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Mediadores da inflamação Precisamos lembrar que a resposta inflamatória (uma função biológica que tem como objetivo a proteção do organismo contra injúria, inflamação e etc.) é benéfica ao nosso organismo e que as drogas anti-inflamatórias só devem ser usadas quando essa resposta sai do limite que é favorável ao organismo. Sinais cardinais da inflamação: ● Calor ● Rubor ● Tumor (edema) ● Dor ● Perda da função (Os dois últimos sinais ocorrem quando a resposta inflamatória evolui a ponto de o corpo não ser capaz de fazer a resolução da inflamação. Os três primeiros sinais são os primeiros sinais e são vistos na pele). Para o tratamento do processo inflamatório temos 3 classes de medicamentos (atualmente são os mais importantes): são os medicamentos que vão alterar a biossíntese e liberação dos mediadores químicos endógenos (a lesão celular estimula essa liberação) ou bloquear os seus efeitos nos receptores; temos os bloqueadores da citoxinas (substancias liberadas por células envolvidas no processo inflamatório) e os antioxidantes (tenta diminuir a oxidação que ocorre na presença de agentes inflamatórios). Um tecido lesado estimula a liberação de mediadores químicos como a histamina, os derivados do metabolismo do ácido araquidônico, angiotensina e etc. Esses mediadores agem na circulação promovendo a vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular. Em um individuo com a resposta imune adequada e submetido a um estimulo de leve a moderado essa resposta ocorre de maneira tão sutil que, as vezes, nem é percebida. Porém, quando o estimulo é muito intenso e persistente (torna-se crônica) a resposta inflamatória passa a ser incomoda e esses mecanismos são ativados. A resposta não pode ser abaixo e nem exacerbada, esses extremos prejudicam o tecido. A resposta inflamatória ela coexiste com a dor e com a febre. E isso é importante para se ter a sensibilização do tecido e para haver a elevação da temperatura. O aumento da liberação de mediadores químicos como a bradicinina, prostaglandinas e histaminas (derivados do metabolismo do ácido araquidônico) sensibilizam neurônios que captam o estimulo de dor e diminuem seu limiar, toques que antes não eram nocivos passam a ser estímulos dolorosos (hipersensibilidade celular). Esses mediadores alteram os vasos e permitem a saída de leucócitos para os locais da lesão. Essas alterações vasculares são responsáveis pelo calor, rubor e edema (sinais cardinais da inflamação). O organismo trabalha num mecanismo de retroalimentação, ou seja, ao mesmo tempo em que ele libera substâncias inflamatórias ele também libera substâncias anti-inflamatórias para que a resposta não seja exacerbada. Alguns mediadores são substancias algogenicas ( como a serotonina, a substância P, a bradicinina, as prostaglandinas, e a histamina) e/ou pirogenicas num nível fisiológico não há problemas, em elevadas concentrações eles alteram nosso centro regulador e a temperatura corporal é elevada. Esses pirogenios são liberados quando há a presença de agentes inflamatórios. Tipos de mediadores químicos: Derivados do ácido araquidônico: Ácido araquidônico (AA) - o nosso organismo não produz esse ácido, ele é encontrado na dieta. Ele incorpora as membranas biológicas e fica sob a forma de fosfolipídios, na presença de estímulos inflamatórios há a ativação de uma enzima (fosfolipase A2) que libera o ácido que está sob a forma de fosfolipídio. Uma vez liberado ele vai ser submetido a alguma das vias metabólicas (ela tem interesses fisiológicos e farmacológicos), dois exemplos mais importantes são a via das ciclooxigenases: o AA liberado é submetido a ação das ciclooxigenases e vai gerar substancias que são metabolitos intermediários, instáveis e com o tempo de meia vida curto. Esses metabolitos dão produtos específicos para cada tecido que ele agir e essa especificidade se deve ao fato do tecido apresentar enzimas que catalisam esses metabolitos. Nos vasos sanguíneos (as células endoteliais) a prostaciclina sintetase interage com esses metabólitos intermediários e tem como produto as prostaciclinas. Dentre as prostaciclinas a PG2 agem sobre as células epiteliais promovendo um efeito vasodilatador e antiagregante plaquetário. Esses mesmos intermediários quando produzidos nas plaquetas não expressam mais a prostaciclina sintetase, mas sim a enzima troboxano sintetase que vai agir sobre esses intermediários e vai gerar um produto específico das plaquetas. O troboxano A2 tem ação vasoconstrictora e agregante plaquetário. O equilíbrio na produção desses dois produtos é importante para manter a homeostase sanguínea. As outras células inflamatórias, pulmonares, TGI ect. expressam outros grupos de enzimas (as isomerases) que também agem nesses intermediários e dão origem a prostaglandinas da cre 2 que são importantes da indução da inflamação. Essas isomerases são responsáveis pela dor, calor e rubor. Esse grupo é chamado de prostanóides . A segunda via é a via das oxigenases , pois se apresentam sob isoformas. Ao atuar sobre o AA vai dar origem ao HPETE que também tem um tempo de meia vida curto e nos leocócitos ele é transformado em leocotrieno. PA4 (leocotrieno A) é o primeiro leocotrieno a ser produzido e é o percussor dos outros leocotrienos (LTP 4 e tem ação quimiotatica, LTC4 e LTD4 que são bronquiconstrictores). Os dois últimos são os principais responsáveis pela contração da musculatura das vias aéreas durante uma reação alérgica. A partir do leocotrieno A4 há a formação das lipoxinas LXA4 e LXP4, que tem quantidade baixa em tecidos inflamados, ou seja, são anti-inflamatórias. A indústria farmacêutica tenta encontrar substancias análogas a estas para produzir medicamentos anti-inflamatórios. Todos os derivados do AA recebem o nome de eicosanóides (tanto os metabolismos da via das ciclooxigeases quanto da via das oxigenases). A via das oxigenases é muito importante farmacologicamente. Existem duas isoformas já identificadas, são as: - Ciclooxigenases 1 (cox 1): enzima essencial constitutiva,encontrada na maioria das células e tecidos, produção de PGs para a manutenção da atividade fisiológica, canal reto, isoforma contínua ou constitutiva (presente em todos nossos tecidos que possuem AA), responsável pra atender a produção de prostanóides que são essenciais na manutenção de nossa homeostase, presentes no tecido de modo geral e trato digestório e agem como citoprotetores da mucosa gástrica. - Ciclooxigenases 2 (cox 2): canal reto mais um ombro, como se fosse um desvio, não está presente em todos os tecidos como a cox 1 e é conhecida como forma induzida. Presente na mucosa gástrica, nos rins, no trato digestório, no SNC, mas durante a resposta inflamatória ela tem uma resposta genica muito grande, principalmente nas células inflamatórias, o excesso de prostaglandinas durante a reação inflamatória vai produzir substancias pró- inflamatórias. Essas duas enzimas são semelhantes mas não idênticas, inclusive são expressas em genes distintos: As protaciclionas e prostaglandinas da serie EE tem ação mitogenica e aumenta a divisão celular, importante por aumentar a renovação das células da mucosa gástrica. No rim, temos a participação das protaglandinas e prostaciclinas 2, pra manter o fluxo sanguíneo renal. Elas têm ação vasodilatadora, importante no rim para conter a ação das substancias vasoconstrictoras (angiotensina 2 e noradrenalina), toda vez que há falha na produção de prostaglandina esses tecidos (renal e gástrico vão ter suas ações bastantes impactadas). PGE2- vasodilatação, hidroconstrição. PGI2- vasoconstrição e antiplaquetário. Exemplo 1: no rim, essas protaglandinas são vasodilatadoras, importante para o fluxo sanguíneo renal, caso haja diminuição dessas protaglandinas vai ter impacto na função renal, ou seja, a taxa de filtração glomerular será altamente reduzida. Exemplo 2: no útero, essas prostaglandinas tem ação potente de na ação da contratura da musculatura intrauterina. O excesso delas esta relacionados a processos inflamatórios crônicos de um modo geral (ex. artrite reumatoide). A deficiência dessas tem relação com problemas nos vasos (ex. aterosclerose, hiperemia cardíaca, falta de circulação sanguínea local). Como elas exercem seus efeitos (fisiológicos, farmacológicos, vasodilatação, vasoconstrição, agregação plaquetária)? Com a liberação de seus alvos farmacológicos acoplados a proteína G (excitatória ou inibitória), interagindo com cada um de seus receptores vai ativar a cascata de reações bioquímica que vai cominar na formação de segundo mensageiro, que são responsáveis pelos efeitos fisiológicos ou farmacológicos. Aplicações terapêuticas: 1- Aborto terapêutico PGE2, restrito ate aos três meses de gestação e não pode nunca ser usado isoladamente (anti-progestagenos, garantindo o esvaziamento de todo conteúdo uterino). Usado clandestinamente para outros estágios da gravidez oque é bastante perigoso (aborto clandestino faz overdose dessas prostaglandinas via oral e intra-vaginal: promovendo dores insuportáveis, cólicas abdominais intrauterinas, febre e pode levar a óbito. 2- Hipertensão pulmonar: análogos da PGE2, promoveria a vasodilatação. 3- Na obstetrícia, usado para manter o ducto arterioso fetal aberto nos recém nascidos no momento após o nascimento. Ao que nascem com doença cardíaca congênita que compromete o fluxo sanguíneo vao ser administrados para fazer cirurgia e manter a circulação pulmonar (PGE1 e PGI2 são importantes vasodilatadores) 4- Impotência sexual masculina: as prostaglandinas da serie E1 são apresentadas pela forma de supositório intrautreral ou parenteral intracavernosa (não deve estar relacionada com distúrbios cardiovasculares). Promovera a vasodilatação peniana e, assim, promovendo a ereção e a realização do ato sexual. 5- Glaucoma (PGF2): latanoprosta, bimatoprosta e travoprosta são utilizados sob forma de colírio aumentando a drenagem do humor vitril e, com isso, diminui sensivelmente a pressão intraocular nos indivíduos portadores de glaucoma (vasodilatação). 6- Inibidores dos leucotrienos(LK): asma, antagonistas dos receptores leucotrienos impedirão a bronquiconstriçao, pois com isso, a amplitude das vias aéreas não vai diminuir. BRADICININAS E CININAS Produzidos tanto na corrente circulatória quanto nos tecidos. A bradicinina é a mais abundante das cininas no nosso corpo. Elas são liberadas quando os mediadores químicos são liberados, quando eles são liberados elas desencadeiam reações inflamatórias, (reação leucocitária, formação de edema), são capazes de induzir dor, promovem vasodilatação e permeabilidade vascular. Sistema clalicreina: clalicreina é uma enzima, cininogênio é o substrato dessa enzima e cinina-endogena é o produto dessa reação. Conhecido também por sistema CCC. Tanto nas correntes circulatórias como nos tecidos vamos encontrar duas formas inativas chamada: pré-claliteína plasmática e pré-claliteina tecidual. Uma vez ativadas, são ativadas por ativadores presentes em situações inflamatórias, o principal ativador desse sistema se chama Fator XII da coagulação sanguínea, quando esse fator é ativado ele é capaz de ativar essas duas formas antes inativas (claliteina plasmática ativada e claliteina tecidual ativada), a do tecido tem peso molecular menor que a do plasma. Receptor B2 - presente nas nossas células, cuja ativação se da com ações da bradicinina (tipo constitutivo). Receptor B1 - vai aumentar sua genese na presença de inflamação (tipo indutivo). A bradicinina tem afinidade maior pelo constitutivo (B2). A clanidina tem afinidade por ambos. Funções fisiológicas da cinina: Dor aguda (mediada pela cinina do tipo B2) Dor crônica (mediada pela cinina do tipo B1)
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