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Distrofia Muscular de Duchenne - PATOLOGIA

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Leonan José – T5 
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE – JULIE 
 Mutação no gene da distrofina (DMD). É uma 
doença genética hereditária ligada ao cromossomo X, ou 
seja, mulheres conseguem ser, no máximo, portadoras. 
Um indivíduo que tiver um filho com uma mãe portadora 
tem 25% de chance de ter 
uma criança com Duchenne. 
Por isso é muito mais comum 
nos meninos do que nas 
meninas porque, nas 
meninas, o seu cromossomo 
X não mutado compensa o X 
mutado. 
 
 Duas exceções de DMD em meninas: 
1. Pai com síndrome de Becker e mãe portadora 
2. Síndrome de Turner (menina só tem 45 
cromossomos, só X0). 
 A mutação que ocorre é a deleção. 70% dos 
casos é deleção, mas pode haver duplicação. 
O gene DMD produz a proteína distrofina, que é 
um componente do citoesqueleto e ancora os filamentos 
de actina na membrana (sarcolema) na linha Z, 
mantendo a estabilidade do sarcolema. Ela liga a actina 
com o complexo proteico específico no sarcolema (esse 
complexo proteico está em contato com a laminina, que 
está na matriz extracelular). Isso faz todas as miofibrilas 
contraírem de maneira sincrônica. Se não houvesse isso 
para a contração e relaxamento de modo que o 
sarcolema consiga receber, através dessa “mola” uma 
diminuição na tensão de contração e relaxamento, o 
sarcolema tende a sofrer rupturas, porque haveria muito 
atrito acontecendo. A distrofina é importante para 
manter o equilíbrio de distribuição de tensão muscular 
ao longo de toda o sarcolema. 
 
 
Individuo com deleção não vai produzir 
distrofina – e isso é que diferencia Duchenne e Becker. A 
duas tem ação do gene DMD, acometem os meninos, são 
hereditárias e ligadas ao X, mas, na Duchenne, há 
ausência da produção de distrofina e na de Becker tem 
diminuição na produção. Isso explica porque, na 
primeira, os sinais e sintomas são apresentados muito 
cedo, de 3 a 5 anos. Na segunda, os sinais e sintomas são 
apresentados mais tardiamente (no fim da infância e 
inicio da adolescência). Infelizmente, a primeira é a mais 
comum. 
 Os indivíduos que tem Duchenne, normalmente 
com 12, 13 e 14 anos de idade, os meninos já estão 
usando cadeira de rodas. 
 
 Quais são os sinais clínicos observados? Antes de 
começar a andar, os sinais são quase imperceptíveis, 
sendo que alguns autores chegam a considerar que o 
desenvolvimento da criança é normal. 
Numa criança de 3 anos com Duchenne, observa-
se o andar na ponta dos pés, manobra de Gowers – 
escalar o próprio corpo, mas só deitado de barriga para 
baixo. 
 
A manobra de Gowers é perceptível desde muito 
cedo. Em decúbito ventral, antes de começar a se 
escalar, ele fica de barriga pra baixo e usa os membros 
superiores para se levantar, uma vez que a perda de 
força começa dos membros inferiores – mas o que mata 
esses indivíduos não morrem por essa perda de força. 
Eles morrem por complicações no sistema respiratório. 
Isso levará a falência desse sistema, logo, não terá força 
para tossir. O sistema respiratório está em contato 
constante com vários antígenos. Sem força para tossir, 
não expele esses antígenos e fica susceptível a infeções, 
além de não ter força para o processo de respiração em 
si, que é um processo ativo (com gasto de energia). Com 
12, 13 anos já está na cadeira de rodas, quando a 
distrofia começa a subir – pelve, membros inferiores, 
sistema respiratório, etc. 
 O tratamento é fisioterapia. Mas deve-se tomar 
cuidado para não fadigar o músculo. Quanto mais ocorre 
fadiga, mais rápido ocorre a degeneração. Temos 3 tipos 
de fibras musculares: 
Leonan José – T5 
1. Aeróbicas – contração lenta (tem toda a energia 
disponível para se contrair lentamente) 
2. Anaeróbicas – contração rápida (não tem muita 
energia, então deve fazer a contração e relaxamento 
bem rápido) 
3. Mistas 
Indivíduos com Duchenne têm as fibras 
aeróbicas muito mais atrofiadas e fibras anaeróbicas são 
hipertrofiadas. 
 Ocorre também uma pseudohipertrofia, 
principalmente no gastrocnêmico. Com a ausência de 
distrofina, o sarcolema está enfraquecido, o que o leva 
ao colapso e a formação de microfraturas, levado ao 
aumento de cálcio intracelular (mandado pelo REL). Isso 
ativa várias proteases, fosfolipases, endonucleases, etc. 
e essas enzimas começam a destruir essas fibras 
musculares. Com a destruição, começa a reposição, mas 
a destruição é maior do que a reposição, levando a 
deposição de tecido conjuntivo propriamente dito e de 
tecido adiposo, sendo esse um mecanismo de reparo das 
células necróticas. Com isso, o macrófago começa a 
tentar eliminar essas células necróticas, mudando seu 
padrão para o tipo M2 para fazer o reparo tecidual, 
depositando tecido conjuntivo ou tecido adiposo, 
causando um aumento substancial no músculo – dá a 
impressão de que ele está aumentado, mas ele não está, 
por isso é chamado de pseudohipertrofia. 
 A liberação de creatina quinase (CK) é um dos 
meios de diagnosticar. Ela tem que ficar dentro do 
músculo, se estiver alto no sangue, deve ser investigado, 
pois deve estar havendo lesão e morte de células 
musculares. 
 Outros tipos de diagnóstico é fazer a análise 
genética. É possível fazer biópsia para uma análise 
quantitativa e qualitativa da distrofina, mapeamento 
genético para encontrar presença de deleção etc., além 
de que os sinais clínicos são muito claros. 
 Por conta da rigidez dos tendões, eles tendem a 
andar nas pontas dos pés (marcha anserina), dificuldade 
para correr, para subir escadas, etc. Na marcha anserina, 
ele alarga a base para manter o equilíbrio. Ele joga o 
corpo para frente, fazendo uma hiperlordose, que só 
tende a aumentar (grávidas também fazem isso). 
Começam a ter escoliose, que aumenta a dificuldade 
respiratória. A escoliose atinge 90% dos rapazes. 
 
 
 Os grupos musculares afetados: começa na 
pelve, desce para membros inferiores e depois sobe. 
 
.

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