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A Ciência das SEITAS - ICM

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SEITA MARANATA – DOGMAS E HERESIAS 
 
1 
 
SEITAMARANATA.BLOGSPOT.COM 
 
A CIÊNCIA DAS SEITAS 
 
“Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua con fiança, e 
que não atenta para os soberbos nem para os apóstat as mentirosos.” 
Salmos 40:4 
Seita. O que vem à mente quando ouvirmos esta palavra? Alguns 
desinformados, de conhecimentos superficiais, imaginam um grupo de pessoas 
alienadas da sociedade em algum vilarejo longínquo com roupas esquisitas e rituais 
macabros. Infelizmente a verdade é bem diferente do que se pensa. Elas estão em 
toda parte da sociedade e se alastram como epidemia. Não escolhe posição social, 
raça ou credo. Estão entre as camadas pobres e também entre a elite social. 
As seitas estão em todos os lugares. Algumas são populares e 
amplamente aceitas. Outras são isolacionistas e procuram se esconder, para evitar 
um exame de suas ações. Elas estão crescendo e florescendo a cada dia. Algumas 
seitas causam grande sofrimento aos seus seguidores, enquanto outras até 
parecem muito úteis e benéficas. 
Atualmente calcula-se que existam no mundo mais de 10.000 seitas e 
cada ano que passa surge mais uma com doutrinas e ensinamentos contrários à 
Palavra de Deus, levando mais e mais pessoas ao engodo satânico da “religião”. A 
virada do milênio fornece um clima propício - caos, violência, falta de amor, falsas 
doutrinas, desgraças familiares, infortúnios profissionais, desemprego - para o 
fanatismo religioso que parece não ter fim. Estão surgindo novas seitas religiosas e 
filosóficas responsáveis pelos mais absurdos ensinamentos com relação ao final 
dos tempos, sobre o Apocalipse, a fim de encantar e amedrontar os ouvintes, de 
modo que o vínculo à seita, inconscientemente, torna-se o centro e fundamento da 
salvação, e não, a princípio, apresentar Cristo Jesus e viver segundo os seus 
passos. 
E o que temos visto é exatamente isto: engano, falsidade e corrupção 
entre esses movimentos. Seus líderes são verdadeiros carrascos, dominadores, 
abusadores do emocional, impondo o medo, controles espirituais, regras e prisões 
psicológicas sobre seus adeptos, de tal modo que recebem uma verdadeira 
lavagem cerebral (2Pe 2:3). Suas organizações são verdadeiros impérios 
financeiros, muitas vezes construído com dinheiro ilícito de fontes obscuras, ilegais, 
principalmente sobre o esforços braçais e financeiros dos adeptos. 
Mas o que os fascinam mesmo, é o poder e o dinheiro, e para 
conseguí-los, não medem esforços, chegando a empregar até mesmo a violência - 
alguns fisicamente, outros por perseguições verbais (calúnias, difamações, injúrias 
e terrorismo), outros por aliciamento mental (1Tm 6:10) . A proliferação religiosa 
hoje é um fenômeno que recebe cada vez mais atenção dos teólogos, sociólogos e 
SEITA MARANATA – DOGMAS E HERESIAS 
A CIÊNCIA DAS SEITAS 
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psicólogos que estão perplexos diante da caótica situação religiosa do nosso 
mundo. As seitas constituem atualmente um grande desafio para a Igreja de Cristo 
sobre a face da Terra (Tit 1:10-11) . 
Pregando um falso evangelho com falsas promessas, elas conseguem 
arregimentar um grande número de pessoas para as suas fileiras e o perigo não é 
só do ponto de vista teológico, mas também público, já que trazem com o seu 
“modus vivendi” (modo de viver) um grande transtorno para a sociedade de modo 
geral, a iniciar nas células – as famílias – que são completamente abandonadas. 
Há seitas que proíbem a transfusão de sangue, empregam imposições morais aos 
usos e costumes, tais como, roupas e cortes de cabelo, abusam emocionalmente 
dos adeptos, coagem psicologicamente os membros a não participarem de 
atividades de lazer e saúde (esportes, academia, cinema, teatro etc.), proíbem os 
fiéis a confraternizarem-se espiritual, sentimental e amigavelmente com cristãos de 
outras denominações, destroem a interação afetiva familiar entre os avós, tios, 
primos, pais e irmãos etc. 
Um imbróglio de confusão de idéias está sendo despejada em 
cabeças incautas (nas Escrituras), acabando muitas vezes em tragédias de 
grandes proporções; ou não, atingindo individualmente o adepto paulatinamente, à 
medida que ele se envolve cada vez mais com a seita, consumindo a um estado 
maçante, pesado, insuportável, sedento por bradar por liberdade, mas o terror 
incutido em sua mente o inibe de sair, de raciocinar, de meditar, de questionar o 
governo e as doutrinas da seita. O próprio Senhor Jesus Cristo já havia profetizado 
a este respeito quando disse que nos finais dos tempos apareceriam falsos cristos 
e falsos profetas e enganariam a muitos, inclusive os escolhidos por Ele (Mat 
24:24). 
Alguns casos extremistas: Em 1978, o então missionário norte-
americano Jim Jones, foi responsável pela morte de 900 seguidores, na Guiana 
Francesa, todos envenenados após ter os anunciado o fim do mundo. Em 1993, o 
líder religioso David Koresh, que se intitulava a reencarnação do Senhor Jesus, 
promoveu um verdadeiro inferno no rancho de madeira, onde ficava a seita Ramo 
Davidiano. Seduzindo os seguidores com a filosofia de que deveria morrer para 
depois ressuscitar das cinzas, derramou combustível no rancho e ateou fogo, 
matando 80 pessoas, incluindo 18 crianças. Em 1997, outra seita denominada 
Heaven’s Gate (Portão do Céu), que misturava ocultismo com fanatismo religioso, 
levou 40 seguidores ao suicídio. Na ocasião, essas pessoas acreditavam que 
seriam conduzidas para outra dimensão em uma nave que surgiria na cauda do 
cometa Halley Bop. 
Muitas das seitas são conhecidas dos cristãos brasileiros, a saber: 
Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Adventista, Congregação Cristã do Brasil, 
Igreja Cristã Maranata, Tabernáculo da Fé, Deus é Amor, Assembléia de Deus dos 
Últimos Dias, Opus Dei, Igreja Católica Apostólica Romana etc. Alguns, porém, 
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inocentemente acreditam que elas não sejam seitas, apenas mais uma 
denominação entre as demais com doutrinas exclusivas, ou até mesmo uma 
denominação séria e comprometida. É exatamente isso impressão que eles tentam 
incutir nos inocentes visitantes e aos que estão de fora. Eis o perigo! 
Mas muitas novas seitas pseudocristãs estão chegando ao Brasil e 
são pouco conhecidas: Igreja Internacional de Cristo/Boston (Igreja de Cristo, no 
Brasil), Ciência Cristã, Escola Unida do Cristianismo, Meninos de Deus (A Família), 
etc. Algumas refutam a Santíssima Trindade, outras não; mas o que todas têm em 
comum é o fato de terem confeccionado um novo evangelho, repleto de novas 
práticas particulares, com adições ou subtrações. Bem como, distorcem explícita ou 
implicitamente o caminho para se chegar à salvação pela Graça, como no 
cumprimento de dogmas e ordenanças (obras) exclusivistas, e, claro, contrariam 
outros mais princípios bíblicos. 
 
1) DEFINIÇÃO 
O termo adquiriu definição mais precisa e sociológica com os estudos 
de Ernst Troeltsch, Reinhold Niebuhr e Liston Pope: seita é todo grupo cismático 
nascido no interior de uma igreja organizada e em oposição a ela. Em obediência a 
uma autoridade carismática, a seita regula-se por uma interpretação literal ou 
extremamente alegórica dos textos sagrados, com ênfase nas doutrinas 
desprezadas pela igreja à qual pertencia, e é fortemente mística, missionária, 
messiânica e escatológica. Sua oposição alcança igualmente os valores culturais e, 
não raro, os costumes vigentes, em protesto contra a ordem estabelecida. 
O que significam as palavras seita e heresia? Ambas derivam da 
palavra grega háiresis, que significa escolha, partido tomado, corrente de 
pensamento, divisão, escola etc. A palavra heresia é adaptação de háiresis. 
Quando passada para o latim, háiresis virou secta. Foi, então, do latim que veio a 
palavra seita. Originalmente, a palavra não tinha sentido pejorativo. Quando o 
Cristianismo foi chamado de seita (Ato 24:5) , não foi em sentido depreciativo. Os 
lideres judaicos viam os cristãoscomo mais um grupo, uma facção dentro do 
Judaísmo. Com o tempo, háiresis também assumiu conotação negativa (1Co 
11:19; Gal 5:20; 1Pe 1:1-2) . 
Em termos teológicos, podemos dizer que seita refere-se a um grupo 
de pessoas e que heresia indica as doutrinas antibíblicas defendidas pelo grupo. 
Baseando-se nessa explicação, podemos dizer que um cristão imaturo pode estar 
ensinando alguma heresia, sem, contudo, fazer parte de uma seita. 
Há ainda outras definições sobre o que é seita: 
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Neste termo encontramos as mais variadas associações, a saber: 
corrente de pensamento, separação, facção, dissidência, partido, heterodoxia entre 
outras. Qual o significado, portanto, da palavra seita na opinião de alguns 
apologistas da fé cristã atual? 
“Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma 
interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou m ais pessoas.” – Dr. 
Walter Martin. 
 “É uma perversão, uma distorção do Cristianismo bí blico e/ou a 
rejeição dos ensinos históricos da Igreja cristã.” – Josh McDoweell e 
Don Stewart. 
“Qualquer religião tida por heterodoxa ou mesmo esp úria.” – J.K. 
Van Baalen. 
“Uma seita é alguma perversão religiosa. É a crença e a prática, 
dentro do mundo religioso, que requer a devoção das pessoas a algum 
ponto de vista religioso ou para algum líder, estri bados em alguma 
doutrina falsa. Uma seita é uma heresia organizada. ” – Dave Breese. 
Façamos um breve comentário sobre o que é doutrina. Vem do latim 
“doctrina”, que significa ensino. Referindo-se a qualquer tipo de ensino ou a algum 
ensino específico. Existem três formas de doutrina: 
a) Doutrina de Deus (Ato 13:12; 1:42/ Tt 2.10) 
b) Doutrina de homens (Mat 15:9; 16:12/ Cl 2:22) 
c) Doutrina de demônios (1Tm 4:1) 
A primeira é boa, as duas últimas são danosas. É preciso distinguir a 
primeira das últimas, senão os prejuízos podem ser fatais. O contraste entre a 
verdade e a mentira é mais nítido que o contraste entre a verdade e a falsidade. 
Religiões e seitas pagãs podem ser analisadas facilmente. Contudo, uma religião 
ou seita que se apresente como cristã, mas tem uma doutrina contrária às 
Escrituras, merece toda nossa atenção, e é, por vezes, difícil de ser apreciada num 
primeiro momento para aqueles que visitam uma seita pseudocristã, e, muito mais 
ainda, para àqueles que já estão aprisionados às heresias e pelo controle mental 
do grupo herético. Para tanto, devemos conhecer os meios adequados para se 
identificar uma seita. 
O que se pode afirmar das seitas, que seja válido, em geral, dentro de 
contextos culturais e épocas diferentes? É preciso que tal afirmação não deixe que 
alguns fatores culturais e históricos concretos empanem os elementos sociais 
uniformes que se dão na estrutura e desenvolvimento das seitas. 
As seitas são agrupamentos de caráter voluntário. Os indivíduos têm 
certa possibilidade de decidir (teoricamente, uma possibilidade absoluta de decidir) 
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com respeito a sua adesão aos dogmas da seita. O crente deve eleger a seita, 
embora se trate, na realidade, de uma eleição recíproca (a seita admite ou rejeita 
essa pessoa). Para passar a ser um de seus membros se requer certa prova de 
mérito: o indivíduo tem de ser digno de pertencer a ela. Há nisso um forte sentido 
de identidade: aquele que é admitido se converte em “um dos nossos”, a “nossa 
parentela”. E este “dos nossos” se coloca acima de todos os demais “nossos”, 
crescendo em força no sentido em que a seita reclama para si um acesso especial 
e, normalmente, exclusivo às verdades sobrenaturais. A seita é um grupo que exige 
de seus membros um submissão plena e consciente que, se não chega a eliminar 
todos os demais compromissos, deve, ao menos, situar-se acima deles, quer se 
refiram ao estado, a tribo, a classe social ou a família. 
Relacionado a estas características, se encontra o fato que a seita se 
considera a si mesma como uma elite. Enquanto possuidora da única e verdadeira 
doutrina, dos ritos adequados e dos modelos corretos de retidão no comportamento 
social, se considera a si mesma com um grupo à parte, arrogando para si 
normalmente a salvação exclusiva. As seitas mostram normalmente uma inclinação 
para o exclusivismo. 
O estar afiliado a elas se situa acima de todos os demais 
compromissos de tipo secular, e normalmente exclui os demais compromissos 
religiosos. Ao separar-se dos outros grupos, as seitas impugnam a santidade e 
autoridade dos mesmos; o fato de pertencer a uma seita determinada supõe, 
assim, um distanciamento, e talvez uma hostilidade, frente a outras seitas e grupos 
religiosos, mesmo que leais e comprometidos com a Palavra de Deus. 
Do rigor destes atributos se segue que a maioria das seitas, sendo 
voluntárias, têm um vida muito intensa e impõe a seus membros responsabilidades, 
assim como contam também com certos procedimentos para expulsar os 
desviados. A seita não é uma entidade inconsciente, como poderia ocorrer com 
uma casta ou um clã em determinadas circunstâncias sociais. Em outras palavras: 
não é um grupo social que se considere como uma unidade “natural”. Em oposição 
ao modo tradicional que tinham os judeus de conceber sua fé, ou os povos latinos 
de conceber o catolicismo, a seita tem consciência de si mesma, e sua formação e 
recrutamento são processos conscientes e deliberados. 
Por isso, é também um grupo que possui um sentido de sua própria 
integridade e que pensa que essa integridade pode ser ameaçada pelos membros 
despreocupados ou insuficientemente comprometidos. Por isso, as seitas expulsam 
aqueles que se mostrem indignos delas. 
Isto impõe, por sua vez, uma série de normas a cada um dos seus 
membros. Eles hão de seguir a vida do perfeito sectário e, por conseguinte, a 
voluntariedade de sua submissão e a prova de que merece ser membro do grupo 
somente serão possíveis se tenham um sentido de compromisso pessoal. Como as 
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seitas não admitem discriminações quanto ao grau de compromisso, a integridade 
da seita e claramente a integridade que reina entre seus membros. O autocontrole, 
a consciência e a aparente retidão são, pois, importantes características do 
sectarismo. 
Embora as seitas professem uma série de ensinamentos, de 
mandamentos e de práticas distintos dos que mantêm os ortodoxos, esta 
alternativa não supõe jamais uma total e absoluta negação de todos os elementos 
existentes na tradição ortodoxa, pois de outro modo não poderíamos qualificar a 
seita de ser uma seita. Ela ainda se mantêm, ou procura manter-se, e mesmo 
defender sua posição de ser a forma mais pura e legitima da fé original. 
Se trata fundamentalmente de acentuar uma série de matizes 
diferentes, acrescentando-se alguns elementos novos e suprimindo outros. Para 
propor esta alternativa, a seita deve recorrer a algum principio de autoridade 
distinto daquele que é inerente a fé pura, defendendo, ao mesmo tempo, sua 
supremacia. A autoridade invocada por uma seita pode ser a suprema revelação de 
um líder ou colégio carismático, estabelecendo uma nova doutrina, pode consistir 
em uma reinterpretação (distorção) dos Escritos Sagrados, ou bem pode ser a idéia 
de que os verdadeiros fiéis obterão uma revelação por si mesmos. Em qualquer 
caso, a seita renega a autoridade oficial da fé cristã. 
1.1. Heresias 
Heresia (do latim haerĕsis, “escolha”) é a doutrina ou linha de 
pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema religioso que 
pressuponha um sistema doutrinal organizado, ortodoxo. A palavra pode referir-se 
também a qualquer “deturpação” de sistemas filosóficos instituídos, ideologias 
políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros. A quem funda 
uma heresia dá-se o nome de heresiarca. 
Para com o Evangelho, heresias, portanto,é tudo aquilo que não 
corroboram com os ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. Não é muito difícil para 
o cristão sincero identificar uma heresia. Existem alguns aspectos básicos que 
observados mostrarão a moderna estratégia do diabo, que é a conquista das 
mentes. 
1. Desarmonia com a Bíblia : No trato com as doutrinas da Bíblia, podemos dividir 
os argumentos das seguintes maneiras: argumento Bíblico; argumento extra-
bíblico; argumento anti-bíblico. O argumento bíblico é aquele extraído da Bíblia, em 
uma interpretação correta, contextualizada e lógica. Jesus usou esse argumento 
em uma sinagoga em Nazaré acerca de sua missão (Luc 4:16-30) . Igualmente 
seus apóstolos ao redigir suas cartas, sempre embasando em versículos 
contextualizados da Palavra de Deus. Diferente do Maligno, que ao tentar Jesus, 
descontextualizava, pincelando frases isoladas dos Escritos Santos para conseguir 
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a ingênua tarefa de ludibriar o Senhor. O argumento extra-bíblico é o argumento 
que não tem base na Bíblia, entretanto não se choca com os seus ensinamentos, 
mas são perigosos, ante sua dissimulação. O argumento anti-bíblico é aquele que 
fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades ensinadas na Palavra 
de JESUS. Aqui encontramos as heresias que são anti-bíblicas. Algumas são 
fundamentadas em versículo ou uma expressão isolada da Bíblia quando basta um 
pequeno conhecimento dos princípios auxiliares da hermenêutica para refutá-las. 
2. Unilateralidade de apreciação doutrinária : Em muitos casos a heresia é 
caracterizada pelo fato de “escolher” uma doutrina para nela descarregar suas 
atenções em detrimento das outras. Isto é, afirma a divindade de Cristo 
abandonando sua humanidade, preocupa-se com o corpo do homem e se aquece 
da sua alma ou do seu espírito. 
3. Contradição com os fatos : História e doutrinas baseadas em fatos que não 
fornecem base para tal; incredulidade para com ensinamentos baseados em fatos 
reais, bíblicos ou com raízes bíblicas. Muitos bons cristãos tem sido enganados por 
coisas deste jaez (qualidade, sorte, laia). 
4. Incoerência lógica : Nada impede que o bom senso e a razão sejam usados em 
matéria de religião. A maioria das heresias não resiste a um confronto lógico com a 
história, ciência, Bíblia ou com a religião propriamente dita. A Bíblia prevê o 
surgimento e a evolução das heresias como um sinal dos tempos. 
 
2) CARACTERÍSTICAS GERAIS 
As descrições que acabamos de fazer são de caráter geral e apontam 
a um “tipo ideal”. Conseqüentemente, é uma caracterização das seitas bastante 
abstrata e produto, em parte, da mente. Tratando já das seitas concretas, devemos 
esperar que cada um destes atributos de tipo geral se afaste um pouco da 
formulação proposta. As seitas estão sujeitas a mudanças, tanto devido às 
variações que se dão a sua volta, quanto aos confrontos que ela sofre de ex-
membros e pessoas que agem em defesa da Fé cristã, como também a um 
processo de mutação interna. Por conseguinte, alguns atributos podem ir perdendo 
peso, e outros, em troca, ir ganhando importância em determinados momentos da 
história de uma seita. 
 
a) Voluntariedade 
Embora as seitas sejam organismos de caráter voluntário, existe certa 
tendência a que os filhos de seus membros abracem a mesma fé de seus pais. No 
cristianismo ocidental uma determinada seita pode continuar exigindo de seus 
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jovens adeptos a profissão explicita de seus dogmas, o mesmo que fez com seus 
pais, já que em tais sociedades existe a possibilidade de escolha entre numerosas 
religiões. 
b) Exclusivismo 
Umas das características essenciais de uma seita é exigir de seus 
fiéis uma submissão absoluta. A raiz desta atitude e o princípio de afiliação 
exclusiva que rege no cristianismo é que surge do fato do Deus de Israel ser um 
Deus zeloso. Normalmente, o adepto assume seu compromisso com a seita de 
forma distinta dos demais homens: com efeito, a seita se converte no ponto mais 
importante com respeito a sua pessoa. Quando se faz alusão ao Senhor, o que 
interessa saber antes de qualquer outro dado, e que se trata de um membro de tal 
ou qual seita. 
c) Méritos 
As seitas exigem um ato de aceitação. Mas quando as seitas 
perduram durante muito tempo, semelhante prova de méritos pode converter-se em 
algo puramente nominal. 
d) Auto-identificação 
Qualquer de nós, arrastados pelo desejo de impor ao mundo uma 
ordem conceitual, sente a tentação de buscar limites precisos e categorias 
inequívocas. As seitas parecem uma afirmação quase natural desse mesmo 
princípio. E não poderia ser de outro modo, dado que as seitas são entidades 
sociais construídas pelos homens e com consciência de si mesmas. Sem renunciar 
a esse enunciado geral, temos de admitir que na realidade pode resultar tão árduo 
o trabalho de definir com certeza as características de uma seita, como nos 
trabalhos antropológicos que é definir entidades às vezes tão vagas que são as 
tribos. 
 As seitas, semelhantemente as tribos, mantêm uma forte concepção 
de “nós” em contraposição com todos os demais. Mas este “nós” pode variar 
quanto a sua aplicação, como ocorre com as tribos, e apresentar limites pouco 
definidos. Quem se acha completamente comprometido normalmente não tem 
problemas, mas há casos em que estão vinculados às seitas, os chamados 
“simpatizantes” que jamais procuraram a admissão nelas, ou que jamais a 
conseguiram. Possuem também em seu bojo jovens que não poderão fazer parte 
de certas reuniões ou atividades de cunho espiritual até alcançarem certa idade ou 
envolvimento com o grupo. 
E, o que é mais significativo, as seitas podem considerar a alguns 
movimentos, de certo modo, mais próximos da verdade que outros. Isto pode 
ocorrer, por exemplo, quando dentro de uma seita ocorre um cisma. 
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No principio, os grupos cindidos entre si possivelmente lançarão 
anátemas múltiplos, fortalecendo consideravelmente seu sentido de auto-
identificação pelo fato de terem um inimigo palpável. Mas, uma vez que a ruptura 
inicial sumir no esquecimento, ambos os grupos podem chegar a admitir que têm 
mais em comum que motivos de separação, levando os velhos antagonismos de 
caráter recíproco a se apaziguarem. 
e) Status de Elite 
A seita dá a seus membros a aprovação, aceitação, propósito e uma 
sensação de pertencer a algum grupo elitizado espiritualmente. Até que ponto uma 
seita considera a si mesma como uma elite social é algo que depende de toda uma 
série de fatores concretos, os mais importantes dos quais são a tradição 
escatológica recebida e o caráter das relações que os membros da seita mantêm 
com os de fora. 
Dentro do cristianismo é fundamental a idéia de uma certa eleição: o 
velho conceito de tipo étnico de um povo escolhido foi herdado do judaísmo e 
transmitido a fé cristã por aqueles que voluntariamente a abraçavam. Apesar de 
inclusas dentro da tradição cristã, as seitas que têm buscado sua legitimação 
através das torções das Escrituras nem sempre conseguem facilmente afirmar que 
elas e somente elas são os eleitos de Deus. 
f) Expulsão 
Cabe pensar que, em geral, a prova de méritos prévia à admissão em 
uma seita implica já nos critérios para continuar pertencendo a ela. Mas na prática 
vemos que, se bem que algumas seita mantêm seu nível de rigor, existem algumas 
em que o nível daquele que estão afiliados começa a relaxar. Isto pode acontecer 
quando uma seita adota medidas extremas para separar-se do resto da sociedade 
e começou a nutrir suas fileiras, em geral, a base dos nascidos em seu próprio 
meio, levando a surgir o questionamento de seus valores. 
g) Consciência 
Igualmente pode variar o grau de autoconsciência e de compromisso 
consciente que têm lugar dentro de uma seita.Isto ocorre, sobretudo, quando se 
impõe o princípio de nutrir as fileiras da seita a base dos nascidos em seu próprio 
seio, se bem que algumas seitas fazem um trabalho se socialização de suas 
crianças que ao abandonarem a primeira infância já tem consciência de suas 
diferenças com o resto do mundo. 
Ocorre também outro caso em que a consciência, se não já a 
autoconsciência, parecem sofrer uma transformação insólita dentro de alguns 
movimentos sectários. Se trata do caso em que se aceita com tal entusiasmo a 
idéia de um status de elite, que os fieis crêem ser um povo escolhido, 
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independentemente de sua conduta moral. Ao ser os escolhidos, podem chegar a 
considerar-se perfeitos: e deste modo, a conduta que em outros podia ser 
pecaminosa, não pode, por definição, ser pecaminosa para eles. 
Esta tendência - o antinomianismo - há tido lugar em uma série de 
seitas cristãs, especialmente nos séculos XVI e XVII. Tal posição sempre tem se 
chocado com uma profunda desaprovação, já que se trata de uma doutrina que dá 
rede a solta aos membros de tais seitas para se comportarem como melhor lhes 
apraz. Este fato contrasta fortemente com a tendência mais freqüente ente as 
seitas de impor a seus membros normas de decoro e de conduta mais severas que 
as de outros homens, a fim de que assim se manifeste sua adesão a uma verdade 
superior. 
h) Legitimação 
Nenhuma seita faz sua aparição sem contar com uma justificação de 
tipo ideológico. As seitas se atribuem uma autoridade sagrada, com o fim de 
persuadir aos homens que abandonem o sistema religioso vivente. É necessário 
haver uma pessoa - ou várias pessoas - com uma autoridade que lhes permita dar 
a conhecer esta legitimação. 
Quando a seita se forma em torno de um líder carismático (o qual 
pode ser, por sua vez, a fonte sagrada e seu interprete), a legitimação está 
constituída pelo carisma (força divina dada ao líder). Em outros casos se reconhece 
um colégio de líderes, e são criados métodos para nomear ou eleger aos líderes. 
Mas também há seitas cujos membros negam veementemente que exista 
intermediário entre Deus ou sua palavra e eles. Estes rechaçam qualquer forma de 
organização humana, crendo-se chamados eles mesmos a fazer o que Deus 
ordena. Estas seitas se opõem a autoridade e tornam-se profundamente 
anticlericais, sua oposição lança-se tanto contra a organização da Igreja como 
contra seus ensinamentos. 
 
3) IDENTIFICAÇÃO 
A seguir, apontaremos os principais elementos que nos auxiliarão a 
desempenhar esta identificação; mas, antes de qualquer juízo, é primordial 
aconselhar a avaliação das características em seu todo, pois, se forem 
desassociadas do conjunto, poderão ser encontradas também em movimentos 
ortodoxos, sem que com isso caracterizem uma seita. Faremos esta caracterização 
por meio de quatro tópicos: 
3.1. Recrutamento : as estratégias do grupo para recrutar novos adeptos. 
3.2. Programação : as estratégias do grupo para administrar a vida cotidiana dos 
seus adeptos. 
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3.3. Retenção : as estratégias do grupo para reter seus adeptos. 
3.4. Resultado : as implicações destas estratégias na vida dos adeptos. 
3.1. Recrutamento 
3.1.1. Engano: a identidade e os verdadeiros objetivos do grupo não são 
revelados antecipadamente. Os líderes dizem aos membros que eles não podem 
dar informações sobre o grupo, para que as pessoas “de fora” não saibam muito a 
respeito deles. 
3.1.2. Chantagem emocional: as seitas oferecem amizade e aceitação 
instantâneas. Os que recrutam novos adeptos não aceitam uma resposta negativa 
sem que antes levem a pessoa a sentir se culpada ou ingrata pela rejeição de sua 
pregação. 
3.1.3. Exploração de crises emocionais: são exploradas situações como um 
relacionamento quebrado, um falecimento na família, a perda do emprego, uma 
mudança recente, a solidão e a depressão. Muitas seitas utilizam de revelações 
extraordinárias evasivas ou de um prognóstico comum para tentar tocar o visitante, 
e assim, frágil já emocionalmente, acha ele que, de fato, as pessoas da seita 
adivinharam o seu problema mediante um especial poder divino que circula na 
seita. 
3.1.4. Invenção de crise: o mundo à nossa volta e os crentes de outras religiões 
são vistos numa perspectiva sombria, ou o fim do mundo é iminente etc. Dizem 
para as pessoas que elas devem fazer parte do grupo para que possam ser salvas 
ou curadas. Para os sectários, todo recebimento de graça divina está, 
definitivamente, condicionada ao vínculo com a seita. 
3.1.5. Respostas: o grupo tem respostas simplistas, embasados nos jargões 
religiosos deles mesmos, confeccionados pelos líderes da seita, as quais acabam 
sendo reputadas como as únicas respostas para todos os questionamentos sobre a 
vida, doutrina e a instituição. 
3.1.6. Bombardeio do Amor: as seitas encontram uma necessidade e a 
preenchem. Uma das táticas mais usadas é “Bombardeio de Amor” (Love Bombing) 
– que é a demonstração constante de afeto, através de palavras e ações. Os 
adeptos costumam derramar muito contato físico, como abraços, tapinhas nas 
costas, toques e apertos de mão. Emprestam um fingido e exagerado apoio 
emocional a um visitante, principalmente se esse for uma autoridade pública ou um 
empresário de grande estima social. Elogios que fazem a pessoa pensar que é o 
centro das atenções. Ajuda, também, de vários modos, onde for preciso. Desta 
maneira, a pessoa fica em débito então com a seita e procura de algum modo 
retribuir. 
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3.2. Programação 
3.2.1. Estudo intenso: a ênfase é posta nos escritos e doutrinas do grupo. A 
Bíblia, se usada, é citada de forma seletiva (versículos isolados) e fora do contexto. 
Cada Seita possui um líder ou um grupo próprio que recebeu uma revelação 
adicional de Deus (que não constam nas Escrituras ou que a complementam). 
Possuem também fontes de ensino que consideram superiores ou equiparados à 
Bíblia, pois são tidos como revelados também. Tentam provar aquilo que é ou não 
é verdadeiro e, especialmente, é ou não é bíblico através de ensinos que fazem 
parte da revelação pessoal de seu profeta (ou líder). Muitas vezes o próprio caráter 
de Deus é atacado, ou seja, apresentando um Deus punidor, perseguidor, 
castigador, maldoso, intolerante, que zela muito mais o sistema, a seita, a 
organização do grupo, do que o membro, a família, a saúde emocional e física, 
enfim, a vida humana. 
3.2.2. Avisos: dado ao sofrimento de abandono ou a ciência da natureza da seita 
pelos familiares e amigos dos adeptos, eles são avisados, de antemão, de que 
Satanás fará que seus familiares e amigos falem mal do grupo. Dentro de pouco 
tempo os recrutas, assim, só confiarão nos membros do grupo. 
3.2.3. Culpa e medo: os grupos enfatizam a natureza pecaminosa do indivíduo e a 
necessidade de purificar a velha personalidade. Se você não é um membro da 
denominação deles, então não há escape: você não está salvo, não está indo para 
o céu. Isto piora ainda mais a idéia de se esforçar trabalhando para obter a 
salvação pelas obras (sem nunca ter segurança total), piora os falsos ensinos, etc. 
Vivem dizendo ao adepto que se ele sair do grupo, da igreja, do meio deles estará 
condenado à perdição eterna, pois longe deles não poderá encontrar a “verdade”, a 
“revelação”. É muito comum ouvirmos dos participantes das seitas afirmativas tais 
como: “Religião Não Salva”, “Igreja Não Salva”; no entanto eles se apegam tanto à 
sua própria religião e igreja que não suportam serem confrontados com a Bíblia, 
pois logo se irritam e hostilizam a quem tenta lhes mostrar textos bíblicos que vão 
de encontro aos que eles vivem e ensinam. São eles mesmos que não deixam de 
lado suas “religiões” para dar lugar às Sagradas Escrituras,pois a têm como 
irrelevante diante dos credos fabricados pelas tradições de seus homens. 
3.2.4. Controle da rotina, fadiga: o estudo e o trabalho para o grupo são 
obrigatórios, roubando quase todo o tempo do novo membro, tornando-o 
demasiado ocupado para refletir ou ouvir a opinião de outros. A família, os amigos, 
o emprego e os passatempos são postos de lado, isolando-o ainda mais. Então, 
uma vez já condicionado com tais afazeres do grupo, depois de muito tempo 
repetindo a rotina, os adeptos já não mais conseguirão se desvencilhar tão 
facilmente dessas práticas particulares do grupo, logo, sentirão sempre remorso, 
nudez se não seguir aquela tradição estabelecida. Vivem numa prisão invisível. 
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3.2.5. Ataque a qualquer tipo de pensamento indepen dente: o pensamento 
crítico é desencorajado e interpretado como orgulho, rebeldia e pecado, até mesmo 
enfermidade espiritual. É encorajada a aceitação cega e alienada a toda palavra, 
ordenança e mandamento emitido e fabricando pelo líder ou por aqueles que 
comandam. 
3.2.6. Comissão divina: o líder ou a cúpula que rege a seita geralmente alega ter 
recebido novas revelações de Deus e afirma, ou se porta como, o(s) único(s) porta-
voz(es) de Deus para a humanidade neste tempo, especialmente à membresia da 
facção religiosa. 
3.2.7. Obediência irrestrita: todas as questões têm respostas simples e requer-se 
do novo adepto uma obediência inquestionável às ordens do grupo. Uma 
mentalidade do tipo “nós contra eles” fortalece a identidade do movimento. Todas 
as pessoas que não pertencem ao grupo são encaradas como fracas ou 
enganadas. 
3.3. Retenção 
3.3.1. Questionamento de motivos: quando é apresentada evidência sólida contra 
o grupo, os membros são ensinados a questionar os motivos da pessoa que 
apresenta a evidência. Aquilo que pode ser verificado é ignorado e se aceita aquilo 
que não pode ser verificado. 
3.3.2. Controle de informação: o grupo controla aquilo que o membro pode ver ou 
ouvir. É proibido o contato com ex-membros, com qualquer pessoa que critique, e 
qualquer meio de comunicação que coloque em xeque as doutrinas heréticas do 
partido religioso. 
3.3.3. Isolamento e alienação: o grupo substitui a família porque ouve que não 
precisa de mais ninguém (nem mesmo da família) além do grupo, porque eles são 
a nova família. Talvez o novo adepto receba instruções como: proibição de 
alimentos, proibição de casamento ou abandono do lar, desistência de atividades 
de lazer (esportes, academia, cinema, viagens, passeios etc.), entre outras. 
3.3.4. Repressão: a desobediência, incluindo até mesmo desacordos 
insignificantes com a doutrina do grupo, terá como resultado o banimento e a 
expulsão. 
3.3.5. Fobias: o medo do mundo e das outras pessoas é aumentado, tal como o 
medo do diabo e do mal. É ensinado aos membros que lhes acontecerá algo muito 
mau se deixarem o grupo. Não existe para eles nenhuma maneira honrosa de sair 
do grupo, sempre quem sai do grupo, é tido como alguém que sai almejando algo 
extremamente negativo ou contrário aos princípios cristãos. 
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3.3.6. Empenho: ser membro e trabalhar para o grupo é essencial para a salvação. 
Por mais que o adepto se esforce, nunca será o suficiente. As seitas afirmam, 
implícita e indiretamente, que o sacrifício na cruz realizado por Cristo não foi 
completo, ou seja, que “Deus fez a parte d'Ele e que agora somos obrigados a fazer 
a nossa parte”, ou seja, trabalhar para merecer a salvação. Ainda que por palavras 
admitam que a fé em Cristo é único meio da salvação, eles obrigam que os 
membros trabalhem a título de serem salvos. As seitas pseudo cristãs usam esta 
artimanha para fazerem seus membros trabalharem em prol de sua própria 
salvação, atormentado-os e sem nunca terem real sossego, para escravizá-los aos 
minuciosos padrões criados pelas seitas, assim mantendo controle sobre seus 
membros (Joa 19:30; Heb 9:8-16). 
3.4. Resultados 
3.4.1. Dependência: o adepto fica com uma dependência infantil, mas vital, do 
grupo. 
3.4.2. Desordens pessoais: depressão, desorientação, ansiedade, agressividade, 
soberba exacerbada, julgamento, estresse, comportamento neurótico ou psicótico, 
e até mesmo tendências suicidas. 
3.4.3. Capacidade diminuída: o adepto perde a capacidade de pensar, raciocinar, 
meditar, deduzir, de forma clara, idônea, prudente e crítica, incorrendo ao 
infantilismo, até mesmo ao idiotismo em certas questões. Contradições lógicas nas 
doutrinas têm pouco ou nenhum efeito sobre ele. 
3.4.4. Exploração: o adepto é explorado financeiramente, psiquicamente e/ou 
mentalmente. Pode ser manipulado para dar tudo o que possui ao grupo, 
abandonar escola, estudos, família ou emprego (para poder passar muitas horas 
vendendo literatura, realizando atividades serviçais para seita, participar de 
intermináveis reuniões ou outros itens), para fornecer mão-de-obra barata (gratuita) 
para os interesses do grupo e outras coisas que visam à propagação do grupo 
religioso. 
"E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dis sensões e 
escândalos contra a doutrina que aprendestes ; desviai-vos deles ." 
Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cris to, mas ao seu 
ventre ; e com suaves palavras e lisonjas enganam os coraç ões dos 
simples .” Romanos 16:17-18 
 
4) ASPECTOS COMUNS 
Existem milhares de religiões neste mundo, e obviamente nem todas 
são certas. O próprio Jesus advertiu seus discípulos de que viriam falsos profetas 
usando Seu nome, e ensinando mentiras, para desviar as pessoas da verdade (Mat 
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24:24). O apóstolo Paulo também falou que existem pessoas de consciência 
cauterizada, que falam mentiras, e que são inspirados por espíritos enganadores 
(1Tm 4:1-2) . Nós chamamos de seitas a essas religiões. Não estamos dizendo que 
todos os que pertencem a uma seita são desonestos ou mal intencionados. Existem 
muitas pessoas sinceras que caíram vítimas de falsos profetas. Para evitar que isto 
ocorra conosco, devemos ser capazes de distinguir os sinais característicos das 
seitas. Embora elas sejam muitas, possuem pelo menos cinco marcas em comum: 
 
1. Jesus não é o centro das atenções: As seitas subestimam o valor do Senhor 
Jesus ou colocam-no numa posição secundária, tirando-lhe a divindade e os 
atributos divinos, como conseqüência. As seitas, entretanto, que aceitam a 
Santíssima Trindade, diminuem também o nome e o fundamento em Jesus só que 
de maneira bem dissimulada. Para essas, a salvação e o pleno conhecimento e 
fidelidade a Deus está absolutamente condicionado à filiação à seita e cumprindo 
as tradições dogmáticas que a seita impõe aos seus membros. Assim, o centro das 
atenções não é Jesus, e sim, a seita, o principal. Toda a fundamentação gira em 
torno da seita, de suas doutrinas, de suas práticas, do nome de sua denominação. 
2. Têm outras fontes doutrinárias além da Bíblia : São heréticos: fornecem uma 
nova filosofia e novos ensinos. Enquanto que os cristãos admitem apenas a Bíblia 
como fonte de conhecimento verdadeiro de Deus, as seitas adotam outras fontes 
(Apo 22:18-19; 1Co 4:6) . A Bíblia, quando usada, é sempre distorcida, com 
interpretações próprias, que vão ao encontro da filosofia da seita, ou misturam os 
versículos mal interpretados com a filosofia aberrante delas, ou selecionados 
isoladamente de acordo com a conveniência da seita. Algumas forjaram seus 
próprios livros; outras aceitam supostas revelações diretas da parte de Deus que 
vão de encontro à Sua própria Palavra; outras mais aceitam a palavra de seus 
líderes como envolvida de autoridade divina e infalível; e, outras falam ainda de 
novas revelações dadas por anjos (Gal 1:6-9) . E mesmo que ainda citem a Bíblia, 
ela tem autoridade inferiora estas revelações, por isso, é muitíssimo comum as 
seitas possuírem o famigerado bordão “a letra mata”. Sua fonte de autoridade 
doutrinária não leva em consideração somente a Bíblia Sagrada. 
Algumas crêem apenas em determinadas partes da Bíblia, mas sempre admitem 
como “inspirados” escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com 
eles boa parte daquilo que crêem. Os livros, as apostilas, circulares, enfim, seja 
qual for o escrito ou o ensino verbalizado proveniente dos líderes da seita são 
reputados como revelados, assim, dotados de uma infalibilidade absoluta, tal e qual 
as Escrituras Sagradas. Dessa maneira, acabam equiparando os escritos do grupo 
ao mesmo patamar dos valores da Bíblia, dado que são tidos como revelados pelo 
Espírito Santo (2Tm 4:3-4). 
Como dissemos, é muito comum presenciarmos expressões do tipo “a letra mata”, 
para descredibilizar os ensinos das Escrituras que contrapõem aquilo que a seita 
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estabelece como verdade de doutrina. Todas as seitas usam desse jargão de não-
pensamento para cessar a ação dos questionadores. Livros de outros grupos, de 
outros cristãos, que tratam sobre a Fé cristã, de fortalecimento, de esclarecimento, 
igualmente, são rebaixados a um nível mísero de espiritualidade, de maneira que 
os adeptos são moralmente coibidos de lê-los, mas somente os escritos da seita. 
3. Dizem ser os únicos certos : Exclusivismo. Únicos certos porque mediante a 
fidelidade àquilo que eles intitulam de “a nova doutrina”, revelada, os novos 
mandamentos particulares deles, inventados por eles mesmos, muitos dos quais 
oriundos de justificativas evasivas e falaciosas, impossíveis de ser verificáveis 
(revelação de Deus). Todos os demais cristãos são reputados como plebe, a nível 
de espiritualidade, fidelidade e comprometimento com Deus. Elas ensinam que 
receberam algum tipo de ensino secreto que Deus havia guardado para os seus 
fiéis, perto do fim do mundo. É interessante que ao nos aproximarmos do fim do 
milênio, cresce o número de seitas afirmando que são o grupo fiel que Deus 
reservou para os últimos dias da humanidade, como disse Jesus. Só eles são os 
corretos, honestos, fiéis a Deus. 
 
4. Usam de falsa interpretação das Escrituras : As interpretações que fazem do 
texto bíblico, desprezando os princípios auxiliares da hermenêutica (interpretação 
contextualizada) têm levado inúmeras pessoas às vezes bem intencionadas a 
fundarem uma seita. De um modo geral isso acontece pela total ignorância das 
regras de interpretação do nosso próprio idioma que são ensinados em nossos 
colégios. As seitas são ardilosas em sede de interpretação de versículos, de tal 
forma que pescam versículos isolados, descontextualizados, e jogam para a platéia 
para, através dos quais, possam ratificar aquilo que eles disseram, ensinam, enfim, 
para justificar as heresias e as falsas profecias que os líderes confeccionam. 
Mediante esse ardil eles seduzem os ouvintes, os fazendo acreditar no teor de 
compromisso da seita. 
 
5. Ensinam o homem a desenvolver a salvação pelas obr as: Ainda que digam 
que a salvação em Cristo só vem pela fé, as seitas ensinam, em contrapartida, que 
é necessário fazer obras para a fim de adquirir bênçãos divinas. Para eles, crer em 
Jesus é importante, mas não é tudo. A salvação é pelas obras. Não somente 
ensinam os homens a se salvarem, mas prometem uma salvação inteiramente 
naturalista em seu conceito. Para as seitas, seus membros devem treinar certas 
práticas de meditação ou cumprir outras normas de conduta doutrinária. Essa é 
uma característica universal de todas as seitas. Por acreditarem que o homem é 
intrinsecamente bom ou mal (dependendo da doutrina da seita), pregam que ele 
pode acumular méritos e vir a merecer o perdão de Deus, através de suas boas 
obras praticadas neste mundo, especialmente para os interesses que beneficiam a 
seita. Embora as seitas sejam muito diferentes em sua aparência externa, são 
iguais neste ponto. Algumas falam camufladamente em fé, mas sempre entendem 
a fé como sendo um ato humano meritório, mediante alguma obra, alguma 
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atividade na seita, algum serviço em prol do grupo; isto é, a fé só é válida se estiver 
vinculado integralmente à seita (Rm 4:5). E nisto diferem radicalmente do ensino 
bíblico da salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus. 
 
6. Costumam buscar suas presas em outras denominações : São proselitistas. 
Uma das atividades principais das falsas seitas é “pescar no aquário dos outros” 
(Rm 15:20; 2Co 10:15-16) . Agem de forma seletista de modo que seus neófitos 
não sejam doentes aidéticos, mendigos, aflitos, drogados em plena dependência, 
desesperados, desabrigados ou extremamente necessitados. Aproveitam a fé de 
quem já é possuído em Cristo, aquele que têm em mira e com um pouco de 
sutileza conseguem desencaminhar até mesmo muitos bons cristãos para o meio 
deles. Dessa forma, conseguindo pescar para o seu meio, inclusive, muitos bons 
cristãos, se tornam pessoas com um caráter totalmente distinto daquilo que eram 
de sua fé original, tornando-se observadores, julgadores, orgulhosos, vaidosos, 
soberbos, mesquinhos, debochados, alienados, intolerantes, agressivos, hostis etc. 
 
7. São exclusivistas quanto à salvação : Pregam que somente os membros do 
seu grupo religioso poderão se salvar. Algumas ensinam isso expressamente, 
outras de forma indireta e dissimulada, mas os adeptos acabam sendo recrutados a 
entender inconscientemente, outros conscientemente, que só na seita é que eles 
farão jus à salvação. Enquanto que os cristãos reconhecem que a salvação é dada 
a qualquer um que se arrependa dos seus pecados e creia em Jesus Cristo como 
Salvador (não importa a denominação religiosa), e caminhe como Jesus caminhou, 
as seitas ensinam que não há salvação fora de sua comunidade. Todas as seitas 
alegam que aqueles que saem da seita vão sofrer inúmeras atrocidades 
profissionais, espirituais, sobretudo, na área da saúde física. 
 
8. Dividem a fidelidade entre Deus e a organização : Desobedecer à organização 
ou à igreja equivale a desobedecer ao próprio Deus. Não existe salvação fora do 
seu sistema religioso da própria organização ou igreja. Quase todas as seitas 
pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, que se apresentam como a restauração 
do cristianismo primitivo, que, segundo ensinam, sucumbiu à apostasia, afastando-
se dos verdadeiros ensinos de Jesus. Acreditam que numa determinada data, o 
movimento da seita apareceu por vontade divina para restaurar o que foi perdido. 
Daí a ênfase na exclusividade. Outras, quando não pregam que integram o 
cristianismo redivivo, ensinam que todas as religiões são boas, mas que a sua vai 
ser responsável por unir todas as demais. 
 
9. Freqüentemente isolacionistas : São sectaristas para facilitar o controle dos 
membros fisicamente, intelectualmente, financeiramente e emocionalmente. Com o 
isolamento o membro fica impossibilitado de respirar novos argumentos, novos 
pensamentos, de ter acesso ao outro lado da coisa, bem como não terá o eventual 
encontro com aqueles ex-membros que conheceram o sistema da seita e o 
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desnudaram completamente. Qualquer espécie de relação com cristãos de outras 
denominações é expressamente proibido, principalmente se for em matéria de 
espiritualidade, adoração a Deus, ou seja, cultuar conjuntamente. Para eles, só eles 
sabem adorar a Deus verdadeiramente, logo, “não é certo” os sectários se 
mesclarem com outros irmãos em Cristo (isso não quer dizer que os cristãos devam 
ser ecumênicos, pelo contrário, deve congregar com pessoas comprometidas com 
o Evangelho). Algumas seitas são altamente paranóicas em relação ao isolamento, 
outras são mais amenas, mas sempre proibindo a interaçãoespiritual com 
familiares, amigos ou colegas de trabalho. Esportes, casamentos, 
confraternizações em família sempre são situações em que, agora, os sectários 
não podem ter mais sua participação porque têm que priorizar a “nova família”. 
 
10. Freqüentemente apocalípticas : Dão aos membros um enfoque no futuro e um 
propósito filosófico para evitar o apocalipse. Dão um sentido, também, que eles 
sabem que Jesus está voltando e todas as demais denominações não estão 
preocupadas com isso, generalizando ardilosamente. Embora não datem a vinda 
do Senhor Jesus, eles dissimuladamente criam ocorrências, apontam 
distorcidamente para versículos mau interpretados da Bíblia, que mostram que 
Jesus está voltando, logo, deixando seus membros aprisionados, pelo temor, à 
seita. Normalmente pincelam versículos bíblicos totalmente desconexos com a 
atualidade, e remetem ao presente momento. Nesses versículos há fatos que 
assemelham com os problemas naturais e políticos do mundo atual, e jogam para a 
platéia como eles tivessem descoberto “a pólvora”. O auditório, débil nas Escrituras, 
se fascina com aqueles ensinamentos, de sorte que se vinculam, pelo fascínio, pela 
imprudência, à seita. Se Jesus está voltando ou não, não sabemos, mas certo é 
que nós cristãos devemos está sempre preparados, e não tentar jeitosamente datar 
a volta do Senhor Jesus, para viver sob o medo, mas devemos viver sobre amor 
em Cristo, logo, a salvação é mera conseqüência. Deus não salva interesseiros, 
pessoas que só são “cristãs” para não perder a vida eterna. 
 
11. Doutrinação : Somente os cultos e doutrinas deles seguem a vontade de Deus. 
A forma de evangelizar, a maneira de adorar, o modo de cultuar, o método de 
exercer a fidelidade, são consideradas pela seita como o padrão que o próprio 
Deus estabeleceu para eles, o povo fiel, os escolhidos. Por isso, todas as práticas 
de outras denominações são estimadas como frutos da mente humana, frutos de 
apóstatas e hereges. Portanto, aqueles cristãos, ainda que fiéis aos ensinos de 
Jesus, que não assimilam, não seguem as ordens doutrinárias particulares e 
exclusivistas estabelecidas pela seita são considerados apóstatas e hereges. Em 
verdade, as seitas se posicionam como Deus tivesse revelado um Terceiro 
Testamento a eles. 
 
12. Privação : Escravismo. As seitas sempre inclinam a sua membresia a uma 
escravidão, uma servidão inútil que convergem aos propósitos de manutenção e 
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crescimento denominacional, e não aos propósitos do Reino de Deus. Quebrando a 
rotina do sono normal e privação de comida, combinados com a doutrinação 
repetida (condicionamento), para converter o candidato a membro, em razão disso, 
dão aos membros, que estão se filiando, uma sensação de fidelidade, de 
compromisso, de uma falsa espiritualidade e santificação perante a Deus. O 
sacrifício, a penitência, concede uma segurança tal, que o adepto, em seu íntimo, 
está possuindo créditos para com Deus, logo, mistura-se a salvação pelas obras, e 
o apreço por parte de Deus, pelas obras que ao adepto faz em prol da seita. A 
privação do sono ou a redução de horários de sono e a privação de alimentos, 
também, dão essa sensação ao adepto: de mérito e credibilidade para com Deus. 
E, claro, com a prática direta dessas doutrinas legalistas, gera um grau de 
dependência tremendo ao neófito, de modo que ele só se sentirá fiel, agradando a 
Deus, se estiver se martirizando em serviços braçais e sofrimentos físicos, como 
pouco sono e jejuns legalistas. Um ataque grosseiro ao poder da Fé no Senhor 
Deus (Rm 4:1-5). 
 
13. Sistemas de convicção “não-verificáveis” : Ensinam algo que não pode ser 
verificado. Todo o sistema da seita é calcado em revelações extraordinárias 
provenientes de algum ser celestial. Dessa maneira, não há contestação, não há 
como testificar materialmente a veracidade das doutrinas, das ordens, dos 
mandamentos. Em função disso, muitos adeptos ficam na dependência exclusiva 
daquele que rege a política e doutrina da seita, ficam em total submissão ao líder, 
ou os líderes administradores, ou idealizadores do sistema sectário. As justificativas 
não-verificáveis utilizadas são das mais esdrúxulas, infantis, ou das mais 
dissimuladas possíveis a fim de subjugar os adeptos de uma maneira que eles não 
possam analisar, testificar, mas tão-somente cumprir cegamente aquilo que lhes 
determinam. 
 
Por exemplo: uma nave espacial que vem atrás de um cometa, para resgatar os 
membros; Deus, um extraterrestre ou anjo apareceram ao líder ou líderes e lhes 
deram uma revelação (Gal 1:6-9); um sonho, uma revelação, uma experiência, 
uma visão, também são por demais utilizadas como determinadores de novas 
doutrinas. As seitas, freqüentemente, usam do estratagema para justificar os 
questionamentos do adepto “rebelde” de que a filosofia da seita só faz sentido se 
ele adotar o conjunto de valores e definições que ela ensina. Com este tipo de 
convicção, a verdade fica inverificável, interiorizada e facilmente manipulada pelos 
sistemas filosóficos de seu(s) inventor(es). 
 
14. O líder é autoritário, carismático, especial, irre verente : Para agradar a sua 
membresia os líderes precisam exercer diversas formas de manipulação. O(s) 
líder(es) da seita costuma(m) se posicionar e se portar como carismáticos: força 
divina conferida a uma pessoa. Possuem uma aura, uma casta de majestades, de 
infalíveis, de divinos, e não de apenas homens pecadores e falhos como qualquer 
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um. Os membros da seita, de anos de filiação, costumam dizer ou estimar que o(s) 
líder(es) é/são detentor(es) de habilidades espirituais especiais. Desse modo, estão 
os líderes sempre acima de repreensão e não pode ser negados, desobedecidos, 
nem contraditos. Aquele que ousar a questionar, expressar alguma palavra que vá 
de encontro com poder infalível e autoritário do líder, é ensinado que ele sofrerá 
vários infortúnios, tais como: perseguições, sanções, execrações, em público ou 
não, ou até mesmo exclusão, e, afirmam até castigos por parte de Deus o 
questionador sofrerá. 
 
Todas as seitas, para blindar o absolutismo do líder, remetem essa situação ao 
pecado imperdoável. Para as seitas, apenas discordar, desobedecer ou contra-
argumentar, ainda que biblicamente, o seu líder é ferir a própria pessoa do Espírito 
Santo (blasfêmia). Também, todas elas utilizam do versículo descontextualizado 
“Não toqueis nos meus ungidos”. Versículo totalmente desconexo com a situação 
apregoada pela seita, tanto doutrinariamente, quanto logicamente, biblicamente 
falando. Algumas seitas extremistas, o líder reivindica ser a encarnação de uma 
deidade, anjo, ou mensageiro especial. 
 
É bastante comum o(s) líder(es) da seita serem extremamente irreverentes, fugindo 
do padrão da seita em sede linguajar e palavreado. Isso cativa o membro, pois ele 
estima cada vez mais a pessoa do líder como especial, visto que ele foge do 
padrão estabelecido pela seita. Os líderes costumam utilizar de palavras 
acusadoras e pesadas, que causam impacto para quem as ouvem, pelo fato de não 
serem ouvidas no cotidiano da seita. Agridem verbalmente as demais 
denominações concorrentes, bem como os membros nas quais estão filiados. 
Também são extremamente comediantes, piadistas, promovendo o riso na platéia, 
no entanto, um riso maligno, muitas vezes, porque usam outros cristãos como 
objeto para as gargalhadas – humor negro, zombaria e desdém. Quanto mais o 
líder foge do “script” da seita, fascina mais ainda o adepto, vendo-o como um 
indivíduo especial, descontraído, feliz, herói, valente, descolado. 
 
Embora o líder seja irreverente, ele, hipocritamente, coíbe alguém agir como ele. 
Não é muito bem visto alguém falar, agir, ter a liberdade que o líder possui. O 
motivo pode ser ciúmes em dividir as atenções, já que o líder da seita é 
extremamente egocêntrico;pode ser por zelo ao posto que ele ocupa atualmente, 
não alimentando uma possível reforma no sistema; ou para não descaracterizar o 
padrão de severidade ascética estabelecida. 
 
15. Possuem aparentemente a aura de pureza e sabedoria : Normalmente 
buscam fazer boas obras, se portar como sábios na fé, se vestirem e falarem com 
formalismo a fim de transmitirem uma pseudo pureza, pessoas puras e sacro-
santas, caso contrário ninguém procuraria entrar para elas; obras essas que podem 
ser em benefício aos carentes e necessitados ou mesmo só entre si, os membros, 
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ou para aqueles que freqüentam esporadicamente a seita. Parecem boas 
moralmente e possuem um padrão de ensino ético; porém, severo, rigoroso, até 
mesmo paranóico, avistando pecado em tudo e todos (Tit 1:15) , como em 
vestimentas (mesmo que decentes), em esportes, ou até em qualquer espécie de 
lazer. Estabelecem novos padrões de vida, como cortes de cabelo, de barba, usos 
específicos de indumentárias; algumas vão até mais longe, como ordenando certo 
tipo de alimentos, trabalho, profissão etc. Algumas seitas podem variar 
grandemente: do estético ao promíscuo; do conhecimento esotérico aos 
ensinamentos muito simples; da riqueza e poder à pobreza e fraqueza. 
 
“Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não c onforma 
com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina 
que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, ma s delira acerca de 
questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, 
blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens co rruptos de 
entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja 
causa de ganho; aparta-te dos tais .” 1Timóteo 6:3-5 
 
 
5) OS MÉTODOS DE CONTROLE 
Você já foi enganado alguma vez? Talvez isso tenha acontecido à 
porta de sua casa, quando algum vendedor treinado para persuadir e usando de 
artimanhas o fez comprar algo inútil. O engano é geral! Há engano em todas as 
áreas da vida, e especialmente no setor religioso! Vivemos numa época em que 
muitas seitas se propagam em velocidade inacreditável. Os representantes das 
seitas sabem muito bem como podem vender suas heresias a pessoas de boa-fé 
por meio de palavras convincentes. Muitas vezes as seitas apelam para a Palavra 
de Deus e usam o nome de Jesus Cristo. 
Em um primeiro momento, freqüentemente, suas palavras parecem 
convincentes e verdadeiras. Mas: Cuidado – é engano! Esses adeptos agem 
embalado pela programação mental, na grande maioria das vezes 
involuntariamente, apenas externalizando aquilo que, também, foram submetidos, 
e, por isso, acreditam que aquilo que faz é o certo; outros, sobretudo os primazes, 
os grandes líderes que regem a seita, já agem de maneira calculista, sabendo 
muito bem o que faz, utilizando várias técnicas de reconstrução cognitiva, muito 
bem pré-determinada. 
Qualquer indivíduo está vulnerável a entrar na seita, seja rico, pobre, 
educado, não-educado, velho, jovem, religioso, ateu, enfim, qualquer um, desde 
que ele esteja frágil em algum setor-alvo que favoreça o ardil manipulador da 
facção religiosa. As seitas satisfazem várias necessidades: psicológica - alguém 
pode ter uma personalidade fraca, facilmente manipulável; emocional – a pessoa 
pode ter sofrido um trauma emocional recente ou no passado; intelectual – o 
membro tem perguntas que o grupo responde; do ego - os membros se portam 
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como sábios, intelectuais, ou possuem mensagens que derramam um linguajar 
rebuscado e sabedoria cultural, isso maravilha os vaidosos intelectualmente, ou o 
próprio ambiente e estrutura da seita é quase que uma extensão da elite social em 
que o neófito vive e trabalha. 
Geralmente são pessoas desiludidas, decepcionadas com 
estabelecimentos religiosos convencionais, é por isso que as seitas tanto 
bombardeiam negativamente tais grupos para cativar os neófitos; o 
intelectualmente confuso em relação a assuntos religiosos e filosóficos; sujeitos 
emotivos desiludidos com toda a sociedade (violência, corrupção, sexualidade, 
perdição etc.), desse modo, um clima aparentemente sacratíssimo seduz o novo 
adepto: pessoas que necessitam de encorajamento e apoio moral, complexadas 
com os problemas que envolvem sua vida; indivíduos emocionalmente carentes de 
amor, amizade e afeto, de auto-estima baixíssima, que se sentem desvalorizados 
por seus atributos físicos ou conhecimentos seculares; pessoas que necessitam de 
uma sensação de propósito, um objetivo na vida; os financeiramente necessitados 
etc. 
As seitas acabam suprindo essas carências, mas apenas jogando 
debaixo do tapete os problemas que permeiam na mente do novo adepto, e 
oferecendo-lhe circunstâncias que massageiam seu ego, de forma a se sentir uma 
pessoa importante, querida e bajulada, vestindo-se bem, fazendo parte de um 
grupo elitizado. Ou seja, apresentam-lhe um evangelho da mentira, da aparência, 
da vaidade, “especial“, “escolhido”, “único”, revelado por Deus somente ao partido 
religioso totalmente camuflado pela falsa verdade e aparência. 
Para entender o método didático que é usado em muitas seitas 
anticristãs ou pseudocristãs, temos que entender bem o que é “lavagem cerebral”. 
A lavagem cerebral, também dita “Estupro da Mente” ou “Reeducação Ideológica” 
professa em três etapas diferentes: 
1. Colapso forçado ou “Descondicionamento”: Trata-se de romper os laços do 
indivíduo com seu passado ou de apagar tudo o que possa prender ao seu berço e 
as suas origens, e fazem isso o ocupando com vários serviços no grupo, limpeza, 
reuniões, cultos, ensaios, visitas, viagens a título de receberem graças, bênçãos ou 
terem crédito com Deus, pois estão sendo fiéis a organização que Deus tem mais 
apreço e fundou para os últimos dias, apregoam. 
2. Submissão e identificação : Depois do colapso, estimula-se a simpatia da vítima 
com o pastor, o missionário, ou com o próprio grupo religioso etc. Estes aparecem 
como os seus grandes benfeitores e libertadores, que o emancipa de um passado 
tenebroso e lhe oferece a oportunidade de levar uma vida nova e autêntica. A 
vítima passa a adotar o modo de pensar, falar e agir segundo a ideologia do grande 
líder ou do grupo; torna-se um aparelho, um robô, pronto para funcionar segundo 
os desejos do seu manipulador. 
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3. Recondicionamento : Explorando a situação, o reeducador “reconstrói” a mente 
da vítima segundo a ideologia que ele professa. O homem assim “reeducado” ou 
“robotizado” se torna incapaz de distinguir seu modo de pensar original das 
concepções que lhe são impostas. 
Podemos dizer ainda que a programação do indivíduo incutida por 
muitos grupos consiste em enviar sugestões à mente dos seus adeptos de maneira 
constante e exaustiva, muitas repetitivas, até aniquilar a capacidade de pensar 
dessas pessoas, minando sua mente; apagam em suas vítimas a faculdade de 
discernir, tornam-lhes impossível as livres opções. As técnicas desses grupos 
religiosos são semelhantes às da juventude de Hitler e às dos Chineses dados à 
reeducação. Não podemos esquecer que a lavagem cerebral explora certos 
instintos espontâneos do psiquismo humano, canalizando-os na direção do objetivo 
visado. Assim: 
1) O instinto de conservação: A fim de conservar a sua própria existência, a 
vítima pode ceder a táticas totalmente estranhas à sua educação de berço; 
 
2) O instinto gregário: O senso social do ser humano é um valor, já que 
ninguém se realiza senão na sociedade. Todavia esse senso pode ser 
distorcido na direção da gregariedade, ou seja, de seguir o grupo 
incondicionalmente ou de agrupar-se de maneira cega para não parecer 
diferente, enfim, como forma de inclusão social; 
 
3) Instinto de predomínio: Há no ser humano uma tendência inataa dominar 
e comandar em posições de prestígio. Ora, essa tendência também é 
explorada pelos agentes da lavagem cerebral, que sabem desenvolvê-la 
como uma forma de condicionamento; 
 
4) Conflitos emocionai s: O processo de “reeducação” também excita os brios 
do “reeducando”, convencendo-o de que cometeu culpas graves… Esta 
convicção leva a vítima a aviltar-se, castigar-se e aceitar a condenação; 
aqueles que condenam, vêm a ser os seus “verdadeiros amigos e mestres”. 
Além de explorar instintos naturais da pessoa humana, os agentes da 
lavagem cerebral recorrem a táticas que amedrontam, e a seu modo, condicionam 
a vítima. 
O pesquisador Italiano Michele C. Del RE realizou longos e 
aprofundados estudo. Em seu livro, põe em evidência as suas peculiaridades. Uma 
nota freqüente desse percurso é o uso de táticas de coação (sob rótulos piedosos) 
para fazer adeptos. A sociedade de hoje talvez não tenha noção exata de quanto 
esse procedimento está em voga. O livro apresenta numerosos casos de lavagem 
cerebral exercidos nos novos movimentos religiosos. 
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Destarte, os líderes e pastores sectários se apresentam como 
autênticos mestres, os únicos que conhecem a Bíblia e a podem explicar pelo 
poder extra-sensorial que foi concedido somente a eles. São os “libertadores” da 
população, das religiões, das demais contaminações das denominações religiosas, 
ainda que sejam sérias ao Evangelho. As explicações da Bíblia que eles oferecem, 
são freqüentemente primárias, subjetivas, muito distante do sentido do texto e do 
contexto Sagrado, que pincelam versículos isolados a pretexto de heresias. 
Bem como, tocam fibras sentimentais e afetivas muito mais do que a 
inteligência, a lógica, a veracidade. Não raro cativam pela assistência demasiada e 
fingida que prestam no campo da saúde, da economia, do emprego, embora 
necessárias para os cristãos, mas atitudes como estas que, não raro, atenuam ou 
apagam o senso crítico da pessoa beneficiada, que passa a vê-los como puros, 
amorosos, e jamais sendo capazes de verem apregoarem distorções bíblicas. Aos 
poucos vai se modelando uma “reeducação” do sectarista, muito mais afetiva do 
que intelectual baseada em preconceitos não fundamentados. 
A desprogramação do crente fanático é muito difícil por causa dos 
preconceitos que lhes foram incutidos. Acontecem, porém, casos em que as 
pessoas verificam ser vítimas de abusos e manipulações e reagem, se conservam 
um pouco de senso crítico. Às vezes, porém, o esgotamento físico e moral dos 
sectaristas é tal que se deixam subjugar indefinidamente pelos seus “pastores 
carismáticos”; querem “acreditar” nestes mestres, porque não sabem mais em 
quem ou em que acreditar. 
a) Psicologia social e Dinâmicas de Grupo 
As pesquisas demonstram que agora as seitas usam métodos de 
controle bem mais eficazes daqueles usados 50 anos atrás. As descobertas que os 
psicólogos fizeram nos anos 60 – 70 produziram modernos métodos de controle 
mental que são bem mais refinados que as TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO DO 
COMPORTAMENTO e REFORMA DO PENSAMENTO desenvolvidas pelos 
chineses. Para compreender o controle mental é preciso compreender os 
fundamentos das TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO. 
O que significa “modificação do comportamento”? 
Em poucas palavras, trata-se de estabelecer uma correspondência 
entre “recompensas ou castigos pelas ações feitas”. Todos nós já recebemos isso 
quando éramos crianças. Tirar um privilégio é normalmente uma maneira segura 
para persuadir uma criança a modificar seu comportamento, isso quando a criança 
é suficientemente crescida para entender o processo. Elogiar uma criança por ter 
tido um bom comportamento é uma outra maneira de modificar o comportamento, 
sobretudo quando a criança é ansiosa. A chibata do mestre de escola era um outro 
método para conseguir a modificação do comportamento. 
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Estes tipos de técnicas de modificação do comportamento são usadas 
de uma maneira gentil, com carinho e com vantagem para criança que modifica seu 
comportamento sem causar rancor. Todavia, se estas técnicas são usadas com 
maldade será um prejuízo para psique da criança e as suas emoções. Um exemplo 
é a síndrome da “criança maltratada”. As seitas usam um modelo de modificação 
do comportamento refinada e pervertida que estraga a emotividade da pessoa. 
Com o tempo há uma substituição: a seita e os líderes passam ocupar o lugar de 
pai, mãe, guru, guia, tutor, professor; assim, os membros assume as características 
de uma criança dependente, que busca ganhar a aprovação do líder ou do grupo. 
b) Dissonância Cognitiva 
Leon Festinger é um psicólogo que estudou grupos que profetizavam 
o fim do mundo. Ele descobriu que a devoção dos membros à seita tornava-se 
maior depois que a profecia não se realizava. As suas pesquisas revelaram que os 
membros achavam uma maneira para encarar o fracasso. Eles precisavam manter 
ordem e significado na vida. Precisavam pensar que estavam portando-se bem 
conforme a imagem auto-criada e seus valores. Festinger descreveu esta 
contradição que os membros deviam enfrentar aquela que se tornou celebre como 
a “Teoria da Dissonância Cognitiva”, que se compõe de três elementos: “Controle 
do comportamento” – “Controle do pensamento” – “Controle das emoções”. 
Cada uma tem um efeito enérgico sobre as outras: é SUFICIENTE 
MUDAR UMA E AS OUTRAS PROPENDERÃO A SEGUÍ-LA. Quando as três 
forem modificadas a pessoa é completamente diferente. Festinger sintetizou o 
principio básico: “Mudando o comportamento de uma pessoa, seus pensamentos e 
sentimentos também mudarão para tornar menor a dissonância.” 
Quando há um conflito entre pensamento, sentimentos o 
comportamento, aqueles em luta se modificarão para aliviar a contradição. Isso 
acontece porque uma pessoa pode tolerar apenas certa quantidade de 
discordâncias entre estes componentes que produzem a identidade. Nas seitas 
esta dissonância vem criada intencionalmente para controlar e explorar. Steven 
Hassan, autor do 'Combatting Cult Mind Control', acrescentou naquelas de 
Festinger um quarto componente: “O controle da Informação”. Controlando a 
informação que uma pessoa recebe, pode-se controlar e restringir a sua 
capacidade de pensar autonomamente. É possível pôr um limite à capacidade de 
uma pessoa de pensar sozinha. 
A Dissonância Cognitiva será abordada mais profundamente adiante. 
2.1. Controle do Comportamento: 
 O controle da realidade física da pessoa 
Pode incluir o controle do ambiente do dia-a-dia, a comida, a roupa, o 
sono, o trabalho, etc. Este é o motivo que leva muitas seitas a constranger os 
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adeptos em horários e programas muito rígidos. Nas seitas destruidoras há sempre 
algo para fazer. Cada seita tem sua série de comportamentos distintivos que a os 
fiéis devem cumprir. 
Este controle é tão forte que os membros da seita tornam-se de fato 
parte ativa nos seus próprios castigos e chegarão a acreditar que os castigos são 
merecidos! Ninguém pode mandar no pensamento de um indivíduo, mas 
PODENDO CONTROLAR O COMPORTAMENTO, O CORAÇÃO E A MENTE 
ACOMPANHARÃO O COMPORTAMENTO. 
À medida que o adepto vai se envolvendo cada vez mais com as 
doutrinas e práticas exclusivas da seita gera uma dependência emocional e 
espiritual: as pessoas querem freqüentemente ficar porque a seita vai ao encontro 
das suas necessidades psicológicas, intelectuais e espirituais. Muitas dessas 
necessidades foram brotadas na própria seita, logo surgidas quando passou a viver 
filiado à seita, ou seja, só poderá tirar o peso de culpa, se praticar os dogmas do 
grupo sectário-exclusivista. 
 
2.2. Controle do Pensamento: 
 O controle do processo do pensamento individual 
A doutrinação dos membros é tãoacurada que eles mesmos irão 
manejar seus processos mentais. A ideologia vem assimilada como “A Verdade”. 
As informações de entrada são filtradas através dos mesmos preceitos da seita, 
que regula também o que se deve pensar da informação. A seita tem sua própria 
linguagem que regula ainda mais o pensamento dos fiéis. Isto cria uma grande 
barreira entre os membros da seita e os demais. O contato com pessoas de fora do 
grupo é reduzido e cada vez mais a vida do membro é construída ao redor da seita. 
Fica muito mais fácil então controlar e moldar o membro. 
Envolvimento, porém, é gradual, alterando lentamente o processo de pensamento e 
o sistema de convicção da pessoa, através da repetição exaustiva dos seus 
ensinos (condicionamento), de jargões religiosos, de linguajar padronizado etc. As 
pessoas normalmente aceitam as doutrinas de uma seita um ponto de cada vez. 
Convicções novas são reforçadas por outros membros da seita. 
Outra possibilidade de controle são as técnicas de “bloqueio do 
pensamento”. São muitas: salmodiar, cantar, segredar, as linguagens carregadas 
(alguns devem pagar para conhecê-las), rezar em concentração, etc. O uso destas 
técnicas provoca um curto-circuito na capacidade da pessoa de perceber a 
realidade. O adepto pode ter somente pensamentos positivos em relação ao grupo. 
Se aparece um problema em sua vida, em seu lar, o membro se acha o 
responsável e trabalha mais pesado. 
 
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2.3. Controle Emotivo : 
 O controle da vida emotiva individual 
Isto permite manipular os sentimentos da pessoa. Senso de culpa e 
medo são usados para manter o controle. Os membros da seita não conseguem 
ver o controle por causa do senso de culpa e, como as vítimas de outros abusos, 
são condicionados a culpar a si mesmos quando as coisas não andam na maneira 
certa. Às vezes chegam a agradecer o líder quando este remarca as infrações 
deles. 
Existem duas maneiras para usar o medo: o primeiro é inventar um 
inimigo externo (“nós contra eles”) que está nos perseguindo; o segundo é o medo 
dos castigos impostos pelos líderes para quem não é “suficientemente bom”. Ser 
“suficientemente bom” significa cumprir perfeitamente a ideologia. 
O mais potente controle emotivo é o doutrinamento à fobia. É dito para 
a pessoa que sair da seita é trair o líder, os membros, ou até mesmo o próprio 
Deus. Ainda é dito, comumente, também que deixar o grupo é rejeitar o amor e a 
ajuda que o grupo deu. Outrossim, utilizam de ameaças: ameaça de destruição por 
“Deus” por desviar-se da “verdade”; às vezes, ameaça física é usada, entretanto, 
freqüentemente são ameaças de perder o apocalipse, ou de morrer devido um 
acidente, ou portar futuramente um moléstia terrível, ou ser condenado no dia do 
julgamento, etc. 
Isto tudo pode levar a pessoa a reagir com pavor somente ao pensar 
em abandonar o grupo. É realmente impossível para um membro imaginar viver 
fora do grupo. Muitos almejam sedentamente sair do grupo, mas o medo não 
permite, por isso vivem maquiadas com uma falsa felicidade, mas no fundo são 
pessoas depressivas, consumidas, cansadas, desmotivadas para as atividades da 
seita, até mesmo as profissionais e estudantis podem ser afetadas pelo estado 
depressão, logo, vivendo nessa gaiola psicológica, nessa opressão, tornam-se 
pessoas agressivas, hostis, sem nenhuma sorte de mansidão, temperança, 
tolerância ou compreensão. Não existe nenhuma arma real apontada contra a 
cabeça deles, mas uma arma psicológica que de forma alguma tem um poder 
menor, às vezes é até pior. 
 
2.4. O controle das fontes de informação individual : 
 O controle das fontes de informação individual 
Privando uma pessoa das informações necessárias para alcançar um 
juízo objetivo, faz com que ela não tenha a capacidade de conseguí-lo. As pessoas 
são enredadas pelas seitas porque vêm-lhes proibindo o acesso às informações 
críticas que precisam para avaliar corretamente a situação. As correntes 
psicológicas que amarram as mentes deles são poderosas como verdadeiras 
correntes que os prendem longe da sociedade. O processo psicológico é tão forte 
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que destrói os mecanismos de funcionamento interiores para elaborar as 
informações criticas às quais são expostos. 
 
5) DISSONÂNCIA OU RECONSTRUÇÃO COGNITIVA 
As pessoas tentam dar um sentido ao mundo ao redor, mas como? 
Procuram uma analogia entre as próprias experiências e lembranças, e buscam 
uma confirmação de que a analogia está certa na opinião dos outros. Se tudo vai 
dar certo, ótimo. Mas o que acontece quando se encontram incoerências? 
O estudo Asch (Solomon Asch, 1956) mostrou o que acontece quando 
há discordância entre as próprias experiências (e as crenças fundadas nelas) e 
aquelas das outras pessoas, mas e se a incoerência está no interior das próprias 
experiências ou nas crenças das pessoas? Isso vai provocar uma inclinação a 
reconstruir uma coerência cognitiva, ou seja: a reinterpretar a situação de maneira 
de tornar menor o desacordo encontrado. De acordo com as teorias de Leon 
Festinger, isso acontece porque cada incoerência percebida entre os aspectos do 
conhecimento, dos sentimentos e do comportamento é causa de angústia – 
dissonância cognitiva – que as pessoas logicamente tentam aliviar (Festinger, 
1956). 
Não sempre é fácil ajeitar a dissonância cognitiva. Um claro exemplo 
vem do estudo de uma seita extremista, comumente nos EUA, que estava 
esperando o fim do mundo. A fundadora da seita anunciou que tinha recebido uma 
mensagem dos “Guardas” do universo. Num certo dia vai acontecer uma inundação 
enorme. Apenas os verdadeiros fiéis teriam sido salvados, que teriam sido 
embarcados em discos voadores a meia-noite do dia prefixado. (A tecnologia 
melhorou muito desde os dias da Arca de Noé). 
No Dia do Juízo os membros da seita reuniram-se a espera da 
inundação. A hora prevista para o pouso dos discos voadores chegou e passou, a 
tensão era maior com o passar das horas, quando a santarrona da seita recebeu 
outra mensagem: o mundo foi poupado como prêmio pela confiança dos fiéis. 
Houve muita alegria e os crentes tornaram-se mais fiéis. Isso é só um exemplo 
esdrúxulo, mas o que ocorre comumente nas seitas são profetadas em cima de 
profetadas sobre a vida de adeptos e de pessoas que visitam a seita, e quando tal 
“revelagem” não ocorre, os sábios da seita sempre, ingenuamente (porque assim 
também lhes foi ensinado), justificam tal como foi exemplo acima: Deus poupou. 
Quer dizer que Deus revela, e depois volta atrás (Tia 1:17)? 
Com o ridículo fracasso de uma profecia tão exata, era lógico imaginar 
como reação o abandono daquelas crenças e o afastamento dos fiéis da seita. Mas 
a teoria da dissonância cognitiva explica este comportamento: deixando de 
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acreditar nos “Guardas do universo”, a pessoa tem que aceitar uma dissonância 
entre o atual cepticismo e as crenças antigas, e isso é causa de dor. 
A sua antiga fé seria agora uma humilhante idiotice. Alguns membros 
da seita chegaram até a perder o trabalho e gastar todo o seu dinheiro, e agora 
recusando a ideologia dos “Guardas” tudo isso teria parecido como uma ridícula 
bobagem sem sentido. A dor da dissonância teria sido intolerável. Assim foi 
reduzida de importância acreditando na nova mensagem, e vendo outros membros 
aceitá-la sem dúvida nenhuma, a fidelidade saiu até fortalecida. Agora não tinham 
que considerar a si mesmos como uma manada de idiotas, mas como heróicos e 
leais membros de um corajoso grupo que salvou o mundo. 
“E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas 
antes condenai-as .” Efésios 5:11 
 
 
6) PRISÃO INVISÍVEL 
Algumas situações são complicadas de se entender, pois a realidade 
apesar de evidente não encontra a percepção

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