Buscar

Antilipêmicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Anti-lipêmicos
 
 Além de reduzir as concentrações de colesterol LDL, as 
estatinas apresentam várias outras consequências 
farmacológicas, designadas, em seu conjunto, como efeitos 
pleiotrópicos, que consistem em: diminuição da inflamação, 
reversão da disfunção endotelial, diminuição da trombose e 
melhor estabilidade das placas ateroscleróticas. As evidências de 
redução da inflamação durante o tratamento com estatinas 
consistem na diminuição dos reagentes de fase aguda, as 
proteínas plasmáticas que sofrem aumento durante os estados 
inflamatórios e podem desempenhar um papel na 
desestabilização das placas ateroscleróticas. O reagente de fase 
aguda mais bem caracterizado é a proteína C reativa (PCR).
 Os inibidores da HMG-CoA redutase, comumente conhecidos 
como estatinas, inibem competitivamente a atividade dessa 
enzima, que limita a velocidade na síntese de colesterol. A 
inibição dessa enzima resulta em diminuição modesta e 
transitória da concentração celular de colesterol. A diminuição 
da concentração de colesterol ativa uma cascata de sinalização 
celular, que culmina na ativação da proteína de ligação dos 
elementos reguladores de esteróis 2 (SREBP2), um fator de 
transcrição que suprarregula a expressão do gene que codifica o 
receptor de LDL. A expressão aumentada do receptor de LDL 
provoca aumento na captação de LDL do plasma e, 
consequentemente, diminui a concentração plasmática de 
colesterol LDL. Cerca de 70% dos receptores de LDL são expressos 
pelos hepatócitos, e o restante, por uma variedade de tipos de 
células no organismo.
 As diferenças farmacocinéticas entre as estatinas 
resultam do metabolismo diferencial do citocromo P450. 
Lovastatina, sinvastatina e atorvastatina são 
metabolizadas pela P4503A4, enquanto fluvastatina e 
pitavastatina são metabolizadas por outras vias mediadas 
pelo citocromo P450. Pravastatina e rosuvastatina não são 
metabolizadas pela via do citocromo P450.
 As evidências de redução da trombose durante o tratamento 
com estatinas incluem diminuição na ativação da trombina e 
na produção do fator tecidual. Como a trombose está na raiz da 
maioria das síndromes coronarianas agudas, sua redução pode 
contribuir para o beneficio das estatinas no que diz respeito a 
sobrevida. Por fim, a estabilidade da placa aumenta durante a 
terapia com estatinas, na medida em que o revestimento fibroso 
da placa rica em lipídios torna-se mais espesso. Esse efeito pode 
ser atribuível a uma diminuição da infiltração de macrófagos e 
inibição da proliferação do músculo liso vascular. Os dados 
clínicos indicam que a redução da morbidade e da mortalidade 
cardiovasculares em decorrência do uso de estatinas pode ser 
principalmente atribuída à diminuição nas concentrações 
plasmáticas de colesterol LDL.
 Na atualidade, sete estatinas – lovastatina, pravastatina, 
sinvastatina, fluvastatina, atorvastatina , rosuvastatina e 
pitavastatina – estão aprovadas para uso em hipercolesterolemia e 
dislipidemia mista. Esses fármacos são considerados terapia de 
primeira linha para níveis aumentados de LDL, e seu uso é 
respaldado por vários ensaios clínicos demonstrando que as 
estatinas diminuem tanto a mortalidade cardiovascular quanto 
a taxa de mortalidade total. O acidente vascular encefálico 
também é reduzido. Acredita-se que todas as estatinas atuem 
pelo mesmo mecanismo. As principais diferenças são atribuíveis 
à potência e aos parâmetros farmacocinéticos. Entre as estatinas, 
a fluvastatina é a menos potente, ao passo que a atorvastatina e 
a rosuvastatina são as mais potentes. Além de sua capacidade de 
reduzir as concentrações de colesterol LDL, a importância clínica 
dessas diferenças de potência ainda não foi estabelecida.
A combinação de niacina e de uma estatina pode ser muito 
útil para pacientes com níveis elevados de colesterol LDL e 
baixos níveis de colesterol HDL. Entretanto, como a co-
administrarão de niacina e estatina pode aumentar 
ligeiramente o risco de miopatia, é preciso monitorar 
cuidadosamente esses pacientes quanto ao desenvolvimento 
de efeitos adversos.
Diagrama esquemático do transporte de colesterol nos 
tecidos, com os pontos de ação dos principias fármacos que 
afetam o metabolismo das lipoproteínas. C, colesterol; 
CETP, proteína de transporte de ésteres de colesteril; HDL, 
lipoproteína de alta densidade; HMG-CoA, 3- hidroxi-3-
metilglutaril-coenzima A; LDL, lipoproteína de baixa 
densidade; MVA, mevalonato; NPC1L1, um transportador 
de colesterol em microvilosidades de enterócitos; PCSK9, 
pró-proteína convertase subtilisina/quexina 9; VLDL, 
lipoproteína de muito baixa densidade. 
Principais anti-lipêmicos 
Estatizas ou vastatinas 
Fibratos 
Inibidores da absorção de colesterol 
Ácido nicotínico de óleo de peixe 
Imunobiológicos 
Estatinas ou Vastatinas
Aula 21 
06.05.2021
Dr.Alberto 
Farmacologia Aplicada 
IMAGEM: Sobrevida em pacientes com coronariopatia e colesterol sérico de 
5,5 a 8,0 mmol/l tratados com placebo ou com sinvastatina. O risco relativo 
de morte no grupo da sinvastatina foi de 0,70 (0,58 a 0,85 com 95% de 
intervalo de confiança).
Uso terapêutico pleitotrófico:
💊
Melhora da função endotelial
💊
Redução da inflamação vascular 
💊
Redução da agregação plaquetário 
💊
Aumento da neovascularização em tecido isquêmico 
💊
Aumento de células progenitoras endoteliais circulantes 
💊
Estabilização da placa aterosclerótica
💊
Efeitos antitrombóticos
💊
Aumento da fibrinólise
 As estatinas são bem toleradas; dentre os efeitos 
indesejáveis leves citam-se dor muscular (mialgia), 
desconforto gastrintestinal, elevação das concentrações 
plasmáticas de enzimas hepáticas, insônia e rash cutâneo. 
Efeitos adversos mais sérios são raros, mas incluem dano 
do músculo estriado (miosite que, quando é grave, é 
descrita como rabdomiólise) e angioedema. A miosite é um 
efeito das estatinas como classe, e também ocorre com 
outros redutores de lipídios (especialmente os fibratos) e 
está relacionada com a dose. É mais comum nos pacientes 
com baixa massa corporal magra ou hipotireoidismo não 
controlado. 
Efeitos adversos 
 O principal efeito adverso consiste em miopatia e/ou 
miosite com rabdomiólise, consistindo esta última em 
complicação muito rara, que ocorre principalmente com altas 
doses das estatinas mais potentes.
 As estatinas de alta potência também podem causar 
elevações nos níveis séricos de transaminases (i. e., alanina 
transaminase [ALT] e aspartato transaminase [AST]). Na 
maioria dos casos, essas elevações comumente observadas na 
ALT e na AST refletem, com mais probabilidade, uma 
resposta adaptativa do fígado a alterações na homeostasia do 
colesterol.
Fibratos 
 Eles reduzem acentuadamente o VLDL circulante e os 
triglicerídeos. São agonistas dos receptores nucleares 
PPAR-alfa-4 (receptores ativados por proliferadora de 
peroxissomo); aumento da transcrição dos genes de 
lipoproteína lipase, apoA1 e apoA5. Aumentam a captação 
hepática de LDL (10%). Além dos efeitos sobre lipoproteína, 
os fibratos reduzem a proteína C-retaiva e o fibrinogênio 
plasmáticos, aumentam a tolerância à glicose e inibem a 
inflamação da musculatura lisa vascular por inibição da 
expressão do fator de transcrição nuclear NFkB.
 
💊
Genfibrozila, bezafibrato, fenofibrato, ciprofibrato 
 
💊
Efeito terapêutico: diminuição dos triglicérides
 
💊
Cuidados: interações com vastatinas - toxicidade 
hepática, rabdomiólise.
 
💊
Efeito pleiotrófico, metabolismo hepático, cuidados: 
monitorar CPK, TGO e TGP.
 
💊
Efeitos adversos: rabdomiolise, miosite, hepatite 
medicamentosa, desconforto gástrico. 
Ácido Nicotínico (niacina ou vitamina B3)
 É convertido em nicotinamida, que inibe a secreção 
hepática de VLDL, com consequente redução de 
triglicerídeo e LDL circulantes, incluindo LP(A) e 
aumento de HDL.
 
💊
Uso isolado 
 
💊
Efeitos colaterais: gastrointestinais, gastrite 
importante, rubor, suor com odor do medicamento, 
aumenta glicemia e ácido úrico.1 - Colestiramina, colestipol: sequestram sais biliares no 
intestino e previnem sua reabsorção e recirculação 
ênterohepática.
💊
Uso terapêutico: diminuição de LDL
💊
Alvo: gestantes, crianças e intolerantes as vastatinas.
💊
Efeitos adversos: diarréia e flatulência. Elevação 
transitória dos triglicerídeos.
2 - Ezetimiba: No duodeno, inibe a absorção de colesterol por 
bloqueio de uma proteína transportadora (NPC1L1) nas 
microvilosidades (borda em escova) dos enterócitos, sem
afetar a absorção de vitaminas lipossolúveis. Age 
predominantemente na luz intestinal.
💊
Uso combinado com vastatinas para diminuir LDL
💊
Efeitos adversos: gastrite, dor abdominal, diarréia.
Inibidores da absorção do colesterol
 O mecanismo de ação do óleo de peixe sobre as concentrações
plasmáticas de triglicerídeos é desconhecido. O óleo de peixe é 
rico em PUFAs, incluindo ácidos eicosapentaenoico e 
docosaexaenoico, e tem outros efeitos potencialmente 
importantes, como a inibição da função plaquetária, 
prolongamento do tempo de sangramento, efeitos anti- 
inflamatórios e redução do fibrinogênio plasmático
💊
Efeito terapêutico: diminuição de triglicerídeos, elevação do 
HDL e diminuição do LDL.
💊
ácidos graxos ω-3 6 9 poliinsaturados (PUFAs, do inglês, 
polyunsaturated fatty acids) melhora a sobrevida em pacientes.
💊
Efeitos adversos: intolerância gástrica.
 Evolocumabe - um anticorpo monoclonal (um tipo de proteína 
especializada desenvolvida para se ligar a uma substância alvo 
no corpo). Liga-se a uma substância chamada PCSK9 que afeta 
a capacidade do fígado de absorver colesterol. Ao ligar-se e 
inibindo o PCSK9, o medicamento aumenta a quantidade de 
colesterol que entra no fígado e assim reduz o nível de colesterol 
no sangue.
💊
Indicação: hipercolesterolemia primária hetero ou 
homozigótica e dislipidemia mista.
💊
Efeitos adversos: diminuição da imunidade. Reação de Ag-
Ac com lesões cutâneas e insuficiência renal. Hepatotoxicidade.
💊
Obs: (PCSK9) pró-proteína convertase subtilisina/kexina 
tipo 9. A PCSK9 é uma proteína que promove a degradação de 
receptores hepáticos de LDL, levando à
hipercolesterolemia.
Derivados do Óleo de Peixe 
Imunobiológicos 
Quando a PCSK9 é inibida, ocorre uma maior captação de 
LDL por seus respectivos receptores presentes nos hepatócitos, 
com redução de níveis séricos e plasmáticos de LDL.
Referências

Outros materiais