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FPM V VFO Obstetrícia 1. POSTURA E DEAMBULAÇÃO: • Marcha anserina (andar de pato) – por conta do desvio do centro de gravidade; • Lordose da coluna lombar; • Articulações sacroilíacas e a sínfise pubiana tem maior mobilidade; 2. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS: • Fatores de coagulação: estão aumentados e anticoagulantes diminuídos= “estado de hipercoagulabilidade” – controle de perdas sanguíneas após o secundamento. (Estado de hipercoagulabilidade começa a reverter 1h após o parto) • Aumenta plasma e eritrócito (maior necessidade de ferro alimentar para suprir as necessidades) • Hemodiluição das hemácias (mesmo com o aumento de eritrócitos, o volume plasmático aumenta muito mais) – “anemia fisiológica da gravidez) • Aumento de leucócitos • Decréscimo de plaquetas – “trombocitopenia gestacional” 3. SISTEMA CARDIOVASCULAR: • Diafragma se eleva e o coração fica mais horizontalizado • Volume cardíaco e sistólico aumentam • Pode haver hipertrofia cardíaca • Aumento do débito cardíaco, do volume sanguíneo (plasmático principalmente), redução da resistência vascular periférica e da pressão sanguínea. • Sopros sistólicos podem ocorrer devido a hipercinesia/ hipoviscosidade do sangue (hemodiluição/ anemia) • Extrasistolia e taquicardia paroxística podem surgir • Redução da pressão arterial (a despeito do aumento acentuado do volume sanguíneo e do débito cardíaco) • Diminuição da resistência vascular periférica • ECG alterado, pode ocorrer desvio do eixo p esquerda e inversão da onda T em D3. 4. SISTEMA URINÁRIO: • Modificações anatômicas: o Rins se deslocam para cima pelo aumento do volume uterino e aumentam o tamanho cerca de 1 cm por conta do acréscimo do volume vascular renal e do espaço intersticial. – “hidronefrose fisiológica” o Ureteroectasia – útero expandindo comprime os ureteres, enquanto a progesterona inibe a musculatura lisa ureteral o Anatomia da bexiga é distorcida pela compressão direta do útero gravídico o 80% tem dilatação ureteral, sobretudo à direita pelo destrodesvio uterino – bloqueio mecânico do fluxo ureteral. • Modificações fisiológicas: o Aumento do fluxo plasmático renal e da TFG – taxa de filtração glomerular (diminuição da creatinina plasmática) o Hipercalciúria – pelo aumento da absorção de cálcio intestinal o Glicosúria (Filtração glicose no rim aumenta 50% - capacidade reabsorção tubular permanece igual = glicosúria fisiológica → pode estar associado a um estado pré-diabético) o Proteinúria • Estimulação do sistema RAA – diminuição de sensibilidade à angiotensina • Retardo fluxo urinário = maior predisposição da grávida a ter ITU; • DCE aumentada – utilizada para medir função renal. • Redução dos uratos na urina pela sua maior absorção pelo sim. • CUIDAR NÍVEIS DE CREATININA E UREIA! Já que baixam na gravidez, valores normais não gravídicos podem significar algum grau de IR em gestantes (>0,8) 5. SISTEMA RESPIRATÓRIO: • Consumo de O2 aumenta 20- 30% Abertura ultimas costelas – elevação diafragmática – diafragma se eleva em 4cm, aumentando seu diâmetro transverso • Comum sensação de dispneia, mais proeminente no final da gestação – incursão diagrafmatica está reduzida; • Frequência respiratória sem alteração FPM V VFO Obstetrícia • Volume-minuto respiratório aumenta (hiperventilação – aumento discreto FR, com consequente redução da pCO2 – alcalose respiratória) • Congestão nasal (pela hiperemia e edema da mucosa do sistema respiratório superior) 6. ALTERAÇÕES METABÓLICAS: • METABOLISMO GLICÍDICO: o Feto necessita de glicose e aminoácidos para seu crescimento, extraindo-os da mãe constantemente o Feto exige 150Kcal/dia a mais para suprir maior gasto energético e necessidades; o Mãe poupa glicose para o feto, reduzindo seu consumo periférico: ação de hormônios anti- insulínicos e diminuição do consumo de glicose. ▪ Resistência periférica à insulina → maior produção de insulina → hiperinsulinismo + resistência periférica à insulina – mantém certo grau de hiperglicemia materna para que não falte glicose para o feto. ▪ Não há hiperinsulinismo nas pacientes com limitada capacidade de elaborar o hormônio e que irão apresentar diabetes gestacional. o A gravidez avançada caracteriza-se pela preservação de glicose à custa da utilização de lipídeos. A liberação excessiva de ácidos graxos também contribui na redução da utilização da glicose materna. • METABOLISMO LIPÍDICO: o A placenta é praticamente impermeável aos lipídios, exceto aos AGL e aos corpos cetônicos. Assim, alterações no metabolismo lipídico materno durante a gestação têm importantes implicações no crescimento fetal. o Alterações: acúmulo de lipídios nos tecidos da gestante e a hiperlipidemia gestacional. ▪ Aumento nos depósitos de gordura maternos em decorrência da lipogênese aumentada – elevação na síntese de ácidos graxos e do glicerídio glicerol. ▪ Aumento da atividade lipolítica do tecido adiposo → liberação de AGL e glicerol na circulação materna → grandes concentrações no plasma. o Benefícios da hipertrigliceridemia materna para o feto: ▪ Fígado materno sob jejum – aumento da atividade da LPL → síntese de corpos cetônicos → passagem para o feto. ▪ Atividade da lipase na placenta → AGL disponíveis para o feto ▪ Indução da LPL nas mamas → redirecionamento de TGL para a glândula, visando a produção de leite → AGL circulam na forma de TGL disponíveis para o lactente. • METABOLISMO PROTEICO: o Aumento em valores absolutos, mas com concentrações diminuídas (principalmente de albumina) • METABOLISMO HIDRELETROLÍTICO: o Retenção de líquido intra e extracelular; OBS: O acréscimo do volume plasmático é maior na gravidez gemelar e menor naquela complicada pelo crescimento intrauterino restrito (CIR) e pela préeclâmpsia. ▪ Retenção de Na (maior secreção de aldosterona). ▪ Novo nível de osmolaridade; ▪ Diminuição do limiar da sede; ▪ Redução da pressão oncótica. o Consequências da retenção de líquido: ▪ Redução na concentração de hemoglobina ▪ Redução do hematócrito ▪ Diminuição da concentração de albumina ▪ Aumento do débito cardíaco ▪ Elevação do fluxo plasmático renal ▪ Edema periférico. 7. SISTEMA DIGESTIVO: • Aparecimento de náuseas e vômitos – anorexia • Gengivite • Redução na secreção gástrica de ácidos, tendo menor incidência de ulcera péptica e a remissão das preexistentes. • Alta incidência de pirose por combinação do relaxamento do esfíncter gastresofágico ao aumento da pressão intra-abdominal • Vesícula fica hipotônica, distendida, com bile viscosa e grande tendencia de formar calculo. 8. SISTEMA ENDÓCRINO: • Tireoide: aumento dos hormônios tireoidianos, com aumento do volume da glândula (hiperplasia e maior vascularidade) o 1º trimestre: inibição da hipófise e queda transitória de TSH FPM V VFO Obstetrícia o Da 1ª metade da gestação até o termo: aumento da globulina de ligação da tireotoxina 9. PELE E FÂNEROS: • Comum estrias abdominais, podendo ser encontradas nos seios (estrias gravídicas ou víbices) – inicialmente vermelhas e mais tarde brancas ou nacaradas • Aumento da pigmentação da linha alva do abdome inferior (linha nigra), da vulva, das aréolas mamárias e da face (cloasma) • Hipertricose: pelos na face e em outras regiões, com crescimento mais acentuado dos cabelos • Unhas muito quebradiças e surgimento do eritema palmar • Hipertrofia das glândulas sudríparas e sebáceas 10. MODIFICAÇÕES GENITAIS: → VULVA E VAGINA: epitélio vaginal se espessa e há aumento da descamação – maior secreção vaginal; vulva e vagina tumefazem-se. →ÚTERO: amolecimento na região do local de implantação, progredindo por todo o órgão e pelas outras estruturas pélvicas. Órgão aumenta,inicialmente de modo desigual com expansão maior na zona de implantação (sinal de piskacek). →COLO: amolecido durante a gravidez. O estrogênio estimula o crescimento do epitélio colunar do canal cervical, tona-se visível na ectocérvice e é denominado ectrópico ou eversão.
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