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Esquistossomose e Vigilância ambiental

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Heva Fernandes – 2º semestre 
TUTORIA 2 
• Esquistossomose (morfofisiologia, fisiopatologia, ciclo 
biológico, transmissão, sinais e sintomas, prevenção, 
diagnóstico, epidemiologia) 
• Compreender o papel da Vigilância Ambiental 
• Elucidar a legislação que regulamenta a Vigilância 
Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O 
 
 
 
 
 
Schistosoma mansoni foi descoberto por Manoel da Silva em 1908, 
na Bahia. Estudos apontam que essa espécie chegou ao Brasil 
durante o tráfico negreiro 
 
Morfofisiologia 
Formas evolutivas 
• Ovo: microscópico, esférico, casca dupla, miracídio 
no interior, espícula voltada para trás. A 
hipotonicidade gera a eclosão desse ovo e há 
liberação de miracídios 
• Miracídio: sacular. É um ovo maduro. Organela terebratorium 
tem atração química pelas enzimas do caramujo 
e é o local de glândulas de adesão e invasão. 
Sistema nervoso é primitivo. Aparelho excretor 
é com células flama. Ciliado externamente 
ajuda a locomoção. 1 miracídio = 300 mil cercarias (50% morre 
após 8h e restante ate 12h = tempo de vida curto, então eles 
buscam pelo caramujo rapidamente entre 8-12h). Penetra no 
caramujo com enzimas líticas, glândulas adesivas e movimento 
giratório, ao penetrarcperde a capa com cílios 
• Esporocisto: células germinativas no interior do caramujo, 
esporocistos primário > secundário > terciários > cercaria = 
liberação periódica (período de 35-40 dias) 
• Cercária: forma infectante do homem, ventosa ventral 
(acetábulo) e oral, cauda bifurcada (locomoção) e 
com microespinhos que faz movimentação 
vibratória, intestino primitivo, ritmo circadiano de 
liberação (nas temperaturas mais quentes e a 
maior luminosidade provoca a liberação de cercarias) 
• Esquistossômulo: sacular, forma mais alongada, atingem a 
circulação, ate chegarem no fígado 
• Adulto: 
MACHO 1cm FÊMEA 1,5cm 
Menor, branco, achatado, 
ventosa oral e ventral 
(acetábulo), sem órgão 
copulador, passa o esperma 
pelo canal deferente, 
tubérculos/projeções na 
Maior, branca, ventosa oral e 
ventral, possui vulva + útero + 
ovário 
 
+longa +fina 
 
região exterior/tegumento, 
canal ginecóforo 
Tegumento liso 
Oviposição 300ovos dia 
Ventosas servem para locomoção e fixação 
Vivos: espoliação (alta absorção de ferro e glicose 
Mortos: destruição tecidual (reação inflamatória local) 
 
Caramujo Biomphalaria glabrata 
• Concha discoidal enrolada em espiral, plana e sem 
opérculo (tampinha) 
• Está em leito raso, mas pode ser encontrado até os 5m 
• Gostam de água paradas com 30cm/s e com lodo 
• Está em locais de vegetação, já que se alimenta de matéria 
orgânica 
• 20-26ºC e locais iluminados 
Mas pode infectar B. tenagophila e B. straminea 
 
Habitat 
Vermes adultos habitam o sistema porta 
Migram para ramos terminais da veia mesentérica e na altura da 
parede intestinal do plexo hemorroidário, se acasalam e iniciam a 
postura de ovos 
Ciclo biológico 
1. Eliminação de fezes com ovos que contêm miracídios 
2. Na água, ovos liberam miracídio, estimulado pelas 
temperaturas +altas, luz intensa e oxigenação da água 
3. Caramujos emitem substâncias que atraem miracídios 
4. Miracídios penetram no epitélio dos moluscos ao digerir esse 
epitélio por meio de enzimas proteolíticas e movimentos 
ciliares 
5. Ao penetrar, o miracídios perde glândulas de adesão e 
penetração, os cílios e sua musculatura, se transformando em 
esporocisto 
6. O esporocisto sofre mudanças até se transformar em cercarias, 
q sairão do caramujo através de glândulas de escape 
7. As cercarias se fixam na pele/mucosa do homem através de 
ventosas e penetram no corpo por meio de ação lítica de 
glândulas de penetração 
8. Após penetração, larvas (esquistossômulos) adaptam-se as 
condições fisiológicas do meio interno > migram pelo tecido 
subcutâneo > penetram em um vaso > chegam nos pulmões > 
vão p sistema porta via sangue, linfa e via transtissular (alvéolos 
pulmonares > parênquima pulmonar > pleura > diafragma > 
cavidade peritoneal > capsula e parênquima hepático) 
9. No sistema porta intra-hepático, os esquistossômulos se 
alimentam e se desenvolvem, se transformando em adultos 
machos e fêmeas q irão migrar acasalados para veia 
mesentérica inferior, onde farão postura dos ovos na 
submucosa 
10. Da submucosa chegam na luz intestinal por: 
• Reação inflamatória (+permeabilidade vascular) 
• Pressão dos ovos que são postos atrás (bombeamento) 
• Enzimas proteolíticas produzidas pelo miracídio, lesando 
tecidos 
• Adelgaçamento da parede do vaso provocado pelo casal na luz 
• Perfuração da parede venular já debilitada pelos fatores citados 
+ auxiliada pela descamação epitelial provocada pela passagem 
do bolo fecal 
• Ovos ganham ambiente externo 
 
Condições para existirem focos: 
1. Coleções de água doce 
2. Presença do caramujo 
3. Pessoas infectadas que eliminam ovos de S mansoni nas fezes 
• Doença de evolução crônica causada pelo helminto 
Schistosoma mansoni (tem tropismo térmico) 
• Conhecida como Barriga d’água, xistose(a), mal do 
caramujo, coceira do nadador e bilharziose 
• Platyhelminthes (filo) > Trematoda (classe) > 
Schistosomatidae (família) 
• Doença de múltiplos mecanismos e alterações 
hemodinâmicas e alteração da reatividade imunológica 
• Há dimorfismo sexual (diferença entre macho e fêmea) 
• Ciclo biológico heteroxênico – humano (HD) e caramujo 
(HI) 
• Vermes achatados e esbranquiçados 
• Parasitas de vasos sanguíneos de mamíferos e aves 
 
 
 
 
4. Pessoas em contato com a água no momento em que os 
moluscos eliminam cercarias (p banho, lavagem de roupa e 
recreação) 
 
 
 
Transmissão 
Penetração ativa das cercarias na pele e mucosa (entre 10h-16h) 
Locais mais atingidos são membros inferiores 
Caso ingeridas com água são destruídas pelo suco gástrico, mas as 
que penetrarem a mucosa oral desenvolvem normalmente 
 
Fatores de risco 
Existência do caramujo transmissor 
Contato com água contaminada 
Fazer tarefas domésticas em água doce contaminada 
Morar em locais com precário saneamento básico 
 
Imunologia 
Resposta inflamatória granulomatosa em torno dos ovos vivos 
IL 10 medeia passagem da fase aguda > fase crônica no fenômeno 
da imunomodulação 
 
Patogenia (sinais e sintomas) 
FASE AGUDA 
• Cercarias – dermatite cercariana 
Depende da carga parasitária 
Reação inflamatória/alérgica em decorrência da migração da pele e 
tecidos 
Eritema, Edema, Pápulas e dor 
• Esquistossômulos 
3dias dps da penetração das cercarias na pele, os esquistossômulos 
são levados para pulmões pela linfa 
2ªsemana: vasos do fígado > sistema porta intra-hepático 
Febre, eosinofilia, linfadenopatia, esplenomegalia, hepatomegalia, 
urticaria e sintomas pulmonares 
• Ovos 
Elementos fundamentais na patogenia 
Em pouca quantidade: lesões mínimas reparadas rapidamente 
Em grande quantidade: hemorragia, edema da submucosa, úlceras 
pequenas 
Ovos que atinge fígado provocam reação granulomatosa 
• Vermes adultos 
Quando são mortos, causam lesões no fígado 
Ação espoliadora (hospedeiro utiliza substâncias essenciais 
fundamentais do hospedeiro) = consumo de 2,5mg de ferro/dia 
 
Gravidade variada (resposta imunológica, estado nutricional, idade, 
doenças associadas, carga parasitaria e linhagem do parasito) 
 
 
FASE CRÔNICA 
• Intestino 
Desconforto abdominal, diarreia, constipação, ascite (forma 
hepatoesplênica +grave e decorre de alterações hemodinâmicas 
devido a hipertensão) 
• Fígado 
Hepatomegalia, dor a palpação, fibrose do parênquima hepático, 
obstrução dos ramos intra-hepaticos da veia-porta 
• Baço 
Esplenomegalia 
Hiperplasia do tecido reticular e dos elementos do sistema 
imunológico devido a reação imunoalérgica 
• Hipersensibilidade tipo 3 
Deposição de imunocomplexos nos rins e pulmões 
 
Pode evoluir de forma assintomática até se tornar grave 
Hipertensãoportal 
 
Fases 
• Fase pré-postural: antes da postura (oviposição), 10-35d 
após infecção. Dermatite cercariana 12h após 
penetração, exantema maculopapular pruriginoso 
(coceira e erupção urticariforme, eritema, edema, 
pápulas e dor). Mal-estar, febre, dor muscular e 
abdominal, hepatite aguda. Esquistossomulos podem 
causar linfadenia generalizada, febre, esplenomegalia 
OBS: assim que as cercarias entram já ocorre ativação do sistema 
imunológico, por isso nem todas as cercarias evoluem para fase de 
vermes adultos 
 
• Fase aguda: 50-120d. ocorre com a transformação de 
esquistossômulo em adultos e a deposição de ovos no 
epitélio intestinal. Leva a alterações cutâneas, reação 
inflamatória no pulmão e fígado, pode ter forma toxêmica 
(febre, eosinofilia, linfadenopatia, esplenomeg, urticaria), 
granulomas 
Reação inflamatória, pressão da quantidade de ovos e de casais, 
enzimas proteolíticas que perfuram parede venular são fatores para 
levar ovos para intestino 1/3 
2/3 dos ovos vao para o fígado > provoca reação inflamatória 
granulomatosa, induzida por antígenos secretados pelo ovo 
 
• Fase crônica: <6meses. alterações intestinais, hepáticas 
ou esplênicas. Sinais e sintomas: diarreia com muco 
sanguinolento, dor abdominal, tenesmo, constipação, 
hipertensão portal com a obstrução, fibrose, 
pseudotumores, ascite, hemorragia, óbito. Com a 
oviposição + granulomas = hepatomegalia + dor ao palpar. 
Ovos podem atingir medula do SNC e vasos pulmonares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Granuloma: ovo + inflamação (ocorre qnd o sistema imune 
ataca ovo e destrói tecidos) 
Gera reação de hipersensibilidade aos antígenos solúveis dos 
ovos 
Fase necrótica > fase reparação tecidual > fase necrose > nódulo 
(principal responsável pela ascite) 
Diagnóstico 
Clínico 
• Considerar fase da doença, anamnese detalhada do caso 
(origem, hábitos, contato com água -pescaria, banhos, 
trabalhos, recreação, histórico) 
Laboratorial 
• Sedimentação espontânea (lutz e Hoffman) 
• Centrifugo-sedimentação 
• Kato-katz (+importante): técnica quantitativa. utilizado 
em levantamentos epidemiológicos 
• Biopsia ou raspagem da mucosa anal: maior sensibilidade 
Imagem 
• Ultrassom: utilizada na fase crônica, diagnostica 
alterações hepáticas e determina grau de fibrose 
Sorológico 
• Intradermorreação: teste alérgico – mede-se a papula 
formada se der positivo 
• ELISA: detecção de antígeno no soro (sensibilização c 
antígeno de verme adulto) 
• ELISA de captura: detecção de antígenos parasitários 
circulantes 
• Método molecular 
PCR: detecção de DNA do parasito nas amostras dos pcte 
 
Prevenção 
Saneamento básico 
Educação sanitária 
Não entrar em contato com água que tenham caramujos 
contaminados ou evitar entrar depois das 9h da manhã 
Remover vegetação aquática 
Aumentar velocidade da corrente 
Uso de moluscicidas (ex niclosamida) a cada 30 dias que evitarão a 
produção de cercarias pelos moluscos que repovoarem a água 
Tratamento em massa das pessoas contaminadas 
 
- dificuldades do controle da esquistossomose: 
1. falta de decisão política de alto nível para assegurar 
recursos 
2. custo elevado das operações eficazes que devem 
prolongar-se por muitos anos 
3. organização/capacitação dos serviços de saúde p cobrir 
toda a pop envolvida 
4. insuficiente preparo dos profissionais de saúde na 
formulação de planos de controle adequados 
5. transição de pessoas de áreas tratadas para não tratadas 
(descobertas) 
 
Epidemiologia 
Mundo: endêmico na África e América do Sul 
200mi contaminados no mundo (80% na África e Brasil) 200mil 
mortes anuais 
Brasil: Nordeste e sudeste são áreas endêmicas no Br 
Brasil tem a maior transmissão de esquistossomose mansônica do 
mundo 
Notificação compulsória em regiões não endêmicas (caso isolado) 
Os portadores podem excretar ovos por 20anos 
A precariedade do saneamento nas áreas rurais e periféricas 
possibilita a contaminação das águas + pobreza = 
indicativo/marcador 
É uma das parasitoses mais disseminadas no mundo 
Doença de maior prevalência entre aquelas veiculadas pela água 
Alterações do meio ambiente pelo homem contribuem para o 
aumento dos focos de transmissão = canais de irrigação, açudes e 
barragens, pântanos gerados por acúmulo de água das chuvas, 
usinas hidroelétricas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Finalidade: promover conhecimento, detecção e prevenção de 
mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio 
ambiente que interferem na vida humana 
Compete: ações de vigilância, prevenção e controle das zoonoses e 
doenças transmitidas por vetores, dos acidentes por animais 
peçonhentos e venenosos, vigilância das pop humanas expostas aos 
fatores de risco ambientais 
a) Zoonoses e vigilância de fatores de risco biológico: vetores, 
hospedeiros, reservatórios, portadores, amplificadores, 
suspeitos de alguma zoonose, animais peçonhentos e 
venenosos 
b) Vigilância dos Fatores de Risco Não Biológicos: contaminantes 
ambientais na água, no ar e no solo, de importância e 
repercussão na saúde pública, bem como dos riscos 
decorrentes dos desastres naturais, acidentes com produtos 
perigosos 
• Programa de vigilância em 
☼ Saúde da água para consumo humano (VIGIAGUA) 
☼ Saúde das Populações Expostas aos Poluentes 
Atmosféricos (VIGIAR) 
☼ Saúde Ambiental Relacionada aos riscos decorrentes 
dos desastres naturais (VIGIDESASTRES) 
☼ Ambiental dos Riscos associados aos desastres de 
origem antropogênica (VIGIAPP) 
☼ Saúde Ambiental de populações expostas às áreas 
contaminadas por contaminantes químicos 
(VIGISOLO) 
☼ Ambiental que integra a Vigilância em Saúde das 
populações expostas aos agrotóxicos (VSPEA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
Parasitologia humana – David Neves 
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-
aula/5dab3cf5132ed4001119f369/5e04fc32b7221a00
11192963/video/5e6671b742f6250021ddc5d5 
https://www.passeidireto.com/arquivo/75771267/esq
uistossomose 
http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/vigilancia
-ambiental/ 
https://www.passeidireto.com/arquivo/88154211/esq
uistossomose 
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5dab3cf5132ed4001119f369/5e04fc32b7221a0011192963/video/5e6671b742f6250021ddc5d5
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5dab3cf5132ed4001119f369/5e04fc32b7221a0011192963/video/5e6671b742f6250021ddc5d5
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5dab3cf5132ed4001119f369/5e04fc32b7221a0011192963/video/5e6671b742f6250021ddc5d5
https://www.passeidireto.com/arquivo/75771267/esquistossomose
https://www.passeidireto.com/arquivo/75771267/esquistossomose
http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/vigilancia-ambiental/
http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/vigilancia-ambiental/
https://www.passeidireto.com/arquivo/88154211/esquistossomose
https://www.passeidireto.com/arquivo/88154211/esquistossomose

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