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Carbúnculo sintomático 1 Introdução Doença infectocontagiosa -> bovina Miólise enfisematosa de grandes massas musculares Não é zoonose Peste da manqueira / mal do ano / black leg Períodos mais quentes Letalidade aprox. 100% (Rodostits et al., 1988) Difícil tratamento O que é o Carbúnculo sintomático ? Bacillus anthracis, 1880 Clostridium chauvoei (1975) Sintomático Hemático ≠ 2 2 Agente etiológico Clostridium chauvoei - clostridiose Gram positiva Distribuição cosmopolita: solo, TGI de herbívoros Bastonete com extremidades arredondadas, Geralmente aparece isolado ou formando cadeias de 3 a 5 organismos. Forma esporos ovais que aparecem ocupando posição central ou sub-terminal Anaeróbios estritos Invasor secundário de feridas traumáticas ou cirúrgicas 3 3 Agente etiológico Produz 4 toxinas: 4 Alfa toxina Gama toxina Beta toxina Delta toxina Letal Hemolítica Necrosante Sensível ao pH Mecanismo de ação desconhecido Sem comprovação científica de seu papel Desoxirribonuclease Razoavelmente resistente ao calor Degradação nuclear das células musculares Mionecroses clostridiais Hialuronidase Causam infecções pela mucosa, tecido subcutâneo e/ou pele Destruição do tecido conjuntivo frouxo que envolve o músculo (?) É uma hemolisina oxigênio lábil Atuam em membranas celulares com alto nível de colesterol Poucos estudos 4 Epidemiologia Ocorrência mundial índices que diferem dentro e entre áreas geográficas Ausência de contaminação animal – animal Bovinos são susceptíveis na idade de seis meses a dois anos Animais em boas condições corporais e rápido crescimento Surtos sazonais – verão e/ou após chuvas pesadas Fatores climáticos e sazonais não bem definidos Grandes perdas econômicas 5 5 PATOGENIA Traumatismo Áreas de baixo potencial redox Ambiente propício 6 Produção de gás e exotoxinas Germinação e multiplicação de esporos Crescem, fermentam o glicogênio muscular e digerem a proteína Hemolisina, Necrotoxina, Desoxirribonuclease e Hialuronidase Toxemia fatal e Degeneração do mus. cardíaco e órgãos parenquimatosos Lesões, Edema, Hemorragia, Necrose das miofibrilas 6 SINAIS CLÍNICOS PI: 1-3 dias Rápida evolução Mortalidade Dificuldades de observar os sintomas Prejuízo econômico 7 . A doença se desenvolve rapidamente e o animal vem a óbito em 12 a 36 horas após o aparecimento dos primeiros sinais. Muitos animais podem morrer sem que sejam observados os sinais clínicos.mortalidade de 99% Quando a gangrena gasosa ou o carbúnculo sintomático não são rapidamente controlados, o animal desenvolve toxemia sistêmica e choque. A morte ocorre como consequência do efeito das toxinas na hemodinâmica do sistema vascular http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/QGgxD8TcRCPq1wy_2015-11-27-12-22-54.pdf O carbúnculo também pode correr em sua forma visceral e assintomática, quando órgãos internos, tais como a língua, o diafragma ou o coração, são acometidos. Consequentemente, o animal não apresenta lesões visíveis( forma visceral) Prejuizo econômico: animais n comem ( perca de peso) e carne n pode ser consumida. 7 SINAIS CLÍNICOS Evolução superaguda, aguda, clássica ou visceral. Quadro de gangrena gasosa Preferência por maiores músculos. Claudicação acentuada Edema e crepitação Febre e apatia Perda de apetite Atonia ruminal Mionecrose 8 CARBUNCULO_SINTOMATICO_EM_RUMINANTES_MEDIDAS_DE_DI.pdf Os sinais clínicos se caracterizam por claudicação acentuada, geralmente com inchaço da parte superior do membro acometido, apatia, perda do apetite, atonia ruminal, febre, entre outros. Nos estágios precoces, o inchaço é quente e doloroso, mas logo se torna frio e indolor e o edema e crepitação( gás produzido pela bactéria) (subcutânea) causada pelo gás liberado podem ser sentidos. A pele perde a cor, torna-se seca e rachada. A doença se desenvolve rapidamente e o animal vem a óbito em 12 a 36 horas após o aparecimento dos primeiros sinais. Muitos animais podem morrer sem que sejam observados os sinais clínicos. orma Superaguda : de 8 a 12 horas de curso, ou morte súbita. Forma Aguda com 36 a 72 horas de curso, que tem como sinais clínicos: febre alta, claudicação do membro quando este é atingido, à palpação observa-se edema e crepitação devido às bolhas de gás produzidas pela bactéria, dispneia por lesões nos músculos da garganta, anorexia, atonia ruminal e morte. Forma Clássica: mais comum e atinge a musculatura esquelética Forma visceral: é rara e atinge principalmente o coração Quando um membro é atingido, observa-se dificuldade de locomoção e aumento de volume variável associado à crepitação subcutânea, devido a grande quantidade de gás produzida pela multiplicação bacteriana no foco de infecção, edema e hemorragia. Por vezes, essas alterações são tão intensas que a pele apresenta-se tensionada, difusamente vermelha ou preta, com equimoses e sufusões lesões macroscópicas estão localizadas principalmente nas regiões de maior massa muscular (quarto traseiro, diafragma, coração, pescoço e região escapular ( 8 DIAGNÓSTICO Anamnese Sinais clínicos Necropsia Diagnóstico laboratorial Exame histopatológico, isolamento do agente, testes imunológicos 9 Anamnese: algum trauma recente, vacinação, Apesar do grande número de casos relatados, a maioria dos diagnósticos de carbúnculo sintomático não é confirmada em laboratório e é realizada apenas com base nos achados clínicos e de necropsia Para isto devem ser enviados ao laboratório amostras de órgão e tecidos do animal necropsiado com suspeita da doença. Geralmente, porção do músculo ou útero afetado, medula óssea, porção do fígado, e impressão destes tecidos em lâmina (STERNE & BATTY, 1975). Para evitar a contaminação por outros microrganismos que se disseminam após a morte. s amostras devem ser coletadas de forma asséptica, armazenadas em recipiente estéril e submetidas a refrigeração até a chegada ao laboratório 9 NECROPSIA Até 6h após a morte. Presença de fluido edematoso amarelo, parcialmente hemorrágico com bolhas de gás Musculatura hemorrágica, enfisematosa e com áreas necróticas. Centro da lesão ressecado 10 Deve-se proceder à necropsia em até seis horas após a morte do animal, pois a maioria dos clostrídios invadem a carcaça rapidamente mascarando os resultados do diagnóstico final (LOBATO et al., 2013). Quando a necropsia é realizada, os tecidos subcutâneo, intermuscular e os demais tecidos próximos ao local afetado apresentam-se distendidos por um fluido edematoso amarelo, parcialmente hemorrágico e com bolhas de gás. A musculatura apresenta-se intensamente hemorrágica, enfisematosa e com áreas cinza, indicativas de necrose (LOBATO et al., 2013). Nucleus Animalium, v.8, n.1, maio 2016 62 À necropsia também há exsudação de líquido avermelhado e de odor rançoso ao corte, sendo que a musculatura acometida se apresenta ressecada ao centro da lesão. Os linfonodos regionais e os pulmões ficam hiperêmicos e edemaciados e nas cavidades torácica e abdominal há presença de fluido seroso avermelhado. Quando o miocárdio está lesado ocorre pericardite fibrinosa a fibrohemorrágica e trombos murais nas câmaras cardíacas (ARAÚJO, 2010).. 10 NECROPSIA Linfonodos regionais e os pulmões ficam hiperêmicos e edemaciados cavidades torácica e abdominal há presença de fluido seroso avermelhado O miocárdio quando lesado ocorre pericardite fibrinosa e fibrohemorrágica 11 Deve-se proceder à necropsia em até seis horas após a morte do animal, pois a maioria dos clostrídios invadem a carcaça rapidamente mascarando os resultados do diagnóstico final (LOBATO et al., 2013). Quando a necropsia é realizada, os tecidos subcutâneo, intermuscular e os demais tecidos próximos ao local afetado apresentam-se distendidos por um fluido edematoso amarelo, parcialmente hemorrágico e com bolhas de gás. A musculatura apresenta-se intensamente hemorrágica, enfisematosa e com áreas cinza, indicativas de necrose (LOBATO et al., 2013). Nucleus Animalium,v.8, n.1, maio 2016 62 À necropsia também há exsudação de líquido avermelhado e de odor rançoso ao corte, sendo que a musculatura acometida se apresenta ressecada ao centro da lesão. Os linfonodos regionais e os pulmões ficam hiperêmicos e edemaciados e nas cavidades torácica e abdominal há presença de fluido seroso avermelhado. Quando o miocárdio está lesado ocorre pericardite fibrinosa a fibrohemorrágica e trombos murais nas câmaras cardíacas (ARAÚJO, 2010).. Fluido da cavidade torácica de odor rançoso 11 EXAME HISTOPATOLÓGICO Amostras: tecido muscular afetado, miocárdio e fígado. Conservação adequada Eosinofilia e perda de estriações Fibras difusamente tumefeitas Presença de bacilos Necrose coagulativa das miofibras, bolhas de gás e infiltrado inflamatório de neutrófilos 12 Amostras: tecido muscular afetado, miocárdio e fígado. Material deve ser resfriado, congelado ou fixado com formalina 10% Difusamente tumefeitas, eosinofílicas e perda de estriações Presença de bacilos, com infiltração inflamatória Presença difusa de bastonestes basofílicos 12 ISOLAMENTO DO AGENTE Procedimento laborioso e demorado Baseado no isolamento, características morfológicas e bioquímicas Isolamento difícil devido a anaerobiose e contaminação Ágar enriquecido com sangue ovino Colônias com ampla hemólise, esporos com numerosas formas pleomórficas 13 A identificação do agente tem sido baseada no isolamento, nas características morfológicas e bioquímicas. Entretanto, esses procedimentos são laboriosos, demorados (levam em torno de quatro dias a uma semana para se completar), requerem pessoal treinado e podem incorrer a resultados imprecisos O método padrão para detecção de C. chauvoei é baseado no cultivo, enviando geralmente ao laboratório tecido muscular esquelético, sendo este o material de eleição para a detecção destes agente o isolamento de Clostridium chaouvoei é difícil, pois deve ser cultivado em meios especiais e ambiente privado de oxigênio e as amostras podem estar contaminadas com outras bactérias anaeróbias, mascarando o C. chauvoei e impedindo o cultivo. Assis et al. (2001) citam que há dificuldade de colheita, envio de amostras e processamento das mesmas no laboratório, pois os clostrídios são extremamente sensíveis ao oxigênio e por isso seu crescimento facilmente é superado por outros microrganismos O ágar enriquecido com sangue ovino é um dos meios para identificação do C. chauvoei, resultando em colônias circundadas por ampla hemólise, além de produzir esporos subterminais juntamente com numerosas formas pleomórficas vistas ao microscópio por meio de coloração de gram presentes nas amostras 13 TESTES IMUNOLÓGICOS Imunoflorescência direta PCR Detecção dos agentes por meio de anticorpos marcados Detecção do material genético específico da bactéria 14 permite a detecção dos agentes por meio de anticorpos marcados (ASSIS et al., 2001). Este é um método rápido e eficiente quando se tem disponível a fluoresceína conjugada ao anticorpo específico para clostrídio O emprego da técnica da PCR (Polymerase chain reaction) é capaz de fornecer um diagnóstico rápido e preciso, demonstrando resultado superior quando comparado aos testes com imunofluorescência direta (K 14 TRATAMENTO Poucos relatos sobre a utilização de antibioticoterapia O tratamento muitas vezes é desapontador O C. chauvei é sensível a altas dosagens de: Penicilina e suporte com fluidoterapia Penicilina G Ampicilina tetraciclina 15 15 TRATAMENTO Administrada inicialmente pela via endovenosa Seguida de reposição intramuscular, se possível no local afetado O tratamento é prolongado, bem como a recuperação do animal, cujos ferimentos demoram para cicatrizar 16 16 TRATAMENTO E muitas vezes torna-se ineficaz devido à rápida evolução da doença Causando uma mortalidade de quase 100% dos animais infectados O correto diagnóstico do Carbúnculo Sintomático é muito importante: Para que sejam adotadas medidas eficazes no tratamento dos animais acometidos E na proteção dos animais susceptíveis do rebanho 17 17 TRATAMENTO Gregory L. et al (2006) Tiveram sucesso no tratamento de bovinos com Carbúnculo Sintomático submetidos a antibioticoterapia com penicilinas Utilizadas penicilinas Procaína e Benzatínica Esquema da aplicação foi o seguinte: Durante 7 dias aplicou-se diariamente, 20 mg/kg p.v. de penicilina procaína Alternadamente nos dias 1, 4 e 7 aplicou 10 Mg/kg p.v. de penicilina benzatínica Casos mais graves Associação de penicilina com ampicilina na dosagem de 10 mg/kg p.v. em intervalos de 12 horas 50g de glicose a cada 12 horas, durante os dois primeiros dias de evolução da doença Verificou-se após 3 dias houve uma melhora no quadro dos animais 18 18 TRATAMENTO Gregory L. et al (2006) O controle da doença é predominantemente baseado na prevenção 19 19 CONTROLE E PREVENÇÃO Devido às características ecológicas dos agentes Ubiquitários ao trato digestivo dos animais Solo esporo possuir alta resistência ao meio ambiente Permanece em latência na musculatura A erradicação da enfermidade é praticamente impossível 20 20 CONTROLE E PREVENÇÃO O controle e profilaxia devem basear em medidas adequadas de manejo e vacinações sistemáticas de todo rebanho No Brasil a prevenção mais predominante se baseia no emprego de vacinas A principal falha observada no campo é a aplicação de apenas uma única dose nos animais vacinados pela primeira vez Na primovacinação, a segunda dose é fundamental para obter níveis ótimos de proteção 21 21 CONTROLE E PREVENÇÃO É importante que a revacinação ocorra anualmente em todo o rebanho em dose única Atualmente no mercado brasileiro existem muitas vacinas monovalentes e polivalentes contra clostridioses as monovalentes produzidas apenas com o Clostridium chauvoei, protegem somente contra Carbúnculo Sintomático A eficiência das vacinas clostridiais relaciona-se à natureza do antígeno que as compõem, sendo toxóides e/ou bacterinas 22 22 CONTROLE E PREVENÇÃO Portanto a forma mais efetiva para combater o Carbúnculo Sintomático é a prevenção através do programa de vacinação A primeira dose deve ser aplicada aos 60 dias após o nascimento A segunda quatro semanas antes do desmame ou no período do desmame Após a segunda dose deve fazer o reforço anualmente. A via de aplicação recomendada é a subcutânea 23 23 CONTROLE E PREVENÇÃO Em casos de surtos animais devem ser vacinados ou revacinados A transferência dos animais para áreas distantes do sítio de contaminação pode ser uma estratégia, porém nem sempre efetiva Carcaças devem ser incineradas para prevenir a disseminação da bactéria 24 24 CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente não existe um tratamento específico para Carbúnculo Sintomático e também há poucos estudos envolvendo o tratamento medicamentoso de animais. Sabe-se que hoje usam como prevenção à vacina. Mas só a vacinação não resolve o problema, pois muitos proprietários acreditam que a doença só atinge animais de até dois anos, e deixam de vacinar o rebanho após essa idade. Devido à falta de orientação ainda ocorrem muito surtos pelo Brasil. Para prevenir devemos atualizar os veterinários das regiões, através de palestra sobre a doença e enfatizar a importância da vacina. E estes orientarem os proprietários que o melhor método de tratamento é a vacinação do rebanho. Não numa única dose e sim com reforços anuais. A doença atinge não só animais com até dois anos como também animais que habitem áreas de riscos e nestes casos podem levar a um surto do rebanho inteiro. É uma doença de rápida evolução e a sua taxa de mortalidade é de quase 100%. A incidência de carbúnculo sintomático ocorre geralmente nos meses quentes do ano. O diagnóstico definitivo pode ser feito com base nos sinais clínicos e achados de necrópsia. 25 25 OBRIGADO!!! 26 26
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