelo STF nas ações de 
controle concentrado de constitucionalidade 
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, 
tanto ao judiciário quanto aos órgãos da 
administração. 
- Os precedentes são reconhecidos pela nova 
sistemática processualista, sendo que as decisões 
com repercussão geral do STF também terão 
caráter vinculante e orientador. 
 
3 – A Doutrina 
 
- é fonte secundária, 
- influencia a elaboração de novas regras, bem como 
o julgamento das lides de cunho administrativo. 
 
4 – Costumes 
 
- conjunto de regras não escritas, mas observadas 
de modo uniforme pela sociedade, que as considera 
obrigatórias; 
- somente são fonte quando da influência da 
produção legislativa ou a jurisprudência; 
- têm menor relevância que as fontes secundárias; 
- costume administrativo – pratica reiterada pelos 
agentes administrativos, usual nos casos de lacuna 
normativa – podem gerar direitos para os 
administrados em face dos princípios da lealdade, da 
boa fé, moralidade administrativa, etc. 
 
5 – Princípios Gerais do Direito 
 
- normas não escritas, vetores genéricos sem 
previsão legal expressa. 
 
6 – Tratados internacionais 
 
- são fontes do d. administrativo, independente de 
sua forma de tramitação, após a incorporação no 
ordenamento pátrio – os tratados de direito 
administrativo não passarão pelo rito dos tratados 
de direitos humanos. 
 
 
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR 
 
- em regra: concorrente entre a União, Estados e DF. 
- Municípios poderão editar leis em matéria de 
Direito Administrativo que visem ater interesse 
local. 
- exceções – matérias de direito administrativo 
de competência privativa da União: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - .... marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e 
em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e 
radiodifusão; 
V - serviço postal; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, 
aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e 
ferroviária federais; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para a administração pública, direta e indireta, 
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob seu 
controle; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos 
do art. 173, § 1°, III; 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, 
defesa civil e mobilização nacional; 
 
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
 
Pressupostos de interpretação dos atos, contratos e 
normas de direito administrativo: 
- desigualdade jurídica entre Administração e 
administrados – prevalecimento do interesse da 
coletividade sobre os interesses do particular; 
- presunção de legitimidade dos atos da 
administração; 
- necessidade de poderes discricionários para a 
Administração atender o interesse público, tendo 
em vista que o administrador público age dentro dos 
limites imposto pelo ordenamento, em busca do 
interesse da coletividade. 
 
SISTEMAS DE CONTROLE DA 
ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
REGIME JURÍDICO 
ADMINISTRATIVO 
Direito administrativo como disciplina – conjunto 
sistematizado de princípios, de direito público, 
aplicável aos órgãos e entidades que compõem a 
Administração Pública e à atuação dos agentes 
administrativos baseados na supremacia do 
interesse público e indisponibilidade do interesse 
público. 
 prerrogativas 
 
 limitações 
 
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
- modernização do conceito de legalidade no direito 
público  somente é legal a conduta que está em 
conformidade com a lei e com todos os princípios 
constitucionais´ 
- restrição à discricionariedade – pautando a 
escolha nos princípios; 
- ampliação do controle judicial sobre os atos 
administrativos, adentrando em aspectos de mérito, 
em atenção aos princípios constitucionais. 
 
 
 
Sistema francês (contencioso administrativo)
• dualidade de jurisdição (jurisdição administrativa e jurisdição comum);
• o Poder Judiciário não pode conhecer dos atos ilícitos praticados pela 
Administração Pública, ficando sujeitos à jurisdição especial do contencioso 
administrativo (tribunais de natureza administrativa)
• o Poder judiciário não pode revisar as decisões proferidas pela jurisdição 
especial.
Sistma Inglês (sistema de juridição única)
• unicidade de jurisdição - todos os litígios são levados à justiça comum;
• não implica que a esfera administrativa não possa reolver litígios, mas tal 
decisão poderá ser apreciada no Poder Judiciário.
Sistema Administrativo Brasileiro
• adotou o sistema de juridição única ou sistema de controle judicial;
• CF estabelece a inafastabilidade da jurisdição ou unicidade da jurisdição - não 
excluirá lesão ou ameaça
• as decisões dos órgãos administrativos não são dotadas de definitividade -
apenas no judiciário;
• Controle dos atos - sistema de freios e contrapesos --> independentes e 
harmônicos entre si;
• o recurso ao P. Judiciário não depende de esgotar as instâncias 
administrativas **exceção - art.217, p.1º da CF - PJ só admitirá ações retivas 
à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instências da 
justiça desportiva, regulada em lei.
Princípio da 
Legalidade
Sentido 
restrito
P. da reserva legal -
matérias reservadas 
à lei
Sentido Amplo
legalidade abangendo não apenas a 
lei, mas também os atos normativos 
do P. Executivo e os princípios da 
Constituição
Súmulas do STF: 
 
Súmula 346: A Administração Pública pode 
declarar a nulidade dos seus próprios atos 
 
Súmula 473: A administração pode anular seus 
próprios atos, quando eivados de vícios que os 
tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial. 
 
Súmula 645: É competente o município para fixar 
o horário de funcionamento de estabelecimento 
comercial. 
 
Súmula 419: Os municípios têm competência para 
regular o horário do comércio local, desde que 
não infrinjam leis estaduais ou federais válidas. 
 
Jurisprudência – pg. 55 – terceirização na Adm. 
Pública como modelo organizacional de 
desintegração vertical com ganhos de 
performance na prestação dos serviços pelo 
Estado. (STF. RE 760931/DF. Min. Relatora: Rosa 
Weber. 26/04/2017)

Outros materiais