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Endometriose 1 Endometriose Ciclo P2 Data Fiz resumo? Completo! Matéria Ginecologia & Obstetrícia Qualquer resumo Tá foda.. Endometriose é uma doença inflamatória crônica, em que há presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. É importante entendermos que é uma doença estrogênio dependente, já que mesmo que esse tecido esteja fora do endométrio, continua sendo responsivo a esse hormônio. Devemos ter noção que a dor limita o dia a dia das pacientes, pois a principal queixa é justamente a dor. O exame histopatológico é essencial! Só conseguimos definir o diagnóstico com este. As principais complicações da endometriose são aderência e fibrose tecidual. A endometriose pode ocorrer em qualquer local do corpo, até mesmo na pele (que acaba sendo chamada endometriose cutânea). Os sintomas anormais ocorrem sempre perto/durante o ciclo menstrual, pois aquele tecido endometrial fora da cavidade também vai ser estimulado a realizar hipertrofia, hiperplasia e descamação. → Teoria de Sampson: teoria que tenta explicar o surgimento da endometriose, com o argumento de um refluxo de tecido endometrial através das trompas de falópio durante a menstruação. 💡 Cerca de 95% das endometrioses ocorrem nos ovários! Existe um mecanismo de varredura responsável por não deixar a endometriose ocorrer, e quando há falha nele ela é inevitável (lembra muito o mecanismo de supressão cancerígeno). → Existem algumas teorias que também tentam explicar o aparecimento de endometriose em alguns locais atípicos ou até mesmo a causa delas, como por exemplo: Teoria iatrogênica → cesariana que pode causar uma endometriose; Disseminação linfática ou hematogênica → teoria vascular, tenta explicar endometriose em locais atípicos e mais longe do útero; fragmentos de endometrio que penetram vasos linfáticos e sanguíneos; Metaplasia celômica → é quando um epitélio celomático que deveria ter diferenciado na vida intrauterina não faz essa função e permanece no peritôneo pélvico, com potencial risco de se metaplasiar em endometrio e assim surgindo a endometriose; Restos embrionários → restos dos ductos de mueller que são estrogênio dependentes, explica muito os casos de indivíduos que por anomalias mullerianas são homens mas podem ter endometriose; Aspecto das Lesões → Inicialmente, o aspecto pode ter uma cor negra/azulada, por conta das lesões iniciais típicas e em pólvora. São lesões chamuscadas por conta da hemossiderina, pois o ferro mancha o peritoneo. São lesões puntiformes. @12/04/2021 Endometriose 2 💡 Nesse estágio inicial, essa paciente pode apresentar dismenorréia progressiva, e também um processo inflamatório progressivo. A medida que a doença avança, o processo inflamatório passa a se tornar mais violento, com maior presença de macrófagos e assim maior aderência tecidual. → Com a evolução da doença, seu aspecto vai se tornando avermelhado, como uma chama de vela. Paciente pode apresentar petéquias, pois nesse estágio já há uma hipervascularização estimulada pelo processo inflamatório. → Por fim, no estágio avançado da doença ela apresenta um aspecto esbranquiçado, com lesões por fibrose e opacificação branca. Nesse estágio a paciente pode já estar tendo aderências subovarianas, fazendo lesões tipo "café com leite". Defeito, falta ou janela peritoneal. 💡 Endometriose NÃO é câncer, mas se comporta como tal pois invade e destrói tecidos. Por conta das aderências, confunde-se muito com doença inflamatória pélvica, devemos ter cuidado no diagnóstico! 💡 Endometriose profunda é o sangue que vai se depositando no fundo de saco e acaba caindo no ceco retovaginal. No toque, o fundo de saco estará rígido e fixado por conta disso. → Endometriose interna = adenomiose. É uma endometriose dentro da musculatura uterina, que causa um comprometimento da contratilidade do próprio útero; Se há adenomiose, tem grande probabilidade de apresentar endometriose também; 💡 Para fechar o diagnóstico de endometriose é obrigatório que tenha sido feito o histopatológico, pois somente exames de imagem não servem. A biópsia com histopatológico vai nos revelar a presença de tecido glandular endometrial com sinais de hemorragia e fibrose em locais não endométrio. Além disso pode demonstrar estroma de padrão endometrióide, de qualquer período menstrual, com ou sem hemorragia, além de fibrose com ou sem elementos glandulares. Quando ocorre a descamação, o tecido sangra e despeja o líquido sanguinolento em algum local que seja um anteparo. A parte líquida do sangue vai ser absorvida por esse anteparo, mas o sangue contém componentes ferrosos que não serão absorvidos. Na menstruação seguinte irá ocorrer o mesmo processo que resultará em mais deposição de componentes ferrosos, e isso vai acontecendo até que possamos encontrar depósitos de ferro chamados hemossiderina em grande quantidade naquele local. Quadro Clínico do exame ginecológico Paciente vai apresentar um útero retroversofletido fixado, sem mobilidade, com hiperalgesia de fundo de saco (muita dor ao toque, isso não é normal!). Pode apresentar também massa pélvica retrouterina ou anexial com fixação, além de nódulos ou espessamento em fundo de saco. Classificação da endometriose 1. Mínima - doença superficial, isolada na superfície peritoneal e sem aderências significativas; 2. Leve - doença superficial, dispersa na superfície peritoneal e ovários, < 5cm agregado e sem aderências; 3. Moderada - doença multifocal, superficial e invasiva, com aderências em tuba e ovários; Endometriose 3 4. Grave - COMPLETAR! Quadro Clínico reprodutivo Deve-se levar em conta a faixa etária reprodutiva, nuliparidade (paciente que nunca teve filhos), infertilidade, dor após interrupção da anticoncepção oral hormonal. 💡 Cerca de 30% das infertilidades são endometrioses. 💡 Deve-se ter uma medida mais invasiva em alguns casos pois pode acontecer de recidiva da patologia. 💡 Se a paciente nunca engravidou e vai operar por endometriose, tem chance de nunca mais poder ter uma gestação. Essa paciente deve ser devidamente orientada e todos os fatos devem ser apresentados com cautela para ela. → A história menstrual é um grande e importante fator a ser avaliado, pois sangramentos uterinos precoces, menarca precoce, sangramento uterino aumentado, hematoquezia e hematúrias devem ser avaliados e investigados nesses casos. → Quanto à dor, é importante dizer que quanto maior for a lesão, mais intensa ela será. Paciente apresenta dor por conta da dismenorréia intensa, sendo essa uma dor pélvica crônica. Deve-se investigar as características pra saber o grau de evolução da doença, já que uma disquezia menstrual (dor ao evacuar quando a paciente se encontra no período da menstruação) nos fala a favor de endometriose intestinal por exemplo. → Além dessa, a dispareunia profunda (dor ao ato sexual) e a disúria menstrual devem ser investigadas caso a paciente relate. Diagnóstico É feito principalmente com base na anamnese, pois essa paciente vai apresentar dor no período condizente com a menstruação. Pode-se realizar a dosagem de CA 125 (é um marcador tumoral de inflamação peritoneal, não é específico para endometriose). Histerossalpingografia - USG - é muito bom pra avaliar localização da endometriose. RNM - hoje em dia muitos médicos fazem o diagnóstico somente com a RNM, sem realizarem o histopatológico; professor não recomenda esse feito. Laparoscopia - é a propedêutica mais adequada. Biópsia com histopatológico! 💡 CA 125 é mais frequente no endométrio tópico em relação ao ectópico. Não serve para o diagnóstico, somente para a inflamação peritoneal. 💡 Os tumores epiteliais de ovário têm grande relação com o marcador CA 125. Endometriose 4 → Possíveis diagnósticos diferenciais: Síndrome do Intestino Irritável; Doença Inflamatória Pélvica; Cistite Intersticial; CA de ovário; CA de intestino Tratamento O tratamento da endometriose tem como objetivoprincipal aliviar a dor e os sintomas da paciente, realizando bloqueio da progressão da doença, com restauração da fertilidade caso seja necessário. Devemos SEMPRE preservar a função reprodutora! Esse tratamento pode seguir de forma clínica, cirúrgica ou até mesmo ser combinado. → Tratamento Clínico: Deve-se dar condição para a paciente poder viver sua vida sem necessidade de ser invasivo; É feito com estrogênio / progesterona; Nesse caso vem aquela pergunta: mas a doença não é estrogênio dependente? Se dermos estrogênio não vai acabar estimulando?; A doença é estrogênio dependente pois só irá ocorrer a descamação do tecido endometrial se ele for previamente estimulado pelo estrogênio ocasionado pelos pulsos de GnRh. Se fizermos a anticoncepção hormonal, mesmo que estejamos dando estrogênio para a paciente isso irá bloquear o ciclo menstrual inibindo os pulsos de GnRh. Progesterona; Gestrinona; Danazol; Dienogeste; Inibidores da Aromatase como o Tamoxifeno; Análogos do GnRh, que atuam no hipotálamo e na hipófise competindo pelos receptores, não deixando a produção de FSH e LH acontecer; SIU - levonogestrel (mirena); Obs: se bloquear intermitentemente o ciclo menstrual, aquele tecido endometrial não vai ser estimulado e não vai sangrar ;)! 💡 O análogo pode ser usado no máximo até 4 meses, estourando 5, pois pode ocasionar em um quadro menopausal. Eles atuam bloqueando o sítio de ligação do GnRh. → Tratamento Cirúrgico: Nesse caso, tem que fazer a remoção de tudo! As vezes ficam lesões por conta da cirurgia, por isso é recomendado fazer o bloqueio dois meses antes e também dois meses depois do procedimento.
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