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Aula 13 – 03/05/2021Oftalmologia 2 DOENÇAS DO APARELHO LACRIMAL E 3ª PÁLPEBRA Anatomia e fisiologia: · Glândulas lacrimais · Glândula nictitante ou da 3ª pálpebra: produz a porção aquosa da lágrima · Glândula lacrimal orbital ou principal: produz a porção aquosa da lágrima · Glandulas tarsais: produz a porção lipídica da lágrima · Filme lacrimal · Camada lipídica · Camada aquosa · Drenagem · Pontos lacrimais (puncta) – se unem e desembocam no ducto nasolacrimal · Ductos nasolacrimais (dentro do nariz) CERATOCONJUNTIVITE SECA (CCS) É a deficiência na produção de lagrima ou na parte aquosa da lágrima. Etiologia: · Distúrbios congênitos · Distúrbios neurológicos: VII par do nervo facial. O animal não consegue piscar direito por causa de lesão no nervo facial, ocasionando a CCS devido a exposição do globo ocular pela falta de lagrima. · Virais: cinomose · Induzido por drogas: sulfas, atropina – anticolinérico: ressecamento da córnea · Predisposição racial: Cocker, Buldogue, Pug, Yorkshire, Pequinês, Schnauzer · Remoção/lesão da glândula 3ª pálpebra · Hipotireoidismo · Idiopática ou imunemediada Sinais clínicos: · Descarga ocular mucosa a purulenta: porção mucoide, mais densa a lágrima · Blefarite (inflamação das pálpebras) e conjuntivite (inflamação das conjuntivas) · Córnea opaca ou embaçada · Cicatrizes corneais e pigmentação devido ao ressecamento que promove uma lesão em córnea · Cegueira · Úlceras superficiais ou profundas · Dor ocular Cicatriz córnea, úlcera, nos cílios há crostas, falta de brilho, líquido na córnea. Opacidade. Onde está a íris, pupila? Há irregularidade da córnea. Conteúdo purulento/mucoide Cílios superiores única placa de mucoide. Córnea ressequida. Muito muco Duas jabuticabas. Onde começa e onde termina a córnea. Grande camada de pus, muco. Muito comum: presença de placa que se localiza em uma região central devido a uma dificuldade de piscar (lugar onde fica aberto forma uma crosta) Diagnóstico: · Teste de Shirmer 12 a 25mm – normal 8 a 12mm – suspeito < 8mm – CCS leve < 5mm – CCS severa CCS é a causa mais comum de conjuntivite em cães Tratamento inicial: · Reposição, conservação e estimulação neurológica da lágrima · Lágrimas artificiais - Vigivic gel – bem denso) · Metilcelulose, sulfato de condroitina · Estimulante lacrimal (pilocarpina 1% ou 2%) · 1gota/5kg, VO, 2x/dia (cuidar toxicidade! – Evitar) · Mucolíticos · Acetilcisteína 5% (dilui de 1 para 1 com lágrima artificial para destruir o muco) – utiliza não com a intensão de produzir lágrima mas sim quebrar o muco. · Tratamento suporte quando necessário · Antibióticos tópicos · Corticosteroides tópicos (cuidado – na certeza de não ter ulcera) Tratamento ideal: · Abordagem atual · Ciclosporina 0,2% (Optimmune®, Restasis®) – vantagens: · Secretagogo lacrimal · Efeito anti-inflamatório · É imunomodulador · Ajuda na regeneração da glândula lacrimal, tem efeito anti-inflamatório, inibe do efeito da apoptose das células lacrimais e estimula a produção de lagrima · Frequência de aplicação · Lagrima artificial x ciclosporina · Modo de uso: bid, 2-6 semanas. Se não melhorar: tid, 2 semanas · Tacrolimus 0,04% - manipulável · Picrolimus 0,04% - Idem à ciclosporina – manipulável Transposição do ducto parotídeo Ducto parotídeo: o ducto salivar é trasposto para dentro do olho, ou seja, ele leva saliva para dentro do olho para ocorrer a hidratação. Funciona muito. Mas os animais choram quando ganham comida. Proptose/prolapso da glândula da 3ª pálpebra: a glândula tende a sair – olho de cereja. É comum. Cirurgia: é colocarada para dentro de novo. Eversão da cartilagem da terceira pálpebra DOENÇAS DA LENTE Anatomia e fisiologia Corpo ciliar é a pontinha logo atrás da íris. Ele é feito de tecido conjuntivo denso e tem fibras/ligamentos que ficam segurando o cristalino/lente no lugar. O olho mexe para ajustar o foco e o cristalino é transparente, possui capsula e epitélio. Processo de acomodação visceral: CATARATA Qualquer opacidade do cristalino ou de sua cápsula. O cristalino fica opaco, esbranquiçado impedindo a luz de passar. O que é: IMPEDIMENTO DA PASSAGEM DA LUZ Causas: · Alteração das proteínas do cristalino · Aumento do peso molecular · Ruptura das fibras · Edema de cristalino Classificação: · Estágio de desenvolvimento, posição, tempo, aparência, etiologia. Etiologia: · Hereditária · Geralmente é bilateral e assimétrica · Inflamatória (gato) · Metabólica (diabete) – poodle branco · Mais comumente em casos de diabetes canino do que no diabetes felino · Tem tanta glicose no sangue que penetra no cristalino e lá é convertida em sorbitol e ele puxa água para dentro do cristalino. · Excesso de glicose presente no cristalino · Sorbitol · Aumento do influxo de água no cristalino. · Traumática · Tóxica (cetoconazol, progesterona) · Senil: animais velhos tendem a ter a opacidade. Sinais clínicos e diagnóstico: · Opacidade da lente · Comprometimento visual Foto clássica: impossibilidade o animal a visualizar direito Estágios de desenvolvimento: · Incipiente: Reflexo fúndico (fundo de olho) e visão presentes · Imatura: Mais visível. Reflexo e visão presentes · Madura: Sem reflexo, sem visão · Hipermadura: Em reabsorção. Morganiana: · Degeneração enzimática de componentes de membrana e fibras cristalinas · Liquefação das fibras e reabsorção do fluido cortical POR TRAUMA MORGANIANA Tratamento: · Conservador: · Colírios? · Pirenoxina (Clarvisol®)Usar somente com o retardo da progressão · Cineraria marítima · Lanosterol esse dá certo! Difícil de conseguir e caro · Desvantagens: caro, pouco acessível · Com colírio de lanosterol há regressão da catarata e recuperação da visão (não é total em cataratas maduras) · Exclusivamente cirúrgico: · Facoemulsificação: para maduras principalmente – injeta de um lado e outro aspira da lente. · Cataratas (i) maduras · Traumáticas · Complicações pós-cirúrgicas · Uveíte anterior · Glaucoma · Deslocamento de retina · Lesão corneal · Sinéquias: aderência da íris, pode ser anterior e posterior. LUXAÇÃO DE CRISTALINO Rompimento das fibras e elas saem do lugar. Parte 2 DOENÇAS DA ÚVEA Anatomia e fisiologia: · Íris · Músculos que contrai e dilata formando a pupila.A P · Corpo ciliar: fixa o cristalino e forma o humor aquoso · Coroide · Ângulo iridocorneal O olho tem dois compartimentos: câmara posterior (vítreo - gelatina) e anterior (humor aquoso) UVEÍTE ANTERIOR (Iridociclite) O que é: inflamação da câmara anterior do olho Etiologia: · Ulceração corneal (reflexa) · Trauma · Causas infecciosas · PIF, FeLV, cinomose, hepatite infecciosa canina · Toxoplasmose · Criptococose, histoplasmose · Erliquiose Sinais clínicos: · Miose: constrição da pupila. Diferenciar do glaucoma (midríase) · Aquous flare (cintilação do líquido – humor aquoso, opacidade do liquido) · Hipotonia: pressão ocular diminuida · Células em suspensão · Hifema: sangue dentro da câmara anterior. · Hipópio: pus dentro da câmara anterior. · Hiperemia (vermelhidão) · Alteração da coloração da íris · Secreção ocular, blefarespasmo e edema de córnea Hifema Uveíte secundária a úlcera de córnea Hipópio: pus Glaucoma secundário a uveíte Coleção de células na câmara anterior Foto 1: Olho direito uveíte e olho esquerdo normal. Foto 2: aumento do globo ocular, pressão ocular aumentada, glaucoma por uveíte. Diagnóstico: · Histórico e exame físico · Exame oftalmológico completo · Lux direta, tonometria, exame fúndico, fluoresceína, gunoscopia (avaliação da drenagem do humor aquoso, ângulos de drenagem, avalia a câmara anterior) · Exames laboratoriais Tratamento: · Específicos: · Quando etiologia foi identificada · Não específicos: · Midriáticos ciclopplégicos: · Atropina 1% (contra-indicada no glaucoma pois pode piora) · Colírio Cicloplêgico · Anti-inflamatórios tópicos: · Prednisolona, dexametasona, triancinolona (subconjuntivite) · Flurbiprofeno tópico, diclofenaco tópico = STILL · Anti-inflamatórios sistêmicos: · Corticosteroides: prednisolona (1mg/kgq 12h) · AINE’s: carprofeno, meloxicam · Imunossupressores: azotioprina (2,2mg/kg, q, 48h) Sequelas: · Glaucoma secundário · Sinéquias · Precipitados ceráticos: acumulo de células em córnea · Cataratas · Edema corneal · Cegueira · Phthisis bulbi: atrofia do globo ocular – fim do olho GLAUCOMA Anatomia e fisiologia: Produção e drenagem do humor aquoso: corpo ciliar (1) produz humor aquoso > anda em direção a pupila > câmara anterior. É produzido 3ml de humor aquoso por dia. > chega no ângulo iridocorneal (íris e córnea) com uma rede capilar onde encontra o canal de Schlemm que tem conexão intima com as veiais epiesclerais e então será drenado para esclera que fica embaixo da conjuntiva. Etiologia: · Primário, congênito, anatômico · Secundário · Uveíte anterior · Luxação anterior de lente: rompimento das fibras que obstrui a drenagem do humor aquoso · Neoplasia intra-ocular · Hifema · Trauma Foto 1: neoplasia intraocular e causou o glaucoma. Foto 2 e 3: luxação de lente Foto 1: Hífema: deposito de sangue. Foto 2: ângulo iridocorneal próximo ao limbo (tem células tronco) Sinais clínicos de GLAUCOMA AGUDO: · Hiperemia episcleral: vasos ingurgitados da córnea · Edema corneal · Midríase · Resposta pupilar pode estar diminuído ou negativo · Reflexo do ameaço · Epífora, blefaroespasmo: doi muito Sinais clínicos de GLAUCOMA CRÔNICO: · Degeneração · N. óptico e retina: não tem reflexo, pressão muito grande o vítreo começa a empurrar a retina, comprimindo o nervo óptico · Cegueira · Buftalmia · Estrias de Haab: lesão na membrana de dessemed da córnea 2ª foto: olho aumentado e edema de córnea. 3ª foto: vermelhidão da esclera 2ª foto: midríase e vasos esclerais engurgitados pela pressão Fundo de olho: A que ilumina, quando a retina começa a diminuir pelo aumento da pressão começa ter mais claridade Diagnóstico: · Medição da PIOCANINOS E FELINOS 15 – 25 mmHg · Tonometria manual (dedometria – dedo) · Tonômetro de Schiötz (indentação) · Tonopen (aplanação) · Acima de 25, se considera glaucoma. Gonioscopia: · Ângulo aberto · Ângulo fechado · Ângulo estreito Ângulo iridocorneal Tratamento: · Controle da pressão intra-ocular · O glaucoma é o primeiro ou secundário? Preservar a visão x preservar o olho · O glaucoma é agudo ou crônico? · Agentes osmóticos: Manitol 20% - 1g/kg IV (efeito rápido, duração curta – reduzir a pressão ocular na hora) Tratamento na Redução na produção ou intensificação na drenagem: · Inibidores da anidrase carbônica – diminuem a produção · Acetazolamida – 5-10mg/kg, BID VO (tem efeito neuroprotetor de nervo óptico) + Dorzolamida 2% – TID tópico · Agentes autonômicos tópicos · Parassipaticomiméticos - drenagem · Pilocarpina 2% NÃO COM UVEÍTE ANTERIOR · Simpaticolítico (ß-bloqueador não-seletivo – auxiliam na diminuição de produção) · Maleato de timolol 0,5% · Análogos da prostaglandina F (só utilizados em cães) · Lantanoprost 0,005% – SID ou BID tópico (Xalatan®) · Bimatoprosta (Lumigan®), travoprosta (Travatan®) · Terapia cirúrgica: · Iridectomia · Ablação química (dexametasona + gentamicina IC) · Criocirurgia · Enucleação do globo ocular · Prevenção: · Monitorização (PIO): · Glaucoma primário (2 – 3%x/ano) · Luxação de cristalino, uveíte anterior ou hifema Enucleação do globo ocular Criocirurgia
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