Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Nesse período em que o Iluminismo mais influenciou as ideias jurídicas em Portugal, era rei de Portugal D. José I e era seu primeiro ministro o marquês de pombal – quem na prática governava o reino, ele tinha algumas queixas e insatisfação com o estado de determinadas coisas. Havia a necessidade de centralizar e racionalizar o direito e o Estado. O marquês entendia, por exemplo, que era preciso reformar o modo como às coisas aconteciam e dar ao rei uma capacidade de administração e de centralização do poder que até então era difundida entre várias fontes e autoridades. Em razão disso, para ele era necessário fazer uma reforma no sistema das fontes do direito. – estabelecia uma série de fontes que decorria da autoridade de diferentes agentes. Nas ordenações tínhamos as leis, os costumes, e os estilos como fonte do direito próprio, e como fonte do direito comum tinha o direito canônico, romano, as doutrinas de Bártolo e Acúrsio e os precedentes. Todas essas fontes emanam de diferentes autoridades, os costumes, por exemplo, emanam da vontade do povo. Além disso, os estilos como são jurisprudência, decorrem da autoridade dos tribunais, o direito canônico decorre da vontade da igreja e o direito romano da autoridade do próprio juris civilis, os precedentes decorre da coroa, e a doutrina de Bártolo e Acúrsio da própria doutrina. O poder normativo da coroa, apenas contempla duas dessas fontes e as outras cinco fontes decorrem de outras entidades. Isso fazia com que a normatividade fosse espalhada dissolvida e não concentrada nas mãos da coroa, o que era algo que desagradava o ministro de Pombal porque em sua opinião isso acabava prejudicando a capacidade da coroa de bem administrar as colônias e a metrópole. Uma das medidas adotada por ele para lidar com esse problema foi produzir uma espécie de reforma nas fontes do direito português. Essa reforma foi possível por meio de uma lei que ele publicou que foi a lei de 17 de Agosto de 1769 conhecida como “lei da boa razão”. Essa lei alterou o esquema de fontes que estava positivada nas ordenações Filipinas para atacar o problema dessa competição entre as várias fontes do direito que acabava diminuindo a autoridade da coroa. Consequências da criação da Lei da Boa Razão Uma das consequências que a lei da boa razão adotou foi lidar com os estilos. Havia duas queixas de Pombal em relação aos estilos dos tribunais: A primeira era que os estilos acabavam contribuindo para a não uniformidade do direito português. Os estilos pertencem aos tribunais, então na prática, existiam tribunais da relação da Bahia, do porto de Portugal, dentre outros. Assim, a consolidação de jurisprudências locais debaixo da autoridade daqueles tribunais fazia com que o direito no império português fosse territorialmente variado, pois, os estilos poderiam mudar entre si. Essa circunstancia desagradava o marquês, a ideia iluminista de tratar todos os súditos de forma semelhante. Além disso, outra queixa de Pombal em relação aos estilos, era que muitas vezes os estilos eram utilizados como fontes de normas jurídicas que acabavam substituindo as normas das leis. É sabido que, o direito próprio português contemplava as leis, os estilos e os costumes. Todavia, não havia nenhum tipo de hierarquia entre essas três fontes, ou seja, as ordenações diziam que se houvesse um caso que fosse resolvido pela lei, costume ou estilo, que essas normas fossem então aplicadas. Mas se existisse um costume e um estilo, qual dos dois deveria ser aplicado? Diante disso, poderia acontecer que, dentro da lógica de que deve prevalecer à norma mais específica os tribunais acabavam decidindo aplicar o seu sigilo em detrimento das leis da coroa, e Pombal de desagradava com isso, pois entendia que a lei deveria ser a fonte do direito por excelência. 2 Uma das primeiras medidas adotadas pela lei da boa razão, foi fazer com que os estilos não mais fossem utilizados como fonte. Outra consequência dessa lei foi dirigida aos costumes. De forma semelhante ao que aconteceu com os estilos, Pombal também tinha uma espécie de ressalva aos costumes, pois ele entendia que muitas vezes a existência da um costume é alegada para afastar a aplicabilidade de alguma lei. Muitas vezes isso era utilizado de forma abusiva, além disso, na visão dele, em grande parte dos casos, os costumes que eram utilizados nesses casos, eram inventados, e na prática não eram comportamentos reiterados há bastante tempo. Com isso, Pombal toma providencias para diminuir a incidência e a utilização dos costumes. Pombal separou algumas condições para que o costume pudesse ser utilizado a partir disso: 1- Prescrição do costume: Quantidade de tempo que ele deveria ser verificado toda vez que fosse utilizado. Para serem utilizados, os costumes deveriam ter cem ou mais anos de idade. 2- Costumes deveriam ser conformes da boa razão: Significa uma conformidade com o direito natural. Para o Marquês, os juristas deveriam analisar os valores integrantes desse direito natural. 3- Em relação ao direito canônico, a lei da boa razão não criou restrições, pois, a incidência desse direito nos tribunais da coroa era pequena. A utilização do direito canônico era mais comum nos tribunais eclesiásticos. 4- No que se refere ao direito romano tivemos algumas restrições: primeiro a revogação da preferencia de Bárculo e Acúrsio como doutrina autoritativa. No esquema das ordenações Filipinas, existiam muitos romanistas e esses autores publicaram uma série de obras, mas somente as opiniões de Bárculo e Acúrsio foram dotadas de autoridade superior. Com a lei da boa razão, as opiniões deles irão cair na opinião de todos os outros, ou seja, passarão a ser comuns. 5- Pombal colocou sobre a utilização do direito romano, a necessidade de as disposições do corpus juris civilis serem utilizadas se estivesse em conformidade com a boa razão. É essa boa razão que serve de filtro para os costumes. Assim, a lei passa a ser utilizada com mais frequência por ser a única fonte que não sofreu restrições. A lei da boa razão é o marco do início de uma trajetória em direção ao aumento de força da lei enquanto fonte do direito. Reforma educacional na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra 1772 – Essa reforma foi pensada para dar efetividade à reforma da lei da boa razão. O raciocínio de Pombal era que ele só conseguiria ter um sistema de fontes do direito reformado e que fosse obedecido pelos operadores do direito, se as novas gerações dos juristas formados na universidade fossem educados dentro dessa nova lógica. Não adiantava mudar a lógica das fontes do direito se os bacharéis continuassem a ser educados dentro de outra tradição. O ensino de direito em Coimbra antes de pombal centrava dois cursos e dentro do curso de direito romano não se estudava o direito português – IUS PROPRIUM. Uma das mudanças mais intensas que Pombal vai promover é estabelecer que dali em diante o ensino do direito nacional. Isso significa que as disciplinas do curso foram transformadas, surgindo matérias semelhantes a que vemos no curso de direito hoje. - vai ser conservada uma única cadeira do direito romano (matéria). Pombal também criou a cadeira de história do direito, direito natural, e estabeleceu restrição ao uso das antigas obras jurídicas – houve uma substituição do método escolástico, ou seja, o ensino em Coimbra na faculdade de Direito era baseado em uma filosofia educativa chamada de escolástica. Nessa tecnologia, as aulas não tinham a mesma estrutura que temos hoje. As aulas não giravam dentro de uma sistematização de assuntos e sim em torno de problemas. Os professores eram mediadores desse aprendizado. Posteriormente3 eram realizados debates em torno da interpretação desse problema. Essa constituição de 1824 foi outorgada por D. Pedro I em 25.03.1824. Essa não é uma constituição democrática no sentido de ter sido fruto de uma assembleia constituinte. Artigo 1º - Não tem uma função prática e algumas pessoas poderiam até cogitar que se trata de um artigo meramente decorativo. Esse artigo teria sido formulado para minorar os riscos e os receios das pessoas que estavam desconfiadas da posição aparente conflituosas de interesses – Pedro I se auto proclamou imperador e ele se consolidou nessa posição por meio da adesão das províncias a essa situação. Todavia, Pedro continuava sendo o príncipe de Portugal na condição de filho de João VI. Na prática, Pedro era o príncipe herdeiro. Esse artigo parece ter sido pensado justamente para dar a garantia de que na eventualidade de Pedro vir a se tornar o rei de Portugal, a independência do Brasil jamais seria afetada. Art 2º: Esse artigo trata das províncias, em que o Brasil era dividido. Posteriormente, estas se configurarão ao que conhecemos de Estado hoje. É importante que entendamos que o Brasil estava organizado na forma de Estado unitário, isso quer dizer que, essas províncias não são dotadas de autonomia. Essas províncias são subservientes ao governo geral, inclusive os presidentes das províncias são nomeados pelo Imperador e não há uma autonomia política efetiva nessas províncias. O Brasil é um estado unitário. Art 3º: Estabelece que o governo do Brasil é monárquico – porque o imperador é uma espécie de rei; hereditário, constitucional – há limites para o poder do soberano e representativo – diz respeito a possibilidade de o povo se fazer representado por meio de deputados, senadores, etc. Art 4º: Trata da dinastia imperante Artigo 5º: Trata da religião católica apostólica romana que continua a ser a religião oficial do império, todavia, com uma novidade – a possibilidade de tolerância ás outras religiões. Porém, ainda há conservadorismos, todas as religiões serão permitidas, mas em culto doméstico, ou particular sem nenhum símbolo exterior. Artigo 6º: É importante do ponto de vista historiográfico, porque inaugura a cidadania brasileira. Quando o Brasil era colônia de Portugal, não podíamos falar propriamente em cidadãos brasileiros. Quem vivia no Brasil eram portugueses. É adotado dois critérios de nacionalidade: critério territorial e de sangue. Só são dotados de nacionalidade brasileira, aqueles que são livres: os escravos não são cidadãos brasileiros porque não são livres. Os filhos ilegítimos de mãe brasileira são critérios que tem a ver com sangue. O inciso 4º autorizava que pessoas que tivessem nascido em Portugal ou em outras colônias portuguesas e residissem no Brasil no momento da proclamação da independência e não tivessem se oposto a essa independência, poderiam aderir a nacionalidade brasileira. No inciso 5º temos a probabilidade do estrangeiro se naturalizar com brasileiro. Art 10 – trata dos poder legislativo, moderador: é muitas vezes mal compreendido porque vê ele como um poder capaz de controlar os demais, executivo e judiciário. Essa é a primeira ocasião em que nós podemos falar de separação de poderes no brasil. Artigos 11 e 12 – trazem alguns simbolismos importantes “Os representantes do Brasil são o imperador e a assembleia geral” “Todos esses poderes no império do Brasil são delegações da nação”. A assembleia geral era subdivida entre câmara dos deputados e senado – cujas características eram bastante diferentes. É fácil imaginarmos, pois, a constituição estabelecia que a câmara dos deputados era um modo eletivo e temporário, isso quer dizer que 4 os deputados teriam um mandato de 4 anos para exercer as suas funções. Já o senado, na era composto de membros vitalícios. No império, o sistema eleitoral era marcado pelas eleições indiretas. Isso quer dizer que, os brasileiros que podiam votar nas eleições imperial não elegiam diretamente seus representantes políticos. Essa eleição indireta significa que os deputados e os senadores eram escolhidos por outras pessoas. Eleições primárias = conhecidas como assembleias paroquiais. Eram chamadas assim por serem realizadas próximas às paróquias – essências para fazer o controle do sistema eleitoral. Essas eleições primárias eram eleições das quais participavam o “povo” – essas eleições não são gerais, nem todo mundo poderia votar. Havia uma segunda eleição na qual esses eleitores de província na assembleia provincial poderiam eleger os deputados e senadores. No que se refere aos senadores, estes precisavam ser confirmados pelo imperador justamente pelo fato de que os senadores exerciam o cargo de forma vitalícia. Art 90 – menciona que as eleições devem ser feitas de forma indireta. Art 90 “As nomeações dos Deputados e Senadores para a Assembleia Geral e dos Conselhos Geraes das Províncias serão feitas por eleições indiretas, elegendo a massa dos cidadãos, activos ou em Assembléas Parochiais”. Art. 91 – “Tem voto nessas eleições primárias” Art. 92 – “Critérios de exclusão das Assembléias Parochíais” Art. 93 – “Os que não podem votar na Assembléia de Porochia, não podendo ser Membros, nem votar nomeação de alguma Autoridade Nacional”. Art. 94 – “Podem ser Eleitores, e votar na eleição dos deputados, senadores, membros dos conselhos de províncias todos, os que podem votar na Assembléia Parochial”. Art. 95 – “Todos os que podem ser eleitores, abéis para serem nomeados deputados”. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NOS PROCESSOS ELEITORAIS DO IMPÉRIO DO BRASIL NO SÉCULO XIX. Renda (critério censitário), gênero, idade, liberdade, posição familiar, religião, antecedentes criminais, profissional, ser brasileiro. Art. 101 – “O imperador exerce o Poder Moderador” 1- Nomeando os senadores na forma do Art 43 – Poder legislativo está sendo interferido 2- Convocando a assembleia geral extraordinariamente nos intervalos das Sessões quando assim o pode o bem do “império” PODER LEGISLATIVO III – Sancionando os Decretos e Resoluções da Assembléa Geral, para que tenham força da lei ART. 62 – PODER LEGISLATIVO IV – Aprovando, e suspendendo interinamente as resoluções dos conselhos provinciais ARTS. 86 E 87 – PODER LEGISLATIVO. V - Prorrogando ou adiando a assemblea geral, a dissolver a câmara dos deputados, nos casos, em que exigir a salvação do Estado, convocando imediatamente outra, que a substitua. – PODER LEGISLATIVO. VI – Nomeando e demitindo livremente os Ministros de Estado – PODER EXECUTIVO. VII – Suspendendo os magistrados nos casos do ART 154 – PODER JUDICIÁRIO 5 VIII – PERDOANDO E MODERANDO AS PENAS IMPOSTAS E OS RÉOS CONDENADOS POR SENTENÇA – Poder judiciário IX – concedendo amnistia em caso urgente e que assim aconselhem a humanidade e bem do estado – PODER JUDICIÁRIO. O poder executivo é que é menos interferido O poder legislativo, exercido pela representatividade popular é o mais interferido. Outra característica é a regulamentação sistemática em questão da escravidão do Brasil e a falta de normatização jurídica. Acabava que não existia uma estipulação de requisitos para uma pessoa ser escrava: “quem era escravo”? Aquele que era trazido como escravo. No Brasil havia uma escravidão atrelada a uma origem ética. Não podemos ignorar a escravidão dos índios, embora a utilização da mão de obra indígena foi substituída em prol da mão de obra escrava, há algumas justificativas como: os índios no Brasil não conheciam o fenômeno da escravidão; os índios de certa forma não aceitavam facilmente a rotina exaustiva de trabalho – não havia na prática indígena a acumulação de benspara comercializar, como os africanos estavam inseridos num contexto que existia comércio; esses índios brasileiros conheciam as bases e tinham mais facilidade para fugir; a última justificativa provém de uma discursão teológica e jurídica que surgiu em razão da opinião de alguns padres evangelizadores que estavam engajados nas atividades de evangelização como nas guerras contra as tribos indígenas – essas guerras contra os índios chocavam com essa atividade de conversão a religião católica. Muitos jesuítas como o padre Anchieta defenderam a doutrina segundo a qual os índios eram selvagens, ou seja, homens no seu estado natural e por essa característica eram inocentes, tecnicamente não estavam em pecado por não aceitar a religião, pois, não a conheciam. Dessa forma, não poderia ser feitas guerras indígenas, e, portanto, eles não poderiam ser escravizados. A escravidão dos africanos era uma realidade que já existia na África. Os reinos africanos mantinham relações de comercialização, trazendo escravos no interior para o litoral para realizar essas transações. Os próprios africanos encaravam a escravidão como algo comercial. A escravidão do chicote e da cana de açúcar era tipicamente rural. A escravidão urbana trazia muitas oportunidades em relação a escravidão rural. A escravidão urbana era conhecida como escravidão de ganho – o escravo recebia pelo serviço prestado, tinha que pagar um valor diário chamado jornal para seu senhor. Havia escravos que tinham escravos, isso dependia da relação de intimidade que eles tinham com seus senhores. Poderia acontecer que eles conseguissem recurso para comprar a sua alforria e não compravam, preferiam investir na compra de outros escravos. A própria igreja se esforçou para reconhecer os vínculos patrimoniais dos escravos. Ao viabilizar isso, não havia a possibilidade de vender o escravo para um canto, e outro escravo para outro lugar. Após o casamento era mantido aquele vínculo familiar. Especialmente os escravos urbanos tinham a possibilidade de deixar bens para seus descendentes, casar, etc. Juridicamente os escravos poderiam ser comprados, por serem considerados “coisas”, mas em outros aspectos eles eram pessoas, pois, poderiam celebrar negócios, testemunhar, registrar seus filhos, cometer crimes, etc. Assim, o ordenamento jurídico tinha uma postura ambígua, ora tratando os escravos como coisas ora como pessoas. O recurso ao direito romano surge como uma forma de regrar o que ainda 6 não era regrado. Os escravos urbanos eram “senhores” de suas próprias vidas. Reformas Legislativas para Modernizar o Direito Brasileiro As leis em vigor depois da independência do Brasil ainda eram portuguesas, não havendo uma identidade nacional. Então, era preciso reformar essa legislação, até por ser antiga e não estar adequada ao período em questão, sendo uma legislação ultrapassada que não espelhava a realidade do séc. 19. Os legisladores priorizaram a modernização do Direito Criminal, criando o Código Criminal em 16 de dezembro de 1830. • Uma mudança significativa foi a não passagem da pena criminal para além do criminoso. Outra mudança foi o uso de uma linguagem direta e objetiva, mais impessoal, sem contextualização do crime como ocorria nas Ord. Filipinas. • Apesar da modernidade jurídica, ele é fruto do seu tempo, uma sociedade ainda escravagista. Logo, no Código há distinção entre pessoas livres e escravos. Em 1832 há a promulgação do Código do Processo Criminal de primeira instancia com disposição provisória acerca da administração da Justiça Civil. • Uma inovação é a incorporação do Habeas Corpus, que é um pedido de ordem em favor da liberdade de alguém que acha ter sido preso ilegalmente. Outra novidade é a separação que vai existir entre o papel do acusador e o papel do julgador, passando a ser um sistema acusatório, e não mais inquisitório. Em 1850 há a criação do Código Comercial, que visa regular aspectos relacionados ao cotidiano dos comerciantes, dando segurança jurídica aos aspectos práticos da atividade comercial para ajudar e incentivar a diversidade da economia brasileira. Em 1850 também há a criação da Lei de Terras (n0 601).
Compartilhar