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Alessa Souza – silvaalessa217@gmail.com 1 Fisiologia Médica I Fisiologia do Músculo Cardíaco Sumário 1. Introdução 2. Anatomia Fisiológica do Músculo Cardíaco 3. Potenciais de Ação no Músculo Cardíaco 4. Acoplamento Excitação-Contração – A Função dos Íons Cálcio e dos Túbulos Transversos INTRODUÇÃO O coração é composto por três tipos principais de músculo: o Músculo Atrial; o Músculo Ventricular; o Fibras especiais excitatórias e condutoras; Os músculos atrial e ventricular contraem igualmente ao músculo esquelético, porém com maior duração. As fibras excitatórias e condutoras do coração só se contraem fracamente por conterem poucas fibras contráteis. As fibras apresentam: Descargar elétricas rítmicas e automáticas( Potencial de ação). OU Fazem a condução desses potenciais de ação peo coração controlando os batimentos rítmicos( sistema excitatório); FISIOLOGIA MÉDICA I Fisiologia do Músculo Cardíaco Alessa Souza – silvaalessa217@gmail.com 2 ANATOMIA FISIOLÓGICA O músculo cardíaco é estriado: o Contém miofibrilas típicas, como filamentos de actina e miosina, que dispõem-se de lado a lado e deslizam-se durante as contrações, igualmente ao músculo esquelético O Miocárdio é um sincício Discos intercalados áreas escuras que cruzam as fibras miocárdias; o Elas são membranas celulares que separam as células miocárdicas umas das outras. As fibras do músuco cardíaco são feitas de muitas células individuais, conectadas em série e em paralelo umas com as outras. As membranas dos discos se fundem entre si para formar “junções comunicantes” permeáveis (gap junctions), que permitem a difusão, quase totalmente livre, dos íons. Do ponto de vista funcional: Os Íons se movem com facilidade pelo líquido intracelular, ao longo do eixo longitudinal das fibras, facilitando o potencial de ação entre as células cardíacas, por meio dos discos intercalados. Dessa maneira, o miocárdio forma um sincício de muitas células musculares cardíacas- interconectadas- justificando o espalhamento do potencial de ação. Os átrios são separados por tecido fibroso que circunda as aberturas das valvas atrio-ventriculares, entre os átrios e os ventriculos. O potencial de ação não atravessam essa barreira fibrosa. Sincício Atrial Forma a parede dos dois átrios; Coração Sincício Vetricular Forma a parede dos ventricular; O Potencial de ação é conduzido por meio do sistema epecializado de condução, chamdo feixe A-V, feixe de fibras condutoras. A divisão do músculo cardíaco em dois sincícios permite que os átrios e contraem pouco antes da contração ventricular, importante para a eficácia do bombeamento. FISIOLOGIA MÉDICA I Fisiologia do Músculo Cardíaco Alessa Souza – silvaalessa217@gmail.com 3 POTENCIAIS DE AÇÃO NO MÚSCULO CARDÍACO O potencial de ção registrado ma fibra ventricular cardíaca, tem em média, 105 milvolts. o O potencial intracelular passa de um valor muito negativo, por volta de -85 milivolts entre os batimentos, para um valor ligeiramente positivo, em torno de +20 milivolts, durante cada batimento. Após o potencial em ponta inicial, a membrana permanece polarizada durante cerca de 0,2 segundo, exibindo um platô, ao qual se segue a repolarização abrupta. o A presença de um platô no Potencial faz a contração muscular durar até 15 vezes mais que as observadas no músculo esquelético. O que causa o Potencial da Ação Prolongado e o Platô? 1. O potencial de ação no músculo esquelético é causado, quase inteiramente, pela súbita abertura de grandes quantidades de canais de sódio. “Rápido”, pois permanecem abertos apenas por alguns milésimos de segundo e então se fechando abruptamente. o Ao final desse fechamento ocorre a repolarização, e o potencial de ação termina em aproximadamente 1 milissegundo. No músculo cardíaco: O potencial de ação é originado pela abertura de dois tipos de canais: 1. Os mesmos canais rápidos de sódio ativados por voltagem, tais quais os músculos esqueléticos. 2. Grupo completamente diferente diferente de canais de sólido do tipo L (canais lentos de cálcio) que também são referidos como canais de cálcio-sódio. Diferentes: pois são muito mais lentos para abrir; Importância: continuam abertos por vários décimos de segundos; Durante esse tempo, uma grande quantidade de íons cálcio e sódio penetra nas fibras miocárdicas por esses canais e essa atividade mantém prolongado período de despolarizaçã, causando um platô do potencial de ação. Os íons cálcio, entrando durante a fase de platô, ativam o processo de contração muscular. FISIOLOGIA MÉDICA I Fisiologia do Músculo Cardíaco Alessa Souza – silvaalessa217@gmail.com 4 Segunda grande diferença funcional entre os dois tipos musculares( explica o potencial de ação prolongado e o platô): Após o início do potencial de ação a permeabilidade da membrana celular miocárdica aos íons potássio diminui( isso não ocorre nos músculos esqueléticos). A permeabilidade reduzida ao potássio pode ser resultado do influxo excessivo de cálcio pelos canais de cálcio-sódio. A redução da permeabilidade ao potássio diminui a saída de íons K+(com carga positiva) durante o platô do potencial de ação impede o retorno rápido do potencial de ação para seu nível basal. Quando os canais cálcio-sódio lentos se fecham ao fim de 0,2 e 0,3 e cessa o influxo de cálcio e sódio, a permeabilidade da membrana dos íons potássio aumenta rapidamente. A perda rápida de potássio do interior da fibra provoca o retorno imediato do potencial de membrana da fibra em seu nível de repouso, encerrando, dessa forma, o potencial de ação. O Resumo das Fases do Potencial de Ação do Miocárdio FASE 0 – DESPOLARIZAÇÃO FASE 1 – DESPOLARIZAÇÃO INICIAL FASE 2 – PLATÔ FASE 3 – POLARIZAÇÃO RÁPIDA FASE 4 – REPOUSO FASE 0: Os canais rápidos de sódio se abrem. Quando o célula cardíaca é estimulada e se despolariza, o potencial de ação fica mais positivo. Os canais ativados por voltagem ao se abrirem, permitem que o sódio flua para dentro da célula e a despolarize. O potencial de membrana alcança mais de 20 milivolts antes dos canais de sódio encerrarem. FASE 1: Canais rápidos de sódio encerram. FISIOLOGIA MÉDICA I Fisiologia do Músculo Cardíaco Alessa Souza – silvaalessa217@gmail.com 5 A célula começa a repolarizar. Os íons de potássio saem da célula através dos canais de potássio aberto. FASE 2: Os canais de cálcio abrem e os canais rápidos de potássio encerram. Ocorre uma breve repolarização inicial e o potencial de ação alcança um platô em consequência de: 1. Maior permeabilidade dos íons cálcio; Os canais de íons cálcio, ativados por voltagem, abrem lentamente durante as fases 1 e 0, e o cálcio entra na célula. 2. Diminuição da permeabilidade dos íons potássio; Depois, os canais de potássio encerram. A redução de efluxo de íons cálcio conduz a que o potencial de ação alcance um platô. FASE 3: Os canais de cálcio encerram e os canais lentos de potássio abrem. O fechamento dos canais de íons cálcio e o aumento da permeabilidade aos íons potássio, permitindo que: Os íons potássio saiam rapidamente da célula. Fim do platô; Retorno o Potencial de ação ao seu nível de repouso. FASE 4: Potencial de membraa em repouso com valor médio -90 milivolts. Velocidade da Condução do Sinal no Miocárdio Tanto nas fibras musculares atriais quanto nas ventriculares, a velocidade de condução do sinal excitatório do potencial de ação é em torno de 0,3 a 0,5 m/s. Fibras de Purkinje Fibras especializadas do sistema condutor chega a 4 m/s; FISIOLOGIA MÉDICA I Fisiologia do Músculo Cardíaco Alessa Souza – silvaalessa217@gmail.com 6 Período Refratário doMiocárdio Músculo Cardíaco = Tecido Excitável; Então, é refratário à estimulação do Potencial de ação. Fibras de Purkinje Fibras especializadas do sistema condutor chega a 4 m/s; O período refratário= Intervalo de tempo durante o qual o impulso cardíaco normal não pode excitar a área já excitada no miocárdio, dura entre 0,25 a 0,3 segundo – duração do prolongado platô do Potencial de Ação -. Existe também o período refratário relativo de cerca de 0,05 segundo, durante o qual é mais difícil excitar o músculo do que nas condições normais, mas que ainda assim pode ser excitado por impulso excitatório mais intenso, como demonstrado pela “contração prematura”. ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO – A FUNÇÃO DOS ÍONS CÁLCIO E DOS TÚBULOS TRANSVERSOS “Acoplamento excitação-contração” mecanismo pelo qual o potencial de ação provoca a contração das miofibrilas. Potencial de ação curva a membrana do miocárdio Potencial se difunde para o interior da fibra muscular Passa ao longo das membranas dos túbulos transversos; O potencial dos túbulos T age nas membranas dos túbulos sarcoplasmáticos no sarcoplasma muscular após alguns segundos os ions cálcio se dispersam para as miofibrilas catalisam as reações químicas que promovem o deslizamento dos filamentos de actina e miosina Gera a contração muscular. Até aqui, o mecanismo de acoplamento excitação-contração é o mesmo encontrado no músculo esquelético. Mas, há um segundo efeito diferente: Parte íons cálcio dos túbulos T no momento do potencial de ação por canais dependentes de voltagem na membrana dos túbulos T Grande quantidade de íons cálcio adicionais também se difunde para o sarcoplasma. A entrada de cálcio ativa canais receptores de rianodina, na membrana do retículo sarcoplasmático, o que mais desencadeia a liberação de cálcio para o sarcoplasma formação de pontes cruzadas e contração. FISIOLOGIA MÉDICA I Fisiologia do Músculo Cardíaco Alessa Souza – silvaalessa217@gmail.com 7 O cálcio suficiente produz a contração completa. A força da contração cardíaca depende muito da concentração de íons cálcio nos líquidos extracelulares. O coração colocado em solução livre de cálcio rapidamente para de bater. A quantidade de íons cálcio no sistema de túbulos T, ou seja, a disponibilidade de íons cálcio para ocasionar a contração cardíaca, depende, em grande parte da concentração de íons cálcio no líquido extracelular isso ocorre, devido as contrações desse músculo são causadas quase inteiramente pelos íons cálcio liberados pelos retículos sarcoplasmáticos no interior das fibras musculares esqueléticas. Final do Platô do Potencial Cardíaco Cessamento do influxo de íons cálcio para o músculo cardíaco. Íons cálcio do sarcoplasma são rapidamente bombeados de volta para as fibras musculares (retículo sarcoplasmático e líquido extracelular dos túbulos T). Auxiliado pela: Bomba de cálcio adenosina trifosfatase (ATPsintase). Os íons de cálcio também são removidos da célula por trocador sódio-cálcio. O sódio que entra é transportado para fora pela bomba-potássio-ATPase. RESULTADO A contração cessa até que ocorra o potencial de ação. Duração da Contração Início do Potencial de Ação após milissegundos o músculo cardíaco começa a se contrair Fim do Potencial de ação após milissegundos continua a contração. A duração da contração do miocárdio é função da duração do potencial de ação, incluindo o platô, que dura cerca de 0,2 segundos no músculo atrial e 0,3 segundos no músculo Ventricular.
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