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Aspergilose: Infecção Fúngica Oportunista

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Aspergilose 
Aspergilose é uma infecção oportunista causada por esporos inalados do fungo 
Aspergillus, comumente presente no ambiente; os esporos germinam e se 
transformam em hifas que entram nos vasos sanguíneos e, com doença invasiva, 
causam necrose hemorrágica e infarto. Os sintomas podem ser os mesmos de 
asma, pneumonia, sinusite, ou doença sistêmica rapidamente progressiva. O 
diagnóstico é principalmente clínico, mas pode ser auxiliado por exames de 
imagem, histopatologia e coloração de esfregaços e cultura. O tratamento é feito 
com voriconazol, anfotericina B (ou suas formulações lipídicas), caspofungina ou 
itraconazol. Bolas de fungo podem requerer ressecção cirúrgica. 
Fisiopatologia 
Infecções invasivas são geralmente adquiridas por inalação de esporos ou, ocasionalmente, por 
invasão direta através da pele machucada. 
Os principais fatores de risco para aspergilose são 
● Neutropenia quando prolongada (tipicamente > 7 dias) 
● Terapia com corticóide de alta dose a longo prazo 
● Transplante de órgão (especialmente transplante de medula óssea com doença de 
enxerto versus hospedeiro) 
● Distúrbios hereditários de função neutrofílica, como doença granulomatosa crônica 
Aspergillus spp tende a infectar espaços abertos, como as cavidades pulmonares decorrentes 
de doença pulmonar prévia (p. ex., bronquiectasia, tumor, tuberculose), os seios paranasais ou 
canais auditivos externos (otomicose). Tais infecções tendem a ser invasivas e destrutivas 
localmente, embora algumas vezes ocorra disseminação sistêmica, sobretudo em pacientes 
imunocomprometidos com neutropenia ou imunossupressão por uso de corticosteróides. Mas a 
aspergilose é incomum em pessoas com infecção por HIV. 
A. fumigatus é a causa mais comum da doença pulmonar invasiva; A. flavus com mais 
frequência causa doença extrapulmonar invasiva, provavelmente porque tende a ocorrer em 
pacientes que estão mais gravemente imunodeprimidos do que pacientes infectados por A. 
fumigatus. 
Aspergiloma 
 
 
Infecções focais, tipicamente no pulmão, algumas vezes formam uma bola de fungo 
(aspergiloma), um tumor característico de massas emaranhadas de hifas, com exsudato de 
fibrina e poucas células inflamatórias, tipicamente encapsulado por tecido fibroso. 
Ocasionalmente, há alguma invasão tecidual local na periferia da cavidade, mas geralmente o 
fungo reside apenas no interior da cavidade sem invasão local apreciável. 
Uma forma crônica de aspergilose invasiva às vezes ocorre, especialmente em pacientes 
tomando corticoides a longo prazo e aqueles com doença granulomatosa crônica, um defeito 
hereditário de células fagocíticas. 
Aspergillus spp também pode causar endoftalmite após trauma ou cirurgia no olho ou por 
disseminação hematogênica e pode infectar próteses intravasculares e intracardíacas. 
Aspergilose superficial primária é incomum, mas pode ocorrer em queimaduras, sob curativos 
oclusivos, após trauma de córnea (queratite), ou nos seios paranasais, na boca, no nariz, ou no 
canal auditivo. 
Aspergilose broncopulmonar alérgica é uma reação de hipersensibilidade ao A. fumigatus 
que resulta em inflamação pulmonar não relacionada com a invasão tecidual por fungos. 
Sinais e sintomas 
Aspergilose pulmonar invasiva crônica costuma causar tosse, frequentemente com 
hemoptise, dor torácica pleurítica e respiração ofegante. Se não tratada, a aspergilose pulmonar 
invasiva pode levar à insuficiência respiratória rapidamente progressiva e, essencialmente, fatal. 
A aspergilose pulmonar crônica pode se manifestar com sintomas indolentes leves apesar de 
doença significativa. 
Aspergilose invasiva extrapulmonar ocorre em pacientes gravemente imunocomprometidos. 
Começa com lesões de pele, sinusite, ou pneumonia; pode comprometer o fígado, os rins, o 
cérebro e outros tecidos, sendo, muitas vezes, rapidamente fatal. 
A aspergilose nos seios paranasais pode formar um aspergiloma, uma sinusite fúngica 
alérgica, ou uma inflamação crônica lentamente invasiva com febre, rinite e cefaléia. Lesões 
cutâneas necrosantes podem recobrir o nariz ou os seios paranasais; ulcerações de palato ou 
de gengivas podem estar presentes; sinais de trombose de seio cavernoso podem se 
desenvolver; e lesões pulmonares ou disseminadas podem ocorrer. 
Aspergilomas geralmente são assintomáticos, embora possam causar tosse leve e, 
ocasionalmente, hemoptise. 
Diagnóstico 
● Normalmente, cultura fúngica e amostras teciduais histológicas 
● Teste de antígeno de galactomanana no soro e lavado broncoalveolar 
 
Como Aspergillus spp são comuns no ambiente, culturas positivas de escarro podem ser 
resultantes de contaminação ambiental ou colonização não invasiva em pacientes com doença 
pulmonar crônica; culturas positivas são significantes principalmente quando o catarro é obtido 
de pacientes com suscetibilidade aumentada em razão de imunossupressão ou neutropenia, ou 
com forte suspeita em consequência de achados típicos de imagens. Reciprocamente, culturas 
de escarro de pacientes com aspergilomas ou aspergilose pulmonar invasiva são 
frequentemente negativas. 
São feitas radiografias de tórax; entretanto, a TC de tórax é muito mais sensível e deve ser feita 
se os pacientes têm alto risco (neutropênicos). TC é feita se houver suspeita de infecção dos 
seios paranasais. Uma bola de fungo móvel dentro de uma lesão cavitária é característica em 
ambos os exames, embora a maioria das lesões seja focal e sólida. Algumas vezes, imagiologia 
detecta sinal de halo, (uma sombra indistinta ao redor de um nódulo) ou cavitação dentro de 
uma lesão necrótica. Infiltrados pulmonares difusos e generalizados ocorrem em alguns 
pacientes. 
Cultura e histopatologia de uma amostra de tecido na maioria das vezes são necessárias para 
confirmação; a histopatologia ajuda a diferenciar infecção invasiva de colonização. A amostra 
costuma ser coletada dos pulmões via broncoscopia ou biópsia por agulha percutânea e, a dos 
seios da face, por meio de rinoscopia anterior. Como as culturas requerem tempo significante e 
pode ocorrer histopatologia falso-negativa, a maioria das decisões referentes a tratamento 
baseia-se em fortes evidências clínicas e presuntivas. Na endocardite por aspergilose, 
vegetações grandes libertam frequentemente êmbolos consideráveis, que podem ocluir vasos 
sanguíneos e fornecer amostras para diagnóstico. 
Descoberta de antígenos como galactomanana pode ser específica, mas, no soro, 
frequentemente não é sensível o suficiente para identificar a maioria dos casos nas fases 
precoces. Na aspergilose pulmonar invasiva, o ensaio de galactomanana no lavado 
broncoalveolar é muito mais sensível do que no soro e frequentemente é a única opção para 
pacientes com trombocitopenia, para os quais a biópsia é contraindicada. Há testes de reação 
em cadeia da polimerase (PCR) disponíveis comercialmente, mas até o momento não foram 
aprovados pela Food and Drug Administration (FDA). Hemoculturas são quase sempre 
negativas, até mesmo nos raros casos de endocardite. 
Tratamento 
● Voriconazol 
● Isavuconazol 
● Anfotericina B (incluindo formulações lipídicas) 
● Equinocandinas como terapia de resgate 
● Algumas vezes, cirurgia para aspergilomas 
Em geral, infecções invasivas requerem tratamento agressivo intravenoso com voriconazol ou 
isavuconazol, que tem eficacia igual e menos efeitos adversos que o voriconazol (1). A 
anfotericina B (particularmente as formulações lipídicas) também é eficaz, embora mais tóxica. 
Posaconazol ou itraconazol oral (mas não fluconazol) pode ser eficaz em alguns casos. 
Caspofungina ou outras equinocandinas podem ser usadas como terapia de resgate. Uma 
terapia de combinação com voriconazol e equinocandinas pode ser eficaz em alguns pacientes. 
Geralmente, a cura completa requer reversão da imunossupressão (p. ex., resolução da 
neutropenia, suspensão de corticoides). Recrudescência é comum se a neutropenia for 
recorrente.Aspergilomas não requerem e nem respondem à terapia antifúngica sistêmica, mas podem 
requerer ressecção por causa de efeitos locais, em especial hemoptise. 
Pode-se considerar profilaxia com posaconazol ou itraconazol para pacientes de alto risco 
(aqueles com doença de enxerto versus hospedeiro ou neutropenia decorrente de leucemia 
mielocítica aguda). 
 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/aspergilose#v36860599_pt
	Aspergilose
	Aspergilose é uma infecção oportunista causada por esporos inalados do fungo Aspergillus, comumente presente no ambiente; os esporos germinam e se transformam em hifas que entram nos vasos sanguíneos e, com doença invasiva, causam necrose hemorrágica ...
	Sinais e sintomas
	Diagnóstico
	Tratamento

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