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VACINAÇÃO COVID-19: PROTOCOLOS E PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Vanessa Carvalho Material com base no curso realizado pela Plataforma da MÓDULO 4 – DESENVOLVIMENTO DE VACINAS, APROVAÇÃO EMERGENCIAL Série Especial sobre Vacinas • O desenvolvimento de vacinas é bastante complexo e demorado. Desde a descoberta da doença até a regulamentação, uma vacina pode levar décadas para ser oficialmente aprovada e licenciada. Até o desenvolvimento das vacinas para Covid-19, a vacina que tinha sido desenvolvida mais rapidamente foi a para Ebola. Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias foi possível o desenvolvimento e implementação de uma vacina em curto espaço de tempo. Mesmo assim, somente após cinco anos de estudos a vacina Ervebo, produzida pela Merck, recebeu aprovação pelas agências regulatórias. • A experiência adquirida no desenvolvimento de vacinas para o Ebola forneceu lições importantes no processo regulatório, clínico e de fabricação que pode ser aplicado ao SARS-CoV-2 e a outros patógenos epidêmicos. DESENVOLVIMENTO DE VACINAS FASES NO DESENVOLVIMENTO DAS VACINAS • As vacinas são produtos biológicos complexos com processos de fabricação e controle de qualidade demorados. Os controles de qualidade representam até 70% da duração total da fabricação. A produção bem-sucedida de vacinas de alta qualidade requer: • padronização internacional de matéria-prima • produção e testes • controle de qualidade • O processo de produção e controle de qualidade recebem supervisão regulatória do início ao fim. De tempos em tempos as instituições e empresas são auditadas pelas agências nacionais e internacionais para avaliação dos resultados de produção e enquadramento nas especificações. PRODUÇÃO DE VACINAS Esses requisitos envolvem sistemas de qualidade farmacêutica robustos; medidas e procedimentos de garantia de controles de qualidade em cada etapa; infraestrutura adequada; e separação de atividades para garantir a identidade, pureza, esterilidade, eficácia e segurança da vacina. Todos os componentes, processos de fabricação, metodologias de teste, reagentes e padrões devem estar em conformidade com os padrões definidos para Boas Práticas de Fabricação (BPF). https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2020/entenda-a-certificacao-em-boas-praticas-de-fabricacao REGISTRO DE VACINAS (PRODUTOS BIOLÓGICOS) No Brasil, para que qualquer medicamento, incluindo vacinas, seja comercializado ou entregue ao consumo, é necessário que o mesmo obtenha a aprovação do registro sanitário pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), conforme preconizado pela Lei nº 6.360/1976. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6360.htm USO EMERGENCIAL, EM CARÁTER EXPERIMENTAL, DE VACINAS CONTRA A COVID-19 • A ANVISA estabeleceu através da RDC Nº 444, 10/12/20 a autorização emergencial. • Guia nº 42/2020. https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-de-diretoria-colegiada-rdc-n-444-de-10-de-dezembro-de-2020-293481443 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2020/anvisa-define-requisitos-para-pedidos-de-uso-emergencial-de-vacinas/guia-uso-emergencial.pdf APONTAMENTOS PARA O USO EMERGENCIAL, DE VACINAS CONTRA A COVID-19 Apontamentos: • A autorização de uso emergencial e temporária de uma vacina experimental contra a Covid-19 é restrita a um público previamente definido, ou seja, não é destinada a toda população. • A autorização não substitui o registro sanitário no Brasil e somente as vacinas com registro sanitário concedido pela Anvisa poderão ser disponibilizadas e comercializadas para toda a população. • O pedido será submetido pela empresa fabricadora da vacina. Para isso, a respectiva empresa deve possuir Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) emitida pela Anvisa, com atividade de fabricar ou importar medicamentos. • É necessário que a vacina seja acompanhada de um Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) anuído pela Agência. Ademais, o ensaio clínico na fase 3 deve estar em andamento e condução no Brasil. • A vacina deve obter aprovação e terminará o prazo da emergencial com o o registro sanitário e com valor regulamentado pelo ANVISA. • Ao término do prazo concedido para uso emergencial, a vacina será apreendida pela ANVISA. CONSERVAÇÃO, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DAS VACINAS COVID-19 • O Ministério da Saúde (MS) inicia a campanha nacional de vacinação contra a Covid-19 com as vacinas: Coronavac, do Instituto Butantan, e Vacina Covid-19 Fiocruz, desenvolvida em parceria com o laboratório AstraZeneca e Universidade de Oxford. • Esta aula aborda aspectos e procedimentos de segurança dessas vacinas. DA PRODUÇÃO À SALA DE VACINAS • As vacinas são medicamentos imunobiológicos, regulados no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A Anvisa, em alinhamento com as diretrizes internacionais, publicou em 2019 a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) N° 301 que estabelecem as Boas Práticas de Fabricação para os produtos farmacêuticos. Além de requisitos para instalações e pessoal, a RDC n°301/2019 prevê um rigoroso acompanhamento de todo o processo produtivo e inúmeros testes para garantir a qualidade. No caso das vacinas, considerando as análises de insumos, controle em processo, controles dos produtos intermediários são centenas de análises realizadas. • No entanto, os resultados satisfatórios não são suficientes para que a vacina seja liberada para uso, uma vez que é necessária também uma análise dos parâmetros ambientais e de processo. Somente após essa avaliação sistêmica a vacina será liberada para uso. https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-301-de-21-de-agosto-de-2019-211914064 DA PRODUÇÃO À SALA DE VACINAS • Uma vez vencidas todas essas etapas, a vacina ainda precisa passar pela avaliação do Laboratório Nacional de Controle de Qualidade; no Brasil, a Anvisa delega ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) a responsabilidade de liberação de lotes de vacinas e soros hiperimunes heterólogos para consumo no Brasil através da RDC N° 73/2008. • Essa análise poderá ocorrer de duas formas: • Identificar na rede de frio a logística necessária para a conservação, armazenamento, transporte das vacinas Coronavac e AstraZeneca-Fiocruz; • Conhecer as orientações de conservação e armazenamento das vacinas Coronavac e AstraZeneca-Fiocruz. • É de responsabilidade do Ministério da Saúde por meio da Coordenação de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (COADI) ou entidade competente encaminhar amostra e a documentação dos lotes ao INCQS. • Os lotes adquiridos pelo Ministério da Saúde só podem ser utilizados para uso no Brasil após emissão do Laudo de Análise Satisfatório pelo INCQS. http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/28262 VACINAÇÃO COVID-19: PROTOCOLOS E PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Vanessa Carvalho Material com base no curso realizado pela Plataforma da MÓDULO 5 – RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE Série Especial sobre Vacinas PRÓXIMA AULA
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