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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAMPUS SÃO LUÍS Fisiologia Veterinária Sistema Endocrino CLASSIFICAÇÃO DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS • De função exclusivamente endócrina – inclui as glândulas que produzem exclusivamente hormônios – ex.: hipófise, tireóide, paratireóide e adrenal. • De função dupla – inclui órgãos que além de produzir hormônios, produzem outras substâncias – ex.: Pâncreas – secreção pancreática + hormônios, Ovário (óvulo + hormônio), Testículo (espermatozoide + hormônio), Placenta (líquido amniótico + hormônio) Todas as glândulas endócrinas se caracterizam por: • Estrutura histológica glandular – as células secretoras se dispõem em forma de cordões ou agrupados • Ausência de ducto excretor – o produto de secreção (hormônio) é lançado diretamente no espaço intercelular e daí para a circulação • Rica vascularização – facilita a veiculação do produto de secreção pelo sangue e a captação de substâncias essenciais para a síntese de alguns hormônios MECANISMO DE AÇÃO HORMONAL Os hormônios quase nunca atuam diretamente sobre os mecanismos intracelulares, controlando as diferentes reações químicas das células, na verdade, eles quase sempre se combinam primeiro a receptores hormonais existentes nas superfícies das células ou no seu interior. Em geral esta combinação desencadeia uma “cascata de reações” (transdução de sinal) na célula em que cada etapa da reação na cascata torna-se muito mais ativada do que a anterior de modo que o efeito final é muito grande partindo de estímulo hormonal inicial muito pequeno. Todos ou quase todos os receptores para hormônios, consistem em proteínas muito grandes. Cada célula possui, em geral, cerca de 2.000 a 100.00 receptores. Cada receptor costuma ser extremamente específico para um só hormônio. GLÂNDULA HIPÓFISE Localização – é uma glândula pequena, arredondada ou ovóide, com diâmetro variável de acordo com a espécie: equinos e bovinos (feijão); porco, ovelha e cão (ervilha), que se localiza na depressão do osso esfenóide (sela túrcica) na base do cérebro e está ligada ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário ou pituitário o qual exerce ação inibidora ou excitadora sobre a hipófise. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAMPUS SÃO LUÍS A intimidade morfológica e funcional entre hipófise e hipotálamo é favorecida por um sistema especial de vasos, que é o sistema porta hipotalâmico-hipofisário. Através desse sistema são transportados do hipotálamo para a hipófise as substâncias que vão exercer ação inibidora ou excitatória e que são chamados de “fatores liberadores” – relasin factores *PARA RELEMBRAR O hipotálamo é uma área do sistema nervosos central que contém neurônios com alguns dos atributos das células endócrinas. O hipotálamo recebe estímulos de quase todas as regiões do cérebro e usa essa informação para controlar a temperatura corporal, o apetite, o comportamento sexual, as reações de defesa (medo, raiva), os ritmos biológicos e os impulsos eferentes do sistema nervoso autônomo. Trata- se do local onde o sistema nervoso entra em contato com o sistema endócrino. Existem numerosos núcleos (grupos de neurônios com a mesma função) no hipotálamo, que produzem compostos (neuroendócrinos) que afetam a liberação dos hormônios pela hipófise. De acordo com a origem embriológica a hipófise é dividida em 3 porções distintas: 1. Lobo anterior ou ADENOHIPÓFISE – origina-se da Bolsa de Ratke (epitélio faringeano) – pars distalis 2. Lobo intermediário ou HIPÓFISE INTERMÉDIA ou pars intermedia UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAMPUS SÃO LUÍS 3. Lobo posterior ou HIPÓFISE POSTERIOR – NEUROHIPÓFISE – pars nervosa HORMÔNIOS DO LOBO ANTERIOR Devido as funções diversificadas dos hormônios da adenohipófise podemos enquadrá-los em 2 grupos: 1. Hormônios que atuam sobre o metabolismo – hormônios metabólicos: • Hormônio do Crescimento (GH) ou somatotrófico (STH) ou somatotrofina • Hormônio Tireotrófico ou estimulante da tireóide (TSH) • Hormônio Adrenocorticotrófico ou estimulante do córtex adrenal (ACTH) hoje somente corticotrofina 2. Hormônios que atuam sobre as gônadas – Hormônios Gonadotróficos: • Hormônio Folículo Estimulante – (FSH) • Hormônio Luteinizante (LH) ou ICSH ou H. Estimulante das Células Intersticiais (ICSH) • Prolactina ou Hormônio Luteutrófico P ou LTH Todos os principais hormônios da adenohipófise, a não ser o hormônio de crescimento, exercem seus efeitos pela estimulação da “glândula-alvo” – a tireoide, o córtex da suprarrenal, os ovários, os testículos e glândulas mamárias. A função de cada um dos hormônios da adenohipófise está tão intimamente relacionada com as funções das receptivas glândulas-alvo exceto o hormônio do crescimento que tem efeito sobre todos ou quase todos os tecidos do corpo. HORMÔNIO DO CRESCIMENTO – GH O hormônio do crescimento (GH) também chamado de somatotrófico (STH) ou somatotrofina. Ele atua no desenvolvimento de todos os tecidos do corpo capazes de crescer. Ele promove tanto o crescimento em tamanho das células quanto o número de mitoses aumentada, com o desenvolvimento de um número maior de células. • EFEITOS METABÓLICOS BÁSICOS DOS HORMÔNIOS DO CRESCIMENTO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAMPUS SÃO LUÍS Sabe-se que o hormônio do crescimento exerce os seguintes efeitos básicos sobre os processos metabólicos do copo: ▪ Velocidade aumentada de síntese proteica em todas as células do corpo ao mesmo tempo que reduz a degradação das mesmas. ▪ Taxa de utilização de carboidratos diminuída em todo corpo ▪ Mobilização aumentada de gorduras e o uso destas como fontes de energia. Assim, o hormônio aumenta as proteínas corporais, conserva os carboidratos e utiliza as reservas de gordura. É provável que a taxa aumentada de crescimento resulte principalmente da velocidade de síntese proteica aumentada. CRESCIMENTO DA CARTILAGEM E DO OSSO O hormônio do crescimento não tem efeito direto sobre o crescimento da cartilagem e do osso, que devem crescer se a estrutura global do animal aumentar. O hormônio do crescimento estimula indiretamente o crescimento da cartilagem e do osso pela formação de várias proteínas de baixo peso molecular, chamadas coletivamente de SOMATOMEDINAS no fígado e talvez no rim, essa substância age diretamente sobre a cartilagem e o osso, promovendo o seu crescimento. ANOMALIAS DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO • Nanismo – deficiência de GH na infância • Gigantismo – muito STH na infância UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAMPUS SÃO LUÍS • Acromegalia – excesso de STH após puberdade HORMÔNIOS DA NEURO-HIPÓFISE A neuro-hipófise possui corpos celulares que se originam no hipotálamo, com terminações celulares que secretam ocitocina e vasopressina. A NEURO-HIPÓFISE E SUA RELAÇÃO COM O HIPOTÁLAMO A neuro-hipófise, também chamada de gl. hipófise posterior, é composta de células glias chamadas pituícitos. Os pituícitos não secretam hormônios, eles agem apenas como estrutura de apoio para um grande número de fibras nervosas terminais e terminações nervosas de feixes nervosos que se originam nos núcleos supra-óptico e paraventricular do hipotálamo. Esses feixes passam para a neuro-hipófise através do pedúnculo hipofisário. As terminações nervosas são botões em forma de bulbos localizados sobre as superfícies dos capilares sobre os quais eles secretam os hormôniosda hipófise posterior. FUNÇÃO DA VASOPRESSINA Atua elevando a pressão sanguínea, através da contração das fibras musculares lisas das arteríolas. Exerce ainda atividade antidiurética, isto é, favorece a reabsorção de água nos túbulos renais. Portanto, esse hormônio é importante sempre que ocorrer hemorragias UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAMPUS SÃO LUÍS ou em qualquer circunstância onde o teor de água no organismo esteja diminuindo. OCITOCINA Atua produzindo contração da musculatura lisa do útero e glândula mamária. O útero é particularmente sensível a ação da ocitocina quando está sob a influência dos estrógenos e isto ocorre durante o cio e na última semana da gestação. Durante a gestação o útero se torna insensível a ação da ocitocina devido ao alto nível de progesterona no sangue. No parto, a ocitocina é fundamental produzindo contrações uterinas violentas, favorecendo a expulsão do feto. Na glândula mamária a ocitocina promove a descida do leite para provocar contrações das células mioepiteliais dos alvéolos glandulares da mama e se origina por um reflexo neuroendócrino causado pelo estímulo da sucção ou ordenha. Obs.: A estimulação sexual durante a relação aumenta a secreção da ocitocina, e esta por sua vez pelo menos em parte é responsável pelas contrações uterinas durante o orgasmo. Por isso, presume-se que a ocitocina promove a fertilização.
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