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Linfoma em bovinos Trabalho desenvolvido na disciplina de Patologia Veterinária Especial Introdução: O linfoma, ou linfossarcoma, em bovino trata-se de uma patologia heterogênea que acomete animais das mais variadas idades.1 A doença apresenta diversas formas e classificações, sendo, atualmente, dividida em dois tipos: Linfoma Enzoótico Bovino e Linfoma Esporádico Bovino. Ademais, vale ressaltar que a sua forma esporádica apresenta outros três subtipos, sendo elas: cutânea, tímica (linfoma adolescente) e a multicêntrica (linfoma do bezerro).2 Nos próximos capítulos será abordado as principais características apresentadas por cada uma destas formas macroscópicamente e microscópicamente, assim como será abordado sobre as formas de diagnóstico e seus diagnósticos diferenciais. Linfoma enzoótico bovino: O linfoma enzoótico bovino trata-se de uma patologia infecto-contagiosa acometida pelo vírus da leucemia bovina (BLV) que faz parte da família Retroviridae. O agente etiológico acomete animais adultos, em sua grande maioria de raças leiteiras, que apresentam idade entre cinco a oito anos.3 Seu contágio ocorre em linfócitos B, na qual atuam diretamente no seu genoma e a transformam em células malignas.4 Após o contágio destes linfócitos B, não se sabe exatamente como ocorre a sequência deste contágio no organismo do animal contaminado. É relatado por alguns autores a possibilidade de duas formas: primeiro, o linfócito B contaminado circula pelo sistema hematógeno e linfático contaminado demais células; segundo, ocorre a citólise deste linfócito B, o vírus é liberado e causa o contágio em demais células.5 5 Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].p.219 4 Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].p.219 3 BRAGA, Fátima Machado; LAAN, Carlos Willi van Der; SCHUCH, Luiz Filipe; HALFEN, Daniza Coelho. Infecção pelo vírus da leucose enzoótica bovina(BLV). Ciência Rural, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 163-172, mar. 1998. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029. 2 PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; FACCIN, Tatiane C.; GALIZA, Glauco J.N.; LOPES, Érika M.B.; KOMMERS, Glaucia D.; FIGHERA, Rafael A.. Classificação de 86 casos de linfoma em bovinos de acordo com a Working Formulation (WF) of Non-Hodgkin's Lymphomas for Clinical Usage e a Revised European-American Classification of Lymphoid Neoplasms (REAL). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 36, n. 4, p. 263-271, abr. 2016. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2016000400003. 1 BRAGA, Fátima Machado; LAAN, Carlos Willi van Der; SCHUCH, Luiz Filipe; HALFEN, Daniza Coelho. Infecção pelo vírus da leucose enzoótica bovina(BLV). Ciência Rural, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 163-172, mar. 1998. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029. 1 A infecção entre os animais pode ocorrer de diversas formas, pode ocorrer por via hematógena, como por agulhas, instrumentais cirúrgicos contaminados ou até mesmo picada de insetos já infectados por sangue de animais positivados. Assim como é possível a contaminação de bezerros pelo colostro, leite ou por via transplacentária (pelo sangue). Tal hipótese já foi confirmada por autores que identificaram exsudato inflamatório com a presença de linfócitos malignos em fêmeas com vaginite pós-parto. Deve-se ressaltar que o fato de existir a possibilidade de haver contaminação através do colostro e do leite em bezerros sugere-se que a entrada do vírus no organismo do animal possa ocorrer por via alimentar, na qual, posteriormente, entra em contato com o sistema vascular e assim dá-se início à replicação viral.6 O curso clínico da doença pode ocorrer de diversas formas, sendo em sua maioria das vezes de forma assintomática. Contudo, há a possibilidade dos animais apresentarem somente a forma de linfocitose persistente ou a forma do linfossarcoma. É importante salientar que não necessariamente os animais que possuem o linfossarcoma já tenham apresentado a linfocitose persistente. Ou seja, há a possibilidade de que animais com a linfocitose persistente desenvolvam posteriormente o linfossarcoma, contudo, não obrigatoriamente, todos animais que apresentem linfossarcoma tenham tido a forma de linfocitose persistente anteriormente.7 Destaca-se que dos animais que não são assintomáticos, somente de 5 a 10% atingem o estágio tumoral da doença.8 Neste estágio tumoral diversos sistemas podem ser atingidos, comumente envolvem a medula óssea, coração, baço e a maioria dos linfonodos.9 Como supracitado, uma das vias de contaminação é a via alimentar, sendo assim há ocorrência da patologia no sistema gastrointestinal. Na imagem 1 é possível observar a ocorrência do linfoma na mucosa do abomaso, na qual está representada pela área espessa e esbranquiçada devido a presença destes linfócitos malignos.10 Animais que costumam ser acometidos na região do esfôfago costumam apresentar disfagia devido a compressão causada pela neoplasia, que resulta na dificuldade do trânsito alimentar e na saída dos gases produzidos pela fermentação gástrica do ruminante, o que leva ao timpanismo e a angústia respiratória.11 11 PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; GALIZA, Glauco J.N.; PEREIRA, Paula R.; MAZARO, Renata D.; BARROS, Claudio S.L.; KOMMERS, Glaucia D.; IRIGOYEN, Luiz F.; FIGHERA, Rafael A.. Aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos do linfoma em bovinos: 128 casos 10 Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].p.366 9 D., CONSTABLE, P. Clínica Veterinária - Um Tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos e Caprinos. Grupo GEN, 2020. [Minha Biblioteca].P.769 8 BRAGA, Fátima Machado; LAAN, Carlos Willi van Der; SCHUCH, Luiz Filipe; HALFEN, Daniza Coelho. Infecção pelo vírus da leucose enzoótica bovina(BLV). Ciência Rural, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 163-172, mar. 1998. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029. 7 BRAGA, Fátima Machado; LAAN, Carlos Willi van Der; SCHUCH, Luiz Filipe; HALFEN, Daniza Coelho. Infecção pelo vírus da leucose enzoótica bovina(BLV). Ciência Rural, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 163-172, mar. 1998. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029. 6 Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].p.219 2 http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029 http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029 Imagem 1: ocorrência de linfoma em abomaso de bovino. Fonte: Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].p.366 Como representado na imagem, animais que possuem a ocorrência da patologia no abomaso, por exemplo, pode apresentar concomitantemente estomatite e úlceras gástricas, assim, este animal apresenta como sinal clínico, também, melena, atonia ruminal, constipação e diarreia, consequentemente, ocorre a perda de peso progressiva, apatia, anorexia e a diminuição da produção de leite. 12 Nos casos de linfomas que acometem o coração é possível, na necropsia, que o seu achado seja confundido com gordura, devido seu aspecto esbranquiçado (conforme imagem 2).Contudo, deve-se ressaltar que o linfossarcoma é a neoplasia secundária cardíaca mais comum em bovinos, sendo assim, é possível verificar através de histopatológico (imagem 3) a presença exacerbada de infiltrado por células neoplásicas e a atrofia dos cardiomiócitos. Essas células tumorais podem atingir o miocárdio, o endocárdio e o pericárdio e seu desenvolvimento pode levar o animal a apresentar um severo quadro de cardiopatia, levando ao óbito por insuficiência cardíaca.13 13 Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].p.592 12 PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; GALIZA, Glauco J.N.; PEREIRA, Paula R.; MAZARO, Renata D.; BARROS, Claudio S.L.; KOMMERS, Glaucia D.; IRIGOYEN, Luiz F.; FIGHERA, Rafael A.. Aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos dolinfoma em bovinos: 128 casos (1965-2013). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 34, n. 9, p. 856-864, set. 2014. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2014000900009. (1965-2013). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 34, n. 9, p. 856-864, set. 2014. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2014000900009. 3 http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2014000900009 http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2014000900009 Imagem 2: linfoma em coração de bovino. Fonte: Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].p.592 Imagem 3: histopatológico de coração de bovino infiltrado de linfócitos. Fonte:Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca]. P. 592 Na lâmina seguinte, é possível exemplificar outro órgão comumente acometido, que é o baço. Na lâmina histológica (imagem 4) é notório infiltrado inflamatório, na qual levou a ausência da arquitetura normal do baço, quando deveria estar presente as polpas vermelhas e brancas. Ademais, quando acometido pela doença, é possível visualizar esplenomegalia na necropsia.14 Imagem 4:histopatológico do baço com infiltrado por linfócitos e ausência de polpa branca e vermelha. Fonte: Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca]. P. 784 14 Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca]. P. 784 4 Outro sistema comumente acometido é o sistema nervoso, na qual o linfoma é desenvolvido próximo a medula espinhal e com seu aumento de volume causa a compressão deste canal vertebral (imagem 5). Animais acometidos desta forma costumam apresentar perda progressiva do movimento dos membros posteriores, andar cambaleante e decúbito. Conforme a localização desta compressão é possível que ocorra a perda dos movimentos dos membros torácicos também.15 Imagem 5: canal vertebral sempre comprimido por linfomas. Fonte: Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca]. P. 798 Linfoma esporádico bovino: O linfoma esporádico bovino é raro, sendo representado por apenas 4% dos casos de bovinos diagnosticados com linfoma. Ademais, este não apresenta relação com infecção viral, não sendo infecto-contagioso, e diferente da forma anterior, ele acomete as células T.16 Como supracitado, ele apresenta três subtipos, dentre eles, o multicêntrico é posto como mais incomum e o tímico como o mais comum dentre os três. O tímico ocorre comumente em gado de corte de 6 a 24 meses de idade, através da manifestação de edema na região peitoral, ingurgitamento da jugular, timpanismo e abafamento dos sons cardíacos. 17 Já a forma multicêntrica, conhecida por ser a forma dos bezerros, apresenta-se como linfadenopatia generalizada com perda de peso, letargia e fraqueza em bovinos com menos de 6 meses de idade.18 18 PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; FACCIN, Tatiane C.; GALIZA, Glauco J.N.; LOPES, Érika M.B.; KOMMERS, Glaucia D.; FIGHERA, Rafael A.. Classificação de 86 casos de linfoma em bovinos de acordo com a Working Formulation (WF) of Non-Hodgkin's Lymphomas for Clinical Usage e a Revised European-American Classification of Lymphoid Neoplasms (REAL). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 36, n. 4, p. 263-271, abr. 2016. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2016000400003. 17 RIBEIRO, Rita de Cássia Lima. LEUCOSE ESPORÁDICA EM BOVINOS COM DOENÇAS NEUROLÓGICAS NO ESTADO DO PARANÁ. 2012. 54 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2012. Cap. 1.P.17 16 PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; GALIZA, Glauco J.N.; PEREIRA, Paula R.; MAZARO, Renata D.; BARROS, Claudio S.L.; KOMMERS, Glaucia D.; IRIGOYEN, Luiz F.; FIGHERA, Rafael A.. Aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos do linfoma em bovinos: 128 casos (1965-2013). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 34, n. 9, p. 856-864, set. 2014. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2014000900009. 15 Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca]. P. 798 5 http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2014000900009 Outra forma que é dita como muito comum por alguns autores é a forma cutânea, na qual é manifestada através de múltiplos nódulos na pele de bovinos de 1 a 3 anos de idade.19 Diagnóstico: O linfoma em bovinos é uma patologia que, por haver a possibilidade de acometer diversos sistemas, requer a realização de exames complementares para o diagnóstico. Sendo assim, deve-se considerar a existência dos diversos tipos de diagnósticos diferenciais.20 Dentre os sinais clínicos mencionados neste trabalho, no caso de ocorrência de linfocitose persistente deve-se atentar à possibilidade de leucemia linfóide. Já nos animais que apresentam perda de peso e aumento de volume nos linfonodos periféricos é viável remeter à ocorrência de tuberculose e actinobacilose. Animais com o sistema gastrointestinal acometido e com a presença de diarréia pode-se pensar no diagnóstico diferencial de paratuberculose. Contudo, a presença de insuficiência cardíaca pode-se pensar em retículo-pericardite traumática, endocardite, intoxicações por plantas ou por antibiótico ionóforo. Já nos casos acometidos por sinais clínicos neurológicos, como a perda dos movimentos dos membros posteriores, pode-se associar a forma paralítica da raiva, botulismo, intoxicação por antibióticos ionóforos, entre outros.21 Para a realização do diagnóstico é importante levar em consideração os sinais clínicos e realizar exames complementares, como exame de sangue, por exemplo, na qual é possível identificar a linfocitose persistente.22 É relevante a realização de biópsia do linfonodo acometido pelo tumor, na qual haverá a presença de nódulo firme, branco e com prováveis áreas de necrose. Para a coleta deste material deve-se manter a amostra em solução de formalina 10% para a posterior análise histopatológica. Já para a classificação microscópica do linfoma, para que diferencie a leucose enzoótica bovina da leucose esporádica bovina, é necessário a 22 BRAGA, Fátima Machado; LAAN, Carlos Willi van Der; SCHUCH, Luiz Filipe; HALFEN, Daniza Coelho. Infecção pelo vírus da leucose enzoótica bovina(BLV). Ciência Rural, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 163-172, mar. 1998. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029. 21 BOABAID, Fabiana Marques. Achados clínicos e patológicos da leucose bovina enzoótica. 2011. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Cap. 2. P.28 20BOABAID, Fabiana Marques. Achados clínicos e patológicos da leucose bovina enzoótica. 2011. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Cap. 2. P.28 19 PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; FACCIN, Tatiane C.; GALIZA, Glauco J.N.; LOPES, Érika M.B.; KOMMERS, Glaucia D.; FIGHERA, Rafael A.. Classificação de 86 casos de linfoma em bovinos de acordo com a Working Formulation (WF) of Non-Hodgkin's Lymphomas for Clinical Usage e a Revised European-American Classification of Lymphoid Neoplasms (REAL). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 36, n. 4, p. 263-271, abr. 2016. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2016000400003. 6 http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029 http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2016000400003 realização de imuno-histoquímica através de anticorpos anti-CD79acy e anti-CD3, para, respectivamente, identificar se trata-se de células de linfócito B ou T.23 Ademais, é possível realizar a identificação do vírus da leucemia bovina, e assim diagnosticar a leucose enzoótica bovina através de exame sorológico por coleta de sangue em tubos de ensaio contendo EDTAa 10%.24 Os exames utilizados costumam ser testes sorológicos como o Ensaio Imunoenzimático (Elisa) ou Imunogeldifusão em ágar (IGDA), sendo o último mais comum. Contudo, deve-se atentar a ocorrência de resultados falso-positivos para bezerros que adquiriram anticorpos através do colostro, assim como aos resultados falsos-negativos de bovinos recentemente contaminados, ou seja, que não desenvolveram ainda os anticorpos contra o agente infeccioso em questão. Nestes casos, recomenda-se a retestagem destes animais a cada três meses, tempo suficiente para o desenvolvimento dos anticorpos necessários.25 Para o controle da doença é recomendado que se realize a cada três meses exames sorológicos no rebanho e que os animais positivados sejam descartados.26 Conclusão: Conclui-se que o linfoma bovino apresenta diversas variações de apresentações fisiopatológicas e de difícil diagnóstico apenas por macroscopia. Devido a semelhança com diversos outros diagnósticos diferenciais é uma doença que exige exames complementares para um diagnóstico seguro. Ademais, é uma patologia que não possui vacina e nem tratamento efetivo, o que, consequentemente, acarreta em perda produtiva. Sendo assim, destaca-se a importância da realização de tratamento preventivo, para assim, reduzir o número de contágios entre os animais, para proporcioná-los qualidade de vida e reduzir a perda econômica dos seus produtores. Referências: BOABAID, Fabiana Marques. Achados clínicos e patológicos da leucose bovina 26 BOABAID, Fabiana Marques. Achados clínicos e patológicos da leucose bovina enzoótica. 2011. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Cap. 2. P.31 25 BRAGA, Fátima Machado; LAAN, Carlos Willi van Der; SCHUCH, Luiz Filipe; HALFEN, Daniza Coelho. Infecção pelo vírus da leucose enzoótica bovina(BLV). Ciência Rural, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 163-172, mar. 1998. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029. 24 RIBEIRO, Rita de Cássia Lima. LEUCOSE ESPORÁDICA EM BOVINOS COM DOENÇAS NEUROLÓGICAS NO ESTADO DO PARANÁ. 2012. 54 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2012. Cap. 4. 23PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; FACCIN, Tatiane C.; GALIZA, Glauco J.N.; LOPES, Érika M.B.; KOMMERS, Glaucia D.; FIGHERA, Rafael A.. Classificação de 86 casos de linfoma em bovinos de acordo com a Working Formulation (WF) of Non-Hodgkin's Lymphomas for Clinical Usage e a Revised European-American Classification of Lymphoid Neoplasms (REAL). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 36, n. 4, p. 263-271, abr. 2016. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2016000400003. 7 http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029 http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2016000400003 enzoótica. 2011. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Cap. 2. BRAGA, Fátima Machado; LAAN, Carlos Willi van Der; SCHUCH, Luiz Filipe; HALFEN, Daniza Coelho. Infecção pelo vírus da leucose enzoótica bovina(BLV). Ciência Rural, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 163-172, mar. 1998. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029. D., CONSTABLE, P. Clínica Veterinária - Um Tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos e Caprinos. Grupo GEN, 2020. [Minha Biblioteca]. Lima, Santos, Renato De, e ALESSI, Antonio Carlos Patologia Veterinária, 2ª edição. Grupo GEN, 2016. [Minha Biblioteca]. MELLO, Lauren S.; PANZIERA, Welden; BANDINELLI, Marcele B.; SONNE, Luciana; DRIEMEIER, David; PAVARINI, Saulo P.. Clinical and pathological aspects of bovine lymphoma affecting the spinal cord. Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 39, n. 1, p. 32-39, jan. 2019. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-6122. PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; GALIZA, Glauco J.N.; PEREIRA, Paula R.; MAZARO, Renata D.; BARROS, Claudio S.L.; KOMMERS, Glaucia D.; IRIGOYEN, Luiz F.; FIGHERA, Rafael A.. Aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos do linfoma em bovinos: 128 casos (1965-2013). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 34, n. 9, p. 856-864, set. 2014. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2014000900009. PANZIERA, Welden; BIANCHI, Ronaldo M.; FACCIN, Tatiane C.; GALIZA, Glauco J.N.; LOPES, Érika M.B.; KOMMERS, Glaucia D.; FIGHERA, Rafael A.. Classificação de 86 casos de linfoma em bovinos de acordo com a Working Formulation (WF) of Non-Hodgkin's Lymphomas for Clinical Usage e a Revised European-American Classification of Lymphoid Neoplasms (REAL). Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 36, n. 4, p. 263-271, abr. 2016. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2016000400003. RIBEIRO, Rita de Cássia Lima. LEUCOSE ESPORÁDICA EM BOVINOS COM DOENÇAS NEUROLÓGICAS NO ESTADO DO PARANÁ. 2012. 54 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2012. Cap.1 e 4. Zachary, James F. Bases da Patologia em Veterinária. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca]. 8 http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84781998000100029 http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2014000900009 http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736x2016000400003 9
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