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DOENÇAS AUTO-IMUNES; TRANSPLANTES; SISTEMA IMUNE E CÂNCER

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DOENÇAS AUTO-IMUNES; TRANSPLANTES; SISTEMA IMUNE E CÂNCER
 
DOENÇAS AUTO-IMUNES 
- Definição: São doenças que se desenvolvem quando as reações imunes ocorrem contra antígenos do próprio organismo, porque o processo de tolerância do organismo foi perdido.
Tolerância de células T
O principal processo pelo qual os linfócitos T adquirem a habilidade de distinguir “o próprio” do “não-próprio” ocorre durante a vida fetal no timo;
O processo denominado DELEÇÃO CLONAL, envolve a eliminaçõ das células T que reagem contra antígenos, primariamente proteínas do MHC presentes no feto;
As células auto-reativas morrem por um processo de morte celular programada denominada apoptose.
Fatores Genéticos
Há uma forte associação de algumas doenças com certos antígenos de Histocompatibilidade (HLA). Os genes parecem ser necessários, mas não suficientes para desencadearem doenças auto-imunes;
Por exemplo, a Artrite reumatóide ocorre, predominantemente, em indivíduos portadores do gene HLA DR4;
Espondilite anquilosante é 100 vezes mais propensa a ocorrer em um portador do Gene HLA-B27 um gene de classe I;
Aproximadamente 90% de todas as doenças auto-imunes ocorre em mulheres; Talvez os hormônios tem um papel importante na predisposição da mulher a doença auto-imunes; O estrogênio pode alterar o repertório de células B e aumentar formação de anticorpos para o DNA. 
Mecanismo para as doenças auto-imunes
1-  Ignorância clonal -  que se refere a perda da tolerância de células T que passam a ser células T auto-reativas que ignoram próprio (self) antígenos;
Essas células T Auto-reativas são mantidas ignorantes ou porque estão presentes em pequena quantidade ou pela separação físicas dos alvos de antígenos (antígenos sequestrados);
Por exemplo: esperma, sistema nervoso central, as lentes e a úvea ocular são antígenos sequestrados que não são expostas ao sistema imunológico. Quando tais antígenos entram acidentalmente na circulação, por exemplo, após um dano do tecido, eles induzem tanto a resposta humoral quanto o celular, produzindo aspermatogênese, encefalite, e etc.
Antigenos intracelulares como o DNA, histonas e enzimas mitocondriais são normalmente sequestrados do sistema imune. Entretanto, infecções bacterianas ou virais podem danificar as células e causar a liberação desses antígenos sequestrados que, então, podem evocar uma Resposta imune.
2- Mimetismo molecular -  Resposta imune de reação cruzada contra algum componente de um tecido normal. Várias bactérias e vírus estão implicados como fonte de antígenos cruzados que desencadeiam a ativação de células T ou B auto-reativas
3 - Avanço da idade: 
 Devido a um declínio de células T reguladoras, as quais permitiram a sobrevivência e proliferação das células T auto-reativas;
4 -  Alteração de proteínas normais: 
Drogas podem ligar-se a proteínas normais, tornando-as imunogênicas. O lúpus eritematoso sistêmico, induzido por procainamida é um exemplo desse mecanismo.
Tratamento
 Corticosteróides (atuam reduzindo Resposta imune).
 Plasmaférese (para doenças que envolvem anticorpos auto-imunes).
TRANSPLANTES
Alguns transplantes ou enxertos não estimulam uma Resposta imune;
Uma córnea transplantada, por exemplo, raramente é rejeitada, principalmente porque os anticorpos usualmente não circulam naquela parte do olho, que é considerada um sítio imunologicamente privilegiado;
Contudo, as rejeições ocorrem especialmente quando a córnea desenvolveu muitos vasos sanguíneos devido a infecções ou lesões corneanas.
O cérebro também é o local imunologicamente privilegiado, provavelmente porque não possui vasos linfáticos e porque as paredes de vasos sanguíneos no cérebro diferem das paredes dos vasos sanguíneos de outros locais do corpo;
Algum dia, talvez seja possível enxertar nervos estranhos para substituir os nervos danificados no cérebro e na medula espinhal. Em 1996, resultados encorajadores foram obtidos com esse tipo de enxerto em experimentos com ratos.
Tipos de enxertos
· Isoenxertos:  quando os tecidos de uma pessoa são enxertados nela própria em outro local do corpo como é feito no tratamento de queimaduras ou na cirurgia plástica. Pode também ser realizado entre gêmeos idênticos;
·  Aloenxertos: Entre pessoas que não são gêmeos idênticos. São feitas tentativas para combinar os HLAs do doador e do receptor o máximo possível para que as chances de rejeição sejam reduzidas; 
· Xenoenxertos:  quando o tecido ou os órgãos seriam transplantados e animais. Tentativas insatisfatórias têm sido feitas para usar órgãos de babuínos e outros primatas ou porcos.
Transplante de medula óssea
Os receptores geralmente são indivíduos que não tem capacidade de produzir células B e T ou que têm leucemia;
As células tronco da medula óssea e dão origem ás hemácias e linfócitos do sistema imune;
Estes transplantes podem resultar na doença enxerto-versus-hospedeiro (DEVD), que pode ser fatal, porque a medula óssea transplantada contém células imunocompetentes que produzem primariamente uma Resposta imune mediada por células contra o tecido em que foram transplantadas;
Para evitar esse problema, a técnica seria o uso de sangue do cordão umbilical ao invés de medula óssea. Este sangue é coletado da placenta e cordão umbilical de recém-nascidos que é muito rico em células-tronco encontradas na medula óssea. 
Imunossupressão
Na cirurgia do transplante, geralmente é desejável suprimir a imunidade mediada por células através de drogas que suprimam a secreção de IL-2 (Ex: ciclosporina) e inibindo a apresentação de antígenos às células T auxiliares (Ex: rapamicina).
 SISTEMA IMUNE E CÂNCER
Uma célula torna-se cancerosa quando sofre transformação ou mutação e começa a se proliferar sem controle;
Devido á transformação, as superfícies das células tumorais podem adquirir antígenos associados ao tumor que marcam estas células como estranhas para o sistema imune. As células Tc são ativadas e respondem a estes antígenos estranhos com a fixação e Lise das células cancerosas que os transportam;
Isto ocorre em consequência á exposição a substâncias químicas ou radiação. Estas modificações requerem múltiplos “golpes” (lesões constitucionais aos genes, frequentemente separados por um período de tempo considerável)  para completar uma alteração de célula normal para cancerosa. A infecção viral também pode transformar uma célula normal em cancerosa;
As células cancerosa individuais que surgem são atacadas pelo sistema imune, de modo muito semelhante á resposta ao tecido estranho transplantado;
Uma vez que a célula cancerosas se fixa ao tecido e se torna vascularizada (conectada com suprimento sanguíneo do corpo), ela se desenvolve rapidamente em um tumor, que se torna resistente a rejeição imune;
As células tumorais algumas vezes suprimem ativamente o sistema imune, elas produzem fatores que reduzem a efetividade das células Tc, e algumas células do Câncer induzem as células imunes a sofrer apoptose. Elas se reproduzem tão rapidamente que podem exceder a capacidade de uma Resposta imune efetiva;
Ocasionamento, algumas neoplasias malignas desaparecem espontaneamente,  presumivelmente devido a uma resposta imune bem-sucedida.
Imunoterapia
 Sabe-se hoje que as endotoxinas de bactérias gram-negativas são poderosos estimulantes da produção do fator de necrose tumoral (TNF) pelos macrófagos; 
O TNF é uma proteína pequena que interfere com o suprimento sanguíneo dos cânceres em animais;
Foi descoberto no início do século XX, que pacientes com câncer que contraíam febre tifóide tinham seus cânceres frequentemente diminuídos;
Um novo alvo promissor é a neutralização de citocina que prepara o suprimento sanguíneo para a proliferação de células tumorais. Esta terapia impediria a formação de tecido conjuntivos que compõe a maior parte da massa de um tumor;
Outro alvo seria uma vacina que iria requerer o isolamento e cultivo de antígenos tumorais. Já existe uma vacina que previne um tipo de Câncer em aves.

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