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ANGINA ESTÁVEL DEFINIÇÃO “Desconforto no peito de forma previsível e reprodutível em certo nível de esforço por desequilíbrio transitório entre suprimento sanguíneo e demanda metabólica”. - Paciente vai apresentar dor diante de esforços, com melhora do quadro no repouso e com uso de nitrato sublingual. EPIDEMIOLOGIA • Há um aumento do risco de aterosclerose: o Entre 65 a 84 anos: 12-14% dos homens têm aterosclerose 10-12% das mulheres têm aterosclerose • Fatores de risco: o Dietas ricas em lipídios e calorias o Sedentarismo o Tabagismo o Resistência à insulina o Envelhecimento populacional FISIOPATOLOGIA Ocorre um desequilíbrio entre a demanda metabólica e o suprimento sanguíneo. • Entre os fatores que determinam a demanda metabólica estão: o Frequência Cardíaca (FC) - quanto maior a frequência cardíaca, maior a demanda metabólica. o Pressão Arterial sistólica/ Pós - carga - quanto maior a pós-carga, maior a demanda metabólica. o Tensão de parede do miocárdio o Contratilidade miocárdica - quanto maior a contratilidade miocárdica, maior a demanda metabólica. • Entre os fatores que regulam o suprimento sanguíneo estão: o Resistência da artéria coronária - se alguma resistência encontrada na artéria coronária, há um menor suprimento sanguíneo. o Fluxo sanguíneo colateral - em situações de repouso, essa circulação colateral pode até promover o suprimento sanguíneo, mas em caso de esforços, talvez não seja suficiente. o Pressão de perfusão o Frequência Cardíaca - a FC tanto reduz o suprimento sanguíneo, como vai aumentar a demanda metabólica → OU SEJA, paciente que tem angina estável, deve ter uma frequência cardíaca baixa. • Causas que aumentam a demanda metabólica: o Hipertermia o Hipertireoidismo o Toxicidade simpática o Hipertensão o Ansiedade o Cardiomiopatia hipertrófica o Estenose aórtica o Cardiomiopatia dilatada o Taquicardia • Causas que reduzem o fluxo sanguíneo: o Anemia o Hipoxemia o Anemia Falciforme o Toxicidade simpática o Hiperviscosidade do sangue o Estenose aórtica o Cardiomiopatia hipertrófica → MECANISMO DA ISQUEMIA MIOCÁRDICA: • Estenoses fixas ou dinâmicas das artérias epicárdicas • Disfunção microvascular • Espasmo coronário epicárdico focal ou difuso. → CONSEQUÊNCIAS DA ISQUEMIA TEMPORAL: • Aumento de H+ e K+ no sangue venoso • Disfunção diastólica seguida de uma disfunção sistólica • Alterações no ECG principalmente nos seguimentos ST - T • Dor cardíaca (angina) (Essas consequências foram listadas em ordem temporal de acontecimentos). APRESENTAÇÃO DA ANGINA • ANGINA ESTÁVEL CRÔNICA CLÁSSICA: o Estenose epicárdica • ANGINA POR DISFUNÇÃO MICROVASCULAR: o Semelhante à estável clássica. o O cateterismo desse paciente é normal. o Por exemplo, pacientes com Diabetes, costumam ter tanto o componente de angina estável crônica clássica como o componente por disfunção microvascular. • ANGINA POR VASOESPASMO: o Diferencia por angina em repouso com tolerância ao esforço. (O paciente pode ter dor tanto diante de esforço como do repouso). QUADRO CLÍNICO → CARACTERÍSTICA DA DOR ISQUÊMICA: • Próximo ao esterno, do epigástrio até a mandíbula • Descrita pelo paciente como: pressão, tensão ou peso no peito. • Sinal de Livine: Paciente não qualifica a natureza, mas coloca punho no centro do peito. • No caso de Angina estável, a dor normalmente costuma ser breve (até 10 minutos). • Sintomas associados podem estar presentes: o Dispneia, fadiga, náusea. • Fatores exacerbadores: exercício, estresse. • Fatores de alívio: o Repouso o Uso de Nitrato Sublingual → CLASSIFICAÇÃO DA ANGINA ESTÁVEL: → CLASSIFICAÇÃO DO ESFORÇO DA ANGINA ESTÁVEL: EXAME FÍSICO Não há muitas alterações do ponto de vista do exame físico, mas alguns fatores podem ser observados sugerindo isquemia. • Aumento da FC: ativação simpática. • Elevação da Pressão arterial. • Desdobramento de B2, aparecimento de B3 e/ou B4. • Sopros novos ou alterados: EX: regurgitação mitral. • Pulsação precordial - disfunção transitória de ventrículo. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ESTÁVEL OU INSTÁVEL? • INSTÁVEL: o Angina em crescendo → Paciente tem quadro de angina prévia, podendo ter uma alteração do padrão, apresentando quadro de instabilidade da angina, a qual se torna mais importante em pouco tempo. A duração das anginas pode passar a demorar mais, ocorrendo com mais frequência e diante de esforços menores. o Angina de início recente → Início < 2 meses, que evolui de forma rápida. o Angina de repouso → Paciente tem dor em repouso > 20 minutos de duração, ocorrendo há, no máximo, uma semana. OUTRAS FORMAS DE DOR TORÁCICA: o Espasmo Esofagiano Difuso → Paciente pode ter uma dor em repouso, associada à disfagia. o Doença do Refluxo Gastroesofágico → Também não apresenta relação com esforço e está associado à alimentação. o Pericardite aguda → dor mais constante, sem relação com esforços, apresentando melhora com inclinação do paciente para frente. Além disso, apresenta ECG típico com Supra Difuso. o Dor Musculoesquelética → não tem relação com esforços, pode ou não piorar com a respiração, é localizada com dor à palpação. o Tromboembolismo pulmonar → dor pleurítica (dói com a respiração), pode estar associada á dispneia, síncope. EXAMES COMPLEMENTARES • Laboratório Geral: o Avaliar fatores de risco e prognóstico • ECG de Repouso: o Sinais de DAC o Linha de base comparativa (ver segmentos alterados que paciente já tinha e os novos) o Refazer ECG se sinal de SCA. • Ecocardiografia de Repouso o Causas alternativas de angina o Alterações segmentares o FEVE o Função diastólica • RX de tórax o Sinais e sintomas de IC ou doença pulmonar o Suspeita de outros quadros de dor torácica. TESTE DE ESTRESSE PARA DIAGNÓSTICO DE ISQUEMIA • Teste Ergométrico: o Disponível e custo benefício bom o Risco relativamente baixo o É positivo quando houver uma depressão de ST > 0,1mV persistindo 0,06-0,08s após ponto J. o Para que o teste acuse positivo é importante que o paciente não faça uso de drogas anti-isquêmicas. o Para se considerar que o teste foi efetivo, o paciente deve atingir 85% da FC máxima para idade e sexo = Teste submáximo. o NÃO DEVE SER SOLICITADO: Síndrome de Wolff-Parkinson- White, BRE de 3º grau, marca- passo, infra de ST prévio, incapacidade de se exercitar. o CONTRAINDICAÇÕES: Angina em repouso < 48h, ritmo cardíaco “instável”, estenose aórtica grave, miocardite aguda, IC descontrolada, hipertensão pulmonar grave, endocardite infecciosa ativa, IAM < 5dias. • Medicina Nuclear: o Stress Farmacológico: Dipiridamol e Adenosina (OU) o Esforço Físico o Radioisótopos: Tálio e Tecnécio. (Vai ser, então, injetado o tálio/tecnécio no pico do esforço. Esses radioisótopos vão entrar nas células miocárdicas e corá-las. O aparelho vai ler essa manifestação, fazendo uma comparação entre a imagem de repouso e a imagem no estresse). OBS: Se o paciente tiver Asma ou DPOC e for contraindicado o uso de Dipiridamol e Adenosina, pode - se usar a Dobutamina → Defeitos perfusionais reversíveis ou transitório: Positivo no estresse Negativo no repouso → Defeitos perfusionais fixos ou permanentes: Positivos no Estresse Positivos no Repouso • Ecocardiograma de Estresse: Pode ser feito ou com estresse físico (Ergométrico) ou farmacológico, usando a Dobutamina. → Estresse cardiovascular: Alteração transitória da contração segmentar. • Ressonância Magnética: o Avalia com precisão a anatomia, função e volume ventricular, massa miocárdica. o RM de estresse com dobutamina - Semelhante ao Eco estresse.o RM de estresse com adenosina/dipiridamol - Avalia a perfusão. • Angiotomografia de coronárias: o Injeção de contraste o Avaliação da carga de placa e calcificação. o PACIENTES SELECIONADOS: - Capacidade de segurar a respiração; - Sem obesidade grave; - Escore de cálcio favorável (> 400 Agastston); - Ritmo sinusal com FC < 65 bpm • Cineangiocoronariografia: o Padrão ouro o Baixa mortalidade o PRINCIPAIS INDICAÇÕES: - CCS III ou IV em TMO; - Alto risco em teste não invasivo; - Angina pôs PCR ou arritmia ventricular; - Angina com IC. o NÃO DEVE SER UTILIZADO: - CCS I ou II que não apresentam isquemia - Pacientes que não terão proposta para revascularização. DIAGNÓSTICO Pode ser dividido em 3 partes: • Probabilidade de ter DAC? Isquemia - Infarto - Miocárdio hibernante • Diagnóstico de DAC? o Selecionar um exame que dê esse diagnóstico. • Probabilidade de ter evento o Se a probabilidade de ter evento for baixa, há um bom prognóstico. Portanto, nem todo paciente com DAC se deve indicar um tratamento mais complexo como cateterismo. → PROBABILIDADE DE TER DAC: ✓ Probabilidade pré-teste (PPT) Possibilidade de a dor do paciente ser angina estável. Os principais determinantes da PPT são: o Idade o Sexo o Classificação da angina < 10%: Não precisa de teste adicional, não considerar angina estável, procurar outros diagnósticos. 10 - 90%: Teste ergométrico e/ou teste de imagem de estresse (se tiver disponibilidade de teste de imagem de estresse dê preferência a ele). > 90%: Não precisa de teste adicional, já é considerado angina estável. → DIAGNÓSTICO DE DAC: Após ter realizado o teste de estresse. o Com isquemia: Angina estável o Sem isquemia: investigar outras causas. o Duvidoso: realizar outro método diferente de teste de imagem de estresse, AngioTC de coronárias ou cateterismo cardíaco. → PROBABILIDADE DE TER EVENTO (RISCO): Após o diagnóstico de DAC estável. - Iniciar TMO (Tratamento Médico - Otimizado) + Realizar teste funcional, se ainda não fez. o Baixo risco: Fazer TMO o Intermediário risco: Fazer TMO ou cateterismo cardíaco (avaliar morbilidades e preferência do paciente). o Alto risco: cateterismo cardíaco TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO CONTROLE DOS FATORES DE RISCO + REDUÇÃO DA PROGRESSÃO DA ATEROSCLEROSE TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 1ª ESCOLHA: • REDUÇÃO DO DESFECHO CARDIOVASCULAR: o AAS o Clopidogrel se alergia ao AAS o Hipolipemiantes (estatinas): LDL<50mg/dL o IECA: pode ser dado para todos os tipos de pacientes, mas é imprescindível que seja receitado nos casos de: Disfunção VE, IC, DM o BRA se intolerante / alergia ao IECA • REDUÇÃO DOS SINTOMAS DE ISQUEMIA: o Beta-bloqueador (1ª ESCOLHA): reduzem a FC e a contratilidade (FC 60 bpm). Contraindicado: Angina vasoespástica. o Antagonistas dos Canais de Cálcio (associado ou não com BBQ): ▪ Anlodipino x Verapamil e Diltiazem o Nitrato Rápido Sublingual: alívio de crises 2ª ESCOLHA: • Ivabradina (reduz frequência cardíaca) • Trimetazidina 3ª ESCOLHA: • Nitrato longo: oral 4ª ESCOLHA: • Alopurinol (mecanismo não compreendido) REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA: Deve ser usada em: • Angina Refratária ao tratamento • Paciente de alto risco, mesmo assintomático. • OPÇÕES DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA: Cirurgia de RVM x Angioplastia. o Controle da HAS; o Controle do DM o Vacinação contra Influenza o Parar de fumar o Manter dieta o Redução de peso o Prática de exercício.
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