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1 Parasitologia FILARIOSE LINFÁTICA Priscila Maria Rodrigues Araújo/3° Período A Filariose é uma doença parasitária crônica causada por verme nematóide Wuchereria bancrofti. Sua transmissão ocorre pela picada do mosquito fêmea infectada com as larvas do parasito, o qual gera lesões nos vasos linfáticos onde se desenvolvem. O verme possui várias formas evolutivas no hospedeiro vertebrado e invertebrados, ou seja, filárias e microfilárias nos humanos e larvas nos mosquitos. O parasita 1. Vermes adultos Corpo longo e delgado que possuem sexo distintos, sendo a fêmea maior que o macho 2. Microfilárias São eliminadas pelas fêmeas, saem dos ductos linfáticos do hospedeiro e ganham a circulação sanguínea, onde possuem movimentos ativos. Além disso, possuem uma bainha e habitam os capilares mais profundos durante o dia e a circulação periférica durante a noite. 3. Larvas Encontradas no inseto vetor, se diferenciando até chegar no estágio de larva infectante. O vetor Culex quinquefasciatus. Apenas as fêmeas são vetores do parasito, pois somente elas são hematófagas. O vetor ao picar pessoas parasitadas, ingere microfilárias, as quais perdem a sua bainha de revestimento e atravessam a parede do estômago, alojando-se nos músculos torácicos e se transformam em larvas, primeiro em L1 depois em L2, posteriores mente se tornam infectantes. Assim, ao picar um ser humano saudável, pelo repasto sanguíneo, as larvas infectantes caem na corrente sanguínea, essas migram para o sistema linfático, onde se tornam maduras. O período de maturação é longo, demorando cerca de um ano, até que comecem a aparecer microfilárias no sangue. Manifestações clínicas Somente após a muda que produz larvas de quarto estádio e formação de adultos (nos linfonodos) é que os parasitos colonizam os vasos linfáticos e começam a provocar reações inflamatórias locais. A presença de filárias nos vasos linfáticos de pequeno calibre pode levar a obstrução da circulação, total ou parcial, podendo permanecer mesmo após a eliminação do parasito, assim essa obstrução causa uma congestão da linfa. Dessa maneira, caso a linfa extravase por conta da obstrução forma- se o edema. Manifestações agudas - Linfangiectasia subclínica: dilatação de vasos linfáticos. Essa condição não se acompanha de sinais/sintomas inflamatórios. - Linfangite filarial aguda: a é caracterizada pelo aumento do linfonodo ou pelo aparecimento de nódulo no trajeto do vaso linfático, associando-se ocasionalmente a 2 sinais inflamatórios como, febre, cefaleia, fraqueza e dor muscular. - Linfadenopatia: é causada pelo enfartamento dos gânglios linfáticos, formando uma massa palpável Manifestações crônicas - Linfedema crônico: edema linfático, o qual se parecem muito com edemas causados por outras doenças, sendo necessário fazer investigações clínica e laboratorial. Geralmente é unilateral, sendo que a área afetada possui temperatura mais baixa do que em outras áreas do corpo. Quando o edema se encontra na fase crônica pode apresentar lesões verrucosas na pele, e mais raramente, úlceras e retrações. O agravamento do edema linfático resulta no quadro de elefantíase. Ademais, esses locais estão susceptíveis a infecções bacterianas e fúngicas. Quando a infecção é bacteriana em geral há eritema, eventualmente pus, e surgimento súbito de umidade. A ocorrência de exsudato na lesão pode indicar infecção. Já quando há infecção por fungos, especialmente nas dobras profundas ou entre os dedos, em geral, a cor da pele está alterada (branca ou rosada), tornando-se também quebradiça, ressecada; em alguns casos úmida, macerada e pruriginosa. Diagnóstico Parasitológico - Técnica de exame a fresco: utiliza-se uma gota de sangue capilar ou venoso, para que sejam visualizadas microfilárias pelo microscópio. - Técnica da gota espessa: exame da gota se sangue no microscópio para a observação da presença de microfilárias, sendo uma técnica se baixo custo e possui alta especificidade. - Técnica de concentração de Knott: usa a concentração sanguínea, aumentando a sensibilidade do diagnóstico. Envolve uma processo de sedimentação, podendo ser realizado vários dias após a coleta do sangue - Técnica de filtração em membrana de policarbonato: é considerada o padrão ouro na investigação de microfilárias no sangue, sendo a única que faz a investigação em até 10ml de sangue usando uma única membrana. Sua única desvantagem é o custo. Sorológico - Pesquisa do anticorpo: detecção de anticorpos mas geralmente não diferencia uma infecção passada de uma ativa. - Pesquisa do antígeno circulante filarial (ACF): usa-se anticorpos monoclonais que reconhecem produtos excretórios do Wuchereria bancrofti (antígenos circulantes filariais), utilizando a técnica de ELISA. Técnica de imagem Por meio da ultrassonografia pode-se observar os movimentos dos vermes adultos nos vasos linfáticos. Tratamento 3 Dietilcarbamazina (DEC) Esse fármaco possui microfilaricidas que reduzem rapidamente a densidade de microfilárias no sangue do infectado. É um medicamento disponibilizado gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Deve ser evitado em crianças com menos de 2 anos e em gestantes. Seus efeitos colaterais podem ser: sonolência, desconforto gástrico e náusea.
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